Fontes do gabinete do ex-primeiro-ministro luxemburguês, citadas pela agência espanhola EFE, afirmaram que, com base nos contactos preliminares entre Juncker e os vários países, o novo executivo comunitário só terá duas ou três mulheres. “É difícil pensar que o Parlamento Europeu dará luz verde a uma Comissão Europeia com menos mulheres do que a atual”, acrescentaram as mesmas fontes.

A atual equipa do executivo comunitário, liderada por José Manuel Durão Barroso, conta com nove mulheres num total de 28 elementos, incluindo três vice-presidentes. As titulares são originárias de países como Luxemburgo, Suécia, Grécia, Dinamarca, Chipre, Holanda e Reino Unido.

Na semana passada, uma fonte do gabinete de Juncker, citada pela agência francesa AFP, referiu que o político luxemburguês não excluía a hipótese de reequacionar os candidatos que não tivessem o perfil desejado. De acordo com a mesma fonte, Juncker pediu aos governos para apresentarem uma lista de dois ou três candidatos, com uma candidata feminina obrigatória, e uma lista dos cargos desejados. “Até ao momento, as personalidades apresentadas são essencialmente homens e a equipa corre o risco de ser composta por 26 homens e duas mulheres, com 10 candidatos para um grande cargo económico”, referiu então a mesma fonte.

De acordo com a EFE, pelo menos 26 países estão a considerar apresentar candidatos masculinos, avançando os nomes de Espanha (Miguel Arias Cañete), França (Pierre Moscovici), Alemanha (Guenther Oettinger), Áustria (Johannes Hahn) e Holanda (Jeroen Dijsselbloem).

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Até ao momento, apenas dois países, Bulgária (Kristalina Georgieva) e Itália (Federica Mogerini), apresentaram candidatas mulheres.

O Governo português não divulgou, até à data, o nome do candidato português para comissário europeu.

Os nomes propostos têm ainda de ser apreciados pelo Parlamento Europeu antes de assumirem qualquer posição na Comissão Europeia.

O próprio nome de Juncker, que era o candidato do Partido Popular Europeu – vencedor das eleições europeias de maio — tem ainda de ser confirmado pelo Parlamento Europeu, numa votação agendada para 15 de julho, para suceder a José Manuel Durão Barroso.

Ainda no campo feminino, a primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Smith, é encarada por muitos como a candidata ideal para o cargo de presidente permanente do Conselho Europeu, em substituição do belga Herman Van Rompuy.

A atual presença feminina na Comissão Europeia, que ronda os 25%, é inferior à percentagem de eurodeputadas em Estrasburgo, 35% do hemiciclo é composto por mulheres.

Já na ‘fotografia de família’ do Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado e de Governo europeus, surgem apenas cinco mulheres: Angela Merkel (Alemanha), Helle Thorning Smith (Dinamarca), Laimdota Straujuma (Letónia), Alenka Bratusek (Eslovénia) e Dalia Grybauskait (Lituânia).

De acordo com a agência espanhola EFE, todas estas percentagens são inferiores à quota de 40% que a Comissão Europeia recomenda aos Conselhos de Administração dos grandes grupos empresariais, de forma a aumentar o número de mulheres em cargos de direção no espaço comunitário. Atualmente, este indicador não atinge os 20%.