Foi na “humilde qualidade de candidata a presidente de câmara” que Assunção Cristas encerrou o primeiro dia das jornadas parlamentares do CDS, num jantar com autarcas do distrito de Aveiro — distrito onde, com duas câmaras conquistadas, o CDS tem a sua presença autárquica mais forte. E foi perante esta plateia, e com o mote de “ambição máxima” nas eleições de 1 de outubro, que a líder do CDS deixou duas mensagens claras: primeiro, não quer “ataques de pequenez” do CDS num ato eleitoral que tradicionalmente não é a sua praia; e, segundo, é preciso agarrar todas as oportunidades (leia-se, eleições) para “marcar terreno”, nem que seja com vista às próximas autárquicas, que são daqui a quatro anos, ou às outras ainda, daqui a oito.

“Se queremos ser um partido grande do ponto de vista autárquico não podemos pensar apenas nestas [eleições], temos de olhar para estas com olhos postos daqui a quatro anos e quem sabe daqui a oito anos”, disse a líder centrista, socorrendo-se do exemplo dos dois presidentes da câmara eleitos pelo CDS em Albergaria-a-Velha e em Vale de Cambra, que, disse, são exemplos de persistência uma vez que, num caso, o autarca só foi eleito à segunda vez, e no outro, à terceira.

É que o caminho faz-se caminhando e, segundo a líder do CDS, que é também candidata a Lisboa, é preciso “aproveitar todas as oportunidades que nos são dadas”. “E em democracia, oportunidades são eleições”, afirmou, pedindo aos candidatos autárquicos do CDS, nos quais ela própria se insere, que não tenham “tibiezas” nem “ataques de pequenez”, porque é preciso dar “o máximo” em cada ato eleitoral. “É nestas eleições que temos de dar o máximo”, disse, repetindo o lema de “ambição máxima, mas realista, para não haver deceções”.

A ideia de que as ambições autárquicas de Assunção Cristas não se esgotam nas próximas eleições de 1 de outubro voltaria depois a ser reforçada com a líder centrista a admitir que, “em alguns casos”, as autárquicas servirão mais para o partido “marcar terreno” para as próximas eleições locais, lembrando que o ciclo autárquico tem habitualmente 12 anos — “e mais seriam se não houvesse limitações de mandatos”. E que “os frutos” podem colher-se “mais para a frente, para virmos a ter resultados mais substanciais”.

Ou seja, para já, “ambição máxima”, mas como mandam as regras do realismo, se não for para já, não quer dizer que não seja numa próxima. O CDS segue esta quarta-feira para o seu segundo dia de jornadas parlamentares precisamente com o tema das autárquicas e da descentralização na agenda.

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