Com a missão de apoiar os produtores nacionais, o Lidl tem-se posicionado como um dos parceiros estratégicos de quem se dedica a uma produção autêntica, com respeito pela qualidade tradicional, preservando costumes e tradições regionais. A Queijaria Almerinda, de Moura (Beja), que aposta na produção manual de queijo, é um exemplo emblemático. Bernardo Mota Lopes, filho da queijeira, aprendeu os segredos da arte: “Cresci com esta tradição e com o gosto de bem fazer queijo.”
A empresa familiar que integra o programa “Da Minha Terra”, uma iniciativa Lidl com o objetivo de estimular a economia nacional, ganhou um parceiro que lhe permitiu a entrada na “distribuição moderna”. Tudo começou quando os avós de Bernardo começaram por vender queijos nas aldeias próximas e apesar dos novos tempos o jovem sabe que é necessário um equilíbrio para que não se perca a essência e os sabores de um negócio artesanal. O participante das Lidl Talks, vindo diretamente de terras alentejanas, lembra que cada vez mais o consumidor está preocupado com a alimentação saudável, estando atento à origem e segurança dos produtos, bem como a aspetos que são hoje muito valorizados como as certificações relacionadas com o bem-estar animal. “O consumidor sabe onde estão os bons produtos”, afirma.
Do pão vendido nas aldeias aos bolos secos tradicionais
A “Tradifana”, nome inspirado na antiga “Padaria da Arrifana” com mais de 40 anos, é uma empresa familiar, localizada no concelho da Azambuja, que começou a vender pão aldeia a aldeia e se reinventou centrada nos bolos secos tradicionais com sabor caseiro. A sócia-gerente Tânia Braz explica que o novo modelo de negócio nasceu em 2008, em plena crise. Depois surgiram oportunidades de crescimento passo-a-passo e mais recentemente vieram novos obstáculos: “pior que a Covid-19, só a guerra da Ucrânia”. Uma das apostas da empresa tem sido marcar diferença em vários segmentos, como as barritas energéticas. “A venda destas últimas teve uma quebra acentuada quando as pessoas deixaram de ir ao ginásio por causa da pandemia. Depois veio a guerra e tivemos de lidar com o aumento dos preços das matérias-primas e fatores de produção”, sublinha. E como superar? Com resistência, muito trabalho e com a apoio desde 2021 do projeto “Da Minha Terra”. “Não existem oportunidades sem desafios e grande parte dos desafios podem ser transformados em oportunidades. É preciso inovar e não desistir. Acompanhar as tendências e sonhar, acreditar que vamos ser capazes, apesar das adversidades”, garante.
Vinhos portugueses: escassez de vidro é um dos desafios
Também Luis Almada, administrador da Casa Santos Lima, empresa familiar que se dedica à produção, engarrafamento e comercialização de vinhos portugueses, outro dos participantes da Lidl Talks, refere os problemas da “inflação generalizada que tem um impacto enorme nas empresas e no consumidor final”, mencionando por exemplo o aumento do preço das garrafas (mais de 50%). “Há um obstáculo que está neste momento a ser ultrapassado, mas ainda não na totalidade: a falta de matérias-primas. Neste momento o vidro tem uma ampla escassez no mercado”, afirma.
Outro dos grandes desafios com que os produtores nacionais se confrontam atualmente, referido pelos vários intervenientes, relaciona-se com as mudanças climáticas, o que no caso concreto dos vinhos se reflete no “escaldão” das uvas e nas mudanças das castas. A falta de mão-de-obra e de água são outros obstáculos. A seca agravou-se no mês de maio, estando todo o território continental nesta situação, 35% do qual em seca severa e extrema, revelou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
“Não se faz agricultura sem água”
É o alerta de Firmino Cordeiro, Diretor-Geral da Associação dos Jovens Agricultores em Portugal, salientando que é muito importante definir uma política eficaz para o setor. É necessário também apoiar os empresários e fazer mais investimento na agricultura. “Já temos vacas felizes nos Açores, mas aqui também temos todas as condições para sermos felizes. Temos de mostrar que este é um setor estratégico, com iniciativas como as do Lidl que apoia os produtores nacionais, ajudando a estabelecer uma relação de confiança entre agricultores e consumidores. “
Firmino Cordeiro sublinha a necessidade de tornar a agricultura apelativa para atrair os mais jovens. “Existe um grande envelhecimento dos agricultores, mais de 52% tem idade superior a 65 anos”.
Para Firmino Cordeiro os agricultores portugueses estão a adaptar-se aos novos tempos, à digitalização e modernização dos equipamentos, correspondendo também às novas tendências dos consumidores com o desenvolvimento da agricultura biológica, mas são necessários mais incentivos e um rejuvenescimento dos profissionais do setor.
“O futuro passa por caminharmos juntos”
Hugo Piteira, Diretor de Negócios da Montaraz, grupo 100% português que junta produtores e industriais com experiência na transformação do porco alentejano, considera que ainda estamos a fazer o caminho no sentido da indústria 4.0, defendendo a necessidade de eficiência e equilíbrio para se irem atingindo objetivos. “Se não seguirmos esta via vamos perder o comboio, a vida é como se fosse um comboio de alta velocidade, em constante mutação e quando pensamos que estamos a chegar ao ponto de maturidade estamos a chegar ao início de uma nova etapa.”
O participante das Lidl Talks encara o futuro com alguma preocupação, a guerra está a provocar uma reorganização mundial, com problemas energéticos associados, mas com o apoio de parceiros fortes como o Lidl e oportunidades de exportação torna-se mais fácil contornar obstáculos. “O futuro passa por parceiros fortes para que possamos caminhar juntos.” A sustentabilidade está na ordem do dia. Por esse motivo, a Montaraz lançou-se no desafio de fazer uma nova embalagem com menos 70% de plástico. “O consumidor é cada vez mais esclarecido, as pessoas pensam em si próprias, mas também nas gerações futuras”.
“A sustentabilidade mais do que uma oportunidade é uma obrigação”, reforça Luís Almada, o que na área dos vinhos se traduz em oportunidades como a produção de vinho biológico ou a regeneração dos solos, fundamental para manter a viabilidade a longo prazo. O interveniente refere o impulso que a parceria Lidl permitiu ao nível das exportações. A Casa Santos Lima exporta cerca de 90% da sua produção total para perto de 50 países nos cinco continentes. “O Lidl tem um papel fundamental porque nos possibilita a oportunidade de mostrar produtos portugueses num canal direto e aberto”.
Frederico Monteiro, Key Account de Exportação do Alto do Paiva, afirma que é necessário procurar soluções e ser o mais eficiente possível, referindo que “o capital humano é escasso”, mas que “não podemos perder o foco no futuro e na constante inovação”. “É preciso descentralizar, olhando para os projetos numa perspetiva de crescimento.” O representante desta empresa que produz todo o tipo de enchidos de qualidade regional, fabricados com equipamentos e tecnologias modernas, considera que “o produto português é apreciado além-fronteiras como seguro e de qualidade”, referindo o papel do Lidl no que respeita à exportação dos produtos Alto do Paiva. “Temos os nossos produtos a chegar a países como a Polónia ou a Suécia”.
As frutas e legumes da TriPortugal também estão a chegar longe. Francisco Torres diz que a fruta produzida em Portugal tem um aroma especial, influenciado pela maresia do Atlântico, e refere o sucesso que a pera rocha está a ter no mercado alemão. O serviço prestado ao cliente também é de grande importância. “Ao estarmos juntos com outros produtores conseguimos ter uma maior capacidade técnica e de resposta.” Em 2022, o Lidl ajudou a exportar 27 mil toneladas de Frutas e Legumes, apoiando mais de 500 produtores nacionais.
Na voz de…
Francisco Torres (TriPortugal)
É na produção nacional que está o futuro do nosso país e o Lidl abriu muitas portas aos produtores nacionais. Temos tido oportunidade de colocar a pera rocha do Oeste, a maçã gala de Alcobaça ou toda a fruta de caroço que estamos a produzir no Alentejo na Alemanha, Inglaterra, Irlanda, Espanha e França, entre outros. Estamos a expor o nosso produto e isso é muito bom.”
Hugo Piteira (Montaraz)
Todas as situações colaterais à guerra continuam a acontecer, a questão dos cereais, do petróleo e da energia. Se existe um aumento do preço dos fatores de produção, vai afetar o preço do produto parcialmente, verificando-se um efeito cascata. O nosso negócio tem sempre uma projeção a longo prazo, por exemplo a criação dos animais demora uma média de 14 meses ou a produção do nosso presunto mais de três anos. Sem parcerias fortes e estáveis é impossível continuar a investir e aumentar a produção.”
Frederico Monteiro (Alto do Paiva)
Quando começámos a trabalhar com o Lidl, em 2015, eramos uma organização com cerca de 20 pessoas e faturávamos entre dois e quatro milhões, hoje estamos encaminhados para faturar 34 milhões e temos cerca de 200 colaboradores. O Lidl teve um impacto na mentalidade de sabermos que somos capazes.”
Tânia Braz (Tradifana)
Para o sucesso de um negócio é necessário fazer bem, ter qualidade, esforçarmo-nos para que o cliente fique satisfeito e faça a próxima compra, depois também é preciso persistência e sorte. Trabalhar com o coração. A importância de ter um parceiro como o Lidl é gigante, ainda mais quando no nosso caso o apoio se iniciou num momento de pandemia, em que não sabemos o amanhã.”
Luis Almada (Casa Santos Lima)
Portugal vive um momento único, de visibilidade no exterior. Em Itália ou França, o vinho surge associado à gastronomia, ao turismo e à paisagem. E Portugal começa a ter esta imagem, os turistas gostam das pessoas que são afáveis, do ambiente, do clima, da história e cultura, da comida e… do vinho. Depois levam o bom nome do nosso país além-fronteiras o que impulsiona as exportações dos produtos portugueses.”
Bernardo Mota Lopes (Queijaria Almerinda)
No negócio de produção de queijo de cabra do Alentejo, o maior desafio face ao contexto atual que vivemos de inflação e de seca severa está relacionado com a produção de leite de cabra. Depois da parceria com o Lidl e do crescimento que tivemos este ano, temos necessidade de abranger um maior número de produtores de leite e essa é a grande dificuldade. Os produtores de leite estão a desaparecer e os que existem estão a reduzir o seu rebanho.”