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As forças de segurança da nova liderança síria iniciaram, esta terça-feira, uma “ampla campanha de busca” para capturar membros do antigo regime de Bashar al-Assad no município de Zabadani, a oeste da capital Damasco, divulgou a agência noticiosa oficial SANA.

“A campanha de busca visa confiscar depósitos de munições escondidos, além de prender membros das milícias de Assad que se recusaram a depor as armas”, segundo a mesma fonte.

As novas autoridades da Síria pediram à população civil da zona que colabore com as forças de segurança “para livrar a área dos criminosos e das armas”, acrescentou a agência.

Levada a cabo pela Administração de Segurança Pública em cooperação com o Departamento de Operações Militares, a operação começa um dia depois de uma campanha semelhante ter terminado na cidade de Homs, a norte da capital síria.

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O Observatório Sírio para os Direitos Humanos também informou sobre estas operações, que enquadrou como parte de uma campanha de segurança de “grande escala”, em várias cidades a oeste de Damasco.

Segundo a organização não-governamental (ONG), com sede no Reino Unido mas que conta com uma vasta rede de colaboradores no terreno, registaram-se múltiplas detenções e “inspeções rigorosas” a habitações e veículos, tendo sido enviados reforços militares para a zona.

A ONG alertou ainda que várias das detenções efetuadas, esta terça-feira, ocorreram depois de membros da segurança apresentarem falsas denúncias contra estas pessoas, sem dar mais pormenores.

Erdogan adverte contra a divisão da Síria e afirma estar pronto a intervir militarmente

Lançada a 27 de novembro, uma ofensiva relâmpago derrubou em 12 dias o regime do Presidente Bashar al-Assad, há 24 anos no poder na Síria, obrigando-o a abandonar o país com a família a 8 de dezembro e a pedir asilo político na Rússia.

A ofensiva, que na realidade eram duas combinadas — “Dissuadir a Agressão”, lançada pela Organização Islâmica de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS, em árabe) que inclui o antigo ramo sírio da Al-Qaida, e “Amanhecer da Liberdade”, liderada pelos rebeldes sírios — foi a primeira em grande escala em que as forças da oposição conquistaram território em Alepo desde 2016, quebrando o impasse de uma guerra civil iniciada em 2011, que matou mais de 300.000 pessoas e fez sair do país quase seis milhões de refugiados e que, formalmente, nunca terminou.

Os Presidentes turco e russo, Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin, respetivamente, acordaram, em 2020, um cessar-fogo, após meses de combates em Idlib.

O reacendimento do conflito fez-se com esta ofensiva que partiu da cidade de Idlib, um bastião da oposição, em que os rebeldes conseguiram expulsar em poucos dias o Exército de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia e pelo Irão, das capitais provinciais de Alepo, Hama e Homs, abrindo caminho para Damasco, a capital do país, e pondo fim ao regime do clã Assad, iniciado em 1971, ano em que o pai de Bashar, Hafez al-Assad, tomou o poder através de um golpe de Estado.