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Aos 35 anos, Ana Aragão reuniu 28 trabalhos realizados entre 2011 e 2019. Estão em exposição na "Galeria X", na Reitoria da Universidade do Porto
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Aos 35 anos, Ana Aragão reuniu 28 trabalhos realizados entre 2011 e 2019. Estão em exposição na "Galeria X", na Reitoria da Universidade do Porto

Octavio Passos/Observador

Aos 35 anos, Ana Aragão reuniu 28 trabalhos realizados entre 2011 e 2019. Estão em exposição na "Galeria X", na Reitoria da Universidade do Porto

Octavio Passos/Observador

Do Porto ao Japão sem levantar os pés. Os desenhos de Ana Aragão têm muitas cidades dentro

É entre a arquitetura e a ilustração que se ergue o trabalho de Ana Aragão, onde os lugares ganham detalhe graças a uma caneta Bic. Até abril pode ver parte dele em exposição no Porto, a sua cidade.

Uma estante com dezenas livros, desenhos emoldurados nas paredes, um rolo de papel estendido no chão, muitas canetas pousadas em cima da mesa, um gira discos e um sofá. Assim é o mundo, perdão, o atelier de Ana Aragão, a artista portuense que desenha com detalhe.

Começou por riscar as paredes lá de casa, mas nunca ficou de castigo, antes pelo contrário. Se a avó a incentivava-a a fazer “desenhos estrambólicos”, os pais inscreviam-na em cursos de pintura. Sem referências ou certezas, escolheu estudar arquitetura, mas foi na ilustração que descobriu a sua verdadeira identidade, longe de burocracias e intermediários.

É fascinada pela paisagem urbana, pelo excesso e carácter labiríntico das cidades. Apodera-se deles para criar, num processo profundamente analógico que junta o real e a ficção. Quase sempre no chão, abraçada ao desenho, isola-se do mundo, erra, desiste e volta a tentar. O seu trabalho é uma luta permanente consigo mesma, onde a persistência e a disciplina substituem quase sempre a inspiração e a espontaneidade.

Observadora, crítica e perspicaz, Ana Aragão é obcecada pelo detalhe e por preencher todos os vazios que encontra, no mundo e na vida. Raramente explica os seus desenhos, prefere deixar os outros interpretarem a sua arte, mesmo que isso desvaneça a intenção. Gosta do desafio e de não se repetir, conhece os seus limites e não faz questão que as suas imagens se tornem conhecidas.

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Ganhou pudor em desenhar o Porto, a sua cidade, e a responsabilidade que sente ao representá-lo faz com que o use com parcimónia. Hoje encara-o como um lugar em transformação, a onde volta sempre depois de qualquer aventura. A próxima ainda não tem data marcada, mas será uma cartografia do Japão. Antes de partir para o oriente, a artista reuniu 28 trabalhos realizados desde o tempo da faculdade. Estão expostos até 5 de abril na Reitoria da Universidade do Porto e a entrada é gratuita.

Quase nunca opta pela mesa, parede ou estirador. Ana Aragão prefere usar o chão para desenhar

Octavio Passos/Observador

Quando era criança queria ser astronauta, escritora, jornalista… De onde vêm tantos interesses por coisas tão diferentes?
Gosto muito da palavra, da comunicação. Ser jornalista foi uma das opções que equacionei, depois também gosto muito de física e astronomia. Tinha, e continuo a ter, imensos interesses. Nunca foi óbvio o meu caminho para o mundo das artes.

Tinha alguém na família ligado a este mundo?
Ninguém. O meu pai é economista e a minha mãe é professora.

Começou por desenhar as paredes lá de casa. Foi o seu primeiro exercício artístico?
Era muito pequena, tinha uns três ou quatro anos, foi muito natural essa brincadeira. Os meus pais sempre detetaram que eu tinha alguma aptidão para o desenho e puseram-me em várias aulas de desenho e pintura que foram acompanhando o percurso escolar de forma completamente informal.

Tem memória do seu primeiro desenho?
Não, lembro-me da minha avó me pedir para fazer desenhos estrambólicos, abstratos. Ela incentivava-me muito a ter essa liberdade.

Houve algum momento em que percebeu que tinha jeito para desenhar?
Na escola sempre fui a melhor aluna em desenho, aliás os meus amigos pedia-me para fazer os desenhos deles para terem boas notas. Eu fazia e ajudava-os nisso. Houve um certo reconhecimento, sim. Tinha um professor que gostava muito dos desenhos a preto e branco e incentivava-me a fazê-los, tanto que no final do curso ofereceu-me um livro do Maurits Cornelis Escher e isso marcou-me profundamente.

Quando escolheu o curso de arquitetura o objetivo era desenhar casas?
Não tinha essa intenção porque, na verdade, não sabia bem o que era arquitetura. Não fui necessariamente para me tornar arquiteta, porque eu não sabia o que era ser arquiteta, não tinha referências nenhumas, aprendi ao longo do curso o que poderia ser a arquitetura. Nunca pensei muito na parte profissional, entrei de uma forma uma pouco ingénua. Fui andando e fui vendo.

Como surge a ilustração?
Depois de terminar o curso fiz um estágio curricular no arquiteto Carlos Prata e gostei muito, mas entendi que não iria gostar de ser arquiteta. Percebi que o trabalho do arquiteto estava muito longe do final, pois há tantos passos no processo, tantos intermediários, tanta burocracia, tantas dificuldades, que até vermos a obra finalizada demora muito tempo. Se calhar não tinha essa vontade de me deparar com tantos obstáculos. Como o desenho sempre me tinha acompanhado, ainda que eu nunca tivesse encontrado a minha linguagem artística, no fim do estágio decidi inscrever-me num curso de ilustração. Ao ler revistas comecei a encontrar alguma magia na relação entre o texto e o desenho, achei que a ilustração podia ser um caminho para mim. Além desse curso inscrevi-me também no doutoramento em arquitetura, que iniciei primeiro. Ironicamente acabei por não ir ao curso de ilustração, aliás nunca cheguei a fazer esse curso. É curioso porque foi no doutoramento em arquitetura que me tornei ilustradora.

Como assim?
Durante as aulas do doutoramento comecei a fazer uns rabiscos no meu caderno que chamaram a atenção dos meus colegas. Muitos me perguntaram o que era, se eu expunha…

Que rabiscos eram esses?
Acho que ainda tenho alguns, perdidos ou guardados, no fundo das gavetas. Esses desenhos viriam a definir todo o meu trabalho até agora, pois eram cidades que surgiam recortadas numa folha de papel ou cidades empilhadas que também me caracterizam. Aí descobri uns sete desenhos que guardei só porque os meus amigos os acharam eventualmente bons.

Não os considerava bons? Precisava da aprovação dos outros?
Sim, precisava. Não os estava a fazer para que eles fossem alguma coisa, estava a fazer só por fazer. Não via qualquer potencial ou caminho para eles. Foi apenas um gosto que foi surgindo, porque estava distraída, provavelmente a arrumar os meus pensamentos.

"Não fui necessariamente para me tornar arquiteta, porque eu não sabia o que era ser arquiteta, não tinha referências nenhumas, aprendi ao longo do curso o que poderia ser a arquitetura."

As diferenças entre a arquitetura e a ilustração complementam-se em si?
O processo da arquitetura visa construir alguma coisa no final e no mundo da ilustração e do desenho não é necessário que exista essa passagem para o mundo real. Essa é a maior diferença e isso agrada-me. Não preciso de ver os meus edifícios construídos, não preciso de ver estas arquitetura que faço em papel no real. O processo é mais rápido, é menos burocrático, parece-me ter mais liberdade do que na arquitetura.

O interesse pelo seu trabalho começou a manifestar-se de que forma?
Decidi desistir do doutoramento e dedicar-me exclusivamente ao desenho. Comecei por trabalhar na sala de condomínio da minha mãe, que foi o meu primeiro atelier. Depois fiz um blogue e as pessoas começaram a contactar-me porque queriam comprar os meus trabalhos, o quem me deixou bastante surpreendida. Depois de um cliente e outro, começaram a aparecer projetos e foi uma espécie de bola de neve. Nunca parei propriamente para pensar ou decidir ser artista. Foi um processo muito natural e até emocionante.

A sua linguagem artística centra-se nas cidades. O que mais a fascina na paisagem urbana?
Na cidade fascina-me o excesso, o facto de ser potencialmente infinita e de podermos percorre-la todos os dias de uma forma diferente. Agrada-me muito cidades cheias e densas de informação, precisamente por esse carácter labiríntico que tem. Interessam-me coisas que não sejam evidentes à partida e a cidade nunca vai ser evidente, nunca vamos conseguir conhecê-la na totalidade. Considero que qualquer cidade é labiríntica pelo excesso de informação, pelas pessoas, quantidade de estímulos sensoriais. Gosto particularmente quando a arquitetura transmite uma certa espontaneidade de vida, quando é apropriada, quando as casas estão gastas, quando os cenários se tornam algo obsoletos, quando existem recantos.

11 fotos

A figura humana é inerente a essa visão?
Embora não desenhe quase nunca figura humana, as pessoas estão sempre presentes, porque de algum modo podemos intuir e adivinhar que essas paisagens e cenários urbanos foram habitados por alguém. Há um lado enigmático e agrada-me esse enigma. Para mim a cidade é um enigma, é a maior obra do homem e é muito maior que o homem.

Sendo natural do Porto, como vê hoje para a cidade?
A minha cidade será a minha maior fonte de inspiração, embora não goste muito dessa palavra.

Porquê?
Porque aponta para alguma coisa que está fora de nós, que está exterior ao sujeito enquanto cria. Eu acredito que a inspiração advém do trabalho. Existe aquele mito do artista de quando está inspirado consegue criar e quando não está, não consegue. De facto, há dias em que não consigo encontrar o ritmo certo, o traço certo para o desenho, há dias em que a minha mão está muito dura e poderia dizer que estou desinspirada, mas não acredito propriamente na inspiração. Acredito, sim, no trabalho, na persistência e na disciplina. Se o trabalho é bem sucedido é por uma luta interior e não por inspiração.

Voltando ao Porto…
É uma cidade fascinante e muito enigmática, gosto muito da zona histórica, especialmente do cenário urbano mais escuro. Consigo olhar a minha cidade de uma forma quase vazia de emoções, como objeto de estudo. No limite, o Porto interessa-me tanto como outra cidade qualquer. Evito muitas vezes representar o Porto precisamente para não cair numa repetição, nos mesmos temas, nas mesmas formas. Já fiz portos, mas tento espaçá-los o mais possível, até porque sinto uma grande responsabilidade. É muito fácil cairmos nos clichés na nossa própria cidade.

Desenhar para tapeçaria foi uma das muitas colaborações que já estabeleceu com algumas marcas e que a obrigam a "pensar de forma diferente"

Octavio Passos/Observador

É algo que não acontece com outras cidades no mundo?
Acho que não. Fiz uma cartografia de Macau e foi o exercício mais difícil e exigente que tive até hoje. No entanto, foi fazível porque a minha distância a Macau era grande, então consegui encontrar uma forma de tornar abstrata todas as informações e a experiência que eu tinha. Com o Porto essa distância pode ser mais difícil de conseguir. Tenho pelo Porto alguma coisa de amor ódio relativamente ao trabalho.

Há quanto tempo não desenha o Porto?
Desde 2015.

A cidade transformou-se muito nos últimos anos. Como olha para fenómenos como a reabilitação urbana, o turismo ou a pressão imobiliária?
Não é tudo mau, o centro da cidade tornou-se muito mais agradável de ser habitável, o turismo trouxe coisas boas, como investimento, e fez com que olhássemos de novo para o nosso património. Contudo, este crescimento muito acelerado do turismo faz com que os interiores dos quarteirões e dos edifícios sejam esventrados para criar habitação. O meu medo é que a cidade passe a ser apenas para o turista e deixe de ser para o habitante.

A descaracterização assusta-a?
Sim, penso que há uma descaracterização associada a tudo isto. Preocupa-me o facto de depositarmos quase todo o investimento no turismo quando sabemos que quem cuida das cidades são os locais. Parte disso é irreversível.

Isso faz com que a cidade se torne menos interessante?
Diria que sim.

Como é a sua rotina de trabalho?
Nos dias bons entro no ateliê de manhã e trabalho o dia todo, trabalho melhor durante o dia do que à noite. Tento ligar pouco o computador e estar pouco conectada com o mundo. Desde que entro aqui é um mundo de solidão total, preciso mesmo de desligar do que está à volta. Muitos dias nem saio para comer nem para fazer nada. A partir do momento em que ataco um desenho – há uma certa violência nesta relação com os meus desenhos – não consigo parar. Isto não é um trabalho pacífico, embora até possa parecer porque o ambiente é agradável. É um trabalho de grande luta, porque perco muitos dias, semanas e até meses, a errar, a fazer coisas que não vão dar a lado nenhum. Engano-me nas canetas, no papel, na escala do desenho, não encontro o processo certo para resolver determinado problema. Quando encontro tudo isso sinto uma urgência, tento mesmo que nada interfira no processo. É uma luta muito empolgante muito custosa. Custa-me muito fazer os trabalhos que faço. Não os faço de ânimo leve é exatamente o contrário. A chave para resolver determinado trabalho é o silêncio e a concentração.

O que passa naquele gira-discos?
Música e alguns podcasts. Oiço de tudo, The National a Talking Heads. Tenho gostos bastante ecléticos.

"Isto não é um trabalho pacífico, embora até possa parecer porque o ambiente é agradável. É um trabalho de grande luta, porque perco muitos dias, semanas e até meses, a errar, a fazer coisas que não vão dar a lado nenhum."

A caneta Bic preta continua a ser o seu material favorito?
Agora estou a tentar mudar, porque a caneta Bic desvanece com o tempo, por isso tenho algum receio que os desenhos desapareçam. Estou a tentar explorar outro tipo de canetas e materiais. Acabo sempre no papel, sou muito analógica, não sei desenhar no computador. Ainda agora comecei um trabalho na parede, foi um sítio onde eu nunca experimentei desenhar, mas não resultou e fui para o chão. Acontece-me muitas vezes isso, começar na parede ou no estirador e acabar no chão. O chão permite-me ter uma distância e uma perspetiva sobre o que estou a fazer, há uma espécie de geografia horizontal que eu encontro para resolver os problemas.

Os seus desenhos têm uma base real e alguma ficção. De que forma é que estes dois universos convivem harmoniosamente no papel?
É algo que procuro. Abordo os desenhos de formas distintas, às vezes cito o real para construir coisas novas. Interessa-me partir da realidade, quase como um pretexto, e acrescentar apenas pela composição das coisas existentes.

Projetar aquilo que não existe e que gostava que existisse?
É mais projetar o que não existe e o que poderia existir. Não no sentido crítico, mas propor cenários alternativos. Qualquer coisa que nos permita olhar para o que existe de um modo diferente, porque ao fazê-lo estamos também a olhar a realidade de um modo diferente.

Como lida com a interpretação que os outros fazem dos seus desenhos?
É engraçado, normalmente não desminto ninguém e não explico os trabalhos, penso que não precisam de ser explicados por palavras para serem válidos. Existe sempre uma segunda leitura que me surpreende e me diverte.

Algum trabalho que mais a marcou?
Um deles foi a Torre de Babel, em 2019, quando decidi fazer um trabalho maior do que todos os que já tinha feito, em grande escala. Tenho uma obsessão pela Torre de Babel, pela sua forma, e ela vai aparecendo periodicamente no meu trabalho. Claramente eu não sabia no que me estava a meter, pois decidi fazê-lo com um detalhe extremo. Foi uma superação quase a nível físico, fui além do meu limite. Foi mais de meio ano a desenhar no chão.

Nunca pensou em desistir?
Cada vez estou melhor a não desistir, mas é um treino que tenho vindo a fazer. Já aconteceu colocar trabalhos de parte e quando isso acontece é muito difícil retomar, porque mais do que qualquer coisa gráfica é uma linha de pensamento e retomar o que se perdeu é complicado. Os trabalhos que paro a meio normalmente não termino, se terminar é porque são mesmo importantes, mas há sempre alguma coisa que soa a falso.

Consegue fazer dois trabalhos em simultâneo?
Sim, é como ler livros, mas não demasiados. O problema de começar um trabalho e ele demorar muito tempo é ter muito tempo para perceber ele fica desatualizado. Naturalmente se eu começar hoje um trabalho e terminar daqui a um mês, ele está desatualizado, porque a Ana que era há um mês não é a mesma de agora. É preciso mesmo agarrar a urgência e atacar o desenho, por isso não gosto de ser interrompida.

A Torre de Babel, feita em caneta Bic sobre papel de cenário em 2019, foi um dos trabalhos que mais marcou e desafiou a artista

Octavio Passos/Observador

Como lida com o erro?
No final do ano passado fiz uma exposição na Sociedade Nacional de Belas Artes. Deram-me carta branca, ou seja, podia fazer o que quisesse, mas por defeito de profissão, até por ter estudado arquitetura, costumo tentar fazer projetos para o sítio onde estou. Se ia expor pela primeira vez em Lisboa, fazia sentido fazer algo sobre a cidade. Decidi então fazer uma cartografia, andei a estudar a baixa pombalina, porque é definidora da identidade da cidade, e tinha a ideia de que deveria esvaziar a baixa criando uma espécie de grande terreiro que unisse o Rossio à Praça do Comércio. Neste trabalho aconteceram uma série de erros quando o desenho já estava muito adiantado, tive que aceitar o erro e contorná-lo. Odeio colagens, mas a única solução que encontrei foi recortar o desenho. Deixei essa parte como ausência, apareceu uma cartolina preta por trás que me fez interpretar os cheios e os vazios da cidade. Tenho uma espécie de horror ao vazio, preencho tudo. Não sei de onde vem essa minha obsessão pelo detalhe. Qualquer coisa que não seja feita à lupa quase que não é valida para mim, tenho que testar o limite do desenho e encontro esse limite pelo preenchimento. Talvez tenha a ver com a minha forma de perceção da realidade.

Da tapeçaria ao vinho do Porto, já colaborou com algumas marcas no desenvolvimento de projetos. Essas experiências tornam o seu trabalho mais visível?
Não tenho nenhuma vontade que o meu trabalho seja conhecido. Obviamente que vivo disto, é importante para mim continuar a ter pessoas que se interessam por ele, mas não é intencional o meu trabalho tornar-se mais ou menos conhecido. Há imagens que se tornam quase virais, mas que eu não faço questão, até porque a repetição da imagem às vezes cansa-me. As colaborações interessam-me quando me permitem pensar de forma diferente. Interessa-me fazê-lo pontualmente, mas não como uma prioridade.

O que representa esta exposição na Reitoria da Universidade do Porto?
Já não expunha no Porto desde 2017. Uma vez que que estava a expor na Reitoria, na casa da minha faculdade, devia lembrar-me do momento em que estava a estudar, então resolvemos criar uma galeria com uma espécie de revisão dos meus trabalhos que resumissem o que andei a fazer desde o período académico até agora. A reunião de alguns desenhos, de 2011 até agora, tornou-se mais ou menos óbvia. A obra principal que desenvolvi propositadamente para esta mostra foi um elogio aos meus mestres no mundo da arquitetura, trata-se de um desenho onde reinterpretei uma galeria de Giovanni Pannini.

Que outros desafios tem este ano?
Provavelmente uma viagem ao oriente, ao Japão. Será para expor em Lisboa, mas vou lá buscar referências e mergulhar naquele mundo exótico. Ainda não tenho data, mas devo ficar lá uns 15 dias. O meu desenho é monocromático e no próximo projeto quero explorar outra vez a cor. Não sei se sou capaz nem como o irei voltar a fazer, mas acho que estou no momento certo para arriscar. Tento testar coisas novas a cada projeto, tento não me repetir e se o faço é inconsciente.

 
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