João Correia da Cunha falava à agência Lusa a propósito do I Fórum do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que decorre hoje e junta vários oradores nacionais e internacionais em torno do tema: “Os hospitais – reforma do Serviço Nacional de Saúde”.
Para o atual coordenador nacional para a reforma do SNS na área dos cuidados de saúde hospitalares, o que Portugal dispõe, “dentro do SNS, como centro estruturante do sistema nacional de saúde, é mais do que razoável”.
“É o melhor SNS do mundo? Não. Precisa de ser alterado? Precisa”, disse, acrescentando: “Estamos num tempo em que continuamos a crescer, mas também de grandes dificuldades. Caiu-nos em cima uma crise económica muito complicada”.
Para João Correia da Cunha, “o maior constrangimento do SNS sempre foi financeiro e agora a situação intensificou-se mais, ao que acresce o aumento exponencial dos custos, nomeadamente graças à inovação. Este é o cenário em que estamos e não adianta lamentarmo-nos”.
O médico considera que há uma série de linhas que nos têm de preocupar: custos com medicamentos e dispositivos médicos, planeamento adequado dos recursos humanos, as novas linhas de referenciação e articulação entre cuidados de saúde.
“Já não estamos em tempos de diagnóstico. Temos de fazer os diagnósticos, mas temos também de introduzir as medidas de alteração”, defendeu.
O Fórum, que segundo o programa é inaugurado pelo primeiro-ministro e encerrado pelo Presidente da República, vai contar com a participação de vários especialistas nacionais e internacionais, entre os quais o coordenador do Relatório Gulbenkian “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar”, Nigel Crisp.