Funcionários da empresa de navegação MyFerryLink incendiaram pneus nos acessos ao túnel ferroviário do Canal da Mancha, obrigando à interrupção do tráfego em ambos os sentidos, enquanto outros manifestantes bloqueavam o porto de Calais, em França.

Um porta-voz do Eurotúnel confirmou à agência noticiosa Efe que cerca de 50 manifestantes entraram nas suas instalações e, pouco antes das 16h00 locais (15h00 em Lisboa), incendiaram pneus nas vias do caminho-de-ferro na entrada francesa do túnel. Trata-se de um protesto contra a venda, pelo Eurotúnel, de dois dos três barcos da MyFerryLink a um dos seus concorrentes, o grupo dinamarquês DFDS.

A mesma fonte adiantou que a circulação dos comboios teve de ser cortadas em ambos os sentidos “por razões de segurança”, sem precisar quando é que esta poderá ser restabelecida.

“Não é a melhor forma de protestar”, considerou fonte da Eurotúnel, em comunicado, no qual afirmava que embora a empresa pretenda evitar o recurso à força para que os comboios possam voltar a circular, admitia que as forças de segurança teriam de intervir para desobstruir as vias.

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Enquanto estes funcionários se manifestavam no túnel do Canal da Mancha, outros bloqueavam os acessos ao porto de Calais, o que impediu que os barcos que fazem a ligação entre França e o Reino Unido operassem com normalidade.

A sociedade cooperativa Scop que explora os barcos da MyFerryLink, propriedade do Eurotúnel, e que emprega cerca de 600 trabalhadores, está sob controlo judicial há dez dias.

No início do mês, o Eurotúnel decidiu ceder dois dos seus barcos à DFDS, depois dos obstáculos levantados pela autoridade britânica da Competência (CMA) para os exportar.

Os marinheiros da Scop consideram que essa decisão põe em causa grande parte dos seus empregos.