Após três anos de especulação, um site norte-americano revelou a identidade do membro do SEAL, o grupo de elite da Marinha americana, que matou Bin Laden numa operação secreta no Paquistão, em 2011. Chama-se Robert O’Neill, tem 38 anos e foi condecorado 52 vezes antes de deixar as Forças Armadas norte-americanas.
A revelação foi feita pela SOFREP, uma página de internet com textos noticiosos e analíticos de antigos militares e agentes de operações especiais, na segunda-feira. Fizeram-no em protesto por saberem que a identidade do homem não ficaria escondida por muito mais tempo, uma vez que o canal Fox já tinha agendado a transmissão de um documentário de duas partes para os dias 11 e 12 de novembro, com entrevistas de Robert O’Neill.
O Washington Post também estava em conversações com o homem que disparou o tiro fatal na testa de Bin Laden. Num artigo publicado esta quinta-feira, o jornal norte-americano diz que confirmou a história com outros dois SEAL presentes na missão contra o mentor dos ataques do 11 de Setembro. Bin Laden morreu com três tiros na cabeça.
Entretanto, o pai de Robert O’Neill deu uma entrevista ao britânico Daily Mail a confirmar a história. Robert já tinha falado com à Esquire em 2013, mas na altura era referido como “The Shooter”, para proteger o anonimato.
As Forças Armadas ainda não prestaram comentários, mas sempre se recusaram a revelar a identidade do homem por motivos de segurança. Além disso, a revelação da identidade viola o código de conduta dos SEAL. O pai, Tom O’Neill, não mostra medo de possíveis represálias. “As pessoas estão a perguntar se não temos medo de que o Estado Islâmico nos venha apanhar por causa de o Robert se revelar publicamente. Eu pinto um grande alvo à porta de minha casa e digo que venham apanhar-nos”, disse.
Ao Daily Mail, o pai explicou também que Robert O’Neill decidiu revelar a sua identidade porque a família estará a passar dificuldades financeiras, dado que o ex-SEAL terá perdido alguns dos benefícios que tinha por ter deixado o grupo de elite da Marinha após 16 anos de serviço, em vez dos 20 necessários. No ano passado, “The Shooter” também já tinha referido dificuldades financeiras. As razões serão abordadas no documentário que a Fox vai transmitir.
Robert O’Neill participou em mais de 400 missões de combate, em quatro zonas de guerra diferentes, incluindo Iraque e Afeganistão. Uma das mais mediáticas foi o resgate do capitão norte-americano Richard Phillips, sequestrado em 2009 por piratas ao largo da Somália, e que deu origem ao filme “Capitão Phillips”, protagonizado por Tom Hanks.
O ex-SEAL tem 52 condecorações mas há uma em falta que leva o pai a congratular-se: a “purple heart”, medalha atribuída àqueles que são feridos ou mortos em combate.
Notícia corrigida às 22h55 com a informação de que o site SOFREP tinha revelado a identidade de Robert O’Neill primeiro.