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Moção de censura ao Governo promovida pelo partido Chega na Assembleia da República. Bruno Nunes, deputado do Chega Lisboa, 06 de Julho de 2022. FILIPE AMORIM/OBSERVADOR
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FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Bruno Nunes: "Temos de ponderar se continuamos coligados com o PSD nos Açores"

Vice-presidente da bancada do Chega diz que Ventura é "único e insubstituível", o único político com "oratória e retórica" depois de Sá Carneiro. Ataques do PSD podem rasgar acordo nos Açores, alerta.

Em entrevista ao Observador à margem das primeiras jornadas parlamentares do Chega, Bruno Nunes vice-presidente da bancada parlamentar do partido rejeita que o Chega continue a ser um “partido de homem só”, mas fala num “partido de um homem único”. Sobre o PSD de Luís Montenegro apela a uma “clarificação” e encosta os sociais-democratas à parede. Se continuarem com acusações de fascismo o acordo nos Açores pode cair. Com as legislativas na Madeira já no horizonte, Chega avança com revisão da Constituição para clarificar posições na direita. Governo de direita sem Chega? Sem ministérios e secretarias de estado será impossível.

Na segunda-feira, André Ventura anunciou que em setembro o Chega vai dar entrada com o projeto de revisão constitucional. Sabendo que está chumbado à partida, com a maioria absoluta do PS. É mais um passo do Chega para tentar distanciar ou unir os partidos da direita?
Não sei se está à partida chumbado. Não nos podemos esquecer que quando tivemos o problema da transposição da diretiva europeia por parte do Governo e da vergonha que foi, o próprio primeiro-ministro António Costa disse que estava na altura de pensar, por causa dos metadados, numa revisão constitucional. Veremos se afinal a revisão constitucional servia única e exclusivamente para satisfazer uma necessidade de corrigir um erro do PS ou se o facto desta revisão ser solicitada pelo Chega é o motivo pelo qual fazem o veto — e acreditamos que o façam — pelo princípio de tentar vetar apenas por ser o Chega o que irá, uma vez mais, atrasar o país. Sabemos que os constitucionalistas acham sempre que a Constituição está muito bem. Isto é assim desde a [Assembleia] Constituinte, há uma grande aversão à mexida na Constituição. Achamos que chegou o momento, queremos perceber a posição do PSD e de Luís Montenegro nesta fase em relação a este assunto. Não é uma questão de nos distanciarmos deles, é uma questão de perceber se estão ou não com o nosso posicionamento. Não nos estamos a afastar, só queremos perceber se eles estão a ir para longe e eles é que não se aproximam.

"Foi o próprio PSD que se meteu nesta encruzilhada de tentar criar linhas vermelhas com o Chega"

Antes de ir à questão do PSD, ainda aqui nas jornadas parlamentares. Na segunda-feira Cristina Rodrigues foi uma das oradoras. Houve pessoas que se desfiliaram do Chega revoltadas com a contratação desta assessora. Esses militantes têm razão em tê-lo feito?
Não tenho conhecimento de desfiliações por causa da Cristina Rodrigues, pelo contrário. A Cristina tem tido um papel que não é ideológico, que é essencialmente jurídico, na condição de funcionária do partido e de assessora. Não vou checar se dentro do grupo parlamentar do PSD ou do PS as pessoas que lá estão são todas militantes do PS. É um não-assunto. Sei que, na altura, dada a notoriedade que a Cristina tinha levantou-se esse celeuma, no entanto temos sido claros. A Cristina apresentou e ajudou na revisão e redação das propostas acerca da tauromaquia. É uma colaboradora do partido, faz o seu trabalho, de uma forma que tem sido exemplar até hoje. Isso é o que é importante para nós. Não discutimos ideologia com a Cristina porque não é esse o papel dela dentro do grupo parlamentar.

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E essa diferença ideológica significa que Cristina Rodrigues não chegará a ser deputada do Chega?
A questão da lista de deputados passa sempre pela direção nacional e por André Ventura. De qualquer forma não temos eleições previsíveis nos próximos quatro anos a menos que António Costa tente fazer um número de circo e daqui a dois anos tente ir para a Comissão Europeia. Caso contrário nem sequer existe essa ligação ou pensar que isso pode acontecer. Ontem [segunda-feira] tivemos aqui outro assessor que tinha outra conotação mais à esquerda e que hoje se revê [no Chega]. Essa questão é ponderada daqui a quatro anos e aí se verá em que situação o partido está. O Chega tem vários milhares de militantes, gente capacitada em todos os distritos e concelhias e cada vez crescemos mais, não sabemos o que vai acontecer daqui a quatro anos e acho que não é assunto para ponderar já.

"Ou o PSD percebe que, de facto, o confronto é com a esquerda ou se continua a com a mesma postura que teve no debate da moção de censura o que vai acontecer é que vai perder cada vez mais a direita"

A liderança de Montenegro aproxima mais o Chega ao PSD do que a liderança de Rui Rio?
Temos de perceber o que é que o PSD quer daqui para a frente. Eles é que têm de perceber o caminho que querem fazer. Durante o último mandato percebemos que a única oposição que havia na AR era a de um deputado único. Isso fez com que o Chega passasse de um para 12 deputados e que o PSD perdesse cada vez mais margem de manobra. Aglutinámos por completo a situação do CDS e o que era o posicionamento do CDS. Ou o PSD percebe que, de facto, o confronto é com a esquerda ou, se continua com a postura do debate da moção de censura, o que vai acontecer é que vai perder cada vez mais a direita. Já tínhamos um Rui Rio que dizia que a génese do PSD era de centro-esquerda, temos de perceber agora a posição que Luís Montenegro tem para o partido. Perceber se vai ou não fazer oposição. Não é normal que numa apresentação de moção de censura o maior partido da oposição — e não o melhor — tenha ficado calado durante 1 hora e 40. Se fosse um jogo de futebol o adversário estava com a bola 1h40, pareciam pinos dentro do campo.

Isso tem consequências no relacionamento entre os partidos?
Se o posicionamento do PSD for este do ataque claro temos situações que poderemos repensar, nomeadamente a liderança do partido terá que repensar em relação aos Açores e perceber como vai funcionar a Madeira no próximo ano. O PSD não se pode esquecer que estamos à porta das eleições na Madeira e que dificilmente existirá governo de direita na Madeira sem que seja vincada a presença do Chega. Foi o próprio PSD que se meteu nesta encruzilhada de tentar criar linhas vermelhas com o Chega. Sabemos que esta posição não é consensual dentro do próprio grupo parlamentar, mas temos que perceber agora se Montenegro é ou não Rui Rio 2. A fragmentação interna do PSD é clara e é preciso perceber se Luís Montenegro consegue agregar as vontades de forma a perceber que o caminho é à direita e se junta àquilo que é a nossa indignação e combate ao socialismo ou inevitavelmente vai acelerar nós sermos o segundo maior partido em pouco tempo.

"Para existir baile os dois têm que querer dançar, o que acontece é que o eleitorado do Chega está fixo e não quer relações com o PSD que sabe que não faz oposição e tem tido uma postura fofinha ao longo dos tempos"

Dizia que, caso as coisas se mantivessem, era preciso repensar o acordo nos Açores. O que é que isso significa?
Na apresentação da moção de censura tivemos uma posição em que a determinada altura e, durante o Congresso do PSD, assistimos a dirigentes do PSD a dizer que somos um partido de índole fascista e de extrema-direita. Se continuarem a tratar um parceiro de coligação da mesma forma, porventura — e aqui é literalmente por Ventura –, podemos chegar a um momento em que as bases do partido Chega questionem a própria direção nacional sobre se faz sentido ou não estar a apoiar ou a sustentar um governo que eventualmente nos considera como linha vermelha, algo a que não se deviam juntar. Quando assistimos às declarações de Paulo Rangel à saída do Congresso e percebemos o posicionamento que o ataque em vez de ser ao PS é a preocupação de a determinada altura irmos buscar mais uma franja de eleitorado. Para existir baile os dois têm que querer dançar, o que acontece é que o eleitorado do Chega está fixo e não quer relações com o PSD, que sabe que não faz oposição e tem tido uma postura fofinha ao longo dos tempos.

Há espaço para rasgar o acordo nos Açores? Essa postura do PSD de que fala fragiliza o acordo?
É uma decisão de André Ventura e da direção nacional, como lhe digo. Não passará por mim, enquanto deputado. Como posição pessoal tenho claramente a posição de que se vivo com alguém que me ataca constantemente é um princípio de arrogância em cima do Chega. Temos de ponderar se vale a pena ou não continuar a dar a mão ao PSD. É a minha posição pessoal.

Depois de ter tomado posse como presidente do PSD, Luís Montenegro já teve algum diálogo com o Chega? Marcaram algum encontro?
Que eu tenha conhecimento não, mas não tenho que ter, essas questões não passam pelo grupo parlamentar.

Olhando para uma hipótese de acordo à direita, o Chega admitia estar fora do Governo?
O André Ventura tem sido claro em relação a isso: não estamos aqui por troca de lugares. Estamos aqui por uma posição vincada, a nossa ideologia é a de Portugal e dos portugueses, de fazer bem a Portugal. O posicionamento do Chega nunca será o que o CDS que permitiu. Passando a expressão, o CDS permitiu que o PSD fizesse um abraço de urso que o abafou por completo. Nunca iremos permitir isso, nunca seremos muleta de ninguém no Governo. Ou teríamos as nossas condições muito bem claras, o que obriga à posição em ministérios e secretarias de estado, ou o PSD sabe que não contará connosco.

Para hoje está marcado um encontro com Santana Lopes. Quem convidou quem?
Não sei. Está marcado um encontro, vamos à câmara municipal, acreditamos que seremos bem recebidos. O teor da conversa só no final, prognósticos só no final do jogo.

Falando em prognósticos já depois do jogo, nas últimas autárquicas aqui na Figueira da Foz o Chega não apresentou nenhuma lista, houve alguma conversa com o movimento de Santana Lopes?
Que eu tenha conhecimento não. Atualmente desempenho as funções de coordenador autárquico nacional do partido e o que aconteceu foi que o Chega teve uma estratégia de implantação a nível local e internacional de estar presente no maior número de câmaras, assembleias e juntas de freguesia possível. Não foi possível ir a todas e a Figueira da Foz foi uma das situações, não foi por qualquer acordo com o movimento A ou B.

Olhando para a frente, nas próximas autárquicas o Chega equacionaria apoiar Santana Lopes? Ou uma coligação onde estivesse Santana Lopes?
A pergunta tem que ser feita a Santana Lopes. Se Santana Lopes aceitaria fazer parte do Chega. Não andamos à procura de autarcas, de ninguém que se junte a nós. As pessoas juntam-se a nós naturalmente, aceitamos todos os portugueses de bem. Qualquer candidato autarca que considere que se deve aproximar do Chega será ponderado pela comissão autárquica nacional, depois pela direção nacional. Estamos a quatro anos, não sabemos o que poderá acontecer. Quem se quiser juntar a este grande movimento que deu origem a um partido que é atualmente o terceiro maior, a caminhar para o segundo, aceitaremos qualquer português de bem que se junte aos nossos pergaminhos e ao que começa a ser tradição ao final de três anos de partido.

Ainda assim a receção hoje é um passo de aproximação a Pedro Santana Lopes ou de Pedro Santana Lopes ao Chega?
É um passo de cortesia e respeito. Assim como Rui Moreira recebeu e foi ao Pavilhão Rosa Mota no Congresso do PSD, é uma questão de respeito institucional que o presidente e a figura, independentemente de quem for, do presidente da câmara da Figueira da Foz receba o terceiro maior partido português que realizou as jornadas parlamentares na sua terra. É assim a democracia. Santana Lopes tem a postura correta, consideramos que deve ser assim a convivência democrática.

"Podem começar a dizer que é um partido de um homem único. André Ventura é único e é esse o nosso posicionamento"

A questão do aborto voltou a estar na ordem do dia depois da decisão tomada nos Estados Unidos. Considera que a discussão também deve ser reaberta em Portugal?
O partido tem tido um posicionamento claro em relação a isto: não é o momento de voltar à discussão da lei do aborto. André Ventura já o referiu, consideramos que neste momento não devemos trazer à coação esta questão. No momento oportuno assim que o grupo parlamentar considere que é oportuno trazer, apresentará propostas. Depois do debate interno que decidir fazer e de ouvir as bases do partido. Não nos representamos apenas a nós, temos um único líder e 11 que o acompanham no grupo parlamentar. Somos 40 mil militantes, mas representamos 400 mil pessoas, uma franja significativa da sociedade. Neste momento o líder e o grupo parlamentar consideram que não é o momento de trazer este assunto.

A ser trazido será sempre depois de uma auscultação interna ao partido, é isso?
A ser trazido será depois do debate que tem de ser feito. Representamos 400 mil pessoas e tomamos as posições de acordo com aquela que é a vontade das bases. Basta ver o referendo interno que fizemos em relação à eutanásia e do posicionamento tomado. Apesar de dizerem que somos um partido antidemocrático com tiques disto e daquilo, devemos ser possivelmente o partido mais democrático a nível nacional. As nossas decisões ideológicas são as decisões dos portugueses e de Portugal. Esse será o debate que terá de ser feito internamente e na altura então se assim o considerarmos e, em última instância, André Ventura o considerar, poderá trazer o assunto a debate.

Voltando à sua presença no partido. No debate sobre a moção de censura foi advertido pelo Presidente da Assembleia da República sobre a linguagem que usou. Acha que foi adequada?
Da mesma forma que podia dizer que você hoje aqui no meio dos seus colegas jornalistas é uma linda flor perdida ali no meio, penso que não a estou a ofender de alguma forma. Falei com a deputada do PAN.

No final do debate?
Falei no dia a seguir, estivemos juntos numa comissão. O que foi dito, para quem não acompanhou, é que o PAN neste momento e a deputada única é uma linda flor no meio de um campo e um dia viria uma vaca e comia-a. Não tenho qualquer problema é uma forma de associar facilmente ao pensamento dos portugueses o facto de aquela flor estar isolada e, mais dia menos dia, desaparecerá do Parlamento tornando-se o partido “Os Verdes” dentro do PS. A única dúvida que tenho é se essa franja dentro do PS vai ser ocupada por Rui Tavares, que tem anticorpos no PS. Se a questão foi falar de uma vaca que come uma flor, não a ofendi, não a tratei como um animal. Ela percebeu, no dia seguinte quando falei com ela riu-se. Aliás, Inês Sousa Real faz um tweet imediatamente a seguir a dar biberão a uma vaca. Ela própria se intitulou flor. Ficou-lhe bem para a fotografia, vamos lá a ver no final de contas quem foi o populista porque o biberão fica bonito, mas não é daquela forma, o leite foi mal dado à vaca.

Ainda assim não estão apaziguados.
Estamos. Temos uma relação pacífica e cordial democraticamente. Faço algumas comissões com a deputada Inês Sousa Real. Temos divergências ideológicas, mas respeito-a nos corredores parlamentares. No debate parlamentar atacarei sempre o PAN porque não concordo com o partido animalista que é o PAN ,que tem um fascismo ecológico claramente para tentar retirar direitos, liberdades e garantias que as pessoas adquiriram colocando todas as pessoas a viver como eles querem.

Não concordando com advertência de Augusto Santos Silva, não merecia resposta?
Achei que não. Augusto Santos Silva tem tido este posicionamento algo autoritário. Já interrompeu André Ventura ao dizer que não existem responsabilidades coletivas ali dentro enquanto ele estiver como Presidente da Assembleia da República, mas existem. Tem tomado uma posição na gestão dos trabalhos parlamentares em relação ao Chega que vai começando a ter alguma moderação porque já percebeu que não nos vai conseguir combater, mas muito com tiques de Venezuela ou Cuba, que nunca iremos aceitar. Não entraremos em confronto de baixo nível, mas faremos sempre frente a estas tentativas de limitar os direitos pelos quais as pessoas lutaram no 25 de Abril que só foram consagrados no 25 de Novembro de 1975. A liberdade de expressão existe, temos direito de a fazer e não nos podemos esquecer que Augusto Santos Silva dizia que o que lhe dava mais gozo na vida era malhar na direita. Eles dizem 25 de Abril sempre, eu prefiro dizer 25 de Novembro sempre, socialismo e comunismo nunca mais.

"O André é de facto diferente, depois de Sá Carneiro não existia nenhum homem com a capacidade de retórica, oratória que Ventura tem. Podem dar as voltas que quiserem para tentar encontrar"

É coordenador autárquico do Chega e eleito pelo distrito de Setúbal onde, no Seixal, os eleitos pelo Chega saíram com duras críticas à liderança do partido. O Chega continua a ser um partido de um homem só?
A pergunta já não se coloca. Somos mais de 350 autarcas, também sou vereador do Chega na Câmara Municipal de Loures. O partido tem 11 deputados, mais um. O André é de facto diferente, depois de Sá Carneiro não existia nenhum homem com a capacidade de retórica, oratória que Ventura tem. Podem dar as voltas que quiserem para tentar encontrar. O Chega já tem mais rostos na Assembleia da República, com trabalho nas câmaras e assembleias municipais. Os jornalistas podem começar a dizer que é um partido de um homem único. André Ventura é único e é esse o nosso posicionamento.

Único e insubstituível?
A história de André Ventura confunde-se com a história do Chega. O Chega é a imagem de André Ventura e Ventura é muito o reflexo para dentro do Chega, não temos a mínima dúvida nem queremos que isso mude durante os próximos 10, 15, 20 anos.

É insubstituível para já?
Não é uma questão de ser insubstituível no princípio de que não existem quadros preparados, não tem a ver com isso. É insubstituível na sua forma de ser, combate político e capacidade retórica. Neste momento podemos assumir que, como presidente do partido, André Ventura é insubstituível. Como líder da oposição é insubstituível, como líder da direita em Portugal neste momento. Os partidos políticos fazem-se de lideranças. A fraca liderança do PSD fez com que o PSD desse a maioria absoluta ao PS e a fraca liderança do CDS fez com que saísse da Assembleia da República. Perguntam-me qual a diferença entre o Chega e os partidos que foram aparecendo e desaparecendo ao longo destes 48 anos de pseudo-democracia, tem André Ventura. Durante os próximos anos, até chegarmos ao governo André Ventura é insubstituível, até ao dia em que determinar que quer sair. Aí o partido não terminará, já tem formação de quadros.

Na altura em que foi eleito foi noticiado que tinha ao fisco quer através de uma empresa, quer a título pessoal. Já foram saldadas?
Posso dar-lhe as declarações de não dívida ao fisco e à segurança social. Isso saiu através de um site que ataca constantemente o Chega. As dívidas que a empresa, e não eu, teve foram negociadas e sei que estão em fase de pagamento. As empresas tinham as dívidas negociadas e tenho a declaração de não dívida que posso facultar, estou preparada com ela porque sabia que mais tarde ou mais cedo me perguntariam.

Antes de ser do Chega foi do PPM. Defende a substituição da República por um sistema de Monarquia?
Nunca fui do PPM. Antes de ser do Chega fui militante do CDS, dirigente muitos anos em Loures, afastei-me com a saída do Manuel Monteiro. Voltei a ser desafiado para voltar à política por Gonçalo da Câmara Pereira, que foi candidato pelo PPM ao Parlamento Europeu, que me convidou a representar o partido numa lista de coligação AD. É aí que conheço André Ventura, fui o nome indicado pelo PPM para representar, mas nunca fui militante.

Representou o PPM, mas não defende a Monarquia?
Tenho uma simpatia grande por uma Monarquia Constitucional, essencialmente histórica. Não escondo a simpatia pela Monarquia, considerando que neste momento devíamos viver num sistema presidencialista, o que o Chega defende. Acho que a questão monárquica é histórica, que devemos respeitar, honrar e manter a presença viva nas nossas memórias.

É então incapaz de imaginar um rei?
Sim. Considero que hoje em dia não estamos nessa fase, continuo a considerar que é um espectro bonito para termos como conto de fadas, mas que Portugal já não tem essa capacidade de voltar aos princípios monárquicos. Já não faz sentido, o que faz sentido é o que defendemos como sendo a IV República, um sistema mais presidencialista e não tanto como está hoje em dia. É uma ligação histórica que tenho pelo facto de ter sido deputado municipal pelo PPM, mas é isso.

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