O PS considera “falso” que a proposta do PSD limite os salários dos administradores da Caixa Geral de Depósitos ao vencimento do primeiro-ministro. João Paulo Correia adverte que, ao repor o modelo anterior, o PSD não está a impor esse teto salarial no banco público, já que esse modelo permitia a remuneração dos “administradores pela média dos últimos três anos e o que aconteceu foi que, globalmente, os administradores da CGD ganhavam mais que o primeiro-ministro.”

João Paulo Correia aponta “incongruências” no projeto do PSD, destacando que esse modelo “permite que os administradores da CGD possam ser remunerados pelas funções que desempenhavam antes de integrar a CGD e não pelas funções de administradores da CGD”. Ou seja, o PS é, por princípio, contra que os gestores sejam remunerados “não pelas funções que desempenham, mas pelas que desempenharam”.

O PS define ainda a proposta do PSD como um “absurdo”, pois não só os gestores vão poder ganhar mais do que o primeiro-ministro, como essa reposição vai “permitir novamente que vogais e vice-presidentes possam ganhar mais que o presidente da CGD.” Os socialistas sintetizam o que pensam do projeto do PSD: tem “uma falsidade e duas enormes incongruências.” O PSD tem dito, no entanto, que pretende repor o modelo anterior para depois voltar a alterá-lo no sentido de impor este teto salarial e acrescentar um fator de “razoabilidade”, avaliado pelo Ministério das Finanças, relativamente ao teto que se refere aos últimos três anos de atividade.

O grupo parlamentar do PS entende que “os administradores da CGD devem apresentar as suas declarações ao Tribunal Constitucional”, mas destacam, mais uma vez, que é a este órgão a quem “compete avaliar e ajuizar, não se justificando neste contexto a apresentação de qualquer iniciativa legislativa adicional”, disse esta quinta-feira, no Parlamento o deputado socialista João Paulo Correia. Esta ideia vem na linha do que tem defendido o líder parlamentar do PS, Carlos César, e, em parte, o primeiro-ministro António Costa.

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