A comissão política distrital do PS Porto chumbou a lista de candidatos a deputados para o distrito, com 40 votos contra, 37 a favor e dois nulos, tendo ido a votação apenas a quota que cabe àquela federação.
A lista chumbada continha apenas os nomes indicados pela distrital — e da qual faziam parte nomes como José Luís Carneiro, os deputados Renato Sampaio, Isabel Santos, João Paulo Correia, Luísa Salgueiro –, não tendo sido objeto de votação os nomes que cabem ao secretário-geral do PS, António Costa (cerca de um terço do total).
O líder da federação do PS/Porto explicou que, antes de ser chumbada pela comissão política distrital, a lista proposta foi aprovada “por uma expressiva maioria” no secretariado distrital. “Esta lista foi resultado de um processo de diálogo entre todas as sensibilidades do PS e correspondeu a um esforço genuíno de unidade, que não foi reconhecido”, disse.
José Luís Carneiro garantiu que o esforço de unidade vai continuar e avançou que as principais críticas dos opositores a esta lista prenderam-se com a questão de representação territorial. “Esta proposta de lista representa um esforço de renovação em mais de 50% e um esforço de cobertura de todo o território“, enfatizou.
Para além dos nomes já indicados, faziam ainda parte da lista proposta Ricardo Bexiga (candidato do PS à Câmara da Maia), Joana Lima (ex-presidente da Câmara da Trofa), Tiago Barbosa Ribeiro (líder da concelhia do PS/Porto), Fernando Jesus (deputado) e Carla Miranda (vereadora do PS na Câmara do Porto).
PS volta a reunir-se esta terça-feira
A Comissão Política do PS vai reunir-se esta terça-feira para concluir o processo de elaboração das listas de deputados e para aprovar um código de ética que será subscrito por todos os candidatos socialistas nas próximas eleições legislativas.
Neste processo, o secretário-geral do PS assumiu como primeira prioridade “a renovação” dos cabeças de listas socialistas, apenas mantendo nestes lugares cimeiros face às legislativas de 2011 o ex-ministro Vieira da Silva (Santarém) e o deputado Paulo Pisco (Europa).
Entre os novos “números um”, António Costa colocou quatro professores universitários independentes: Alexandre Quintanilha (Porto), Helena Freitas (Coimbra), Manuel Caldeira Cabral (Braga) e Tiago Brandão Rodrigues (Viana do Castelo). Na reunião, deverão ainda ser anunciados nomes de outros independentes que estarão em lugares elegíveis nas listas do PS, casos do coordenador do cenário macroeconómico socialista, Mário Centeno, e do economista Paulo Trigo Pereira.
Até agora, os casos mais polémicos ocorreram com a escolha do cabeça de lista da Madeira, com o ex-secretário de Estado Bernardo Trindade a abdicar da sua candidatura depois de ter sido contestado pela estrutura socialista madeirense, mas também a discussão em torno do peso da corrente “segurista” nas futuras listas de candidatos a deputados.
Fontes da corrente “segurista” e da direção do PS que têm estado envolvidas nas conversações para a elaboração das listas admitiram à agência Lusa que o número de elementos que apoiaram o anterior líder, António José Seguro, até poderá crescer face ao número atual.
De acordo com as expectativas dos “seguristas” envolvidos nas conversações com a direção de António Costa, o cenário mais provável aponta para a manutenção de sete deputados (Alberto Martins, João Soares, Nuno Sá, Fernando Jesus, António Gameiro, António Cardoso e Rosa Albernaz) e para a saída de oito (Miguel Laranjeiro, António Braga, Mota Andrade, José Junqueiro, Miguel Freitas, Luís Pita Ameixa, Jorge Fão e Maria de Belém – esta última, por vontade própria).
Depois, ainda de acordo com as mesmas expectativas da corrente “segurista”, poderão entrar agora para o parlamento 17 novos nomes desta linha, quatro dos quais fizeram parte dos secretariados nacionais chefiados por António José Seguro: Eurico Brilhante Dias, Jamila Madeira, Joaquim Raposo e Sónia Sanfona.
No processo de elaboração das listas de deputados no PS, cabe às federações socialistas indicarem cerca de dois terços dos candidatos e ao secretário-geral o restante terço, mas, em última instância, compete sempre à Comissão Política proceder à aprovação final das listas. Na reunião deverá ser rejeitada e reformulada a lista de candidatos a deputados proveniente da Federação de Coimbra por, segundo fonte da direção socialista, não se enquadrar nos critérios aprovados pela Comissão Política do PS realizada no passado dia 10.
Além das listas de candidatos a deputados, a Comissão Política também aprovará a versão final do código de ética, documento que tem estado a ser preparado pelos dirigentes Pedro Delgado Alves, Vitalino Canas, José Magalhães e Jorge Lacão. Por este código de ética, entre outros pontos, os candidatos a deputados pelo PS têm de assegurar não ter dívidas ao fisco nem à segurança social, nem ainda questões com a justiça resultantes do exercício da atividade política.