Há hábito dizer-se que o amor é cego. Será por isso que não vê a traição? De acordo com um estudo norte-americano, citado pelo Huffington Post, é provável que o fenómeno seja mais visível do que aquilo que os infiéis querem crer. É que o facto de conseguirem enganar o seu/sua parceiro/a não quer dizer que a traição não seja óbvia. Quem assiste ao filme de fora confirma: é possível detetar a infidelidade à distância.

A traição é denunciada pela forma como as pessoas interagem quando estão juntas. “As pessoas conseguem determinar se outras, que lhes são completamente estranhas, são infiéis ou não, limitando-se a observá-las enquanto interagem, durante um curto período de tempo“, disse Nathaniel Lambert, autor do estudo e professor na Brigham Young University’s School of Family Life, ao Huffington Post.

Foram precisos 51 estudantes da Florida State University – e respetivos parceiro/as – e seis pessoas completamente estranhas para chegar a esta conclusão. Os estudantes tiveram que preencher um questionário sobre se tinham sido infiéis durante a relação. E nem a traição emocional ficou de fora. Os casais foram filmados durante quatro minutos a fazer algo peculiar: um desenho de olhos vendados, em que um dos membros é responsável por guiar o outro, que está temporariamente cego (tal como o amor) a desenhar.

A avaliação das imagens ficou a cargo de seis estranhos, a quem foi pedido que avaliassem a probabilidade de cada estudante ter já traído o parceiro/a. Comparadas as avaliações quase anónimas com as respostas dos inquéritos, a conclusão denotou uma “correlação forte” entre os palpites e a verdade.

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Não satisfeitos, os investigadores fizeram nova experiência com 43 novos casais e cinco estranhos e, voilà, a correlação manteve-se. Lambert explicou ao Huffington Post que os palpites nem sempre foram certeiros, mas que a sua capacidade para detetar quem traía era mais do que um mero acaso. Contudo, ainda há muitas questões que ficaram por responder.

A próxima etapa da investigação passa por determinar o que é que fez com que os estranhos detetem a infidelidade, mas Frank Fincham, co-autor do estudo e diretor do Florida State University’s Family Institute explica porque é que as pessoas têm esta capacidade: “Possivelmente, porque confere uma vantagem evolutiva. Ou seja, “a capacidade de conseguirem detetar a traição pode ajudar a garantir que não perdemos tempo e energia a criar filhos que não são nossos”, escreve a publicação.

“Muitas pessoas estão interessadas em construir relações de longo prazo que tenham significado e a nossa investigação diz-nos que podem estar programadas internamente para identificar tendências que podem ser devastadoras para as relações”, explicaram os investigadores.

Intuição não é ciência, mas na dúvida, pense duas vezes.

Pelo sim, pelo não, ficam seis dicas da secção “Talk Nerdy To Me”, do Huffigton Post, para detetar traidores: