Índice

    Índice

Se há alguém que fica feliz a olhar para as prateleiras de um supermercado, esse alguém é Margarida Campelo. “É um momento da minha semana que me traz muita felicidade”, diz rindo-se da constatação, como todos aqueles que se riem perante o prazer absurdo das coisas simples. As palavras Supermarket Joy surgiram-lhe aleatoriamente na cabeça, como um jogo de combinações divertidas que ela própria inventara. “Acho que é um nome incrível”, prossegue com o mesmo sorriso de batom grená que nos faz chegar através da câmara do seu computador. Margarida então disse para si mesma: “Quando um dia eu tiver um disco, quero mesmo que se chame Supermarket Joy”.

Por essa altura, ainda ela estava a nadar no campo das suposições, com uma certa ingenuidade e entusiasmo pueris. Talvez a mesma ingenuidade que em criança a fez crer que iria ser a próxima Whitney Houston. “Achava verdadeiramente isso”, jura-nos, arregalando os olhos. E que mal tem? Todos nós tivemos (e se calhar ainda temos) uma Whitney Houston dentro de nós, seja lá o que essa Whitney represente.

Chegou então o momento em que a fantasia e a realidade coincidiram. Margarida Campelo, que já andava há sete anos a anotar ideias de canções (que a falta tempo livre, a insegurança e uma certa preguiça foram mantendo na gaveta), viu que era possível concretizar a profecia do disco a solo. Para sua surpresa, ele não só se iria chamar Supermarket Joy, como soaria a isso mesmo. “Acho lindo que o disco reflita isto”.

Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.