No posto de informações das estações de metro ainda está afixado o apelo da Polícia Nacional francesa: se tiver informações sobre Hayat Boumedienne, de 26 anos, e de Amedy Coulibaly, 32 anos, deverá contactar as autoridades. Ele foi morto na sexta-feira, depois de se barricar num supermercado judaico na Porta de Vincennes, onde quatro pessoas perderam a vida. Ela, segundo informações das autoridades turcas, estará na Síria para onde viajou depois de, alegadamente, ter ajudado o companheiro a matar uma mulher polícia em Montrouge.

No aeroporto de Orly, os controlos são agora mais apertados. Foram reforçados no local das partidas do país, com aumento do efetivo policial junto ao controlo de entrada. Já nas saídas, os passageiros que optem pelos transfers para o centro de Paris são obrigados a etiquetar a bagagem com informação de nome e telemóvel.

Este sábado, menos de 24 horas depois dos dois irmãos Kouachi terem sido abatidos e do sequestrador de Porte de Vincennes ter morto quatro reféns, o ambiente é tenso. Uma mulher que afirmara ser Hayat lançou o pânico no parque de diversões da Disney. A mulher, de cerca de 30 anos, gritou pela janela de um hotel que seria a companheira do sequestrador Amedy Coulibaly e ameaçou fazer explodir o hotel. A polícia viu-se obrigada a evacuar o parque até perceber tratar-se de uma mulher de Marselha, que está de férias na região de Paris. Foi detida e será presente a tribunal.

Junto à mesquita central de Paris, perto do Museu de História Natural, contudo, não há qualquer reforço policial. Às 16h, os parisienses aproveitam o salão de chá e passam uma tarde tranquila, contrastando com o diferente ambiente na estação de metro de Strasbourg Saint Dinis. A mensagem nos ecrãs informativos é clara: “A estação está encerrada temporariamente devido a um embrulho suspeito”. No dia anterior foi a estação de Trocadero encerrada. Suspeitava-se que havia um homem armado no metro. Foi falso alarme.

Na zona dos Champs Elysées, os turistas acotovelam-se indiferentes. Há até fila à porta do Grand Palais. E muita polícia. Mas o reforço policial nesta zona já existia antes dos últimos dois ataques. Antes da primeira investida de Amedy Coulibaly, que resultou na morte de uma mulher polícia, os serviços de informação franceses temeram que houvesse um ataque terrorista. E durante a passagem de ano esta zona, onde também está instalada uma roda gigante (um entretenimento ali instalado entre novembro e fevereiro), foi reforçada com polícias e militares que controlavam de perto os visitantes.

Este sábado, milhares de pessoas manifestaram-se contra o terrorismo por várias cidades francesas – cerca de 700 mil, segundo o Governo francês. No domingo será em Paris, na Praça da República, onde são esperados todos os líderes europeus. A polícia montou uma operação especial de segurança, cerca de 5.500 vão patrulhar a cidade e montar certo junto ao local da manifestação.

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