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Os bares de "aprés ski" na estância de Ischgl são apontados como o foco do surto da Covid-19 na Áustria
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Os bares de "aprés ski" na estância de Ischgl são apontados como o foco do surto da Covid-19 na Áustria

Os bares de "aprés ski" na estância de Ischgl são apontados como o foco do surto da Covid-19 na Áustria

A "ganância" da Ibiza do ski que ajudou a propagar o coronavírus pela Europa

Um resort austríaco está no centro da propagação do coronavírus por seis países com mil infetados. E há um grupo de 20 portugueses contaminados nos Alpes franceses. O que liga o ski à Covid-19?

A não ser que seja um amante de ski, é provável que nunca tenha ouvido falar de uma vila chamada Ischgl. Com um nome quase impossível de pronunciar para um português, esta pequena localidade dos Alpes austríacos está hoje no centro da pandemia do coronavírus por ter sido apontada pelas autoridades da Alemanha e de diversos países nórdicos como a origem dos primeiros infetados daqueles países. O Reino Unido diz mesmo que o seu paciente zero foi infetado na estância que é conhecida como a Ibiza do ski.

Ischgl, localizada no famoso vale de Paznaun da região do Tirol, é muito frequentada por jovens alemães, austríacos e nórdicos durante as férias do Carnaval — e costuma ter clientes VIP como Paris Hilton, Naomi Campbell ou Bill Clinton. Os seus aprés ski (restaurantes e bares onde os turistas se concentram após as actividade de ski) são famosos no norte da Europa e foi num deles, o Kitzloch, que o coronavírus terá encontrado as condições ideais para a contaminação: um local pequeno e apinhado, como costuma acontecer no Algarve em agosto. Só um barman terá infetado mais de 100 clientes de diferentes nacionalidades que transportaram a Covid-19 para diversos países europeus.

A Islândia, Noruega, Dinamarca e Suécia detetaram logo no início de março várias dezenas dos seus nacionais que tinham sido infetados em Ischgl, informaram as autoridades austríacas, mas estas nada fizeram para conter o surto. Entre críticas internas de “ganância e fracasso no Tirol” e duras censuras da revista alemã “Der Spiegel”, a Ibiza do ski está no centro de um terramoto. Já foi mesmo aberto um inquérito criminal na Áustria para apurar eventuais responsabilidades criminais na alegada negligência que é imputada às autoridades sanitárias do estado do Tirol.

Grupo de 20 portugueses terá sido infetado em França

Portugal não escapou a esta onda de contaminação através de estâncias de ski. Além de António Vieira Monteiro, o chairman do Banco Santander Totta que morreu aos 73 anos no Hospital Curry Cabral depois de ter sido infetado na estância italiana de Val Gardena (onde também foram contaminados outros portugueses), o Observador confirmou junto de diversas fontes que há, pelo menos, um grupo de mais de 20 portugueses que foram infetados na estância francesa de Val-d’Isére.

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Quer no caso de Vieira Monteiro, quer no caso do grupo de Val-d’Isére, a contaminação ocorreu durante as férias do Carnaval. Este último grupo era composto essencialmente por homens e mulheres da faixa etária entre os 40 e os 50 anos, que deram positivo no teste à Covid-19 depois de 10 de março. Ao que o Observador apurou, vários destes portugueses de Val Gardena e de Val-d’Isére encontram-se estáveis com sintomas ligeiros ou até mesmo assintomáticos.

Além de António Vieira Monteiro, o chairman do Banco Santander Totta que morreu aos 73 anos no Hospital Curry Cabral depois de ter sido infetado na estância italiana de Val Gardena, há pelo menos mais 20 portugueses que foram infetados na estância de Val-d'Isére (Alpes franceses) durante as férias do Carnaval.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) tem assinalado nos seus boletins diários os casos de infeção que foram importados de outros países, sendo que a França regista 93 casos, Andorra (que também é famosa pelas suas pistas de ski) conta com 13 casos e a Áustria regista quatro casos. A autoridade de saúde regista ainda 28 casos importados de Itália, sendo que Vieira Monteiro e outros portugueses de Val Gardena serão três desses casos. Todos estes dados constam do boletim de 29 de março.

Instada a esclarecer se as estâncias de ski têm alguma relação com uma parte dos 138 infetados acima descritos, fonte oficial da DGS não esclareceu em tempo útil o Observador sobre esta matéria.

A trágica história de Ischgl

Com as férias escolares do Carnaval, amantes do ski de toda a Europa enchem as pistas de neve e as estâncias turísticas, localizadas em pequenas terras montanhosas que habitualmente têm poucos milhares de residentes, aumentando exponencialmente as suas receitas. Tal como no turismo de verão, há estâncias para todos os gostos: umas são mais familiares, outras apostam mais na juventude; umas têm as faixas etárias entre os 30 e os 45 anos como público-alvo, outras preferem apostar em clientes mais idosos.

Conhecida como a Ibiza dos Alpes, Ischgl é famosa na Alemanha e no resto do norte da Europa pelos seus resorts de luxo onde só uma noite pode custar mais de 5.000 euros mas também entre os jovens até aos 30 anos. Porquê? Porque, além de mais de 200 km de pistas a 2000 metros de altitude, tem bares de aprés ski conhecidos pela sua animação durante a noite. Os bares de aprés ski não são propriamente espaços de grande dimensão — como uma típica discoteca. São locais muito mais reduzidos e que ficam apinhados a partir do final da tarde — ou seja, o contexto ideal para o coronavírus se propagar com rapidez e eficácia.

Entrada do bar de aprés ski Kitzloch na vila alpina de Ischgl

Foi precisamente num desses bares, o Kitzloch, que o contágio atingiu proporções inimagináveis. Tudo por causa de duas pequenas tradições. Quando enche — o que acontece quase todos os dias durante as férias do Carnaval — os empregados do Kitzloch têm um apito ao pescoço que utilizam para abrirem caminho perante a pequena multidão de jovens que bebem cerveja, schnaps (aguardente muito famosa na Alemanha e Áustria) e uma série infindável de shots. Manda a tradição do bar que os clientes também soprem o mesmo apito — o que terá promovido o contágio.

A outra origem de propagação do coroanvírus ter-se-á devido a um jogo famoso no Kitzloch e noutros bares de aprés ski de Ischgl : o beer pong. O jogo consiste em colocar uma bola pequena, tipo ping-pong, na boca e lançá-la para dentro de uma caneca de cerveja. A mesma bola terá sido utilizada por dezenas e centenas de jovens, o que facilitou a troca de saliva e, claro, o contágio.

Além do barman de 36 anos que terá infetado mais de 100 clientes (e cuja nacionalidade não é clara, com uns media austríacos e alemães a garantirem que é norueguês e outros a assegurarem que é alemão), mais de 15 dos 22 restantes empregados do Kitzloch deram positivo para a Covid-19, segundo o dono do Kitzloch.

Os avisos nórdicos e o paciente zero inglês

O primeiro aviso oficial foi dado pela Islândia. Após a situação se ter descontrolado em Itália, aquele pequeno país nórdico começou a testar os passageiros no principal aeroporto de Reykjavik a partir do final de fevereiro. Foi assim que detetou a 4 de março 14 passageiros da Iceland Air que tinham regressado a casa via Munique depois de terem passado o Carnaval em Ischgl.

No dia seguinte, as autoridades islandesas deram uma conferência de imprensa onde relataram as suas conclusões sobre Ischgl, informaram o Governo da Áustria sobre as mesmas e colocaram aquela vila alpina na lista das 19 zonas de maior risco de coronavírus. Ao lado de Ischgl estavam as piores zonas da China (como Wuhan), da Itália, Irão e Coreia do Sul. Todos os islandeses ou estrangeiros que tivessem passado por aquela estância austríaca a partir de 29 de fevereiro, tinham de ficar em quarentena por 14 dias se entrassem em território islandês.

Também as autoridades sanitárias norueguesas começaram a detetar casos infetados em Ischgl a partir de 7 de março e, após serem ignorados pelas autoridades austríacas, informaram o mecanismo de alarme da autoridade sanitária europeia sobre toda a informação que reuniram sobre a vila alpina. Na semana passada, a Noruega registou 1.400 casos infetados, sendo que 40% desse número terá tido origem em Ischgl. À data de 27 de março, havia um total de 3.441 noruegueses infetados e 15 mortos.

A Islândia informou a Áustria a 5 de março que tinha detetado 14 turistas infetados que tinham estado em Ischgl e colocou a vila alpina na lista das 19 zonas de maior risco de coronavírus, como Whuan. A Noruega, que também foi ignorada pelos austríacos, chegou mesmo a informar o mecanismo de alarme da autoridade sanitária europeia sobre o perigo que representava Ischgl.

Finalmente, a 10 de março, o primeiro-ministro da Dinamarca classificou Ischgl como uma “área proibida” e advertiu os dinamarqueses não deveriam viajar para a Áustria. Mette Frederiksen avançou com dados semelhantes aos da Noruega: àquela data, dos 156 infetados, cerca de 60 tinham estado em Ischgl. Também a Suécia constatou na mesma altura que um sexto dos seus nacionais infetados passaram pela mesma vila, segundo o Financial Times.

Na Alemanha, o país responsável por metade dos turistas que visitam anualmente aquela estância austríaca, a cadeia de acontecimentos foi semelhante. No estado de Baden-Württemberg, no sul da Alemanha, começaram a surgir os primeiros casos ligados a Ischl a 12 de março. O universo potencial de 200 turistas alemães da pequena cidade de Aalen levaram os serviços de proteção civil daquele estado a criarem um email (ischgl@ostalbkreis.de) para localizarem, testarem e isolarem todos os infetados. O ministro da Saúde do governo regional disse mesmo que o “nosso problema não se chama Irão, chama-se Ischgl”, em declarações à agência DPA citadas pela CNN.

Baden-Württemberg (que tem Estugarda como principal cidade), contudo, não foi caso único. Em Colónia, no noreste, e em Hamburgo, no norte, foram registados 80 infetados que, segundo o jornal alemão Die Welt, tinham estado em Ischl e noutras estâncias do vale de Paznaun. E a 13 de março o prestigiado Instituto Robert Koch (entidade pública alemã de referência na biomedicina que lidera o combate ao coronavírus) declarou publicamente a região do Tirol como “uma área de risco” devido ao facto de terem sido detetados 340 infetados que tinham estado naquela área. Iscghl foi a porta de entrada da Covid-19 na Alemanha.

O mais extraordinário no surto de Iscghl é que as suas consequências chegaram até ao Reino Unido. Segundo o The Telegraph, o paciente zero inglês terá sido infetado na estância austríaca mas muito antes dos doentes alemães e nórdicos. Ao contrários destes, que foram detetados em março, o inglês Daren Bland (50 anos) terá sido infetado durante o período de 15 a 19 de janeiro. Quer Bland quer dois amigos dinamarqueses e um norte-americano do estado do Minnesota adoeceram com os sintomas habituais do coronavirus (tosse seca e febre), tendo o turista inglês passado a doença para a sua mulher e filhos.

O autismo austríaco

E a Áustria? O que fez perante tantos avisos e informações dos seus vizinhos europeus?

Antes de responder é preciso dizer que a Áustria é uma República Federal e, tal como na Alemanha, os diferentes estados (lands) têm competências muito alargadas, nomeadamente em termos de saúde. Ou seja, as primeiras decisões são da competência das autoridades sanitárias do land do Tirol, ao qual pertence Ischgl.

E as primeiras decisões foram de total e absoluta desvalorização. Logo a 5 de março, dia em que a Áustria foi oficialmente notificada pela Islândia sobre os 14 infetados ligados a Ischgl, as autoridades sanitárias do Tirol emitiram um comunicado insinuando que os passageiros em causa teriam sido infetados por outro que seguiam no mesmo avião e que tinham estado no norte de Itália. “Sob essa suposição, do ponto de vista médico, parece improvável a existência de contágios no Tirol”, afirmou Franz Katzgraber, responsável sanitário do land que tinha tido a 25 de fevereiro um casal de italianos (dois rececionistas de um hotel em Innsbruck) como os primeiros infetados pelo novo coronavírus.

Franz Katzgraber, diretor da Direção Regional de Saúde do Estado do Tirol, numa conferência de imprensa de 10 de março

dpa/picture alliance via Getty I

Os sinais, contudo, começaram a ser cada vez mais evidentes. A 7 de março, dois dias depois desse primeiro comunicado, o agora tristemente famoso barman de 36 anos do aprés ski Kitzloch deu positivo no teste para Covid 19 e mais de 15 dos 22 empregados do mesmo bar deram o mesmo resultado nos dias seguintes.

A 7 de março, recorde-se, a Áustria e as autoridades sanitárias do Tirol já tinham na sua posse informações da Islândia e da Noruega que ligavam várias dezenas de infetados a Ischgl mas nada foi feito. E os milhares de pessoas que enchiam a estância turística continuaram a frequentar os bares de aprés ski, nomeadamente o Kitzloch, sem nada saberem.

Um dono de um hotel de Ischgl recebeu uma chamada de turistas islandeses a 7 de março. Os clientes queriam saber se era seguro irem à estância de ski. O empresário, que não tinha sido informado de nenhum aviso sanitário, respondeu afirmativamente. Todos foram e todos regressaram infetados à Islândia. “Tenho vergonha de mim mesmo. Como é que eu vou olhar nos olhos dessas pessoas de novo?”, afirma o hoteleiro.

Um dono de um hotel de Ischgl recebeu uma chamada de turistas islandeses a 7 de março. Os clientes queriam saber se era seguro irem à estância de ski. O empresário, que não tinha sido informado de nenhum aviso sanitário, respondeu afirmativamente. Todos foram e todos regressaram infetados à Islândia. "Tenho vergonha de mim mesma. Como é que eu vou olhar nos olhos dessas pessoas de novo?", diz o hoteleiro.

O problema é precisamente a demora que as autoridades sanitárias do Tirol demoraram a agir. Para um país que tinha começado a fazer controlos de fronteira com a Itália logo a 16 de fevereiro, medindo a temperatura de todas as pessoas que entravam em território austríaco, é irónico que só cinco dias depois do primeiro aviso da Islândia é que a entidade liderada por Franz Katzgraber decidiu fechar imediatamente todos os bares de aprés ski em Ischgl — no mesmo dia em que a Áustria fechou as fronteiras com a Itália.

“Ganância e fracasso no Tirol”

E só a 13 de março é que foi imposta a quarentena e a cerca sanitária na vila alpina. Mas só a 15 de março, quando os teleféricos (um meio de transporte fundamental de qualquer vila alpina) deixaram de funcionar, é que o isolamento passou a ser efetivo. Tudo com algum caos muito pouco austríaco pelo meio que permitiu que muitos turistas saíssem da área sem controle sanitário, limitando-se a assinar um formulário em que assumiam o compromisso de regressarem aos seus países e ficarem em quarentena voluntária na sua residência. Em todo o land do Tirol estariam 150 mil turistas naquela altura.

O jornal Der Standard não teve contemplações: “Ganância e Fracasso no Tirol” era o título de um artigo de opinião de Thomas Mayer, um dos principais editores daquele prestigiado jornal vienense, quando foram conhecidos os alertas que tinham sido feitos pela Islândia e pela Noruega. “A ganância derrotou a responsabilidade pela saúde dos cidadãos e convidados. Eles queriam levar esta última semana turística forte” para que os operadores de teleférico e hotéis faturassem, lê-se no artigo. “Eles” são os empresários mas também as autoridades locais de Ischgl e regionais do Tirol que não queriam colocar em causa a época alta das estâncias de ski.

Um dos principais editores do jornal vienense Der Standard não teve contemplações quando foram conhecidos os avisos que tinham sido feitos pela Islândia e pela Noruega. "A ganância derrotou a responsabilidade pela saúde dos cidadãos e convidados. Eles queriam levar esta última semana turística forte para que os operadores de teleférico e hotéis faturassem."

A prestigiada Der Spiegel seguiu a mesma linha de críticas e também não poupou nos adjetivos e recordou mesmo o caso de um médico anestesista de Salzburgo que tinha sido infetado em Ischgl, classificada pela revista alemã como uma “área de reprodução” da Covid-19, e terá passado a doença a médicos, enfermeiras e técnicos de emergência que foram obrigados a ficar em quarentena e impedidos de lutar contra a pandemia do coronavirus. A mulher do médico, que trabalhava num infantário, também foi infetada.

As autoridades locais e regionais, contudo, continuam a dizer que se limitaram a seguir as regras e não assumem qualquer erro. Apesar de afirmar à Der Spiegel que tudo o que aconteceu “é uma catástrofe para Ischgl”, Werner Kurz, presidente de Câmara daquela vila austríaca, assegura que “implementamos todas as regras no tempo certo”.

Günther Platter, governador conservador do land do Tirol, também recusou admitir qualquer erro por parte das autoridades locais e regionais. Em entrevista ao Der Standard, afirmou que a Covid-19 “não surgiu em Ischgl”.

No momento da imposição da cerca sanitária, Ischgl tinha 400 dos seus 1.500 residentes infetados — o dobro de Viena, que tem dois milhões de habitantes, segundo o jornal italiano Corriere della Sera. No total, a Áustria tem 8.648 infetados e 86 mortos à data de 29 de março.

Certo é que o Ministério Público do Tirol determinou a abertura de uma investigação criminal ao que aconteceu em Ischgl, estando sob escrutínio judicial não só a alegada negligência das autoridades sanitárias regionais, como também a alegada omissão de infetados por parte das autoridades e dos empresários locais.

Outros casos de estâncias de ski na Europa

Mas o caso de Ischgl não é o único. Há mais casos de estâncias turísticas de ski em Itália, França e Suíça que têm sido apontadas como uma das causas da propagação do vírus por toda a Europa, o que levou ao encerramento de todas as pistas de ski em França, Áustria, Suíça e outros países desde o dia 15 de março.

Por exemplo, as autoridades sanitárias da Islândia — as primeiras a avisarem a Áustria para o caso de Ischgl — classificaram a 10 de março todas as estâncias de ski da Áustria, Suíça e Eslovénia, assim como as zonas dos Alpes franceses, como “áreas de alto risco” devido à Covid 19.

No caso de França, e além do grupo de 20 portugueses que foram infetados na estância de Val-d’Isére, a vila alpina Les Contamines-Montjoie, perto do Monte Branco (o ponto mais alto dos Alpes), ficou mesmo conhecida como um caso de estudo após um turista inglês, que terá chegado contaminado de Singapura, ter contagiado 12 pessoas com quem partilhou um chalet naquela estância francesa, segundo um artigo publicado na revista “Swiss Medical Weekly”.

Em Itália, além do caso de Vieira Monteiro, que foi infetado na estância de Val Gardena, os resorts de ski foram encerrados a 9 de março. Na zona do vale da Aosta (Alpes italianos), existiam 360 pessoas infetadas, enquanto a zona de Trentino (Tirol do Sul) tinha 23 casos à data do encerramento da época de ski.

As autoridades sanitárias da Islândia — as primeiras a avisarem a Áustria para o caso de Ischgl — classificaram a 10 de março todas as estâncias de ski da Áustria, Suíça e Eslovénia, assim como as zonas dos Alpes franceses, como "áreas de alto risco" devido à Covid 19.

Na Suíça, que conta com um total de 14.829 infetados e 300 mortos à data de 29 de março, verifica-se uma situação oposta à de Ischgl. Apesar de todas as estâncias de ski suíças terem sido encerradas a 13 de março, a conhecida estância de Verbier continuava aberta. Mas neste caso são as autoridades locais, nomeadamente os médicos, que apelaram a um lockdown da vila alpina. As autoridades do cantão de Valais, contudo, recusaram a 23 de março impor uma cerca sanitária em redor da localidade, argumentando que tinha apenas 60 infetados.

O problema, argumentam os médicos, é que muitos suíços e italianos (nomeadamente da zona de Milão, uma das mais afetadas pela pandemia em Itália) têm casas de férias na vila e continuam a chegar à localidade para ali passar a quarentena. Um médico local garantiu mesmo à Reuters que 60% da população local deverá estar infetada.

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