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Leonel de Castro

Leonel de Castro

Ligações perdidas, o rival especial e um Presidente da República: as 40 figuras que marcaram quatro décadas de Pinto da Costa

Lealdade, ambição e respeito foram princípios que nortearam presidência. Foi assim que Eanes, D. António Francisco dos Santos ou Fernando Martins ficaram tão próximos. Foi assim que perdeu amizades.

Começou por ser só um desafio, tornou-se um caminho de quatro décadas. A começar pelo próprio, não havia ninguém que conseguisse arriscar o trajeto de Pinto da Costa na liderança do FC Porto até hoje. Nem isso nem a conquista de um título europeu – e conseguiu sete. Nem isso nem uma viragem naquilo que era o paradigma do futebol nacional – e só no período em que esteve como presidente ganhou 65, contando já com o Campeonato festejado na última semana na Luz. Nem isso nem um crescimento a pique do peso das modalidades no clube – e contam-se 1.340 títulos coletivos nos mais variados desportos. Na receção ao Estoril que marca a última jornada da Primeira Liga e a festa da consagração olhando ainda para mais uma possível “dobradinha” na próxima semana, Pinto da Costa terá também uma espécie de último capítulo nas comemorações dos 40 anos como número 1 dos azuis e brancos num Dragão cheio.

No entanto, esta caminhada foi tudo menos a travessia de um homem só. Teve fiéis escudeiros, teve aliados que se tornaram rivais, teve amizades que se perderam (e algumas que se recuperaram), teve figuras que se conseguiram afirmar dentro de um ADN FC Porto, teve referências que não esqueceu mesmo não podendo estar hoje presentes. A lealdade e a vontade de ganhar sempre foram princípios que valorizou, fosse entre os seus, fosse da parte dos outros. E o percurso de Pinto da Costa, entre os jogadores e técnicos que melhor representaram o clube e as figuras que de uma ou outra forma foram ganhando o seu espaço no Dragão ou na vida do presidente dos azuis e brancos, é sobretudo um reflexo desses mesmos valores que balizaram a forma de liderar ao longo de quatro décadas, de Presidentes da República a homólogos rivais.

Armando Pimentel e Álvaro Pinto

São dois dos nomes menos conhecidos para a maioria dos portistas de outras gerações mas aqueles que, a par de Neca Couto, mais importância tiveram naquilo que o FC Porto acabou por transformar-se: no início de 1982, perante o estado do clube que não augurava nada de bom, Armando Pimentel, Álvaro Pinto e mais alguns associados juntaram-se para tentarem convencer Pinto da Costa a assumir uma lista à liderança dos azuis e brancos – sendo que ainda em 2018, quando recebeu a Medalha de Honra da Cidade do Porto, teve o cuidado de evocar Armando Pimental, antigo vereador que integrou as primeiras listas do líder dos azuis e brancos e teve um papel importante em temas como o rebaixamento do estádio das Antas.

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Reinaldo Teles

Pinto da Costa mostra-se orgulhoso de todos os cargos que ocupou no FC Porto, incluindo nos 20 anos até chegar à presidência do clube. A ligação afetiva ao hóquei em patins é conhecida, a ligação a Pedroto no futebol era evidente, a ligação ao boxe era quase nula antes de chefiar a secção mas não mais a esquecerá. Foi lá que conheceu o então pugilista Reinaldo Teles, a pessoa com quem ficaria com a ligação mais íntima no contexto portista. “Um dia disse que confiava no meu cão e no Reinaldo e de facto foi o exemplo que eu encontrei de uma confiança ilimitada e cega. O Reinaldo era um amigo de todas as horas, não era das horas boas, era de todas as horas. Um homem afável, que tinha uma força invulgar, um atleta, mas era um pacificador, um homem bom”, destacou numa das homenagens feitas após a sua morte, em 2021.

José Maria Pedroto

O treinador que ainda hoje muitos recordam como alguém que estava à frente do seu tempo será sempre a alma gémea de Pinto da Costa no plano técnico e sobretudo na forma como via também o FC Porto como o bastião contra um centralismo que reduzia o panorama nacional aos grandes clubes de Lisboa. Aliás, uma das “condições” para assumir uma candidatura a líder dos azuis e brancos foi poder contar de novo com o treinador com quem tinha trabalhado enquanto chefe do departamento de futebol (e saíram na mesma fase em litígio com o então líder Américo de Sá após a final da Taça de Portugal de 1980). O Zé do Boné ganhou dois Campeonatos, três Taças de Portugal e uma Supertaça pelos dragões mas uma doença que só mesmo a mulher, o médico e Pinto da Costa sabiam terminou demasiado cedo a sua carreira, não chegando a ir à final da Taça das Taças de 1984 frente à Juventus. Em 1985, perdeu o técnico, o homem e o amigo.

Pinto da Costa "cansou-se" de ouvir Valentim Loureiro dizer que Pedroto nunca iria para o FC Porto e, ainda antes de ser presidente, contratou o técnico quando era chefe do departamento de futebol

Manuel Francisco de Couto (ou Neca Couto)

Pinto da Costa tinha apenas quatro grandes pontos no programa apresentado em 1982: trazer de volta José Maria Pedroto, rebaixar o Estádio das Antas para ganhar 20.000 lugares, lançar uma revista do clube (a Dragões) e recuperar Fernando Gomes, avançado que tinha saído para o Sporting Gijón, para poder ficar mais perto de uma final europeia. A última tornou-se uma situação complicada que mais difícil se tornava com o passar dos dias, sobretudo quando os espanhóis acrescentaram à última hora que os 20.000 contos pelo passe do internacional teriam de ser pagos a pronto e não a prestações faseadas. O Banco Português do Atlântico mostrou-se disponível para emprestar o dinheiro mediante garantias e foi aí que surgiu de forma preponderante Manuel Francisco de Couto (ou Neca Couto), amigo de Pinto da Costa e grande industrial das Indústrias Couto que avalizou o negócio para que Fernando Gomes voltasse às Antas.

Fernando Gomes

“Partilho também este Dragão de Ouro com o meu presidente, meu amigo e por vezes meu pai. Senhor presidente, jamais vou esquecer que nos momentos mais difíceis da minha vida encontrei sempre em si um gesto de conforto e carinho. Teve sempre uma palavra orientadora e ensinadora, sabendo sempre separar os interesse pessoais dos do FC Porto”, recordou o “Bibota” no ano passado. Fernando Gomes foi uma das quatro promessas de Pinto da Costa na primeira eleição, em 1982, e voltou nesse mesmo ano às Antas após dois anos no Sp. Gijón, ganhando no total 14 títulos pelos dragões entre os quais Taça dos Clubes Campeões Europeus, Supertaça Europeia e Taça Intercontinental além de cinco Campeonatos. Na última eleição foi integrado nas listas à Direção e é hoje o chefe do departamento de prospeção e recrutamento.

João Pinto

O eterno número 2 do FC Porto, que fez com que Pinto da Costa um dia explicasse que enquanto fosse o presidente dos azuis e brancos o único número 2 que teria era João Pinto quando foi instado a pronunciar-se sobre a “segunda figura” do clube a seguir a si, foi o jogador com maior convivência com o líder portista, numa carreira de 16 anos nos seniores entre 1981 e 1997, muitos como capitão, onde se tornou o elemento com mais presenças oficiais de sempre dos dragões com mais de 400 encontros disputados e 24 troféus ganhos: nove Campeonatos, quatro Taças de Portugal, oito Supertaças, uma Taça dos Clubes Campeões Europeus, uma Supertaça Europeia e uma Taça Intercontinental. Cada renovação de contrato era feita em cinco minutos até ao dia em que terminou a carreira e assumiu o comando da equipa júnior, tendo depois passado por várias equipas técnicas sempre com o propósito de passar a mística do clube.

Ramalho Eanes

Pinto da Costa nunca teve uma relação fácil com alguns políticos e ainda agora voltou a apontar baterias a Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa por aquilo que considera ser um centralismo nacional que faz com que exista uma diferença de comportamento perante os títulos do FC Porto e do Benfica e do Sporting. Ainda assim, há alguém que nunca esquece em qualquer ocasião solene do clube: Ramalho Eanes. E essa ligação começou nos primeiros meses de gestão nas Antas: numa altura em que Pinto da Costa e a Direção eram acusados de “salteadores” do clube a mando de um partido político, Aventino Teixeira, uma pessoa muito próxima do presidente portista, intermediou uma visita de cortesia de uma delegação portista ao então Presidente da República e Ramalho Eanes agilizou também uma condecoração que estava ainda por entregar ao clube, algo que veio em paralelo apaziguar a agitação interna que então existia.

Pinto da Costa foi recebido por Ramalho Eanes após ter sido eleito, clube recebeu condecoração que estava em atraso e criou-se uma amizade que ainda se mantém

D.R. Twitter FC Porto

Paulo Futre

Pinto da Costa reparou pela primeira vez no esquerdino quando era ainda júnior, num clássico entre o FC Porto e o Sporting, e não mais se esqueceu daquele jogador. Quis saber quem era, quis saber como estava a sua condição em Alvalade, não tinha dúvidas de que ia ser um génio. No verão de 1984, num período de guerra aberta com os leões de João Rocha, o presidente dos azuis e brancos quis também marcar uma posição e teve uma das manobras que marcaria o clube na década de 80: depois das saídas de Sousa e Jaime Pacheco para o Sporting alegando falta de condições psicológicas para jogar nas Antas, o FC Porto soube que Futre estaria para ser emprestado à Académica e, pelas mesmas razões que os dois médios, fez com que rescindisse e assinasse pelos azuis e brancos. Ganhou dois Campeonatos, duas Supertaças e a Taça dos Clubes Campeões Europeus até ser vendido em 1987 ao Atl. Madrid por uma valor recorde na altura.

Alípio Jorge

É um dos dirigentes mais discretos mas que há mais tempo acompanha Pinto da Costa, tendo uma longa amizade com o presidente dos azuis e brancos e grande relevância a dois níveis no clube: por um lado, foi ele que dinamizou diretor de secção o bilhar dos azuis e brancos, a modalidade que depois do futebol e do ciclismo conseguiu também sagrar-se pentacampeã nacional num feito muito enaltecido pelo número 1 dos azuis e brancos; por outro, continua a ser ele, enquanto vice-presidente, a gerir toda a parte das filiais e das delegações dos azuis e brancos, com uma trajetória crescente e numa vertente cada vez mais internacional. É também jogador de bilhar, tendo participado em dezenas de vitórias até internacionais.

Vítor Hugo

Pinto da Costa sempre teve o hóquei em patins como uma das modalidades preferidas e, nos primeiros tempos de ligação ao clube, chegou mesmo a ser diretor da secção. Faltava-lhe algo: a conquista de um Campeonato, então dominado pelos rivais Sporting e Benfica. Vítor Hugo, um dos melhores jogadores do FC Porto e da Seleção, foi um dos obreiros desse “sonho” que se concretizou logo na primeira temporada em que foi presidente e de uma forma bem maior do que tinha pensado com um pentacampeonato entre 1983 e 1987. Ao todo, o avançado que já foi treinador e está agora como diretor do basquetebol dos azuis e brancos ganhou oito Campeonatos, cinco Taças de Portugal e oito Supertaças ao longo de 12 anos.

Artur Jorge

Foi a aposta técnica mais arriscada da era Pinto da Costa mas também aquele que teve das relações mais próximas com o presidente nos tempos em que o presidente dos azuis e brancos estava no banco durante os jogos como delegado. A ideia de contratar o então jovem treinador nasceu de uma conversa com Pedroto, com quem o futuro Rei Artur tinha estado em Guimarães, e ficou consumada num restaurante chinês perto do hotel Altis, em Lisboa. Artur Jorge descera antes pelo Portimonense, não tinha grande currículo mas foi mesmo aposta do FC Porto, tendo sido o obreiro da primeira conquista internacional dos dragões em 1987. Esteve nas Antas entre 1984 e 1987, saiu depois para o Racing Paris, fez mais dois anos no FC Porto de 1989 a 1991 e voltou ao PSG, tendo ganho três Campeonatos, uma Taça de Portugal e três Supertaças além da final de Viena com o Bayern que “originou” a Intercontinental e a Supertaça Europeia.

Rabah Madjer

Pinto da Costa privou com centenas de jogadores e fez outras tantas contratações. Mas quem terá sido o melhor de todos? “É subjetivo. Se gosta de futebol ofensivo, naturalmente que vai escolher um avançado, se é adepto de um futebol mais defensivo escolhe um defesa. O mais completo era o Madjer, porque ele jogava com o pé direito como jogava com o pé esquerdo, marcava livres com um ou outro pé, era agressivo, era rápido, jogava bem de cabeça, tinha um drible fantástico, não tinha defeitos…”, contou o líder dos azuis e brancos no último na revista Dragões. Contratado em 1985 ao Racing Paris, o avançado argelino esteve quase seis anos nas Antas e teve como maior momento de glória o golo de calcanhar na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1987 frente ao Bayern em Viena que abriu caminho para a reviravolta.

Calcanhar de Madjer na final. da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1987 ficará como um dos momentos icónicos de Pinto da Costa, que considera argelino "o mais completo" de todos os jogadores

© picture alliance/empics

Pôncio Monteiro

Foi uma das pessoas mais próximas de Pinto da Costa na altura da decisão de avançar com a candidatura em 1982 e fez parte dos órgãos sociais nos mandatos iniciais, até 1991, passando depois a integrar aquilo que era o Conselho Superior do clube enquanto representava os azuis e brancos nos primeiros programas onde era discutido futebol na TV, os Donos da Bola e o Jogo Falado (onde esteve com figuras como Pedro Santana Lopes, Dias Ferreira, Fernando Seara, Gaspar Ramos ou Cunha Leal). Licenciado em Economia, sempre foi uma das pessoas mais próximas do número 1 dos dragões e um dos grande apoios a nível de relações institucionais, tendo recebido vários prémios e distinções de dirigente do ano.

Valentim Loureiro

Poucos saberão dessa história mas a célebre frase “Largos dias têm 100 anos” de Pinto da Costa, que deu depois nome ao seu livro, nasceu de uma “picardia” com Valentim Loureiro, que enquanto presidente do Boavista disse que nunca consigo José Maria Pedroto iria para o FC Porto – e Pinto da Costa “cansou-se” dessa fanfarronice, aceitou o convite de Américo de Sá para ser diretor do futebol dos azuis e brancos e a primeira coisa que fez foi assinar com o técnico em janeiro para apresentá-lo em junho. Nem sempre houve uma relação boa entre os dois decanos dirigentes (Valentim deixaria o Boavista em 1997), foram várias as ocasiões em que trocaram críticas públicas, mas aquilo que ficou foi uma amizade que superou todas as barreiras clubísticas, que superou o processo Apito Dourado e que fez com que o Major, então presidente da Câmara, condecorasse em 2013 Pinto da Costa como cidadão honorário de Gondomar.

Fernando Martins

Fernando Martins foi presidente do Benfica durante três mandatos, entre março de 1981 e março de 1987, tendo ganho dois Campeonatos com Eriksson e voltado às finais europeias (Taça UEFA de 1983) entre várias obras nos encarnados como o fecho do Terceiro Anel que colocou a antiga Luz com 120.000 lugares. Na tomada de posse de Pinto da Costa, o antigo líder das águias deslocou-se à Invicta para assistir e desejar boa sorte, três dias depois o presidente dos dragões veio a Lisboa agradecer num jantar que durou até às 2h da manhã. Estava a ter início uma amizade que perdurou no tempo e se sobrepôs a qualquer rivalidade, tanto que ainda hoje o FC Porto estagia no hotel Altis quando pernoita em Lisboa. “Era um homem como, infelizmente, há poucos. Era um homem de quem era fácil ser amigo, que se percebia de imediato que já nessa altura era diferente dos outros”, comentou o número dos azuis e brancos em 2017.

Pinto da Costa não esqueceu a viagem de Fernando Martins até ao Porto na sua tomada de posse e deslocou-se a Lisboa para agradecer. Ainda hoje o FC Porto fica no hotel do antigo líder do Benfica

Belmiro de Azevedo

“Se aparecer alguém com um projeto credível, como por exemplo um do engenheiro Belmiro de Azevedo, apoiarei essa candidatura. Se não aparecer ninguém credível, vou avançar”, dizia Pinto da Costa no ano em que cumpria um quarto de século na liderança dos dragões mas admitia uma saída do FC Porto caso o antigo líder da Sonae pretendesse avançar. Nunca aconteceu. Conheceram-se na Direção de Afonso Pinto de Magalhães, sentaram-se lado a lado nas reuniões durante três anos entre 1969 e 1971 e tiveram várias fricções sobre aquilo que cada um considerava ser o melhor para o clube mas sobrou o respeito pelo trajeto que fizeram em mundos diferentes. Pinto da Costa respeitava o sócio e empresário Belmiro de Azevedo, Belmiro de Azevedo respeitava o ex-companheiro de Direção e presidente Pinto da Costa. “Tivemos problemas que ele conhece bem e deve ter uma ideia clara de que lado estava a razão. Mas eu não compreendo como são geridos os clubes de futebol hoje em dia. Nem quero compreender”, disse o empresário ao Expresso em 1999. Ainda assim, foi o único pela qual se mostrou disponível a “abdicar”.

Vítor Baía

Se João Pinto é o jogador que mais épocas acompanhou Pinto da Costa no clube, Vítor Baía foi o jogador que teve também uma passagem pela Europa (Barcelona, 1996 a 1999) que mais ligação criou com o líder dos portistas. Além de dez Campeonatos, cinco Taças de Portugal e nove Supertaças, o guarda-redes, um dos melhores a nível nacional e o mais titulado no plano internacional, ganhou uma Champions, uma Taça UEFA e uma Taça Intercontinental pelos azuis e brancos, sendo ainda detentor do recorde de minutos consecutivos sem golos sofridos na Liga, o primeiro a chegar às 75 internacionalizações e apenas um dos nove jogadores de sempre que ganharam Champions, UEFA e Taça das Taças (neste caso pelos catalães). Voltou no último ato eleitoral como vice e administrador da SAD. Ainda hoje Pinto da Costa assume que, a par de João Moutinho, foi a saída que mais lhe custou na liderança dos dragões.

Jorge Costa

Foi mais um dos bastiões que teve a braçadeira de capitão e transportou a mística do clube pelo balneário durante vários anos. Campeão mundial Sub-20 em 1991, esteve cedido ao Penafiel e ao Marítimo antes de voltar às Antas em 1992 e fazer toda a carreira nos dragões à exceção de uma pequena passagem de meses pelos ingleses do Charlton em 2002. Ganhou uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, uma Taça Intercontinental, oito Campeonatos, cinco Taças de Portugal e sete Supertaças. “Fui ver um jogo da Seleção com o Carlos Queiroz e fiquei maravilhado. Disseram-me que ia ser emprestado ao Penafiel. Não insultei mas fiquei desagradado quando me disseram que ia ser emprestado ao Penafiel. Depois justificou aquilo que pensava. É um grande jogador, um grande homem e um grande portista”, frisou Pinto da Costa.

Rui Filipe

Já tinha três Campeonatos, uma Taça de Portugal e três Supertaças, já era internacional, já se assumira como dono do meio-campo do FC Porto. E o início da época 1994/95 mostrou isso mesmo: marcou ao Sp. Braga na primeira jornada do Campeonato, marcou ao Benfica na Supertaça, estava de fora no encontro da segunda ronda da Liga após ser expulso no clássico. Por não poder integrar essa partida com o Beira-Mar, pediu ao técnico Bobby Robson para não treinar a 28 de agosto de manhã e foi ao aniversário do irmão. De madrugada, quando seguia na companhia da namorada e de um casal amigo, teve um acidente de viação e não resistiu aos ferimentos. Foi um dos momentos mais duros ao longo de quatro décadas para Pinto da Costa, que via partir mais um jogador no ativo como acontecera em campo com Pavão 20 anos antes. Rui Filipe morreu com apenas 26 anos mas ainda hoje é recordado como o elemento que marcou o primeiro de 397 golos da caminhada dos azuis e brancos até ao pentacampeonato em 1999.

Bobby Robson

Pinto da Costa tinha acabado de perder Tomislav Ivic por razões familiares e de saúde no início de 1994 e voltou a arriscar algo que sobretudo nos primeiros anos era mais “normal”: apostar em atletas ou técnicos que tinham estado ligados aos seus principais rivais. Foi assim que, quando Bobby Robson fazia as malas para regressar a Inglaterra depois de ter sido despedido pelo Sporting na ressaca da eliminação europeia frente ao Casino Salzburgo, o líder portista foi a casa do treinador nos arredores de Lisboa e assegurou a sua contratação (sendo que o mais complicado a certa altura foi convencer a mulher do técnico). Ponto curioso: antes de sair para Barcelona em 1996, entre um período em que teve de ser operado e a equipa ficou entregue ao seu adjunto Augusto Inácio, ganhou quatro títulos e os dois primeiros foram contra os leões, na final da Taça de Portugal de 1993/94 e no Campeonato de 1994/95.

Fernanda Ribeiro

Rosa Mota também passou dois anos pelo clube antes de fazer quase toda a carreira no Clube de Atletismo do Porto mas foi Fernanda Ribeiro que conseguiu sagrar-se campeã olímpica dos 10.000 metros em 1996, tornando-se a única a vencer uma medalha de ouro nos Jogos pelo FC Porto numa carreira quase sempre feita de azul e branco à exceção das passagens pelo Maratona e pelo Valência. É a atleta com mais vasto currículo internacional pelos dragões e tem a curiosidade também de ser aquela que mais vezes foi distinguida na gala dos Dragões de Ouro (quatro). Apesar de não haver uma grande história recente do FC Porto na modalidade, em individuais ou coletivos, Fernanda Ribeiro é um dos bastiões dos portistas.

Fernanda Ribeiro é uma das cinco campeãs olímpicas por Portugal, a única como atleta do FC Porto

Bongarts/Getty Images

Irmãos Oliveira

De formas diferentes, Pinto da Costa sempre teve ligação com os irmãos Oliveira, Joaquim e António. Com o primeiro, dono da Olivedesportos, a relação foi sempre muito próxima até a um momento de viragem que foi o contrato dos dragões com a Meo para a transmissão dos jogos em casa. “Criou-se uma guerra com a ideia de que nós trocámos mas trocámos porque fomos obrigados a trocar. Se me pagavam 19 milhões [por ano] e depois já me davam 39 milhões e depois afinal cobriam qualquer oferta, então andei a ser vigarizado durante muitos anos. Andaram a fazer de nós anjinhos”, referiu o líder na altura. “Relações com Joaquim Oliveira? Nem esfriaram nem deixaram de esfriar. Tinha combinado com ele irmos jantar ao Altis na véspera de um jogo do FC Porto com o Sporting, e ainda hoje estou à espera…”, disse depois. Com o segundo, privou com ele como chefe do departamento de futebol como jogador e como presidente quando era treinador, acedendo a que saísse em 1997. Mais tarde, quando António Oliveira era selecionador, ainda trocaram umas “farpas” mas tem uma relação cordial com o maior acionista individual da SAD.

Adelino Caldeira

A ligação do vice e administrador da SAD ao FC Porto vinha de família através do pai, o juiz de Direito José Estêvão Saraiva Caldeira, que foi dirigente, e prolongou-se curiosamente com Adelino Caldeira do outro lado da “barricada” quando integrou as listas a sufrágio de Martins Soares em 1989 quando pela primeira vez Pinto da Costa teve um adversário nas urnas. Ambos aproximaram-se na altura em que Adelino era o advogado da Olivedesportos de Joaquim Oliveira, entrando depois para a SAD dos dragões e passando a ter uma relação mais fria com os irmãos Oliveira quando criticou a postura do treinador António a meio da sua segunda época nas Antas. A ligação a Pinto da Costa foi ficando mais estreita e tornou-se um dos mais fiéis escudeiros do presidente dos azuis e brancos nas últimas duas décadas.

Lourenço Pinto

O advogado que esteve no comando da Associação de Futebol do Porto durante 13 anos já tem uma ligação há muitos anos com Pinto da Costa, sendo que pela primeira vez integrou os órgãos sociais do FC Porto nas últimas eleições como presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube e da SAD. “É um líder carismático. Dirige e cria com consciência a sua enorme capacidade de formular juízos de prognóstico futuros, o que lhe abriu as portas de sucesso. Não perdeu oportunidade quando a visionou de criar raízes para o êxito do clube. Tinha e tem consciência de que um homem só não pode conquistar esses contínuos. Sempre soube repartir os êxitos com os seus coletivos”, comentou no último mês Lourenço Pinto, que foi sempre um defensor acérrimo de Pinto da Costa no plano público até nos momentos de menor fulgor.

Fernando Santos

Tinha feito um grande arranque de carreira no Estoril e destacara-se ao longo de quatro épocas no Estrela da Amadora quando, em 1998, foi escolhido por Pinto da Costa para assumir o comando do FC Porto. Mais do que isso, foi “o” escolhido para conseguir algo que poderia ficar na história do futebol português (como viria a ficar). O líder dos azuis e brancos sabia que o treinador não era do clube como acontecera antes com António Oliveira mas sempre teve grande respeito e admiração pelo Engenheiro, numa relação que ficou ainda mais estreita no trabalho diário. O agora selecionador tornou-se o técnico do pentacampeonato que não mais ninguém conseguiu e ganhou mais duas Taças de Portugal e duas Supertaças em três anos.

Luís Filipe Vieira

Começaram por ser próximos e “aliados” (descrição feita pelo próprio Pinto da Costa num livro), mais recentemente voltaram a recuperar essa ligação mais próxima, pelo meio estiveram anos e anos quase em guerrilha, “farpas” públicas e distanciamento quando existiam clássicos. “Toda a gente sabe que há uns anos era um homem de confiança de Pinto da Costa”, chegou a dizer Vieira em tribunal em 2013, num processo com Antero Henrique. Quando era ainda presidente do Alverca, ajudou o FC Porto em alguns negócios como os de Maniche, Ovchinikov ou Deco por terem um inimigo comum chamado João Vale e Azevedo, quebrando depois ligação com Pinto da Costa já como presidente do Benfica com o agente José Veiga pelo meio. Durante vários anos deixaram de passar férias em conjunto, como aconteceu com ambas as famílias, mas estavam mais próximos já na fase final da liderança de Vieira nos encarnados.

Fernando Madureira

Nem sempre a relação entre a Direção ou a SAD do FC Porto e os Super Dragões foi boa, como ocorreu por exemplo entre 2005 e 2006 quando a autobiografia de Fernando Madureira foi lançada, o clube recusou-se a fazer qualquer comercialização do livro nas suas lojas e a claque chegou a faltar a um jogo com o Dínamo de Moscovo em protestos com os “comissionistas”. No entanto, com Pinto da Costa e Reinaldo Teles, o percurso foi diferente e existe uma relação estreita que fez com que os Super Dragões marcassem presença no Tribunal de Gondomar no dia em que o líder dos azuis e brancos foi ouvido no âmbito do processo Apito Dourado ou que, numa das últimas Assembleias Gerais, Madureira tenha garantido total apoio a Pinto da Costa a propósito das investigações feitas pelo Ministério Público. “Não estamos atrás de si. Estamos atrás de si, ao seu lado e à sua frente. Para chegarem até si terão de nos matar a todos”, referiu.

José Mourinho

Octávio Machado, antigo adjunto do clube, foi aposta para suceder a Fernando Santos e quebrar dois anos sem a conquista do Campeonato mas as coisas não correram da melhor forma e, apesar de existir o acordo para a chegada de José Mourinho, então na União de Leiria, só no verão de 2002, essa ideia foi antecipada perante a falta de resultados. Tudo ficou fechado a 28 de dezembro de 2001, no dia de aniversário de Pinto da Costa, quando o técnico se deslocou a casa do presidente portista e confirmou que estava em vias de voltar ao Benfica. Em duas temporadas, aquele que seria mais tarde conhecido como o Special One em Inglaterra ganhou dois Campeonatos, uma Taça de Portugal, uma Supertaça, uma Liga dos Campeões e uma Taça UEFA, naquele que foi o período mais áureo e de sucesso dos dragões ao longo do século XXI.

José Mourinho foi uma das apostas mais bem sucedidas para o banco do FC Porto, que esteve três épocas sem títulos mas sagrou-se com o Special One campeão europeu

AFP/Getty Images

Antero Henrique

É hoje o diretor desportivo da Liga Qatar, saiu do FC Porto como CEO da SAD no final de 2016 antes de se tornar o diretor desportivo do PSG que esteve naquela que é a maior transferência de sempre do futebol mundial (Neymar em 2017, 222 milhões de euros), começou em 1986 nos dragões como tarefeiro a ajudar na renovação de sócios. Antero Henrique foi subindo degraus na hierarquia dos azuis e brancos entre a revista Dragões e assessoria de imprensa, aproximando-se de forma definitiva de Pinto da Costa quando rebentou o processo Apito Dourado quando já era o diretor de Relações Externas, passando pouco depois para o futebol e chegando a diretor desportivo, tendo também influência no projeto Vision 611 que o clube montou para a formação. Decidiu sair perante o desgaste com algumas decisões tomadas e pelo peso que Alexandre Pinto da Costa ganhou nessa fase, não fazendo quaisquer comentários públicos sobre isso.

Ilídio e Eurico Pinto

Pinto da Costa sempre teve uma ligação especial ao hóquei em patins, modalidade através da qual seguiu o caminho em crescendo na estrutura dos azuis e brancos até à presidência. E a chegada a número 1 do clube acabou por ser quase um marco para a secção, com um total de 23 Campeonatos, 18 Taças de Portugal (um registo máximo), 23 Supertaças (outro recorde) entre vitórias no plano internacional que quebraram longos jejuns em algumas competições. Ilídio Pinto foi considerado o “senhor hóquei” e esteve em dezenas dessas conquistas, entrando largos anos depois para a mesma posição o filho, Eurico Pinto.

Dom António Francisco dos Santos

Antigo bispo-auxiliar de Braga e bispo de Aveiro, foi nomeado sucessor de D. Manuel Clemente como bispo do Porto em fevereiro de 2014 e era uma pessoa muito próxima de Pinto da Costa, que ainda hoje o recorda como aconteceu no jantar comemorativo dos 40 anos na presidência. “Senhor Dom Américo Aguiar, o senhor sabe a missão que tem no FC Porto, o senhor é o interlocutor com o nosso embaixador no céu, Dom António Francisco. Não se esqueça nunca de falar com ele para que ele junte de Deus interceda para que nos dê felicidade, vitórias e capacidade para seguir o melhor caminho e para que me dê a mim possibilidade de ser digno da amizade de todos vós”, destacou no final do seu discurso. “Perdeu-se um grande homem deste mundo. Não é do Porto nem de Portugal, é deste mundo. Ganhou-se um santo e eu perdi um grande amigo”, tinha comentado em 2017, no velório do antigo bispo do Porto que era um grande adepto dos dragões e que foi sempre muito valorizado pelo presidente portista na sua presidência.

Sardoeira Pinto

Depois de vários anos ligado à Associação de Futebol do Porto, entrou com Pinto da Costa em 1982 para presidente da Assembleia Geral dos azuis e brancos e ocupou essa posição até à sua morte, em 2014, depois de ter sido uma das pessoas mais entusiásticas perante a possibilidade de candidatura do antigo chefe do departamento de futebol que saíra dois anos antes em litígio com Américo de Sá. Além de ter sido Dragão de Ouro e Dirigente do Ano, foi também eleito por unanimidade presidente honorário do FC Porto. “É uma consagração depois destes anos que levo ao serviço do clube. Representar o FC Porto é uma das maiores honras que experimentei na minha vida. Mas, como diz o presidente da Direção, quem é honorária é a massa associativa do FC Porto, pelo que é, pelo que vale e pelo que representa”, comentou a propósito dessa distinção. Morreu em junho de 2014, quando levava mais de três décadas no Dragão.

Jesualdo Ferreira

Depois da saída de Co Adriaanse na pré-temporada, Pinto da Costa tinha um problema por resolver no comando técnico mesmo partindo como campeão para a época de 2006/07. E, perante as apostas falhadas em treinadores estrangeiros, a solução recomendável passaria por alguém que conhecesse a realidade. Foi o que aconteceu, com Jesualdo Ferreira a sair do Boavista sem nunca ter orientado a equipa após três anos no Sp. Braga e a ter uma passagem bem mais longa e profícua do que se poderia na altura pensar, com a conquista de três Campeonatos, duas Taças de Portugal e uma Supertaça e a temporada atípica de 2009/10 que não chegou para o penta mas que ficou marcada pelo caso do túnel na Luz e a suspensão de Hulk. “A princípio gerou alguma desconfiança na massa associativa, os adeptos não gostavam da grande ligação que tinha tido ao Benfica durante a carreira, o que para mim nunca foi problema. Aos que duvidavam que fosse capaz de se integrar na vida e no espírito do FC Porto, demonstrou que viveu apaixonadamente o FC Porto, como vivia qualquer clube onde estivesse”, salientou Pinto da Costa.

Alexandre Pinto da Costa

“O meu filho foi dirigente do FC Porto há muitos anos, pediu a demissão, pois quem está no ativo não pode estar na política, e ele aceitou um convite para fazer parte de uma lista e foi eleito como vereador da Câmara do Porto. Não tem nenhuma ligação ao FC Porto a não ser a de associado, há 52 anos, que entrou no dia em que nasceu. Hoje, na sua atividade, é empresário de futebol. Não faz negócios connosco, nem pode fazer”, destacou Pinto da Costa em 2020. O filho do líder portista é uma figura presente ao longo de vários capítulos do trajeto do número 1 dos dragões, apesar de terem passado anos sem qualquer contacto depois de ter sido Luciano D’Onofrio a fazer a transferência de Sérgio Conceição para a Lazio. Um problema de saúde de Alexandre ajudou a que fizessem as pazes mas a crescente influência que voltou a ter também provocou convulsões internas como aquela que levou a que Antero Henrique deixasse o Dragão.

Alexandre Pinto da Costa esteve alguns anos de relações cortadas com o pai e terá estado na origem da saída de Antero Henrique

Artur Machado / Global Imagens

André Villas-Boas

Pinto da Costa já conhecia o portismo do “Cenoura” quando trabalhou na equipa técnica de José Mourinho e acreditou que o então já treinador principal poderia ter tanto ou mais sucesso do que o antigo número 1. Villas-Boas começou a destacar-se na Académica e, em fevereiro de 2010, sem que ninguém soubesse do que estava a acontecer, assinou contrato com o Sporting à data comandado por José Eduardo Bettencourt para a próxima temporada que não chegou a acontecer por divergências no meio do processo. O vínculo foi rescindido e, perante o final da era Jesualdo Ferreira, o líder dos azuis e brancos conseguiu ainda resgatar o treinador que numa só temporada ganhou Campeonato, Taça de Portugal, Liga Europa e Supertaça (faltou apenas a Taça da Liga). Tornou-se o treinador mais caro de sempre quando saiu para o Chelsea.

Moncho López

É um dos treinadores mais carismáticos das quatro décadas de Pinto da Costa ao nível das modalidades e nem mesmo nos momentos mais baixos da secção deixou o clube, num trajeto que se prolonga há mais de uma década. Moncho López chegou a Portugal via Federação para comandar a Seleção, assinou pelo FC Porto em 2009 e chegou a acumular ambos os cargos um ano. Em 2013, quando o clube decidiu suspender a secção, ficou como o coordenador de toda a formação e técnico da recém criada Dragon Force, equipa na Proliga (segundo escalão). Em 2015, quando os azuis e brancos voltaram ao principal nível, conduziu o clube à conquista do Campeonato. Leva dois Campeonatos, duas Taças de Portugal, quatro Taças Hugo dos Santos e três Supertaças e atingiu na presente temporada os 500 jogos oficiais pelo clube. 

Kelvin

O esquerdino brasileiro foi contratado ao Paraná por 2,5 milhões de euros, seguiu de imediato para o Rio Ave por empréstimo em 2011/12 e voltou na temporada seguinte para andar entre a equipa principal e a equipa B. Aliás, na verdade, Kelvin nunca chegou a assumir posição como titular indiscutível nos azuis e brancos, apesar de só ter saído por empréstimos sucessivos a partir de 2015. No entanto, e por uma partida em específico, o médio ofensivo ganhou um lugar de destaque na história e no Museu do clube pelo golo aos 90+2′ frente ao Benfica que abriu caminho ao Campeonato de 2012/13. “Foi uma explosão de alegria mas não foi só no Dragão, foi em todo o país. Foi uma explosão tão instantânea, toda a gente ao mesmo tempo, que foi um barulho ensurdecedor. Não me lembro de ter visto um momento como este no estádio, será um dos momentos mais importantes da história deste estádio”, recorda Pinto da Costa.

Pedro Pinho

O caso do agente com um repórter de imagem depois de um Moreirense-FC Porto em Moreira de Cónegos trouxe o nome de Pedro Pinho para um plano público mas sempre quis manter-se como uma figura discreta dentro de todas as ligações e influência que tem no universo azul e branco – e a proximidade com Pinto da Costa. “É portista, sócio do FC Porto, não tem nenhum cargo, é um empresário que trabalha com muitos clubes. Até vi que ganhou 16,6 milhões em cinco anos… Totalmente mentira! Em cinco anos faturou ao FC Porto por serviços prestados 3,3 milhões de euros mas, acrescente-se, meteu nos cofres do FC Porto 7,5 milhões pelo empréstimo do Casemiro, que o Real teve de pagar para voltar a ficar com ele”, contou o líder dos dragões. Foi importante em alguns momentos mais complicados do clube onde conseguiu a ajudar na procura de soluções e Pinto da Costa sempre teve esse reconhecimento apesar de alguns questionarem o regime de quase exclusividade em algumas janelas de transferência que existiu com Pedro Pinho.

Sérgio Conceição

Depois da ligação próxima que tinham criado enquanto jogador, Pinto da Costa apostou tudo no treinador Sérgio Conceição no verão de 2017, mesmo sabendo que tinha ligação contratual com o Nantes. E também o próprio antigo extremo, que ganhara três Campeonatos entre seis títulos entre 1996 e 1998 e mais tarde em 2004, prescindiu de parte do salário para abraçar esse desafio. “Vim para ensinar, não vim para aqui aprender”, fez questão de dizer na apresentação. Cinco anos depois, a dupla funcionou em pleno e, tanto ou mais do que os seis títulos já conquistados (três Campeonatos, uma Taça de Portugal e duas Supertaças), Sérgio Conceição ganhou um papel de relevo no trajeto do presidente pela capacidade de recuperar aquilo que é o ADN FC Porto e que se tinha vindo a perder entre o maior jejum sem troféus do líder.

FC Porto's president Jorge Nuno Pinto da Costa (R) and his head coach Sergio Conceicao (L) celebrate after winning the Portuguese Candido de Oliveira Supercup soccer match against Benfica (2-0), held at Aveiro Municipal Stadium, in Aveiro, Portugal, 23 December 2020. JOSE COELHO/LUSA

Sérgio Conceição foi aposta em 2017, quebrou o maior jejum sem títulos da era Pinto da Costa e já ganhou seis títulos (três Campeonatos)

JOSE COELHO/LUSA

Alfredo Quintana

Pinto da Costa sempre teve uma grande proximidade com as modalidades e com os jogadores de todas as equipas, que costuma acompanhar no Dragão Arena. Depois, e dentro dessa maneira de acompanhar todos os atletas, há alguns com quem vai ganhando uma empatia especial, por feitio, devoção ao clube ou títulos. Alfredo Quintana, que ganhou seis Campeonatos entre nove títulos e foi várias vezes considerado um dos melhores guarda-redes da Champions de andebol, era um desses exemplos e a trágica morte do luso-cubano, que estava há uma década no clube, foi um dos momentos que mais abalou o presidente portista.

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