Índice
Índice
Bibi Melech Yisrael. A frase, que significa “Bibi, Rei de Israel”, é entoada por vezes pelos apoiantes de Benjamin Netanyahu (cuja alcunha é Bibi), adaptando a frase original da canção judaica David Melech Yisrael para se referirem ao primeiro-ministro israelita. Foi assim que foi recebido numa reunião do seu partido, o Likud, em janeiro de 2017, logo depois de ter sido aberta uma investigação criminal a Netanyahu. E é assim que muitos dos apoiantes de Bibi continuam a recebê-lo, dois anos depois, nos comícios de uma campanha eleitoral marcada pelo resultado dessa e de outras investigações. Agora, à beira de uma possível reeleição, Netanyahu enfrenta uma provável acusação por três escândalos de corrupção em que está envolvido. Muitos israelitas, contudo, continuam a considerá-lo o “Rei”.
PM @netanyahu welcomed to the Likud faction meeting by cheers and singing of: "Bibi Melech Yisrael" (Bibi is the King of Israel) pic.twitter.com/98GuitU35C
— Raoul Wootliff (@RaoulWootliff) January 16, 2017
As sondagens para as eleições do Knesset (Parlamento israelita) que ocorrem esta terça-feira falam em empate, mas ao longo dos últimos dias alguns estudos apontaram que Netanyahu pode mesmo vir a ser reeleito primeiro-ministro, depois de já ter cumprido vários mandatos: um de 1996-1999 e três entre 2009 e 2019, anos marcados por várias eleições antecipadas. Se tal acontecer — e se Bibi conseguir cumprir este mandato até ao fim —, ultrapassará David Ben-Gurion (1948-1954 e 1955-1963), o “pai” da nação israelita, em anos no cargo, consolidando-se como uma das figuras políticas mais determinantes da História de Israel.
O caminho, contudo, tem os seus obstáculos. Netanyahu continua a ser um político altamente popular mas, desta vez, tem pela frente um adversário que também dá cartas: o general Benny Gantz, que lidera a coligação “Azul e Branco” e que faz sombra à coligação de Netanyahu. A aliança de forças políticas em torno de Bibi também é ela própria polémica, já que desta vez une o Likud a partidos abertamente de extrema-direita como o “Poder Judeu”. E, como se não bastasse, uma sombra maior ainda paira sobre a cabeça do primeiro-ministro: os escândalos de corrupção em que está envolvido e o anúncio do procurador-geral, Avichai Mandelblit, de que tenciona acusar formalmente Netanyahu por suborno, fraude e quebra de confiança.
Perante este cenário, torna-se impossível fazer apostas sobre qual o resultado desta eleição, garante Yehuda Ben Meir, ex-deputado sionista que chegou a ser membro de governos liderados pelo Likud (o de Menachem Begin e o de Yitzhak Shamir), e que atualmente estuda a opinião pública no Instituto de Estudos de Segurança Nacional (INSS na sigla original). “As sondagens colocam o bloco de Netanyahu e o de Gantz muito próximos, têm estado a alternar na liderança. Temos de olhar para estes dados com cautela. É impossível saber o que vai acontecer, temos pela frente uma eleição completamente em aberto”, resumiu. Com um sistema eleitoral onde tantos partidos vão a jogo (mais de 40 nesta eleição), a governabilidade assenta nos resultados de todas as forças políticas, mesmo as mais pequenas. Ao Observador, Ben Meir deixa um aviso: “Só às seis da manhã [do dia seguinte] saberemos com certezas quem é o vencedor: se é Netanyahu, se é Gantz.”
Champanhe rosa, charutos e joias. Os casos de corrupção em que Netanyahu está envolvido
Certo é que, até entre aqueles que não admiram particularmente Netanyahu, há o reconhecimento de que o primeiro-ministro tem uma capacidade de endurance acima da média — é o caso de Anshel Pfeffer, repórter do Haaretz (jornal de referência alinhado à esquerda) e autor da biografia Bibi: The Turbulent Life and Times of Benjamin Netanyahu (sem edição em português, o título pode ser traduzido como Bibi: A Vida e os Tempos Turbulentos de Benjamin Netanyahu), que escrutina a vida do primeiro-ministro. “Ele está na vida política há mais de 30 anos. Para ser capaz de aguentar tanto tempo numa atmosfera política tão intensa como a de Israel é preciso ter muita energia e resiliência e ele claramente tem isso. A maioria das pessoas que entraram na política quando ele entrou já se reformaram e estão a escrever livros de memórias. Netanyahu continua por cá”, reconhece o jornalista ao Observador, num rápido telefonema em plena campanha eleitoral.
Só que aquilo que pode ser encarado como resiliência ou espírito de missão também pode ser entendido como apego ao poder. “Netanyahu tem este desejo ardente de ser primeiro-ministro, esta sensação de que ele deve ser primeiro-ministro. Porque crê que mais ninguém é capaz de proteger Israel como ele”, acrescenta Pfeffer.
Talvez por isso, a tese da acusação do procurador-geral não se refere a crimes que envolvem avultadas somas de dinheiro ou esquemas de corrupção com recurso a branqueamento de capitais. Trata, isso sim, de pequenos “mimos” em troca de favores políticos ou de tentativas de ditar o que sai sobre si nos jornais, que levaram Pfeffer a resumir à New Yorker o caso como tentativas de “influenciar os media e, obviamente, um sentimento de quem acha que tem direito a isto, que pode aceitar prendas”.
Antes da acusação formal, contudo, Bibi terá direito a uma audição pública depois da eleição e só depois a acusação deverá avançar oficialmente. Mas quais são as acusações concretas? São três ao todo:
- Uma por fraude e quebra de confiança, por ter recebido charutos, joias e champanhe rosa alegadamente em troca de uma isenção fiscal, para israelitas emigrantes que regressavam ao país, com o objetivo de beneficiar um produtor de Hollywood e um milionário australiano;
- Outra também por fraude e quebra de confiança por um crime apenas na forma tentada: Netanyahu terá discutido com o publisher do jornal Yediot Ahronot a possibilidade de limitar a circulação de outra publicação (Israel Hayom), altamente favorável ao primeiro-ministro, em troca de cobertura mais favorável do Ahronot durante uma campanha eleitoral;
- Por fim, a última acusação inclui, para além dos crimes já mencionados, um crime de suborno e configura o mais grave dos três escândalos: a de que Netanyahu, enquanto foi primeiro-ministro e acumulou o cargo de ministro das comunicações (2014-2017) terá tomado decisões com o objetivo de favorecer o empresário dos media Shaul Elovitch, em troca de cobertura mais favorável no Walla, um dos sites mais populares em Israel que pertence à empresa de Elovitch.
A juntar-se a estes três casos há ainda rumores de que uma quarta investigação poderá ser aberta, por suspeitas que envolvem um negócio estatal de compra de um submarino a uma empresa alemã, a Thyssenkrupp, que terá laços comerciais com a GrafTech International, empresa da qual o primeiro-ministro foi acionista.
Bibi nega todas estas acusações e acusa o procurador e os jornalistas de serem instrumentos de uma campanha política dos adversários “da esquerda fraca”. “Não deixem que a caça às bruxas que existe contra mim vos confunda”, apelou no Twitter o primeiro-ministro.
אל תתנו למסע הציד נגדי לבלבל אתכם. הבחירות האלה הן בין מפלגת השמאל החלשה של לפיד-גנץ עם גוש חוסם של המפלגות הערביות, לבין ממשלת ימין חזקה בהנהגתי.
רבים מכם שואלים אותי מאיפה אני שואב את הכוחות? התשובה היא: מכם, אזרחי ישראל, שמחזקים אותי כדי שאמשיך להנהיג את ישראל.
שבת שלום ♥️ pic.twitter.com/6TuyQqcRVm
— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) March 1, 2019
“A esquerda pode ter os media, mas nós temos as pessoas”, reforçou Netanyahu num comício no início deste mês, em Beer Sheva, reduto do Likud.
O facto de o procurador-geral Mandelblit estar longe de ser um esquerdista não ajuda ao argumento de Bibi. Mandelblit, que foi nomeado pelo próprio Netanyahu, é um conhecido sionista, ocupou um cargo de destaque no Exército e está à direita no espectro político israelita. “Ele é a última pessoa a quem podem chamar esquerdista”, resumiu Pfeffer à New Yorker. “Por isso é interessante como Netanyahu não o ataca pessoalmente e tenta antes retratá-lo como alguém que cedeu à pressão da esquerda.” Ao Observador, o jornalista acrescenta que esta narrativa pode ser bem sucedida junto do eleitorado mais fiel do primeiro-ministro: “Uns vão dizer que ele está a ser atacado pela oposição, outros dirão ‘ele até pode ser corrupto, mas prefiro tê-lo como primeiro-ministro à mesma’. Só sobram os outros, os que já não o querem de todo.”
Já Ben Meir acredita que a acusação é um fator importante para esta eleição, embora não seja o único: “Se ele perder esta eleição, tenho a certeza que foi também por isto”, afirma. “Temos muitos que estão dispostos a dar-lhe o benefício da dúvida e a sublinhar que toda a gente é inocente até prova em contrário. Mas o fator decisivo será este: perceber se há mais gente que diz ‘está bem, ele tem estes traços de personalidade, mas é um bom político’ ou se há mais a dizer ‘estamos fartos dele, é a sua vez, senhor Gantz’.”
O adversário general. Benny Gantz e a coligação “Azul e Branca” desafiam Bibi
O “senhor Gantz” é precisamente o homem que se tem posicionado para tentar fazer frente a Netanyahu e impedi-lo de conseguir vencer mais uma eleição. General reformado, antigo chefe de gabinete das Forças de Defesa Israelitas (IDF na sigla original), tem as credenciais certas para apelar à maioria do eleitorado: filho de dois sobreviventes do Holocausto, fez carreira no Exército e destaca-se pela postura serena. “É uma pessoa muito astuta, muito calma, e rodeou-se desta equipa a quem chamam ‘o quarteto’”, conta Ben Meir, referindo-se a Moshe ‘Bogie’ Yaalon e Gabi Ashkenazi, outros ex-líderes militares com experiência e ao ex-ministro das Finanças Yair Lapid. “É uma equipa que seria capaz de gerir o país”, avalia o antigo governante. Todos têm bons resultados no que toca à avaliação da popularidade de cada um.
A seu favor, a coligação “Azul e Branca” tem ainda as credenciais militares, num país onde 78% das pessoas confiam nas IDF, segundo dados do Instituto pela Democracia de Israel divulgados pelo The Guardian. “Se se é um general, não se é um chorão”, resumiu o professor de comunicação política Gadi Wolfsfeld ao New York Times. Mas nem tudo são rosas para “os generais”.
A falta de uma ideologia clara do grupo, que se assume como não sendo “nem de esquerda nem de direita”, é evidente. Gantz ora utiliza um vídeo de campanha onde destaca que foram mortos “1.364 terroristas” na ofensiva de Gaza em 2014 e que “só os fortes vencem”, ora faz referências veladas a um “serviço cívico” para todos e ao uso de transportes públicos durante o Shabat “para as comunidades que queiram fazê-lo”, em alusões a direitos para a comunidade árabe no país. Se as primeiras afirmações podiam ser subscritas na íntegra por Netanyahu, as últimas estão muito distantes da política deste primeiro-ministro, que alterou a lei da nacionalidade para definir Israel como um Estado apenas do povo judeu.
Com falta de clareza na mensagem ideológica, a coligação “Azul e Branca” opta por centrar a sua mensagem em torno de uma única ideia: a de que Gantz não é Netanyahu. “Nenhum israelita é Rei”, avisou o general aquando do lançamento da sua campanha. “Agradeço ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pelos seus dez anos de serviço. Nós agora pegamos onde ele ficou.”
Se a estratégia resultará ou não, só será possível perceber quando os resultados forem finais, na madrugada de quarta-feira. Mas o fator novidade nem sempre é garantia de sucesso, alerta o especialista Ben Meir: “As pessoas estão habituadas a Netanyahu”, avisa. “Gantz foi chefe de gabinete, é certo, mas não tem muita experiência política. E o eleitor comum pode dizer ‘bem, pelo menos o Netanyahu eu conheço’.” Será o general a ter de conseguir resolver este quebra-cabeças.
A coligação com a extrema-direita. A jogada de um homem que “floresce no conflito”
Para conseguir os números necessários para formar com facilidade uma coligação governamental no pós-eleições, Netanyahu decidiu juntar-se a dois partidos altamente polémicos no panorama político israelita: o Habayit Hayehudi (“Casa Judaica”) e o Otzma Yehudit (“Poder Judeu”). Se o primeiro já é conhecido por ser uma força política altamente conservadora — ligado aos judeus mais ortodoxos e à defesa dos colonatos —, o segundo é claramente um partido de extrema-direita cujo próprio líder foi impedido de concorrer a estas eleições por “incitamento ao racismo” contra a população árabe de Israel.
Candidato da extrema-direita israelita é proibido de participar em eleição
O “Poder Judeu” foi fundado por seguidores do rabino Meir Kahane, assassinado em 1990, e ao longo dos anos os seus líderes têm defendido propostas de caráter racista como a expulsão de todos os cidadãos árabes de Israel ou a proibição de casamentos e de relações sexuais entre árabes e judeus. A aliança de Netanyahu com uma força tão explicitamente radical causou desconforto até entre os aliados mais firmes do primeiro-ministro israelita como o Comité Israelo-Americano de Assuntos Públicos (AIPAC na sigla original), um conhecido grupo de lóbi pró-Israel nos EUA muitas vezes alinhado com o Likud. “O ódio do Otzma Yehudit não reflete os valores em que se funda o Estado de Israel e deve ser rejeitado”, afirmou o AIPAC.
A decisão de Netanyahu se aliar à ponta mais extrema da direita israelita talvez não choque hoje em dia o eleitorado do país como chocaria em tempos, ao ponto de o prejudicar nas urnas. A tendência dos últimos anos em Israel tem sido a de virar politicamente à direita. O Partido Trabalhista (centro-esquerda), em tempos força política dominante, agora não deverá ir além dos 11 lugares no Knesset, de acordo com a sondagem mais recente. E, de acordo com dados do Pew Research Center de 2016, citados pela New Yorker, apenas 8% dos judeus israelitas se definem atualmente como sendo “de esquerda”.
O facto de Netanyahu, que se assume claramente como um político de direita, ter tido um Governo que se mantém popular ao fim destes anos, faz com que alianças como a do “Poder Judeu” pouco o afetem. “A economia está num dos melhores pontos de sempre da História israelita. Temos pleno emprego e uma inflação praticamente no zero, algo que muitos países europeus gostariam de ter e não têm”, aponta Ben Meir. “Netanyahu também tem apoio do Presidente norte-americano e mantém boas relações com o senhor [Vladimir] Putin. Ele tem uma imagem de alguém que se dá bem com os líderes mundiais.”
Anshel Pfeffer também destaca as boas relações com chefes de Estado de todo o mundo, não apenas Donald Trump ou o Presidente russo, mas também o brasileiro Jair Bolsonaro ou o indiano Narendra Modi. É um elemento que reforça a tese do primeiro-ministro israelita, explica, e que joga a seu favor: “Costumava haver pressão internacional sobre Israel por causa da ocupação [de territórios palestinianos] e ele sempre disse que, se não cedêssemos, o mundo acabaria por nos dar razão. E o mundo já não está a pressionar Israel”, resume para ilustrar como a cartada internacional joga a favor de Bibi. “A economia israelita está melhor, o Médio Oriente está a desintegrar-se, mas aqui tudo está calmo e as nossas relações externas melhoraram. É muito difícil para a esquerda dizer que Netanyahu está errado”, explica.
“Se não fossem as investigações criminais, provavelmente poderíamos dizer que ele já tinha ganho”, resume Ben Meir que, no entanto, prefere ser cauteloso. “Há quem aponte que Netanyahu é conflituoso e quem diga que utiliza uma política de ‘dividir para reinar’ que pode jogar contra ele. A fraqueza de Netanyahu é essa: ele floresce no conflito.” Nada que surpreenda quando se fala num primeiro-ministro que, nas últimas eleições, mobilizou o seu eleitorado ao avisar que os árabes estavam “a ir votar em massa” e que, nesta campanha, já prometeu anexar partes da Cisjordânia.
Mas aquilo que Ben Meir perceciona como fraqueza é algo que o próprio primeiro-ministro parece considerar uma qualidade. Só assim se explica que Bibi dispare em todas as direções: contra os adversários políticos, contra os jornalistas, contra a Justiça. “Sharon e Olmert não atacaram as instituições democráticas, eles eram parte delas”, resumiu à New Yorker Doron Navot, especialista em corrupção, referindo-se a Ariel Sharon e Ehud Olmert, políticos israelitas também acusados de receber vantagens em tempos. “Netanyahu não vai simplesmente contra as instituições e tenta aniquilá-las; ele está convencido do seu papel único na História judaica. Isso é algo que alimenta a própria corrupção, porque pode ser usado para justificar quase tudo.”
O futuro do “Rei Bibi”. Nova entronização ou “Rei morto, Rei posto”?
A grande dúvida é, agora, perceber se essa estratégia de “dividir para reinar” vai continuar a ser bem sucedida como sempre ou se o tempo de Netanyahu chegou ao fim — seja pelos escândalos de corrupção, pela qualidade de Gantz, pelo desencanto dos israelitas com a retórica da divisão ou por uma combinação de todos estes fatores.
Pfeffer não tem dúvidas de que Netanyahu “está sob pressão”, como explicou à BBC. “Quanto mais as acusações criarem problemas para ele, quanto mais surgirem desafios de novos partidos como o de Gantz — ou de rivais dentro do Likud —, vamos passar a ver menos do homem de Estado e mais do político que está a lutar num combate sujo pela sobrevivência.”
De acordo com a lei israelita, se Netanyahu for eleito e enfrentar depois a acusação formal, não é obrigado a demitir-se — podendo por isso ser réu e primeiro-ministro ao mesmo tempo. Se vencer, mesmo com um processo judicial pela frente, terá reforçado o seu capital político, provando que até um Netanyahu sob suspeita é o preferido dos eleitores.
E mesmo que perca, não é certo que seja completamente arredado da cena política de Israel. Os dois especialistas ouvidos pelo Observador consideram como bastante possível um cenário em que o bloco de Netanyahu e o de Gantz se unam para formar Governo. Pfeffer considera que, ideologicamente, os dois grupos têm bastante mais semelhanças do que pode parecer à primeira vista: “A ‘Aliança Azul e Branco’ não é assim tão diferente da coligação da direita”, avisa. Já Ben Meir baseia a razão para uma possível união mais em estratégia do que em ideologia: “Independentemente de quem ganhe, vai ser muito difícil formar uma coligação [governativa], por isso o mais conveniente para os dois é unirem-se. Pode parecer impossível agora, porque eles se estão a defrontar, mas nunca se sabe.”
Vitória incontestada, aliança com o adversário ou derrota esmagadora? Acusação confirmada, novos escândalos de corrupção, condenação ou absolvição? Seja qual for o futuro de Netanyahu após estas eleições, apenas uma coisa é certa: “Ele é o líder mais relevante da política israelita nos últimos 20 anos, por isso não vai sair sem dar luta”, avisa o biógrafo Pfeffer. “E, mesmo que saia, vamos ver o que acontece depois. Porque, como todos sabemos, a política tem horror ao vazio.” Com Bibi, até o ditado que diz “Rei morto, Rei posto” pode perder validade.