Rui Patricio, 6,5

Nesta sociedade actual, onde o mero acto de evitar um frango é regularmente descrito como “boa defesa”, e defesas competentes são regularmente elogiadas como “grandes defesas”, Patrício fez de facto uma boa defesa, logo a abrir, a remate de Delicatessen. De resto: atento, com pouco trabalho, sem hipóteses no golo.

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Vieirinha, 5

Mau nos cruzamentos (só acertou um, para cabeceamento de Ronaldo), mas acabou por estar envolvido na combinação que deu origem ao golo de Nani. A defender é que pouco lhe correu bem. Algumas falhas de comunicação com Pepe culminaram no lance do golo, em que perdeu posição e deixou fatalmente fugir Manicdepression.

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Pepe, 6

Começou com uma transtornante perda de bola logo aos dois minutos, e pareceu sempre algo intranquilo quando tentou sair a jogar curto. Ofensivamente, redimiu-se com uma improvável Bonucciada ao minuto 25 (que Ronaldo não conseguiu aproveitar). Defensivamente acabou por estabilizar e fazer um jogo razoável.

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Ricardo Carvalho, 7,5

Estreou-se como profissional numa altura em que a população islandesa ainda não entrara no mundo da alta finança e foi resistindo até voltarem todos à indústria pesqueira. Esteve irrepreensível a defender. Um corte perfeito ao minuto 28 foi um belo flashback dos tempos em que era dos melhores centrais do mundo.

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Raphael Guerreiro, 7

Quando se cooptou a palavra “raça” para o futebol, não se estaria certamente a pensar em alguém com o seu aspecto: como o irmão perdido de João Pereira, que estudou na escola do Clube dos Poetas Mortos. Mostrou capacidade para ser frenético em espaços curtos, útil para quem nem sempre teve linhas de passe.

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Danilo, 6

A primeira intervenção serviu de indicador às suas qualidades e defeitos: imponente intercepção no meio-campo, seguida de um passe falhado para a linha ofensiva. Nem sempre ganhou as bolas bombeadas aos armários islandeses, mas cortou pela raíz pelo menos dois contra-ataques. Deu pouco à equipa daí para a frente.

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João Moutinho, 5

Pode continuar a elogiar-se o mesmo que se elogiava aos 17 anos: a disponibilidade e o facto de não se esconder do jogo, oferecendo sempre opções, mesmo quando não lhe ocorrem ideias boas. E pode continuar-se a criticar o mesmo: ineficácia a marcar livres e cantos. Parece não ter ritmo necessário para muito mais.

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João Mário, 6,5

À excepção de um incaracterístico mau domínio na segunda parte, fez tudo certinho quando teve bola – mas sempre com ar de quem procurava nos colegas uma sequência de movimentos específicos que teimava em não acontecer. Saiu depois do primeiro remate (contra Nani), numa altura em que parecia subir de rendimento.

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André Gomes, 6,5

Naquele seu estilo de lânguido pessimismo – como se estivesse sempre à beira de tropeçar – foi dos melhores na primeira parte. Inventou o lance do golo depois obrigar Vieirinha a devolver-lhe a bola no momento certo. Como bónus, conseguiu atingir o tornozelo de um irritante islandês sem que o árbitro suspeitasse.

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Nani, 6,5

Foi o jogador a quem o sistema mais pediu que jogasse contra-natura e o melhor que se pode dizer é que, tendo tido um jogo mais discreto (i.e.: com menos bola), fez relativamente bem o que não estamos habituados a vê-lo fazer de todo. Esforço; quatro cabeceamentos, dois deles razoáveis; e um golo à ponta-de-lança.

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Cristiano Ronaldo, 5

Quase nada lhe correu bem desde o cruzamento perfeito para Nani logo nos primeiros minutos. Más recepções, chutos na relva, cabeceamentos inconclusivos. Teve os seus melhores momentos nos últimos segundos, quando o destino lhe forneceu a oportunidade de mandar dois petardos orgulhosamente contra a barreira.

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Quaresma, 5

Entrou como entra sempre: parecendo não fazer a menor ideia de quem é o adversário, de que minuto assinala o relógio, de qual é o resultado. Na segunda intervenção, partiu para cima do lateral e chutou para uma defesa difícil de Harmonicprogression.

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Renato Sanches, 5

Tentou acelerar a condução de bola pelo meio – algo que fez melhor do que Moutinho, mas sem grandes resultados práticos. Fugiu bem entre o central e lateral adversário ao minuto 85, mas o cruzamento saiu-lhe já em esforço, e sem perigo.

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Éder, 4

O terceiro dos suplentes, e também o que teve menos impacto. Merece por inteiro a nota 4, atribuída depois de se contabilizarem os caracteres que compõem o seu nome.

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