O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prolongou por 120 dias o “estado de exceção e emergência económica” em vigor desde fevereiro, mas que agora passa a incluir também medidas para “garantir a soberania” perante agressões internacionais.

“Decidi aprovar um novo decreto de Estado de Exceção e Emergência Económica, que me dê o poder necessário para derrotar o golpe de Estado, a guerra económica, para estabilizar socialmente o país e enfrentar as ameaças que há para a nossa pátria”, disse Maduro na sexta-feira, em Caracas, durante um conselho de ministros.

“Incluí no decreto medidas necessárias para garantir a soberania em qualquer cenário que pretendam agredir-nos”, disse.

Nicolás Maduro afirmou que há um novo “vírus” de Golpe de Estado no continente americano e advertiu que a direita da América Latina pretende “desintegrar” as obras dos governos progressistas, referindo-se ao afastamento do poder da Presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

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Por outro lado, acusou o ex-Presidente da Colômbia Álvaro Uribe de ter pedido uma intervenção na Venezuela com exércitos estrangeiros e denunciou que “estão a ativar-se medidas, desde Washington, pedidas e promovidas pela direita venezuelana”.

O primeiro decreto que declarou o estado de emergência económica na Venezuela foi chumbado pelo parlamento, mas entrou em vigor a 11 de fevereiro, por decisão do Supremo Tribunal de Justiça.

A oposição considera que o decreto pode restringir garantias constitucionais e aprofundar a intervenção do Estado nas empresas privadas, além de estar redigido de maneira a outorgar a Nicolás Maduro poderes especiais.