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Era uma quinta-feira de manhã quando o telemóvel de William Gallo, editor da Voice of America em Seul, vibrou. Quando pegou nele para ler a SMS que tinha recebido, ficou a saber que um turista polaco de 35 anos, que está alojado no seu bairro, testou positivo para a Covid-19. Clickando no link que acompanha a SMS, pôde saber ainda mais: todos os locais por onde o homem em causa tinha passado desde que aterrou na Coreia do Sul até chegar ao hospital. Isto incluía um supermercado, um banco e um restaurante italiano. O governo sul-coreano pôde ainda informar Gallo e os vizinhos de quando é que o turista usou uma máscara em público e quando é que não o fez.
O relato foi feito pelo próprio jornalista norte-americano e é apenas um dos exemplos das centenas de mensagens escritas que já foram enviadas desde que o surto do novo coronavírus explodiu no país, em fevereiro. A divulgação de informação e a transparência — a par da invasão de privacidade dos cidadãos — é um dos pilares da estratégia que tem sido adotada pela Coreia do Sul para combater a epidemia no país. Isso a par de uma política de testes extremamente bem oleada, de um sistema de saúde reforçado e de uma cultura de respeito pela comunidade têm contribuído para que o país esteja a conseguir achatar a sua curva epidemiológica e registe uma das taxas de mortalidade mais baixas do mundo (131 mortes em quase dez mil casos).
Os números são positivos, razão pela qual a Coreia do Sul é frequentemente apontada como um bom exemplo no combate à Covid-19 pelo resto do mundo. Ainda para mais pelo facto de não ter colocado o país em lockdown, ou seja, impedindo as pessoas de circularem e de saírem de casa. Só que, claro está, nada é assim tão simples. O sistema que joga a favor do país asiático pode não resultar em todo o lado. E o governo de Seul ainda não pode suspirar de alívio: para ultrapassar completamente esta crise, é preciso impedir uma segunda vaga de Covid-19 (que começa a parecer provável com o regresso de sul-coreanos infetados, vindos de outras partes do mundo) e controlar o impacto económico da pandemia.
Para já, foram implementadas medidas extremas: liquidez total para as instituições financeiras, um pacote de 87 mil milhões de euros para bancos e empresas e salários pagos a 90% a quem tem de ficar em casa, além de apoios específicos em algumas regiões. A reação foi imediata às quebras de produção e da balança comercial, mas pode não chegar. A Standard & Poor’s prevê, por exemplo, um declínio de 0,6% na economia sul-coreana.
Presidente Moon Jae-in. A popularidade e as críticas
Nos últimos dias, não é só o telefone dos cidadãos comuns da Coreia do Sul que não pára de tocar. O Presidente, Moon Jae-in, tem passado muito tempo ao telefone — não a receber SMS, mas a atender chamadas.
Esta quinta-feira, quem telefonou foi o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a pedir conselhos sobre como responder à pandemia. Na terça-feira tinha sido a vez de Donald Trump, Presidente dos EUA, e de Pedro Sánchez, chefe do governo espanhol. Antes deles, já o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, tinham telefonado a Moon a pedir conselhos. Até mesmo o Presidente iraniano, Haasan Rouhani, telefonou a pedir ajuda, levando o governo de Seul a estudar formas de auxiliar o Irão sem quebrar as sanções internacionais.
À medida que o mundo vai sendo afetado pela pandemia, os seus líderes viram a cabeça para a Coreia do Sul, onde o pior parece já ter passado. E a sugestão vem da própria Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo presidente, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou a sugerir aos vários países que sigam “as lições aprendidas na Coreia” e as “adaptem ao contexto local”.
O “exemplo coreano” é frequentemente apontado em contraste com as medidas adotadas pela China, que, de imediato, decidiu impor uma quarentena forçada a todos os habitantes de Wuhan, impedindo-os de sair de casa — medida que viria a ser adotada mais tarde também por países como Itália e Espanha. “A Coreia do Sul é uma república democrática, achamos que um lockdown não é uma escolha razoável”, justificou o infecciologista Kim Woo-joo, em declarações à revista Science.
O governo da Coreia do Sul também optou originalmente por não proibir a entrada de pessoas de outros países, nem mesmo da China (com exceção dos que vinham da província de Hubei, onde fica Wuhan). A medida foi inicialmente pedida pela Associação de Médicos da Coreia, como conta a New Yorker, mas Moon decidiu não a aplicar. Os partidos da oposição têm aproveitado para criticar fortemente o governo de centro-esquerda por essa decisão, provavelmente tomada para que Seul não caísse nas más graças de Pequim. Afinal de contas, não só a China é o principal parceiro comercial dos sul-coreanos, como Moon Jae-in quer manter boas relações com os chineses, para que o ajudem a manter a paz com a Coreia do Norte. E não é possível esquecer que tudo isto decorre pouco antes antes das eleições legislativas de 15 de abril de 2020.
Mas, independentemente de todas as dúvidas e críticas, os números não mentem: a Coreia do Sul regista, neste momento, pouco mais de 9 mil casos de infeção por Covid-19, dos quais mais de 4 mil pessoas já recuperaram. A taxa de mortalidade está abaixo de 1%.
A “liquidez sem limites” do Banco Central para lidar com a crise económica
Mas nem tudo é um mar de rosas na estratégia sul-coreana. Por mais que Seul limite o número de infeções por Covid-19 e, sobretudo, o número de mortes, há outro problema trazido pela pandemia que não está a conseguir dominar — a quebra na economia.
O primeiro sintoma fez-se logo sentir na balança comercial. Tendo a China como principal parceiro comercial, era evidente que as exportações para o país iam diminuir e foi mesmo isso que aconteceu: em janeiro, tiveram uma quebra de 10% face ao período homólogo, de acordo com dados citados pelo Korea Herald. Também as importações da China foram afetadas, o que cria problemas em algumas indústrias coreanas, altamente dependentes de material que vem da China, como componentes eletrónicos.
Com o surto a chegar à Coreia do Sul e o recolhimento em casa de muitos sul-coreanos, não tardou a que o impacto se sentisse nas empresas do país. O jornal Hankyoreh relembra que cerca de 60% dos produtores automóveis da Coreia do Sul têm fábricas na região à volta de Daegu, a cidade afetada pelo surto ligado a uma igreja que terá sido um dos principais focos de infeção, o que pode significar problemas para empresas como a Hyundai.
Outro jornal sul-coreano, o Chosun, fala em problemas mais concretos: a petrolífera S-Oil, por exemplo, está a considerar despedimentos coletivos pela primeira vez desde 1976. Na mesma área, a Hyundai Oilbank decretou um corte de 20% nos salários dos administradores. E na indústria das transportadoras aéreas, há já 10 mil trabalhadores em layoff em casa, sem receber salário, de acordo com o Chosun. A nível nacional, o impacto também já é sentido: a Standard & Poor’s previu esta segunda-feira um declínio de 0,6% na economia sul-coreana.
Para grandes males, grandes remédios. Temendo a recessão mundial que pode ser causada por esta pandemia, a Coreia do Sul decidiu também meter mãos à obra no capítulo económico, para além do da saúde pública. Esta quinta-feira, o Banco Central da Coreia anunciou que irá fornecer “liquidez sem limites” a todas as entidades financeiras para “reduzir o impacto económico da propagação da Covid-19 e acabar com incertezas no mercado financeiro” — uma medida que, segundo a Yonhap, não foi sequer tomada nas crises financeiras de 1997 e de 2009.
O governo também aprovou um pacote de apoio económico no valor de 100 triliões de wons (cerca de 87 mil milhões de euros), em que cerca de metade será canalizado para os bancos e a outra metade para as empresas. Neste momento, há apoios governamentais para evitar os despedimentos, com o Estado a oferecer-se para cobrir 90% do valor dos salários de trabalhadores enviados para casa até junho. Os valores inicialmente propostos eram de 67% e 50% dos salários (para PMEs e grandes empresas, respetivamente), mas foi entretanto revisto em alta.
Para além disso, os cidadãos que estejam em isolamento social por terem contraído a doença ou contactado com alguém infetado recebem neste momento vários apoios das autarquias locais para ficarem em casa. Há, por exemplo, o subsídio de 300€ por mês dados aos cidadãos “vulneráveis” na província de Gangwon ou o de cerca de 400€ atribuído pela cidade de Jeonju àqueles que estejam impedidos de trabalhar devido à epidemia, como trabalhadores despedidos, funcionários a tempo parcial ou trabalhadores independentes cujo negócio é afetado pela epidemia, como taxistas.
A Igreja do “Pastor Prometido” onde o surto de Covid-19 se propagou
Tudo começou numa igreja. Igreja essa que, para a maioria dos sul-coreanos, é encarada como uma espécie de culto. A Igreja Shincheonji de Jesus e Templo do Tabernáculo do Testemunho (nome oficial) existe desde 1984 e tem cerca de 200 mil seguidores na Coreia do Sul. O seu fundador, Lee Man-hee, é polémico: diz ser um “anjo” enviado por Jesus, o “Pastor Prometido” e único capaz de decifrar as mensagens escondidas no Apocalipse, último livro da Bíblia.
O facto de Lee Man-hee aconselhar os fiéis a continuarem a ir às suas missas mesmo que estejam doentes pode ter sido um dos fatores que contribuiram para a disseminação da Covid-19 na Coreia do Sul, quando uma mulher, conhecida na imprensa sul-coreana como “Paciente 31”, continuou a frequentar as cerimónias da Igreja Shincheonji na cidade de Daegu, mesmo estando com febres altas. Afinal, a “Paciente 31” estava infetada com o novo coronavírus — e a Igreja Shincheonji acabaria por estar ligada a 55% dos casos confirmados em toda a Coreia do Sul, de acordo com números da agência de notícias Yonhap.
A reação pública de condenação da Igreja Shincheonji foi imediata: “São uma organização religiosa anti-social que só dá prioridade à sua própria proteção e crescimento, sem se preocupar com a saúde e segurança públicas”, acusou o presidente da Câmara de Daegu, Park Won-soon.
A imprensa mundial debruçou-se sobre o culto, fascinada com os detalhes de uma comunidade tão fechada, que atrai sobretudo sul-coreanos na casa dos 20 e dos 30 anos. “Éramos apenas robôs proselitistas”, descreveu uma ex-membro ao The New York Times. “Gastava o mínimo possível em comida para usar o dinheiro que tinha a comprar cafés no Starbucks para as pessoas que queria converter.”
A ira contra a Shincheonji subiu de tom. Uma petição para que a Igreja seja proibida já tem quase um milhão e meio de assinaturas. A procuradoria de Seul está a ponderar abrir uma investigação contra o líder, Lee Man-hee, por negligência. Os seguidores dizem que estão a ser usados como bodes expiatórios.
“Testar, testar, testar”? Só graças à experiência do MERS
Independentemente da proporção (ou falta dela) na reação à Igreja Shincheonji, uma coisa é certa: a rápida identificação da Paciente 31 e do foco na Igreja em Daegu contribuiu e muito para ajudar o conter o surto naquela região do país. “Conseguimos lidar com isto sem ter de limitar a liberdade de circulação das pessoas porque descobrimos a origem da infeção, que era a congregação, muito rapidamente”, apontou ao The New York Times a epidemiologista Ki Mo-ran. “Se tivéssemos descoberto só mais tarde, as coisas podiam ter corrido muito pior.”
Esse foi um dos pontos para o sucesso, mas não é o único. Outro dos motivos frequentemente apontados para os bons resultados coreanos está contido no mantra “testar, testar, testar”, que tem sido promovido pela OMS. O país tem capacidade para realizar 15 mil testes por dia à Covid-19, uma rapidez apenas batida pela China e pelo Bahrain.
Assim que o novo coronavírus surgiu na China, ainda em janeiro, o Centro para Controlo e Prevenção de Doenças da Coreia do Sul reuniu-se com vários fabricantes privados sul-coreanos para perceber como reagir à doença. Ali ficou decidido que teria de haver uma parceria entre setor público e privado e, como o Observador já tinha contado, chegou-se a acordo para agilizar os concursos de produção de kits de testagem.
“Discurso político não é o da verdade. Portugal devia estar a fazer mais testes”, diz fonte da DGS
Ao todo, há neste momento 600 centros de teste onde qualquer cidadão se pode deslocar para ser testado, nalguns até em sistema de drive-thru, sem ter sequer de sair do carro. Quem tiver sintomas ou houver suspeitas de que contactou com alguém infetado, não paga nada. Se não, também pode ser testado, mas paga cerca de 140 euros. Depois, os hospitais e os vários laboratórios privados que têm contrato com o Estado analisam as amostras e os cidadãos são informados do resultado por SMS em menos de 24 horas.
O sistema foi montado em 17 dias, razão pela qual o presidente da Fundação Laboratorial de Medicina, Gye Cheol Kwon, disse à BBC dever-se tudo ao gene bali bali — “bali” é a palavra para “rápido” em coreano.
E o sistema como um todo importa. Não basta ter milhares de kits de teste disponíveis se depois não existir um sistema com laboratórios, técnicos e veículos de informação suficientes e oleados. “Para a Coreia realizar todos estes testes, teve de colocar primeiro todos os pontos nos is”, resumiu à NPR o epidemiologista Eric Feigl-Ding. “Acho que a Coreia fez um ótimo trabalho.”
Uma agilidade que se deve em muito a dissabores do passado. Em 2015, aquando da epidemia do Síndrome Respiratório do Médio Oriente (MERS na sigla original), a Coreia do Sul foi um dos países mais afetados fora do Médio Oriente. Um único caso deu origem a outros 185 infetados e levou a 36 mortes. Desde então, os sul-coreanos ficaram vidrados em garantir que algo do género não se repetia.
“Essa experiência demonstrou-nos que os testes em laboratório são essenciais para controlar uma doença infecciosa”, apontou Kim Woo-joo à Science. E, num país onde “os privados correspondem a 90% do sistema de saúde e da capacidade de fazer testes” — como aponta Lee Hyukmin da Universidade de Yonsei — era necessário articular esses privados dispersos e centralizá-los para trabalharem com o Estado. Essa reorganização foi feita de imediato na sequência do MERS, razão pela qual agora a reação foi tão rápida.
Videovigilância, cartões bancários e telecomunicações. Como o Estado se informa e informa os cidadãos
Na mesma altura, foi aprovada legislação para permitir acesso do Estado a dados privados, a fim de ajudar a controlar a propagação de uma epidemia. Foi assim que o governo sul-coreano passou a poder aceder a mais imagens de videovigilância nas ruas, a poder fiscalizar as transações bancárias com cartões e a poder utilizar os dados das telecomunicadoras para ter uma noção clara dos movimentos dos cidadãos infetados e perceber assim melhor as correntes de transmissão.
Para além de fazer duas conferências de imprensa por dia e de enviar mensagens detalhadas aos jornalistas sobre cada morte, como explica a Economist, o governo sul-coreano também está a usar a tecnologia para informar os cidadãos. É assim que cada pessoa recebe uma SMS caso haja um caso detetado no seu bairro e que os movimentos da pessoa infetada são detalhados e transmitidos aos cidadãos, para que estes tenham assim mais cuidado e possam perceber se estiveram em contacto com essa pessoa ou em situação de risco. O objetivo também é o de convencer assim as pessoas em ficarem em casa, sem ter de decretar o recolhimento obrigatório.
É claro que o sistema só funciona porque a Coreia do Sul é dos países do mundo onde mais se utilizam transações por cartão e um lugar onde há mais telemóveis do que pessoas, bem como oito milhões de câmaras de videovigilância nas ruas, como aponta o académico Jung Won-sonn.
E, embora eficaz, o sistema levanta outras dúvidas sobre a sua aplicabilidade em diferentes países. Estaríamos nós disponíveis para sermos filmados e investigados, bem como para ver os nossos dados médicos e pessoais serem revelados aos nossos vizinhos? “Se a Coreia do Sul e a Singapura forem exemplos, a privacidade médica e eletrónica estão à beira de serem abandonadas. É a extensão de poder estatal mais dramática desde a II Guerra Mundial”, avisa a Economist.
A própria Comissão de Direitos Humanos da Coreia do Sul mostrou-se preocupada com este sistema, que diz expor os pacientes “a críticas, ao ridículo e a ao ódio”. Mas, no geral, a maior parte das pessoas na Coreia do Sul parece não se importar com esta perda de privacidade em troca de mais saúde pública. A última sondagem, publicada na terça-feira, dá conta de que quase 60% dos inquiridos estão satisfeitos com a resposta que tem sido dada pelo governo à epidemia, de acordo com o Korea Herald.
Uma postura que, como aponta o professor na Universidade Dongseo na Coreia do Sul, Justin Fendos, não é de espantar, tendo em conta a cultura sul-coreana. “Os coreanos têm muita consciência social e vão para lá do possível para tentar reduzir o risco para os outros. Do ponto de vista da contenção de um vírus, isto é uma dádiva”, afirmou num artigo publicado no The Diplomat. O The Guardian chama-lhe um desprezo pelo minpye, a ideia de “provocar chatices a outros”, que perpassa pela maioria da sociedade sul-coreana. E que não é necessariamente copiável noutro tipo de sociedades, como as ocidentais.
Esforços na saúde e na economia podem não chegar. Segunda vaga ainda é um risco
Mas quaisquer que sejam os apoios, os remédios ou as soluções, tudo isto tem um limite. Uma pandemia é sempre uma pandemia e mesmo os mais bem preparados podem não conseguir controlar todas as variáveis. Para além das consequências económicas imprevisíveis a nível mundial, a própria propagação do vírus dentro do país não está ainda totalmente controlada. Nos últimos dias, com a chegada de vários sul-coreanos que estavam fora do país e que regressam agora, o número de infeções tem voltado a subir. Esta quarta-feira, o governo informou que mais de metade são casos vindos de fora da Coreia do Sul, razão pela qual a partir desta sexta-feira irá ser imposta uma quarentena de duas semanas a qualquer pessoa vinda do estrangeiro.
Ao mesmo tempo, o governo que até aqui tinha tentado não restringir a liberdade de circulação começa a apertar a malha. No passado domingo, o primeiro-ministro Chung Sye-kyun recomendou que discotecas e bares, congregações religiosas e grupos desportivos fechassem portas nas próximas duas semanas. E declarou que o governo irá aplicar o “princípio de tolerância-zero” àqueles que violarem as regras de isolamento social sem motivo razoável.
O tempo dirá se tal chegará para que a Coreia do Sul contenha uma possível segunda vaga da epidemia e para que possa continuar a ser apresentada como um exemplo de sucesso. A taxa de mortalidade tem subido ligeiramente, passando dos 0,6% registados no início do mês para os 1,38% apontados esta terça-feira. Para já, apesar das dificuldades, continua a ser bem mais baixa do que a média mundial registada pela OMS neste momento (4,9%). E, apesar de tudo, há ainda sinais de esperança. Como a da mulher que, esta quinta-feira, foi declarada como oficialmente curada da infeção por Covid-19 — e que tem 97 anos.