Passos Coelho assumiu este domingo a responsabilidade política da derrota da coligação nestas eleições europeias, mas diz que Governo vai “levar a sua legislatura até ao fim em nome da estabilidade que o país precisa”. Tanto o primeiro-ministro como Paulo Portas desvalorizaram o resultado do PS, rejeitando qualquer pedido de eleições antecipadas já que, “numa votação em dois terços dos portugueses ficam em casa, não há um voto a pedir que os portugueses querem eleições antecipadas”.

O primeiro-ministro e presidente do PSD assumiu a derrota política das eleições – quando se perde, perde-se não há que estar “a retocar a pintura” -, esclarecendo desde logo que o Governo continuará a levar a cabo a sua “missão” e que a coligação está “para lidar com todas as pressões”, depois de três anos sob programa de ajustamento. Apesar de reconhecer a vitória do PS, Passos Coelho aponta que esta também “não foi tão folgada como tinha sido anunciado” e por isto, o Governo não cede. “Amanhã de manhã manterei-me como primeiro-ministro na missão de conduzir o Governo que lidero para devolver aos portugueses as expetativas legítimas que têm em relação ao futuro” sublinhou.

Uma posição reiterada por Paulo Portas que admitiu que esta derrota “não é saborosa”, mas que avisou ser “precipitado considerar que estes resultados são definitivos em relação às legislativas”. “Para quem pediu maioria, para quem quis fazer destas eleições, eleições legislativas, é certo que venceram, mas não me parece razoável qualquer triunfalismo”, afirmou o vice-primeiro-ministro em relação aos pedidos do PS para eleições antecipadas, mas também à moção de censura anunciada pelo PCP.

O CDS, que tinha dois eurodeputados eleitos em 2009 em listas próprias, perdeu com o resultado da coligação um dos lugares.

Os dois líderes deixaram recados para dentro e para fora, dizendo ser “preocupante que os partidos do arco da governabilidade tenham um resultado bastante inferior à sua tradição”, indicando: “Isto é uma lição não só para nós, mas também para o PS”. Passos Coelho sublinhou que “há resultados nas eleições de hoje que devem ser analisados com maior prudência e de forma mas aprofundada” nos próximos dias.

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ALIANÇA REAGE EM PAR

Admitindo a derrota da Aliança Portugal ao início da noite quando foram conhecidas as primeiras projeções, Paulo Rangel disse que “nada autoriza a mistificação que Assis ensaiou às oito da noite” já que “os resultados do PS não são uma vitória estrondosa ou histórica”. O cabeça de lista, por seu lado, afirmava ser “democraticamente pouco cordial” tirar ilações como fez o PS através do discurso de Assis.

Já Nuno Melo (CDS) sublinhou “que não faz sentido retirar conclusões das europeias para as eleições legislativas”, admitindo a derrota ao dizer não “assumir vitórias à Bloco de Esquerda”.