Henrique Granadeiro assumiu a decisão de financiamento do papel comercial emitido pelas holdings do Grupo Espírito Santo (GES) Rio Forte e Espírito Santo International (ESI). Mas, de acordo com a auditoria interna realizada pela Portugal Telecom e citada nesta quarta-feira na edição do Expresso Diário, o líder executivo demissionário da operadora de telecomunicações apenas se responsabiliza por 200 milhões num total de 897 milhões de euros de financiamentos de curto prazo prestados àquelas empresas e que não foram reembolsados.

Granadeiro, refere o relatório, ordenou ao administrador financeiro da PT, Luís Pacheco de Melo, a contratação daquele valor, e o mesmo documento revela que Zeinal Bava, presidente executivo da Oi, com quem a PT se encontra processo de fusão, recebia os quadros-resumo com as aplicações financeiras efectuadas pela empresa. Sucede que estes incluíam o papel comercial lançado pelas empresas do GES, mas apresentavam-no como depósitos efetuados junto do Banco Espírito Santo (BES).

O jornal adianta, também, que o responsável financeiro da Portugal Telecom investiu liquidez da empresa em instrumentos de dívida do GES, mas sem que tivesse dado conhecimento deste facto ao conselho de administração e à comissão executiva da operadora de telecomunicações. Amílcar Morais Pires, por seu lado, que era, em simultâneo, administrador não executivo da PT e gestor com responsabilidades executivas na área financeira do BES, não terá dado qualquer esclarecimento sobre os problemas de liquidez do GES que acabaram por arrastar a empresa na crise do Grupo.

As conclusões citadas pelo Expresso Diário são relativas ao relatório de auditoria interna da PT. Há duas outras investigações em curso. Uma auditoria externa a cargo da Price e outra sob a tutela da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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