O secretário-geral do PS disse nesta quinta-feira em Viana do Castelo que não promete criar 207 mil postos de trabalho, mas compromete-se a colocar em prática medidas que têm como prioridade a criação de emprego. “Eu não prometo 207 mil postos de trabalho, eu comprometo-me com um conjunto de medidas de política que tendo por prioridade a criação de emprego têm um estudo técnico a suportá-lo que estima um conjunto de resultados, na dívida, no crescimento, na redução do défice e também no emprego”, afirmou aos jornalistas à margem de uma visita que hoje está realizar às festas da Senhora da Agonia.

António Costa sublinhou que “convém não confundir promessas com aquilo que são estimativas dos resultados das promessas”, explicando que o PS “não se limitou a apresentar um programa com um conjunto dos seus compromissos eleitorais mas apresentou também um estudo técnico sobre os impactos financeiros das medidas constantes do programa de Governo”.

Na quinta-feira, o PS apresentou em Lisboa os cálculos finais do programa eleitoral, estimando que se as medidas que propõe forem postas em prática podem criar, ao longo da próxima legislatura, até 207 mil empregos.

“Tudo que nos comprometemos a fazer tem viabilidade orçamental, e cabe nas metas que temos acordadas com a União Europeia. Com o programa do PS não há nem risco de rutura com o Euro nem há a fatalidade da impossibilidade de virar a austeridade”, declarou o secretário-geral socialista.

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Questionado pelos jornalistas sobre a carta que o ex-primeiro ministro socialista José Sócrates, detido preventivamente em Évora, enviou à SIC e ao Jornal de Notícias em que acusa a justiça de ter “uma verdadeira motivação” de impedir a vitória do PS nas legislativas de outubro, António Costa apenas disse que “não comenta casos judiciais, quaisquer que eles sejam, designadamente esse caso”.

“Vou estar centrado naquilo em que estou centrado, que é a apresentação do meu programa eleitoral, na discussão do meu programa eleitoral”, frisou, exigindo aos outros partidos políticos “em particular à direita, que apresente as suas contas”.

“Hoje o principal responsável da elaboração do programa da direita vem dizer que não tem que apresentar contas. Ele não quer apresentar as contas. Quer esconder as contas aos portugueses. Quer que os portugueses não saibam aquilo que, efetivamente, se comprometem a fazer”, disse, referindo-se a uma entrevista ao Jornal de Negócios do coordenador do programa económico do PSD/CDS, Pedro Reis.

António Costa adiantou que para que os eleitores possam, no próximo dia 04 de outubro, “escolher bem, com confiança, é fundamental, que ninguém tenha cartas escondidas nas mangas”.