O Hospital de São João, no Porto, anunciou hoje, em comunicado, que deu entrada esta noite naquela unidade hospitalar “um doente com critérios de caso suspeito de Doença por Vírus Ébola (DVE)”.

Ainda segundo o comunicado da unidade hospitalar, “o doente encontra-se clinicamente estável e ficou internado”. Segundo diz o Jornal de Notícias, trata-se de uma mulher de 45 anos, que vive no Grande Porto e esteve num país africano até há poucos dias.

O Centro Hospitalar acrescenta que estão a ser processadas amostras para diagnóstico de DVE, e que irá prestar novas informações quando for obtido o resultado, mas o JN dá conta de um processo mais adiantado: a mulher fez a triagem e os primeiros resultados preliminares apontam para negativo. Ainda assim, só esta manhã serão conhecidos os resultados finais.

Este é o primeiro caso em Portugal de um doente internado numa unidade hospitalar com suspeitas de estar infetado com Ébola.

O Hospital de São João, no Porto, o Curry Cabral e o Dona Estefânia, em Lisboa, são, em Portugal, os hospitais de referência definidos para atender estes casos.

Na última semana, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, assegurou que a Direção Geral da Saúde obteve garantias de que Portugal terá acesso ao soro experimental que foi administrado aos doentes que sobreviveram ao vírus do Ébola.

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Paulo Macedo fez estas declarações na Comissão Parlamentar de Saúde, onde garantiu que Portugal está preparado para responder a eventuais casos de ébola, o que passará pelo acesso ao soro experimental.

Além desta questão medicamentosa, Paulo Macedo disse que Portugal tem vindo a preparar-se para dois cenários: “Para a necessidade de repatriamento de um português que tenha sido infetado pelo vírus e para a importação de um caso do exterior”.

Segundo Paulo Macedo, existem 10 camas pediátricas (no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, e São João, no Porto), bem como mais 34 camas para adultos, nos hospitais Curry Cabral, em Lisboa, e no São João, no Porto, prontas para atender possíveis casos de contágio pelo vírus do Ébola.

O ministro disse ainda que as orientações relativas à resposta ao Ébola estão a ser permanentemente atualizadas, consoante o conhecimento científico que é alcançado.

Na terça-feira, a DGS emitiu um comunicado, indicando que está a analisar os equipamentos de proteção individual que devem ser usados pelos profissionais, bem como o contexto da sua utilização.

As autoridades sanitárias norte-americanas confirmaram hoje o primeiro caso de contágio de Ébola nos Estados Unidos, de uma enfermeira que tratou um liberiano doente num hospital do Texas.

A enfermeira trabalhava no centro hospitalar Texas Health Presbyterian, de Dallas, onde foi tratado o liberiano Thomas Eric Duncan, internado a 28 de setembro e que veio a falecer a 04 de outubro.

Trata-se do segundo caso de contaminação fora continente africano, depois de Teresa Romero, uma auxiliar de enfermagem de 44 anos ter sido infetada ao tratar um missionário que morreu depois de ter sido repatriado da Serra Leoa para Espanha.

A Libéria é o país mais atingido pelo vírus da febre hemorrágica, com 2.316 mortos em 4.033 no total dos sete países afetados, segundo os últimos dados da organização, divulgados na sexta-feira.

Comunicado do Hospital de São João:

1- Deu entrada esta noite no Hospital de São João um doente com critérios de caso suspeito de Doença por Vírus Ébola (DVE).

2- O doente encontra-se clinicamente estável e ficou internado.

3- Estão a ser processadas amostras para diagnóstico de DVE, pelo que novas informações serão prestadas quando obtido o seu resultado.