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Do novo azul de Queluz ao azul do Tejo, há um parque do tamanho de Monsanto a ser planeado – como surgiu a ideia

Queluz tem sido um Palácio “infeliz”. António Lamas escreve sobre o plano para o salvar do estado de degradação que atingira ao cabo de dezenas de anos quase sem investimento.

Em 2012, a Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML) recebeu do governo (DL 205/2012) a gestão do Palácio e Jardins de Queluz e do Palácio de Sintra. Pretendia-se que as provadas capacidades de gestão de património histórico que a empresa demonstrara em Sintra, salvassem o “infeliz” Palácio de Queluz do estado de degradação que atingira ao cabo de dezenas de anos sem quase investimento.

Um Palácio “infeliz” desde 1807

Queluz, desde o seu período áureo – a segunda metade do século XVIII – tem sido um Palácio “infeliz” por diversas razões: a construção do grandioso projeto inicial, para o qual foram reunidas vastas propriedades na “Quinta de Queluz”, foi interrompida pela partida da Família Real para o Brasil, em1807, levando consigo a maior parte do seu recheio (só a metade poente desse projeto, o atual Palácio, e os corpos do Quartel e do edifício da Torre do Relógio, foram construídos); apesar de D. Pedro IV, pouco depois da vitória liberal sobre D. Miguel, ter querido morrer em Queluz no mesmo quarto em que nascera (o quarto D. Quixote), a sua filha, a Rainha D. Maria II e seu marido, o Rei D. Fernando II, não viveram em Queluz, pois a sua atenção estava em Sintra, na construção do Palácio e Parque da Pena; e os seus descendentes pouco tempo passaram em Queluz, que se foi degradando, de tal modo que D. Manuel II, sem recursos para o recuperar, entregou-o ao Estado após subir ao trono; em 1911, o governo republicano instalou nas quintas e Jardins do Palácio a Escola Prática de Agricultura de Queluz, que tratou estas propriedades como terrenos de produção; e, em outubro de 1934, durante as obras de restauro conduzidas por Raul Lino, um grande incêndio destruiu as alas norte do Palácio.

Provavelmente por falta de dinheiro, na reconstrução das zonas incendiadas a quase totalidade do primeiro piso foi eliminada, o piso térreo do Pavilhão de Robillion não foi acabado e as fachadas e coberturas foram “simplificadas” eliminando rebocos moldados e as cores e gradeamentos dourados originais.

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Esta desconhecida “relíquia” às portas de Lisboa é um quase “montado desenhado” de azinheiras, sobreiros e carvalhos, murado, com mais de 20 hectares, cortado por alamedas. Era originalmente uma área de recreio da corte para pequenas caçadas e mesmo lide de touros.

A partir de 1960, como testemunham sucessivas fotografias aéreas, iniciou-se o retalhamento da Quinta de Queluz, com a entrega de grandes áreas a instalações militares ou às Câmaras de Sintra e Amadora para loteamentos.

Deste “assalto” a Queluz fez parte a construção do IC19 (anos 1990), que passou a ser uma crescente fonte de ruído e poluição e separou os Jardins da Matinha de Queluz. Gerida pela Direção-Geral das Florestas, a quem sucedeu o Instituto de Conservação da Natureza, a Matinha acabou por ser entregue em 2006 à Câmara de Sintra. Ainda há pouco tempo era um local de tráfico de droga, prostituição e um matagal abandonado.

Esta desconhecida “relíquia” às portas de Lisboa é um quase “montado desenhado” de azinheiras, sobreiros e carvalhos, murado, com mais de 20 hectares, cortado por alamedas (que ainda perduram, mas são quase só perceptíveis a partir de antigos desenhos), replicando o traçado barroco dos bosquetes dos próprios Jardins do Palácio. Era originalmente uma área de recreio da corte para pequenas caçadas e mesmo lide de touros.

Mas a construção do IC19 foi também acompanhada da instalação de um nó a poente do Palácio e da abertura, no sentido Lisboa-Sintra, de uma “saída controlada” antes do Palácio, a franquear unicamente em alturas de recepções oficiais. Por razões não registadas, e apesar do acesso dos habitantes de Queluz ao IC19 estar assegurado pelo referido nó, esta “saída” foi franqueada, e a frente do Palácio passou a suportar um trânsito intenso de viaturas de turismo e de habitantes vindos de Lisboa. Mais, o espaço entre o Palácio e a atual pousada – adaptada nos finais dos anos 1990 a partir do corpo da torre sineira – passou a ser um descontrolado estacionamento de carros e autocarros. Importa ainda salientar que a curva do IC19 entre os Jardins de Queluz e a Matinha, escolhida para a implantação de grandes outdoors para propaganda política, é um dos troços de estrada com maior sinistralidade do país.

Parque Metropolitano de Queluz-Jamor (Palácio assinalado). Comparação com Parque de Monsanto, à direita (imagem tratada por J. P.Falcão de Campos)

Pelo caminho, as maciças urbanizações que foram cercando Queluz agravaram os regimes de cheia da ribeira do Jamor e das outras duas ribeiras que nela desaguam no perímetro dos Jardins de Queluz: a de Carenque e a das Forcadas, que, no conjunto, determinaram em tempos idos a fertilidade e abundância de água das quintas de Queluz. De facto, quase periodicamente, os Jardins de Queluz têm sido destruídos por violentas cheias, em especial as de 1953, 1967 e 1983. A de 1983 foi aliás responsável pela destruição do Jardim Botânico, cuja recuperação, iniciada em 2013, foi recentemente inaugurada.

Mas as “infelicidades” de Queluz não pararam até à Parques de Sintra receber a gestão de Queluz: depois do incêndio de 1934, os restauros das fachadas, incluindo portas e janelas, e das coberturas foram sempre parciais, o que conduziu a um Palácio degradado e com cores variadas e, nos Jardins, à parte os restauros das fontes e estátuas inglesas de chumbo, apoiados pelo World Monuments Fund (2003-2010), ocorreram violentas intervenções nos anos 1990, para instalação de tubagens de abastecimento de água e da rede de saneamento da vila de Queluz, que utilizaram os jardins apenas para atravessamento e agravaram o seu estado de conservação.

Jardins do Palácio de Queluz vistos de norte: em primeiro plano, o jardim Felício Monteiro, ao fundo a Matinha, o Tejo e o mar

Salvar Queluz

Ao receber a gestão de Queluz, sob o desafio de recuperar este grande valor patrimonial em condições especialmente exigentes (sem apoios do Orçamento do Estado, com o pagamento de “renda” à Direção Geral do Património Cultural (DGPC) e de impostos como qualquer empresa privada –incluindo IVA nos bilhetes de entrada, ao contrário do que sucede nos monumentos geridos pela DGPC), a Parques de Sintra mobilizou toda a sua experiência para estudar as causas da degradação do Palácio e Jardins de Queluz, que era muito superior à que os relatórios da DGPC davam a entender.

Este estudo permitiu identificar a história de desgraças acima relatadas, e compreender porque é que Queluz, tendo todas as condições para ser um polo de turismo cultural de fácil acesso (à beira de uma autoestrada, a poucos quilómetros de Lisboa e com amplo estacionamento) era pouco visitado. Sabia-se que o balanço entre receitas e despesas com pessoal e gastos gerais era deficitário, mas só depois se pôde compreender que parte desta realidade se devia ao estado de degradação a que Queluz chegara e à incompreensão, e mesmo desagrado, que despertava nos visitantes, sobretudo estrangeiros, a existência de um palácio real que lhes era apresentado como uma das maravilhas do barroco português mas que o país deixara cercar por maciças urbanizações e rasgar por uma autoestrada. Mas também porque, no fim dessa autoestrada, há Sintra, que em 2012 já estava em grande parte recuperada e num contrastante ambiente qualificado, isto é, mesmo abrindo Queluz mais cedo e todos os dias, Sintra “roubava-lhe” visitantes. Estas conclusões estimularam ainda mais o desafio de salvar Queluz em articulação com os outros monumentos de que a Parques de Sintra cuida, demonstrando a importância da gestão integrada, em que os que geram mais receitas turísticas permitem “acudir” aos que geram menos. Por outro lado, e não menos importante, há turistas que podem visitar Queluz e não Sintra – por exemplo os dos cruzeiros – e Queluz, uma vez recuperado, pode ajudar a descongestionar os palácios de Sintra em algumas épocas do ano.

Se a alienação do que restava das vastas áreas sob controlo de instituições públicas continuasse ao mesmo ritmo, em 10 ou 15 anos o Palácio e os jardins de Queluz “desapareceriam”, cercados de mais urbanizações.

Cedo se chegou à conclusão de que havia problemas que teriam que ser resolvidos pela Parques de Sintra, como o restauro do Palácio e Jardins, incluindo a instalação de infraestruturas de apoio aos visitantes e às recepções e eventos para que é requisitado, e a sua divulgação, e outros, associados à proteção de Queluz, que não podiam ser tratados só pela empresa, como, por exemplo, o risco de cheias, o ruído do IC19, o tráfego e o estacionamento em frente do Palácio, a gestão conjunta dos Jardins e Matinha e, acima de tudo, o suster do processo de alienação do que restava das quintas de Queluz ainda na posse direta ou indireta do Estado e autarquias.

O levantamento do que eram as quintas de Queluz no pós-guerra e o que delas restava, mostrou contudo que, apesar de essas quintas continuarem a fornecer grandes terrenos para construção (o hospital de Amadora-Sintra é um exemplo recente) ainda restavam vastas áreas sob controlo de instituições públicas. Mas mostrou também que se a alienação do que restava continuasse ao mesmo ritmo, em 10 ou 15 anos o Palácio e os jardins de Queluz “desapareceriam”, cercados de mais urbanizações.

Palácio e Jardins de Queluz cercados por maciças urbanizações

O Plano Estratégico de Salvaguarda e Valorização do Palácio de Queluz e sua envolvente

Os projetos de restauro e infraestruturação do Palácio e Jardins, incluindo a recuperação das instalações da Escola Portuguesa de Arte Equestre, que também se encontravam num estado lastimável, foram desenvolvidos e coordenados diretamente pelos técnicos da Parques de Sintra com o apoio de consultores e projetistas externos. Sem falar de múltiplas pequenas intervenções, lembro alguns grandes projetos de restauro e infraestruturação iniciados em 2013, e que foram sendo a pouco e pouco inaugurados: as fachadas do Palácio e o seu retorno à cor azul original; as coberturas das alas Norte e do Pavilhão de Robillion; o Jardim Pênsil; o Jardim Botânico e as estufas de ananases (destruído pelas cheias de 1983 e inaugurado recentemente); o Jardim de Malta (ainda em curso); a ampliação da loja; o abastecimento de águas e ligações à rede pública de saneamento; o sistema de rega dos Jardins; a modernização das cozinhas e copas de apoio a banquetes; a adaptação dos pisos térreos inacabados do Pavilhão de Robillion e Sala dos Embaixadores, a cafetaria (aberta aos terraços e ligada por elevador ao piso nobre), auditório, e sala de eventos/banquetes; etc.

A divulgação de Queluz foi acompanhada por um projeto de animação cultural concebido em parceria com Massimo Mazzeo, diretor da Orquestra Divino Sospiro – revitalizar Queluz através da Música – criando temporadas de música barroca com base nas obras encomendadas para Queluz por D. Maria I a famosos compositores europeus. A ideia destas temporadas foi depois replicada nos palácios de Sintra e da Pena com temáticas associadas às suas principais épocas, seiscentista e romântica.

A "Matinha de Queluz", uma jóia natural quase desconhecida

Simultaneamente, iniciou-se a sensibilização dos membros do governo da tutela — Ambiente e Agricultura — para a necessidade de apoiar a Parques de Sintra na proteção de Queluz e na recuperação da sua zona envolvente, tendo em conta, em especial, o novo quadro económico em preparação. Para tal foi encomendada uma carta de ruído nos Jardins de Queluz (evidenciando a sua elevada intensidade); compilados os registos das cheias mais graves e os estudos e recomendações que se lhes seguiram embora sem consequências (alguns realizados pelo LNEC); e estudado o cadastro das propriedades ainda públicas que, na sua envolvente, restavam da designada Quinta de Queluz.

A ideia de realizar um Plano de Salvaguarda da zona envolvente teve imediato acolhimento no então secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel Castro Neto. Para o seu desenvolvimento, a Parques de Sintra recorreu ao Professor Arquiteto João Pedro Falcão de Campos.

Queluz restaurado: fachadas recuperaram a decoração e a cor azul original

Um Plano com seis linhas mestras mais uma: o Grande Parque Metropolitano de Queluz

Aos estudos realizados e à informação recolhida sobre os problemas de médio prazo a resolver, Falcão de Campos juntou uma visão mais alargada do território envolvente e a detecção de outras carências, mas também de novas potencialidades.

Conforme referido no Relatório e Contas da Parques de Sintra de 2014, apontou seis grandes linhas, que o plano deveria seguir na solução dos problemas de requalificação da envolvente mais próxima do Palácio: (1) a requalificação do largo ou “Terreiro do Paço de Queluz”; (2) o melhoramento do troço do IC19 na zona do Palácio para a proteção do ruído, através da modelação de taludes laterais plantados; (3) a valorização da ligação férrea do Palácio ao Rossio, no centro de Lisboa, que data de 1891, e de cujo apeadeiro de Queluz-Belas se pode, ao longo da ribeira do Jamor, atingir (a pé ou de bicicleta trazida de Lisboa) o Palácio, que fica a poucas centenas de metros; (4) a valorização integrada das linhas de água do Jamor, Carenque e Forcadas permitindo soluções de simultânea fruição pública e prevenção de cheias.

E, ainda (5), a recuperação das estruturas do antigo sistema de abastecimento de água à Quinta de Queluz, hoje esquecidas ou degradadas de modo a dar-lhe de novo continuidade: minas, galerias, fontes, chafarizes e tanques e, em especial, o aqueduto, que foi pontualmente demolido para a passagem de estradas e que abastecia o Grande Tanque do Miradouro, hoje “escondido” no meio da urbanização a noroeste do Palácio e que garantia pressão para os jogos de água das fontes e Cascata dos Jardins; (6) e, prolongar, para poente, o parque urbano Felício Monteiro, através de terrenos sem uso cedidos à GNR, ligando-o ao Terreiro do Paço de Queluz pela azinhaga a sul dos Jardins e ao longo da ribeira de Carenque, de modo a constituir um primeiro “anel” de proteção do Palácio e Jardins, aproximadamente coincidente com a zona non aedificandi (incluída na zona Especial de Proteção do Palácio como monumento nacional). Este ”anel” seria, por sua vez, ligado à Matinha por uma nova passagem aérea. Com estas propostas, chegar-se-ia sem dificuldade da estação férrea de Queluz à Matinha.

O que resta das quintas de Queluz, incluindo a Matinha, poderia constituir o núcleo central de um parque, a arborizar e tratar paisagisticamente, o qual permitiria proteger melhor o Palácio e Jardins.

Acresce que, do exame do território ainda não urbanizado em redor de Queluz, cresceu a ideia de que o que resta das quintas de Queluz, incluindo a Matinha, poderia constituir o núcleo central de um parque, a arborizar e tratar paisagisticamente, o qual permitiria proteger melhor o Palácio e Jardins e beneficiaria ao mesmo tempo os habitantes das urbanizações que, em torno, sem zonas verdes, cresceram desordenadamente.

Falcão de Campos ilustrou este projeto através de uma maquete hoje exposta à entrada do Palácio de Queluz. Contudo, da percepção de que desde a estação férrea a ribeira do Jamor atravessa os Jardins, onde constitui o Canal dos Azulejos, passa sob o IC19, continua ladeando a Matinha a poente, encaixada num vale profundo pouco conhecido mas quase intacto, e segue até ao Tejo depois de passar o Centro Desportivo do Jamor e várias outras propriedades públicas, nasceu a ideia de um Parque Metropolitano de Queluz (ou Queluz-Jamor), abrangendo não só territórios do município de Sintra mas também da Amadora e Oeiras.

Foz do Jamor: ao fundo o Centro Desportivo do Jamor

Este ambicioso Parque, a sétima proposta do Plano, que não cabia já numa maquete mas que uma vista aérea tratada ilustra bem, teria uma dimensão quase semelhante à do Parque Florestal de Monsanto. A ideia colheu imediatamente a concordância do secretário de Estado Castro Neto.

Uma curiosidade: voltando a uma das propostas do Plano, um visitante, partindo de comboio de Lisboa com a sua bicicleta, e apeando-se na estação de Queluz, poderia visitar o Palácio, atravessar o Parque Metropolitano de Queluz-Jamor e chegar, descendo ao longo das margens do Jamor, à estação da Cruz Quebrada, regressando a Lisboa pela linha de Cascais.

Desde 2015, já sem a minha contribuição, prosseguiram os projetos e os acordos intermunicipais e entre instituições públicas necessários, e o projeto intermunicipal foi apresentado publicamente pela Parques de Sintra e pelos três presidentes de Câmara em Julho de 2016, batizado como “Eixo Verde e Azul”.

Teria gostado que a designação de Parque tivesse prevalecido, pois a de “Eixo” é, até geometricamente, redutora. Contudo, o importante é que a determinação de levar o projeto por diante se mantenha, que os meios financeiros sejam assegurados e que, sobretudo, haja a vontade e a força política para ir afetando ao seu desenvolvimento as propriedades públicas existentes, não permitindo que “imprevistos negócios” o comprometam.

A consolidação deste ambicioso projeto cuja liderança a Parques de Sintra assumiu, depende muito da compreensão das suas origens – “Salvar Queluz” – e da atenção dos habitantes locais, que diretamente beneficiará, bem como de todos os que se interessam pela salvaguarda do património e pela valorização do território.

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