“O PS não pode esperar até ao verão para apresentar os seus compromissos com os portugueses. O PS tem de ter um programa o mais depressa possível.” Foi Francisco Assis quem o disse no seu habitual espaço de comentário, na TVI24, esta quinta-feira à noite. Costa tem dito que o programa eleitoral só será apresentado na primavera e, recentemente, num encontro com presidentes de federações, apontou a data de 20 de junho (último dia da primavera) como a data da convenção em que o tal programa será apresentado.

Este momento, contudo, está a deixar ansiosos alguns socialistas, como Assis, que entendem que o maior partido da oposição não pode ficar tanto tempo sem apresentar propostas concretas alternativas ao atual Governo. As eleições legislativas deverão ocorrer no início de outubro, devendo ser marcadas pelo Presidente da República em junho.

A propósito das declarações que António Costa fez no decorrer de encontros com investidores chineses, na Póvoa de Varzim, o eurodeputado do Partido Socialista alegou que as palavras de Costa foram “distorcidas” e mal interpretadas. Em cima da mesa, está a polémica gerada em torno do líder do PS, que assumiu perante uma plateia de investidores chineses, a 19 de fevereiro, que Portugal está hoje melhor do que em 2011. Isto em relação ao investimento externo.

Numa conversa partilhada com Paulo Rangel e Fernando Rosas, Assis concordou com o que António Costa disse no decorrer das celebrações de Ano Novo Chinês, dizendo que a “situação é hoje melhor do que há quatro anos, porque o contexto europeu mudou”. Justificou ainda que a comunidade chinesa “investiu ao longo dos anos e não se foi embora”. O deputado acrescentou que as palavras de Costa não são uma contradição do que o líder socialista tem vindo a afirmar sobre o Governo.

Costa declarou, perante a Liga dos Chineses, que “em Portugal, os amigos são para as ocasiões, e numa ocasião difícil em que muitos não acreditaram que o país tinha condições para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos”.

Perante a defesa de Assis, Rangel falou um “discurso catastrofista e radical ao fim-de-semana” e Fernando Rosas colocou uma questão: “Afinal, qual é o balanço do partido socialista sobre a atuação do governo?”.

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