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Quando Guillaume Kremp escreveu aquele artigo, nunca imaginou que dali a uns meses o tema se tornasse tópico de discussão nacional. Estávamos em 2019 quando o jornalista do site local Rue89 Strasbourg recebeu uma informação sobre o grupo de origem turca Millî Görüs, que há anos tenta construir uma mega-mesquita na cidade. As fontes de Kremp deram-lhe informações e até fotografias que comprovavam que o grupo islâmico se tinha deslocado ao Qatar para tentar obter fundos para construir a mesquita. E, mais relevante, que com o grupo viajou um responsável da Câmara Municipal de Estrasburgo.
“Fui o primeiro a tentar investigar esta comunidade, porque antes disso falava-se da mesquita que eles queriam construir, mas não se sabia muito sobre eles”, explica Guillaume ao Observador, a partir da redação do Rue89, no coração de um bairro de maioria judaica em Estrasburgo. Pouco tempo depois, tudo mudaria: “Foi muito estranho andar na rua e ouvir as pessoas a comentar um tema que eu escrevi…”, confessa, não escondendo o receio de ter alimentado a polémica.
Em causa está um projeto no valor de 25 milhões de euros que, quando concluído, deverá dar origem à maior mesquita de toda a Europa. Desde a década de 1990 que o executivo socialista de Roland Ries, em Estrasburgo, tentava apoiar o grupo turco a obter financiamento para a obra. Mas foi com a chegada ao poder de Jeanne Barseghian, presidente da Câmara eleita pelos Verdes em 2020, que o assunto se tornou polémico. Em março deste ano, o executivo camarário votou um apoio financeiro de 2,5 milhões de euros para ajudar o Millî Görüs a construir a mesquita Eyyub Sultan — e por toda a França sentiram-se os ecos da decisão: “A presidente Verde de Estrasburgo subsidia o Islão político”, vaticinou a revista de direita Valeurs Actuelle; “A mesquita da discórdia”, titulou mais simplesmente o jornal Figaro.
“Estrasburgo é o sítio perfeito do ponto de vista da direita nesta questão anti-Islão”, resume Guillaume, enquanto tenta arrefecer o seu chá. E passa a explicar: “Na Alsácia, temos uma particularidade: há leis específicas em relação à religião que contrastam com a laicidade aplicada geralmente pelo Estado francês.” Em causa está a lei da separação da Igreja e do Estado aprovada em 1905, altura em que a Alsácia pertencia à Alemanha. Quando a região fronteiriça voltou a ser território francês, em 1918, foi negociada uma lei de exceção relativamente à questão da laicidade, com Estrasburgo a permanecer abrangida pela Concordata de 1802. Isso significa que há uma série de apoios do próprio Estado a diferentes religiões — incluindo um subsídio de 10% do valor da construção de cada novo local de culto.
Foi este subsídio, já antes concedido a igrejas cristãs e sinagogas em Estrasburgo, que a presidente Barseghian quis também atribuir ao grupo islâmico. Mas não anteviu as ondas de choque: “Quando se diz em França que uma Câmara vai financiar uma mesquita, acho que 90% das pessoas fica horrorizada. E até se fosse uma igreja católica, acho que metade dos franceses ficariam horrorizados”, ilustra Guillaume. “A separação da Igreja e do Estado é muito importante aqui. E a maioria dos franceses nem faz ideia de que esta lei existe aqui em Estrasburgo.”
A mesquita com uma máquina multibanco à entrada
Na ponta oposta da cidade, a sul, as obras de construção da mesquita Eyyub Sultan vão avançando, embora a um ritmo lento. Ali, no bairro de Meinau, os armazéns de diferentes negócios — quase todos da comunidade turca — dominam a paisagem. Uma grua amarela destaca-se no horizonte e, logo ao lado, vê-se a cúpula já construída da futura mesquita, ainda toda em cimento. A poucos metros funcionam as instalações temporárias: uma série de antigos armazéns onde se destaca um restaurante, um café, um barbeiro, uma escola. E, é claro, uma mesquita — embora bem mais modesta do que o grande edifício que se perfila ali ao lado.
Chayymaa é uma das professoras na escola do Millî Görüs que passa pelo restaurante Lokanta para pegar qualquer coisa rápida para comer e que aceita responder a algumas questões do Observador. Cumprimenta os funcionários, faz o seu pedido habitual e transita para a área identificada como sendo “para famílias”, onde se sentam mulheres e crianças. É hora de almoço e a maioria da clientela são homens, que se reúnem do outro lado do restaurante. A jovem de 25 anos, de origem marroquina, lamenta-se sobre a polémica que se instalou em torno da construção da mesquita: “Estão sempre a falar de nós…”, suspira.
“Esta polémica não me interessa nada, não tem nada a ver com a minha vida. Se fosse uma igreja ou uma sinagoga isto já era tudo muito diferente, não era?”, atira Chayyma, desafiadora. Está com pressa — saiu agora de uma aula e vai de seguida ter uma reunião com outros professores. Mas tem tempo para contar que dá aulas de Francês e admite que às vezes ouve comentários sobre o facto de ser uma mulher de origem marroquina (chegou a França com 13 anos) a ensinar a língua: “Considero-me francesa, portanto para mim isto não é questão”, diz, encerrando o assunto. Mais um sorriso e um cumprimento e Chayyma sobe para as salas de reunião lá em cima.
“As nossas escolas são diretamente geridas pelo ministério da Educação francês. Temos a dimensão da religião, mas ela é ministrada à parte, como em qualquer outra escola privada.” A garantia é deixada por Eyup Sahin, representante máximo do Millî Görüs na zona leste de França, que aparece entretanto para fazer as honras da casa e apresentar o espaço da comunidade ao Observador. O cheiro das iguarias como o arnavut ciğeri — um estufado de fígado de cordeiro que dificilmente se encontrariam nas ruas da Petite France do centro da cidade — enche o ar. Eyup cumprimenta todos à sua passagem. Alto e imponente, não passaria despercebido mesmo se quisesse, mas a sua posição como presidente da comunidade faz com que todos lhe queiram deixar uma palavra.
Eyup explica como a comunidade de origem turca em Estrasburgo (cerca de 60 mil pessoas) gosta de passar por ali para rezar, mas também para conviver. E os pequenos negócios montados pela organização servem para criar aquilo que define como “um ecossistema financeiro”: ao gerarem riqueza, alimentam a própria comunidade através de obras de caridade e sim, claro, ajudam a financiar a construção da grande mesquita. Mas porquê um edifício tão grande — o que já levou alguns, inclusivamente dentro do próprio grupo, a acusar Eyup de laivos de megalomania? “Bem, a cidade já tinha uma das maiores igrejas e das maiores sinagogas da Europa. Porque não ter também uma das maiores mesquitas? Já que a comunidade também tem o maior responsável muçulmano, com este peso…”, diz o responsável entre risos, tentando aligeirar a situação.
Eyup está em modo relações públicas, a tentar mostrar os pontos positivos da comunidade. A certa altura, pára em frente ao edifício da mesquita temporária, para mostrar um detalhe. À entrada, um pequeno ecrã digital com entrada para um cartão multibanco permite que qualquer um possa fazer um donativo para a construção da nova mesquita. “Tragam doadores de Portugal!”, pede o imã, entre gargalhadas. Este é o cerne da questão: em abril, o Millî Görüs desistiu do seu pedido de financiamento junto da Câmara de Estrasburgo, na sequência da polémica. Eyup, que ainda não conseguiu juntar todo o valor de que necessita, não quer criticar a reação francesa nem afugentar doadores: “Neste país há um tabu, isto é mal visto”, começa por dizer. Mas logo de seguida corrige o tom: “Somos uma associação francesa e respeitamos a opinião dos franceses.” Sem mais nada a acrescentar.
Millî Görüs, defensores de um Islão político?
O tom cauteloso de Eyup está provavelmente relacionado com o facto de a polémica em torno da mesquita não se restringir apenas ao valor do apoio financeiro em causa. Em plena campanha eleitoral para as eleições regionais de junho, o governo de Emmanuel Macron decidiu envolver-se mais diretamente no tema, atirando duras críticas à presidente Barseghian.
“A Câmara dos Verdes de Estrasburgo financia uma mesquita apoiada por uma federação que recusa assinar a carta de princípios do Islão em França e que defende um Islão político”, escreveu o ministro do Interior, Gérald Darmanin, no Twitter.
La mairie verte de Strasbourg finance une mosquée soutenue par une fédération qui a refusé de signer la charte des principes de l’islam de France et qui défend un islam politique. Vivement que tout le monde ouvre les yeux et que la loi séparatisme soit bientôt votée et promulguée
— Gérald DARMANIN (@GDarmanin) March 22, 2021
Em causa está a carta promovida pelo governo para combater o extremismo islâmico, que não foi assinada por todos os grupos islâmicos do país. O Millî Görüs foi um deles, por considerar, como resumiu o responsável Fatih Sarikir, que o documento “dá a sensação de que é exigido aos muçulmanos que demonstrem mais compromisso com os ideais republicanos do que a outros grupos”. O governo francês, porém, acusa o Millî Görüs de ser um dos braços do Islão político promovido pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, em França. E a extrema-direita de Marine Le Pen concorda: “Que o senhor Erdoğan apoia o fundamentalismo islâmico e age como inimigo da segurança francesa, é certo”, declarou a líder da Assembleia Nacional (ex-Frente Nacional).
Já a partir do terreno, em Estrasburgo, o jornalista Guillaume Kremp tem dúvidas: “Não vejo o facto de eles não terem assinado a carta como prova de que são extremistas…”, diz, hesitante. “É um grupo conservador e posso dizer que, sem dúvida, é um grupo homofóbico, por exemplo. Mas defini-los como islamistas pressupõe uma postura mais agressiva, ligada a um objetivo de expansão e conversão.”
O Millî Görüs foi fundado na década de 1960, na Turquia, pelo antigo primeiro-ministro Necmettin Erbakan — ideólogo de um Islão político, acabou afastado pelo Exército. Desde 1995 que o Millî Görüs está na Europa, com a maioria da sua comunidade estabelecida na Alemanha. Ali, o grupo é monitorizado pelos serviços secretos germânicos, que temem as suas “tendências islamistas”. Em França, porém, o Millî Görüs não é visto como ameaça pelo Estado e recebe até frequentemente apoios estatais, como apontou o Libération. A presidente da Câmara de Estrasburgo — com quem o Observador tentou encontrar-se, mas cujo pedido foi rejeitado por “questões de agenda” — já declarou publicamente nunca ter sido alertada pelo governo ou pelos serviços de informação relativamente às tendências “islamistas” do grupo.
“Quando se olha para a história deles na Turquia, sim, podemos chamar-lhes ‘islamistas’. Mas como jornalista local daqui não posso dizer isso, porque a postura deles para com as instituições é a de tentarem integrar-se e representarem uma faceta moderada do Islão”, aponta Guillaume. E, depois de um longo suspiro, acrescenta: “Fiquei numa posição muito complicada. Como jornalista, fico contente por um dos temas que sigo se ter tornado um tópico nacional. Mas, por outro lado, o assunto foi abordado de uma forma que não me parece a correta, ao dizer-se ‘eles são islamistas e querem construir a maior mesquita da Europa’”.
Jovens criados “nas ruas de Estrasburgo e nas de Izmir”
Samim Akgönül concorda. É turco, mas vive há décadas em Estrasburgo e passou a vida dedicado a estudar a sua comunidade. O professor universitário recebe o Observador no seu gabinete da Universidade, entusiasmado por poder falar do trabalho a que dedicou toda uma vida. Como dirigente do Departamento de Estudos Turcos, já deu mais entrevistas a jornais franceses nos últimos meses, por causa mesquita Eyyub Sultan, do que em toda a sua vida até aí.
“Não quero ser demasiado relativista. É claro que existe extremismo religioso em França, não o nego”, diz o professor. Mas a cidade com o maior rácio de comunidade muçulmana em todo o país é um exemplo máximo de “cosmopolitismo”, afirma, dando como exemplo o facto de não existirem bairros “claramente turcos”. O único atentado terrorista de origem islamista na cidade ocorreu em dezembro de 2018, quando um jovem disparou contra várias pessoas no mercado de Natal a céu aberto. Era de origem argelina e foi radicalizado pelo Estado Islâmico.
Ataque em Estrasburgo. Atirador foi abatido pela polícia, Estado Islâmico reivindica ataque
“No caso da comunidade turca, não existe uma única identidade vincada, já que temos sunitas, alauítas e curdos, todos no mesmo espaço”, resume Akgönül. A comunidade turca de Estrasburgo está economicamente integrada e há até o desenvolvimento de uma “burguesia” turco-francesa, aponta o professor. Os jovens estão no epicentro de uma identidade dupla: ora se sentem profundamente franceses, ora consomem a televisão turca. “Eles vivem tanto nas ruas de Estrasburgo quanto nas [da cidade turca] de Izmir”, aponta o académico. “Adoro uma citação do Aznavour em que ele diz ‘sou 100% francês e 100% arménio’… Porque é exatamente assim: a identidade não pode ser engarrafada.”
O académico reconhece, porém, que há uma tentativa do governo turco de manter a sua influência na região. Isso é visível pela influência da Ditib, uma organização ligada ao ministério da Religião turco, que avança com os seus projetos no estrangeiro e que tenta marcar posição em Estrasburgo. Não é por acaso que a cidade francesa tem um consulado turco gigantesco — o maior edifício diplomático da Turquia em todo o mundo — e que a Ditib gere 270 mesquitas em França, 73 na região leste do país. Os imãs são pagos diretamente por Ancara.
Mas é também por isso que o jornalista Guillaume diz não entender o tamanho da polémica com a mesquita Eyyub Sultan: “No bairro de Hautepierre já existe um complexo muito semelhante a este e que é gerido diretamente pela Ditib. Funciona há anos e recebe muito mais dinheiro do governo turco! Só que eles não construíram uma mesquita enorme e, por isso, ninguém reparou neles.” E as próprias ligações do Millî Görüs ao governo de Erdoğan estão cada vez mais lassas: o grupo opôs-se às últimas alterações constitucionais propostas pelo Presidente na Turquia. “Tendo em conta que a maioria dos turcos que aqui vive apoia Erdoğan, diria até que o Millî Görüs perdeu algum apoio aqui em Estrasburgo desde então.”
O professor Samim concorda. Nas suas aulas, tem oportunidade de ouvir as intervenções de alguns alunos de origem turca que pertencem ao grupo e de perceber as suas opiniões. Não tem dúvidas de que são profundamente conservadores, mas considera que a influência francesa também está presente: “Eles debatem com os outros alunos num contexto académico saudável, por exemplo”, aponta. “E são cidadãos franceses. Não sei se podemos dizer o mesmo de todos os que frequentam a Igreja Ortodoxa de Estrasburgo, que também recebeu 10% do seu financiamento através da Câmara Municipal.”
Tensão pode subir em vésperas de presidenciais
Em Meinau, à beira da construção da grande mesquita, Eyupp Sahin continua a ser cauteloso quando fala da polémica em torno da mesquita da sua comunidade: “Os políticos pensam que quando atacam os muçulmanos ganham as eleições, mas vimos que não é isso que acontece. O partido da extrema-direita perde sempre aqui em Estrasburgo”, sentencia o líder religioso, com um grande sorriso. Assim já tinha sido nas presidenciais de 2017, em que Marine Le Pen não foi além do quarto lugar na primeira volta em Estrasburgo. A tendência repetiu-se nas regionais deste ano, mesmo após a polémica com a mesquita: Hombeline du Parc, a candidata da Assembleia Nacional, reuniu apenas 6% dos votos e os Verdes foram reeleitos.
Isso não significa, porém, que o tema não tenha feito mossa na presidente Barseghian: “Ao mesmo tempo que se discutia o financiamento da mesquita, a presidente estava a propor um aumento de impostos municipais, no valor total de 5 milhões. Ora, a subvenção para a mesquita era de 2,5 milhões. As pessoas imediatamente ficaram com a sensação de que os seus impostos iam servir para financiar a mesquita. Não é preciso ser um génio da política para perceber que isso não ia correr bem…”, diz o jornalista do Rue89.
Precisamente por isso, os Verdes estão em modo de contenção de danos: a presidente já anunciou que é necessário repensar a lei de apoio às comunidades religiosas na Alsácia e está a ouvir especialistas e organizações locais na tentativa de fazer uma nova proposta até ao final do ano. Movimentações que também não são alheias ao facto de França ir a eleições presidenciais já em abril do próximo ano — e numa altura em que os candidatos mais fortes são Macron, que está a fazer do combate ao “Islão político” uma bandeira, a par de Le Pen e da surpresa Éric Zemmour, também da extrema-direita. Poderá a grande mesquita de Estrasburgo vir a ser tema da campanha eleitoral? “Uuuuh la la”, diz o professor Samir, usando a conhecida expressão francesa. “Vai ser de certeza”, decreta.
Estrasburgo até pode não votar na extrema-direita em massa, mas os sinais de tensão estão latentes. Em fevereiro, um jovem ligado ao grupo de extrema-direita Génération Identitaire fez graffiti nas chapas que protegem a construção da mesquita Eyyub Sultan, pichando “Non à l’Islam, ça va au bled” (que pode ser traduzido como “Não ao Islão, voltem para nenhures”). Eyup não quer dar demasiada importância ao assunto — “Não temos medo, já estamos habituados” —, mas confessa que mandou instalar câmaras de videovigilância no local e que contratou um segurança. Também a presidente da Câmara de Estrasburgo está desde o início de maio sob vigilância policial, depois de ter recebido ameaças relativamente à questão da mesquita.
Eyupp Sahin, porém, garante não estar preocupado. Classifica a extrema-direita como “uma minoria que faz muito barulho” e reafirma que considera os franceses “muito inteligentes”. Sem o apoio da Câmara, a falta de dinheiro para avançar com as obras é uma dor de cabeça muito maior para o representante da comunidade, que tenta uma e outra vez sublinhar as características “francesas” do grupo e afastar os receios de extremismo.
Na ponta norte da cidade, o jornalista Guillaume recusa o retrato assim tão benéfico — “não sei se podemos considerar assim tão integrada uma comunidade que apoia um autocrata como Erdoğan” —, mas é firme em sublinhar que considera que o Millî Görüs não é a ameaça extremista que o ministro Darmanin tentou pintar. “É tudo campanha eleitoral”, resume, admitindo também que a campanha das presidenciais pode voltar a agitar as águas na cidade. “O tema foi tão discutido porque eles são muçulmanos, não há dúvida. Mas o facto de serem de origem turca estancou um pouco a coisa. Podia ter sido muito pior se eles fossem de origem árabe. Aí, sim, não sei como Estrasburgo estaria neste momento.”
O Observador viajou para Estrasburgo a convite do Parlamento Europeu