As escritoras Eleanor Catton, Ottessa Moshfegh e Sofi Oksanen são as primeiras a ser confirmadas para a edição deste ano do Festival Literário da Madeira, que promete ter uma forte presença feminina “de várias partes do mundo”, anunciou a organização em comunicado.

A neo-zelandesa Eleanor Catton ficou conhecida depois de ter sido galardoada com o Man Booker Prize, um dos mais importantes prémios de literatura em língua inglesa, pelo seu segundo romance, The Luminaries (publicado em Portugal pela Bertrand). Publicado em 2013, o livro foi descrito pelo presidente do júri do prémio desse ano, Robert Macfarlane, como uma obra “deslumbrante” e “luminosa”. Catton, então com 28 anos, tornou-se na escritora mais nova a receber o prémio atribuído anualmente pelo Man Group. A autora, que não edita nada desde então, vai lançar um novo romance este ano. Birnam Wood deverá estar disponível no final de 2018.

Ottessa Moshfegh chegou à lista de finalistas do Man Booker Prize em 2016, com o romance Eileen (Tristan Fewings/Getty Images)

Ottessa Moshfegh nunca ganhou o Booker mas já esteve quase, quase. Em 2016, a escritora norte-americana chegou à shortlist do galardão com Eileen (publicado em português pela Alfaguara), romance que lhe valeu no mesmo ano o Hemingway Foundation/PEN Award, atribuído nos Estados Unidos da América a autores que nunca antes tenham publicado um livro extenso de ficção. Ottessa Moshfegh também tem um novo livro agendado para 2018, My Year of Rest and Relaxation, que deverá sair em julho pela Penguin.

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Sofi Oksanen, romancista e dramaturga finlandesa, publicou o primeiro livro em 2003 mas foi com Purge — o romance sobre duas mulheres que se veem confrontadas com um passado que tentam esquecer que começou por ser uma peça de teatro — que ficou famosa em 2008. Desde então, já recebeu inúmeros galardões (dentro e fora da Finlândia) e a sua obra encontra-se traduzida para mais de 50 línguas (alguns dos seus livros foram editados em Portugal pela Alfaguara, incluindo Purge). Em 2013, foi galardoada com o Nordic Prize, atribuído anualmente pela Academia Sueca (responsável pelo Prémio Nobel da Literatura). Foi a primeira mulher finlandesa a receber o galardão.

A finlandesa Sofi Oksanen ficou conhecida com o romance Purge, publicado originalmente em 2003 (Seppo Samuli/AFP/Getty Images)

A 8ª edição do Festival Literário da Madeira, que irá decorrer entre os dias 13 e 17 de março no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, terá como tema Jornalismo e Literatura – a palavra que prende, a palavra que liberta. O evento promete acolher na ilha da Madeira “grandes nomes da literatura, do jornalismo e da música”. “Não é invulgar um jornalista assumir o papel de ficcionista, exercendo, desta forma, o potencial libertário da palavra“, refere a nota divulgada esta segunda-feira. “Vários autores, entre os quais os que também conjugam a escrita ficcional com a escrita jornalística estarão no Funchal a debater sobre como se distanciam ou aproximam da atualidade. São cinco dias dedicados aos artífices da palavra e ao público madeirense.”

Pelas edições anteriores do festival já passaram nomes como Eduardo Lourenço, Alberto Manguel, Helder Macedo, Naomi Wolf, Gonçalo M. Tavares, Mia Couto, Samar Yazbek, Ondjaki, Lídia Jorge, Frederico Lourenço, Eimear McBride, Adam Johnson, Pepetela e Zygmunt Bauman, que morreu no ano passado.