O Presidente da República disse hoje estar “mais aliviado” relativamente à privatização da TAP, considerando que tudo aponta para que a transportadora aérea possa permanecer autónoma, com uma base de operações em Portugal e satisfazendo o serviço público.
Em conversa informal com os jornalistas a bordo do avião que o transportou para Sófia, onde inicia na segunda-feira uma visita de Estado à Bulgária, o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, foi questionado sobre a privatização da transportadora aérea tendo confessado estar um pouco “mais aliviado”.
“A maioria do capital é português, temos de aplaudir”, disse.
Sem se querer alongar muito sobre o assunto, Cavaco Silva começou por recordar as suas afirmações no final de abril, quando disse recear que acontecesse o mesmo à TAP que a outras companhia de ‘bandeira’ europeias, como a Alitalia.
Interrogado sobre a avaliação que Bruxelas fará do negócio, o Presidente da República explicou que as informações que recebe são dadas pelo Governo e pela Direção-Geral da Concorrência, adiantando que a conjugação dos dois documentos aponta para que a TAP tenha possibilidade de permanecer uma “companhia europeia autónoma, com um ‘hub’ [base de operações] em Portugal, satisfazendo serviços públicos e mantendo as especificidades próprias” relativas ao Brasil e ao países africanos de língua oficial portuguesa.
À pergunta sobre ao valor do encaixe financeiro que o Estado estará com a venda da companhia aérea, Cavaco Silva respondeu com outra questão, interrogando os jornalistas sobre que valor que pagariam por uma empresa que tem uma dívida de mil e 60 milhões de euros.
O Presidente da República escusou comentar a possibilidade do negócio ser revertido – como já prometeu o PS, caso seja Governo – dizendo apenas que não contam consigo para participar em pessimismos e miserabilismos, numa alusão ao seu discurso na sessão solene do 10 de Junho.
O Governo anunciou na quinta-feira que decidiu vender o grupo TAP, dono da transportadora aérea nacional, ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano e brasileiro David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa, rejeitando pela segunda vez a proposta de Germán Efromovich.
De acordo com o Governo, a proposta da Gateway era a melhor no que respeita à contribuição para o reforço da capacidade económico-financeira do grupo TAP, ao projeto estratégico e ao valor global apresentado para a aquisição de ações, critérios de avaliação previstos no caderno de encargos.
O agrupamento Gateway é constituído pela sociedade HPGB, SGPS e pela DGN Corporation.