A Fosun, a dona chinesa da Fidelidade, vai avançar com um aumento de capital no valor de 1,5 mil milhões de dólares (1336 milhões de euros) para financiar a expansão nas áreas de seguros e bancos. A Fosun estava a negociar com o Banco de Portugal a compra do Novo Banco, mas o processo não terá tido um desfecho positivo.

A Fosun explica que pretende usar este capital para financiar as necessidades do grupo, que passam por fusões e aquisições no setor financeiro, mas também para pagar dívida. De acordo com números da agência Bloomberg, o conglomerado gastou 5,7 mil milhões de dólares (mais de cinco mil milhões de euros) em compra de ativos seguradores, Fidelidade incluída, nos últimos dois anos. As aquisições, facilitadas pelo baixo valor dos juros, passaram ainda pelo imobiliário e por empresas de outros setores, como o Clube Med, tendo a seguradora portuguesa participado como investidora em alguns destes negócios. 

Em Portugal, o principal ativo da Fosun, a Fidelidade também tem prevista a realização de um aumento de capital para sustentar as aquisições e investimentos realizados no mercado nacional e internacional. Esta operação irá reforçar o capital da Fidelidade em 607 milhões de euros, incluindo a entrada de 500 milhões de euros em dinheiro.

Para além do Novo Banco, cujas negociações poderão não resultar num desfecho positivo, a Fosun fez uma oferta hostil sobre o BHF Kleinwort Benson, um banco que opera na city de Londres, mas que é detido por um grupo belga.

A operação anunciada esta sexta-feira prevê a emissão de 871,3 milhões de novas ações na bolsa de Hong Kong, onde a Fosun está cotada. Os atuais acionistas podem comprar 56 novas ações por cada 500 que detêm. Apesar dos títulos do conglomerado ainda acumularem ganhos desde o inicio do ano, a Fosun não escapou ao crash na bolsa chinesa, tendo sofrido uma desvalorização de 38% desde o pico das ações atingido em maio deste ano.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR