Os funcionários das escolas estão, esta sexta-feira, em greve para exigir, entre outros aspetos, a negociação da criação de uma carreira especial, mas também mais recursos humanos nas escolas. Segundo a Federação Nacional de Educação (FNE), num balanço feito ao início desta manhã, a adesão à greve ronda os 90% e dezenas de escolas estão fechadas um pouco por todo o país.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, que estava junto à Escola Secundária do Restelo, em Lisboa, que está fechada, afirmou que as primeiras informações indicam que há escolas encerradas de norte a sul do país.

“Temos informações de várias escolas, em Mafra, em Torres Vedras, em Bragança, em Vila Real, em Lisboa, no Porto, em Gaia, muitas escolas encerradas é a informações de que dispomos. Noutras escolas há níveis fortes de adesão e poderão funcionar com os serviços reduzidos”, afirmou.

Também esta manhã, ouvido pela SIC Notícias, o secretário geral da CGTP, Arménio Carlos, lembrou que “em Portugal temos escolas com um número de trabalhadores não docentes muito insuficiente”, que “estão a trabalhar na exaustão” e com um “índice de precariedade significativa”.

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A Federação Nacional de Educação (FNE), que para além de docentes também representa funcionários escolares, entregou o pré-aviso de greve a 19 de janeiro, um protesto também apoiado pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) e pela Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP).

Um dos problemas ao qual os sindicatos querem que a tutela dê resposta é a substituição de funcionários com contratos emprego-inserção (CEI) e ‘tarefeiros’ pagos à hora, por valores que rondam os 3,5 euros/hora, por funcionários com formação adequada à função que desempenham na escola, e com um vínculo permanente. Querem também negociar carreiras especiais, descongelar progressões na função pública, rever os rácios para atribuição de recursos humanos às escolas e ver a descentralização de competências para as autarquias esclarecida.

Na quarta-feira, o presidente da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, Artur Sequeira, disse esperar uma “grande adesão” à greve dos trabalhadores não docentes das escolas e apelou às direções para não substituírem os grevistas.

Anteriormente, numa conferência de imprensa conjunta, FNE e FESAP estimarem que muitas escolas iriam encerrar devido à greve de hoje, por haver muitos funcionários descontentes e insatisfeitos com as condições de trabalho.

Na quinta-feira, na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, depois de questionado pelos jornalistas, o ministro da Educação admitiu ser preciso reforçar ainda mais o pessoal não docente nas escolas, porque apesar de tecnicamente os assistentes operacionais serem em número adequado é necessário dar resposta ao problema das muitas baixas médicas.