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O Facebook (agora Meta), além da rede social com o mesmo nome, detém o Instagram e o WhatsApp
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O Facebook (agora Meta), além da rede social com o mesmo nome, detém o Instagram e o WhatsApp

AFP/Getty Images

O Facebook (agora Meta), além da rede social com o mesmo nome, detém o Instagram e o WhatsApp

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Ignorar perguntas e não dar respostas inteiras. Tivemos acesso ao guião do Facebook para se defender de polémicas

Ignorar questões, um “não” claro quanto a uma mudança de função de Zuckerberg e respostas que só se dão "se houver insistência". Vimos as 73 perguntas com as quais o Facebook prevê ser bombardeado.

“Ou ignore [a questão]”. É desta forma que o Facebook, que agora se chama Meta, diz aos responsáveis para reagir a uma pergunta incómoda que lhes seja colocada. O melhor truque para vencer é estar sempre um passo à frente, e é isso que o Facebook mostra estar a tentar fazer com um guião interno a que o Observador teve acesso e que foi escrito para ajudar a defender a mudança de nome ou a evitar polémicas que envolvam a empresa. Ao todo, são 20 páginas com respostas a 73 perguntas criadas pelo Facebook que mostram a estratégia da Meta e em que pouco escapa a uma organização que teve dezenas de milhares de documentos internos revelados, luta contra querelas internas que minam a liderança de Mark Zuckerberg, o fundador e presidente executivo da empresa, e atravessa novas pressões para que o seu líder volte ao Congresso dos EUA para responder pelos alegados danos que a empresa tem causado com a proliferação de notícias falsas ou vício que as suas plataformas criam, principalmente em adolescentes.

Nas várias páginas, em inglês, prevêem-se grande parte das perguntas que podem ser feitas atualmente à empresa, desde as mais simples — “Quando é que isto [o metaverso] vai estar disponível?” —, às mais difíceis — “O vosso plano é apenas transformar a Meta no metaverso por meio de aquisições e roubando a inovação de outras empresas?”. No final, e com uma recomendação para ignorar perguntas de jornalistas, o objetivo do guião é um: convencer o público de que a Meta liderada por Mark Zuckerberg não quer criar os mesmo problemas que o Facebook levantou. Quais? Problemas como aqueles que a empresa assume no próprio guião que ainda tem de resolver: “(…) Onde traçar uma linha entre a liberdade de expressão e conteúdo ofensivo – ou como verificar a idade e ao mesmo tempo proteger a privacidade das pessoas”.

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No mesmo documento, há ainda a menção a outros outros guiões que a empresa tem preparados para estes temas. “Para pontos de discussão executivos sobre os documentos que foram alvo de fuga de informação, por favor, veja aqui”, lê-se logo no início do documento, debaixo de uma secção intitulada “hot topics” (assuntos quentes). Nesta parte do documento, a empresa dá recomendações a quem tem de responder em seu nome a alguns assuntos sensíveis, ou “quentes”. O primeiro ponto diz respeito à aquisição da Within, uma startup de desporto em realidade virtual que levou a que o Facebook fosse acusado de “estar a comprar o metaverso”. A resposta? Como as outras do guião, é semelhante às que a empresa tem dado a perguntas oficiais.

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A Meta é o novo nome do Facebook, que também detém plataformas como o Instagram e o WhatsApp

SOPA Images/LightRocket via Gett

Questionada sobre por que motivo a Meta recomenda que os seus responsáveis de comunicação ignorem questões, a antiga empresa chamada Facebook não respondeu. Mesmo assim, quanto à necessidade que a empresa sentiu de elaborar este documento, a Meta respondeu: “O nosso objetivo é comunicarmos de forma transparente com as partes interessadas e frequentemente usamos ferramentas, incluindo este documento de trabalho, para nos ajudar a responder com clareza às perguntas que recebemos”.

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“Porque é que a Within foi comprada?” é a primeira pergunta que surge no documento. Depois, há a resposta pré-feita da empresa: “A Meta e a Within acreditam profundamente na capacidade da realidade virtual para ajudar a promover a conexão social e comunidades colaborativas (…)”. Até aqui, e apesar de a empresa já demonstrar que está sempre um passo à frente, não há nada que não fosse esperado. Contudo, surge a segunda pergunta: “[No contexto das notícias da aquisição da Within] O vosso plano é apenas transformar a Meta no metaverso por meio de aquisições e roubando a inovação de outras empresas?”, escreve o Facebook no guião, antecipando outra possível pergunta.

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De acordo com a Meta, no futuro, a forma como interagimos com a tecnologia “vai ser mais imersiva”. “Quando estiver numa reunião no metaverso, vai sentir que está lá”, disse Mark Zuckerberg quando divulgou o novo nome. A sustentar esta afirmação, o líder da maior rede social do mundo aproveitou para anunciar um mercado digital no qual os criadores de conteúdos vão poder criar e vender produtos com os quais só se pode interagir com aparelhos como óculos de realidade virtual ou aumentada.

A visão do metaverso do Facebook é de tal forma ambiciosa que o executivo diz que, num futuro próximo, o trabalho remoto será feito com recurso a dispositivos de realidade aumentada. “Trabalhar de casa significa reduzir a pegada ecológica igual a menos uma viagem de avião por ano”, diz Zuckerberg.

Ao prever esta pergunta mais “quente”, a Meta de Zuckerberg também dá a resposta que deve ser adotada: “O setor de tecnologia é um dos mais dinâmicos e disruptivos da economia americana”. E continua com a sua defesa: “Para cada serviço oferecido na Meta e na nossa família de aplicações, podem encontrar-se vários outros com milhões, senão milhares de milhões de utilizadores”. A empresa refere ainda que investiu milhares de milhões de dólares “para desenvolver uma gama de novas tecnologias e infraestrutura líderes mundiais”. Porém, não se fica por aqui e deixa mais 72 perguntas para que quem tenha de defender a empresa saiba estar preparado.

É na última questão prevista dos “temas quentes” que surge uma recomendação menos transparente. “A empresa X já se chama Meta e acredita ter direitos de marca registada. Têm algum comentário?”, prevê a empresa como uma hipótese de pergunta numa alusão às notícias  — como a que publicou a Forbes – sobre pessoas que alegam que têm organizações com o mesmo nome e que o Facebook não as teve em conta. Qual é a resposta que a Meta tem preparada? Apenas uma recomendação para o responsável de comunicação: “Nenhum comentário on the record [que possa ser citado], ou ignore”.

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“Meta não significa X [morte] em Y [hebraico] e respostas que só se dão “se houver insistência”

No mesmo documento não há só “tópicos quentes”. As 73 questões relativas ao Metaverso debruçam-se também sobre outros temas, como “assuntos gerais”, “mudança da marca”, “o produto” ou o “modelo de negócio”. E há a previsão de perguntas mais leves que a empresa considera “quentes”, como “Meta não significa X em Y?”, numa alusão a notícias como a que publicou o The Guardian sobre a palavra “Meta” significar “morte” em hebraico. Resposta recomendada: “Encontrar um nome que se aplique globalmente sem implicações existentes em qualquer idioma é uma tarefa difícil, se não impossível — isto nunca será perfeito”.

Há outras notas peculiares. Por exemplo, na pergunta 33 — “Esta é a mesma mudança que a Google fez com a Alphabet?”) –, que tem sido feita ao Facebook ainda a mudança de nome não tinha sido anunciado, a resposta que a empresa tem preparada é a seguinte: “Como nós, a empresa da Google tinha o mesmo nome de um de seus produtos mais populares. A mudança para a Alphabet mudou isso e criou uma marca distinta para a empresa. Estamos a fazer algo semelhante com a nossa marca”. A empresa tenta ficar por aqui, mas sabe que esta resposta não é totalmente esclarecedora. Por isso, admite que sejam dados mais detalhes mas apenas numa condição, que é referida em maiúsculas no documento: “SE HOUVER INSISTÊNCIA”. Se, de facto, existir essa “insistência” por parte dos jornalistas, então os responsáveis do Facebook poderão acrescentar: “A Meta não está a ser criada com a mesma estrutura legal ou financeira da Alphabet”. E também: “É muito comum que grandes empresas, como a nossa [Meta], façam alterações na arquitetura da marca para ajudar a informar e esclarecer como alcançar as pessoas de maneira mais eficaz. Na verdade, demos início a um movimento como esse em 2019, com o lançamento da nossa marca empresarial”.

"É muito comum que grandes empresas, como a nossa [Meta], façam alterações na arquitetura da marca para ajudar a informar e esclarecer como alcançar as pessoas de maneira mais eficaz. Na verdade, demos início a um movimento como esse em 2019, com o lançamento de nossa marca empresarial"

Esta nota não teria tanto impacto se o próprio Facebook não tivesse previsto no mesmo guião o tópico sensível relacionado com esta questão. Com a primeira resposta, e ao referir “semelhante”, a empresa está a associar a mudança que fez recentemente à da Google, que criou uma nova empresa-mãe, a Alphabet, em 2015, numa reestruturação. Porém, ainda a mudança de nome do Facebook não tinha sido anunciada e a alteração já era comparada à mudança de nome da tabaqueira Philip Morris — um caso que também está previsto neste guião.

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No final de outubro, vários órgãos de comunicação social — impulsionados por uma notícia do Washigton Post — fizeram uma analogia entre a mudança para Meta e o caso da tabaqueira. Em 2003, a Philip Morris mudou o nome para Altria numa tentativa de proteger outras marcas que detém (como a Kraft Foods ou Miller Brewing) da imagem negativa que ganhou devido a estar associada à indústria do tabaco. Ao mudar o nome para Meta, o Facebook, que tem ganhado uma imagem negativa, afastou outras plataforma que detém, como o Instagram e o WhatsApp, de um nome que está associado a casos como a Cambridge Analytica, entre outras polémicas.

Sendo este um guião de defesa, essas perguntas e respostas também estão contempladas: “Este é o vosso momento Philip Morris?/ Como é que isso é diferente do rebranding da PM para Atria?”. “Isto é mais Alphabet do que Altria” e “a aplicação do Facebook ainda se chamará Facebook”, escreve-se em dois pontos na resposta a esta pergunta mostrando a narrativa que a empresa quer defender.

"Este é o vosso momento Philip Morris?/ Como é que isso é diferente do rebranding da PM para Atria?". "Isto é mais Alphabet do que Altria" e "a aplicação do Facebook ainda se chamará Facebook", escreve-se em dois pontos na resposta esta pergunta

Mark [Zuckerberg] muda de função? “Não”. Outras respostas que o Facebook tem preparadas para os tópicos mais e menos sensíveis

Todas as perguntas têm tópicos ou respostas para direcionar quem representa a empresa a conseguir responder a jornalistas mantendo a mensagem que a Meta quer passar. Se possível, sempre “on background” (“como contexto”, o que impede o jornalista de atribuir a alguém específico a informação), como está no topo do documento. Algumas são mais desenvolvidas, outras têm apenas pontos. No entanto, uma questão destaca-se: “O trabalho de Mark Zuckerberg vai mudar?”. Aqui, a resposta preparada é simples e direta: “Não”. Além disso, na pergunta seguinte, quanto à possibilidade de a mudança de nome ter sido feita para proteger a empresa de “regulação antitrust (abusos de posição dominante no mercado), a resposta é também curta: “Não. A nossa estrutura organizacional não vai mudar”. Isto não aconteceu com a Google quando mudou de nome, por exemplo, mas isso não é aprofundado nessa resposta pré-feita.

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Quanto ao resto, as respostas vão ao encontro ou são iguais àquilo que se tem lido neste último mês quanto à mudança de nome do Facebook. “Não queremos que as pessoas fiquem presas no metaverso da Apple, no metaverso Epic, no metaverso Meta ou no metaverso do Google”, refere a empresa quanto à sua visão aberta desta ideia do futuro, por exemplo. Ou, noutra resposta a uma pergunta que prevê: “O nome Meta mostra para onde a nossa empresa está a ir e o futuro que queremos ajudar a construir”.

Mesmo assim, as respostas preparadas não respondem a todas as perguntas que o guião do Facebook tem planeadas. Na pergunta 49, por exemplo, na secção “privacidade” (que tem apenas duas perguntas pré-feitas), surge a questão que a Meta sabe que vai continuar a ser feita: “O metaverso não é apenas a última maneira de a Meta adquirir dados [pessoais]?”. Na resposta que a empresa tem planeada, refere como quer ser “transparente relativamente a dados” e o que vai fazer com eles. Depois, usando os óculos com câmara integrada que lançou em conjunto com a Ray-Ban para exemplificar que as pessoas sabem “quando uma gravação está a acontecer”, diz que o “controlo” dos dados é das pessoas. O problema é que, neste caso, não tem sido bem assim.

Facebook lança óculos com câmara integrada

Como avançaram vários órgãos de comunicação social que experimentaram estes óculos, desde internacionais, como o Engadget, a nacionais, como a SIC Notícias, no programa “Futuro Hoje”, não é claro para toda gente que vê alguém com estes óculos que há uma câmara embutida que pode estar a gravar o que vê. Mesmo assim, o Facebook utiliza este produto como exemplo de que tem como objetivo proteger a privacidade das pessoas.

As fugas de informação do Facebook e a informação “on background

Frances Haugen, que trabalhou no Facebook e é a mais recente denunciante da empresa, tornou-se no último mês a cara das fugas de informação que têm assombrado a organização liderada por Mark Zuckerberg. Ainda esta terça-feira, a empresa foi acusada de continuar a direcionar publicidade para adolescentes, como avançou o TechCrunch — Na base da notícia está um estudo de uma associação australiana que teve acesso a essa informação. A Meta (Facebook), porém, nega a história.

Facebook “pôs lucros astronómicos à frente das pessoas”. A audiência da denunciante no Congresso

Há duas semanas, em Lisboa, na Web Summit, foi Haugen que subiu a palco para, mais uma vez, acusar o Facebook de não estar a fazer o suficiente para mudar, o que leva a que sejam revelados mais documentos como os que deu a conhecer. Apesar de ter aparecido por videoconferência, logo no dia seguinte e no mesmo palco, Nick Clegg, vice-presidente para assuntos Globais da Meta, disse que a empresa tem feito “um progresso significativo” para controlar estas fugas de informação.

“Tenho esperança que o Facebook mude”, diz denunciante da rede que abriu oficialmente a Web Summit a convite de Paddy

O documento mostra também que a atual diretriz da empresa é que informação seja facultada “on background“. “Compartilhe as respostas com a imprensa sem ser citado e indique materiais públicos sempre que possível”. Este termo — que significa algo como “sem ser citado diretamente”, permite, por exemplo, atribuir informações a empresas. Porém, tem criado algumas confusões.

epa08925055 Chairman and CEO of Facebook Mark Zuckerberg testifies before the US House Financial Services Committee hearing on 'An Examination of Facebook and Its Impact on the Financial Services and Housing Sectors', on Capitol Hill in Washington, DC, USA, 23 October 2019 (reissued 07 January 2021). Media reports on 07 January 2021 state Facebook has suspended US President Donald Trump from his Facebook account. The suspension will last at least two weeks and could be expanded indefinitely Facebook said. The move comes after recent remarks by President Trump.  EPA/MICHAEL REYNOLDS *** Local Caption *** 55572719

Desde 2018, com a divulgação do caso Cambridge Analytica, que Zuckerberg tem dito publicamente que quer ser mais transparente. Contudo, a empresa tem recebido críticas de estar a promover secretismo

MICHAEL REYNOLDS/EPA

Na semana passada, o The Verge, um dos mais conhecidos jornais online de tecnologia e que divulgou vários histórias que expuseram o Facebook (ainda na terça-feira publicou um que mostra que a empresa está a aumentar o secretismo), anunciou que ia mudar a sua política em relação a informações “on background“. De acordo com este órgão de comunicação social, esta forma de comunicação tem sido utilizada extensivamente evitando que os leitores “recebam fontes claras de informação”, explica o mesmo site.

Mesmo assim, no mesmo documento há a nota para que se “insista [push] para as fontes existentes”, como materiais publicados nos canais oficiais da empresa. Além disso, é deixada a ressalva para qu,e se “for necessário” citar algum material “on the record” (em que se pode ser citado), não há problema”. No entanto, ao insistir na questão “on background” — que se tem tornado uma prática quase uniforme na comunicação de empresas tecnológicas –, levanta estas questões sobre poder-se conseguir fontes claras de informação para os leitores.

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