O Banco Espírito Santo (BES) comunicou hoje ao mercado a cooptação de Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato para os cargos de presidente, vice-presidente da comissão executiva e administrador financeiro da instituição, respetivamente.
“O Banco Espírito Santo, S.A. informa que o conselho de administração, hoje reunido, decidiu cooptar (…)Vítor Augusto Brinquete Bento, José Alfredo de Almeida Honório e João de Almada Moreira Rato para as funções de presidente da comissão executiva, vice-presidente da comissão executiva, e administrador financeiro”.
De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), as nomeações visam substituir “Ricardo Espírito Santo Salgado, José Manuel Pinheiro Espírito Santo e José Maria Espírito Santo Ricciardi, também membros da comissão executiva, que haviam renunciado ao mandato”.
O Banco de Portugal (BdP) tinha determinado no domingo a convocação urgente de uma reunião extraordinária do conselho de administração do BES para proceder à cooptação dos novos membros para a comissão executiva.
No comunicado, o BdP informava sobre a cooptação dos membros propostos pela ESFG (Espírito Santo Finantial Group) e apoiados pelo Crédit Agricole: Vítor Bento, João Moreira Rato e Jose´ Hono´rio.
“Esta cooptação será, conforme previsto, objeto de ratificação na assembleia-geral do BES, convocada para dia 31 de julho”, lê-se.
O Banco de Portugal informou que continua a aguardar que lhe seja submetido, para avaliação, o modelo de governo interno que venha a ser aprovado em assembleia geral extraordinária.
“De modo a permitir uma avaliação positiva pelo Banco de Portugal, a assembleia-geral deve assegurar que os membros a designar para o novo órgão societário são adequados tendo, designadamente, por referência os requisitos exigidos na lei para o exercício de funções de administração e fiscalização em instituição de crédito”, lê-se no comunicado do BdP.
Nas últimas semanas, foram tornados públicos vários problemas no Grupo Espírito Santo (GES), a que se juntam alterações na gestão do BES, com a saída do líder histórico do banco, Ricardo Salgado.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que os depositantes do BES têm razões para confiar no banco e afirmou não ter dúvidas quanto à tranquilidade do sistema financeiro português.
Também durante a manhã de sexta-feira, o Banco de Portugal garantiu que o BES detém um montante de capital “suficiente” para acomodar eventuais impactos negativos decorrentes da exposição ao GES, tranquilizando os clientes em relação aos seus depósitos.