A primeira vacina contra a malária recebeu esta sexta-feira parecer positivo da Agência Europeia de Medicamentos (EMA). O objetivo não é comercializá-la na União Europeia (UE), mas desta forma a EMA pode promover o acesso ao medicamento de pessoas fora da UE.

A vacina Mosquirix pretende proteger contra a malária causada pelo parasita Plasmodium falciparum (aquele que provoca a forma de doença mais grave), mas também contra a hepatite B (devido à própria composição de vacina). E a EMA, responsável por verificar qualidade, segurança, eficácia e relação custo-benefício, deu um parecer científico favorável para ambas as aplicações.

As recomendações para a utilização da vacina serão definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), até novembro deste ano, e pelas autoridades dos países fora da UE, mas espera-se que seja usada nas áreas onde a incidência é maior, nomeadamente na África subsariana. O público-alvo para esta vacina serão crianças que tenham entre seis semanas e 17 meses.

Os ensaios clínicos foram realizados em países africanos – Burkina Faso, Gabão, Gana, Quénia, Malawi, Moçambique e Tanzânia. Os dados deste ensaio clínico mostraram proteção moderada contra malária causada por Plasmodium falciparum em crianças depois da vacinação, refere o comunicado. “A vacina mostrou-se eficaz a prevenir o primeiro caso ou caso único de malária em 56% de crianças entre os cinco e os 17 meses e em 31% das crianças entre as seis e as 12 semanas”, refere o comunicado. “A eficácia da vacina diminui depois de um ano.”

A vacina, financiada parcialmente pela Fundação Bill and Melinda Gates, foi desenvolvida pela empresa farmacêutica britânica GlaxoSmithKline, noticia o Guardian. O custo total ronda os 565 milhões de dólares (cerca de 516 milhões de euros) e demorou 30 anos a ser desenvolvida.

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