Foram os últimos a entregar os pedidos para as audições da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, mas PSD e CDS são os que querem ouvir mais gente. No total, querem chamar à Assembleia da República 76 pessoas envolvidas de forma direta ou indireta na crise do grupo incluindo membros do atual governo de Passos Coelho e dos governos de Sócrates, membros da família Espírito Santo e os representantes da troika que durante três anos acompanharam o programa de ajustamento do país, incluindo dois comissários europeus: Olli Rehn, antigo comissário dos Assuntos Económicos e Joaquín Almunia, comissário da Concorrência.

A gestão do GES e do BES foi chamada em peso, mas também lá estarão os reguladores do Banco de Portugal. A maioria quer ouvir Carlos Costa, mas também Vítor Constâncio, ex-governador e que agora exerce funções no Banco Central Europeu, segundo o requerimento a que o Observador teve acesso.

Do atual governo de Passos Coelho vão ser chamados a ministra das Finanças, o ex-ministro Vítor Gaspar, Paulo Portas, António Pires de Lima e ainda Carlos Moedas, novo comissário europeu português e ex-secretário de Estado adjuntos. No entanto, o PSD e o CDS querem também ouvir os antigos governantes socialistas do tempo de Sócrates, pedindo a presença de Manuel Pinho, Ana Jorge, Teixeira dos Santos, Vieira da Silva e Correia de Campos.

Quanto à troika, a maioria quer ouvir em Comissão o que Paul Thompson, Abeb Selassie e Subil Lall – da delegação do FMI -, assim como Isabel Vaastenkiste e Rasmus Roffer – do BCE – têm a dizer sobre a crise do banco português que levou ao colapso do Grupo Espírito Santo, durante os anos em que atuaram em Portugal em nome das instituições credoras do país. Os dois comissários referidos pela maioria, vêm também na qualidade de representantes da troika, já que a Comissão fazia parte da tríade que supervisionava o plano de ajustamento.

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