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Merkel. 4 cenários para uma sobrevivente à beira do precipício

Com as negociações para formar Governo a colapsar, a chanceler enfrenta agora o seu "teste político mais duro". Irá a Alemanha a votos ou surgirá uma nova solução? E Merkel, fará parte dela?

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Foi um Gerhard Schröder beligerante que entrou no estúdio de televisão, naquela noite eleitoral de setembro de 2005. Os resultados nas urnas tinham sido ambíguos, dando quase um empate ao chanceler social-democrata do SPD e à líder dos conservadores da CDU. Contudo, Schröder estava determinado a não abandonar o cargo de chanceler e recusou quase de imediato negociar com Angela Merkel. “Acham mesmo que o meu partido aceitaria uma oferta da senhora Merkel para negociar, quando ela diz que gostava de ser chanceler?”, perguntou no debate entre os líderes partidários que decorre habitualmente depois de serem conhecidos os resultados eleitorais.

A resposta de Merkel e os acontecimentos que se seguiram tornaram-se episódios-chave em todos os perfis da mulher que viria a liderar os destinos do país durante mais de 10 anos. “Resumindo e concluindo, o senhor não ganhou esta noite”, disse uma calma Merkel ao seu adversário, que até aí havia gesticulado e gritado em estúdio. “Depois de terem algum tempo para pensar, os sociais-democratas vão aceitar esta realidade”, rematou. Dois meses de negociações depois, Angela Merkel era anunciada como a primeira chanceler mulher da Alemanha, suportada por uma coligação entre o SPD e a CDU/CSU. Quanto a Gerhard Schröder, retirar-se-ia da política ativa de imediato, com uma lição: Angela Merkel não deveria ser subestimada.

Seguiram-se 12 anos de Merkel chanceler, mas o seu perfil frio e contemplativo manter-se-ia inalterado — talvez até sendo refinado e trabalhado ao longo dos anos de duras negociações europeias em temas chave como a crise das dívidas soberanas. Até que, em setembro deste ano, a chanceler ver-se-ia colocada novamente no olho de um furacão negocial para formar Governo. Desta vez, contudo, seria mais difícil: que cartas na manga teria Merkel para conseguir unir interesses tão díspares como os dos ambientalistas Verdes, dos liberais do FDP e dos conservadores da CDU?

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Esta segunda-feira, caiu o anúncio de que Merkel tinha falhado esse propósito de criar uma coligação “Jamaica” (devido às cores dos três partidos, verde, amarelo e negro). O falhanço levou Nico Fried, colunista do Suddeutsche Zeitung, a considerar que este poderia ser “o fim de Angela Merkel”. Mas esta pode ser uma apreciação precipitada. Afinal de contas, naquela noite de 2005, também poucos achavam que Merkel se tornaria a nova chanceler — e, no entanto, com o seu suave sorriso e a sua capacidade para negociar, foi precisamente isso que aconteceu.

“É uma crise sem precedentes, mas não é uma crise constitucional. A grande questão é: e se tivermos novas eleições e os resultados forem exatamente os mesmos? Aí entramos em território incerto.”
Jan Techau, ex-analista do Carnegie Endowment

Aquilo de que ninguém duvida, contudo, é que a situação política atual é inédita na Alemanha democrática. Pela primeira vez, não resultou uma coligação óbvia de umas eleições para o Bundestag, mas sim negociações complicadas que acabariam rompidas. “É uma crise sem precedentes”, resume ao Expresso Jan Techau, antigo analista alemão do Carnegie Endowment. “Mas não é uma crise constitucional. É algo que está previsto e que tem regras muito específicas, será resolvido. A grande questão é: e se tivermos novas eleições e os resultados forem exatamente os mesmos? Aí entramos em território incerto.”

Não é sequer certo, para já, que as eleições sejam o resultado final deste impasse, mas não há dúvidas de que esta é uma das situações mais instáveis em termos de política interna que a Alemanha já enfrentou. “É um grito de alerta para a política alemã. É um choque com a realidade”, resume Georg Diez, colunista da revista alemã Der Spiegel, ao Observador. “Estamos num novo país desde que o Alternativa para a Alemanha (AfD na sigla original) entrou no Parlamento. É preciso encontrar novas formas de lidar com esta realidade política.” Conseguirá a até aqui chanceler tirar um novo coelho da cartola ou irá esta negociação falhada ditar o fim da era Merkel?

Primeiro cenário: negociações com o FDP e os Verdes são retomadas

Os liberais do FDP provocaram a ruína das negociações ao anunciar a meio da noite de domingo de que não era possível conseguir “uma visão comum [entre os partidos] para a modernização do país”. Numa mensagem de texto, segundo conta a Foreign Policy, comunicaram que “mais vale não governar do que governar de forma errada” — uma frase que o líder do partido, Christian Lindner, repetiria depois aos jornalistas. Em causa estaria sobretudo a impossibilidade de conciliar posições relativamente a temas ambientais e ao acolhimento de refugiados.

Para o colunista Diez — e, para a maioria dos alemães, a avaliar pelas sondagens — a posição do FDP foi irresponsável: “É claro que uma negociação também é sobre os temas, mas é preciso haver vontade de construir algo em comum. Parece-me que os outros partidos se sentiram enganados pelo FDP”, resume, sublinhando que o retomar das negociações entre os quatro partidos (FDP, Verdes, CDU e CSU) parece altamente improvável.

Nicola Beer, secretária-geral dos liberais, e Christian Lindner, presidente do partido (CLEMENS BILAN/EPA)

CLEMENS BILAN/EPA

Um desfecho que muitos previram, tendo em conta que o FDP dificilmente gostaria de voltar a envolver-se numa coligação com um grande partido como a CDU, como fez em 2009. A experiência correu mal para os membros do FDP, apelidados por alguns membros da CSU de Gurkentruppe (uma expressão alemã que se traduz literalmente por ‘tropas de pepino’, mas que se usa para apelidar um grupo de fracos) e que perderam os seus lugares no Parlamento na eleição seguinte.

“Uma opção seria o FDP regressar à mesa das negociações, mas é improvável. Perderam a face e apareceriam com uma mão fraca. Não têm qualquer incentivo para regressar às negociações”, resume Techau. Mais relevante do que isso, o abandono das negociações por parte do FDP revela a perda de autoridade da “Mutti” Merkel — se já nem ela consegue unir liberais e verdes, diz-se, dificilmente alguém conseguirá.

Segundo cenário: Merkel convence o irredutível SPD

Com as negociações para a solução Jamaica a colapsarem por completo, Merkel pode tentar uma última solução à mesa, caso consiga sentar à mesa os sociais-democratas do SPD. À partida, este parecia um cenário afastado — o líder do SPD, Martin Schulz, tem dito repetidamente que o partido não está disponível para coligações, depois do desastre eleitoral de setembro, quando os sociais-democratas reuniram apenas 26% dos votos. E, no entanto, não é de todo impossível, como relembram ao Observador os especialistas ouvidos.

“Não é provável neste momento, mas daqui a uma semana pode ser”, explica Eric Langenbacher, professor alemão na universidade norte-americana de Georgetown e autor do livro The Merkel Republic: The 2013 Bundestag Election (“A República Merkel: a eleição de 2013 para o Bundestag”, sem edição em português). “Há muita especulação sobre a forma como o SPD está a agir. Será isto tudo um estratagema para ganhar mais margem de manobra para negociar de facto? Ninguém sabe.”

“Há muita especulação sobre a forma como o SPD está a agir. Será isto tudo um estratagema para ganhar mais margem de manobra para negociar de facto? Ninguém sabe.”
Eric Langenbacher, professor alemão na universidade norte-americana de Georgetown e autor do livro The Merkel Republic

“Não temos medo de uma nova eleição”, disse Schulz esta semana, repetindo que não deseja entrar numa “grande coligação” como aquela de que o SPD fez parte de 2013 a 2017, com a CDU/CSU. E, no entanto, a CDU parece não ter desistido ainda por completo dos sociais-democratas, espicaçando-os com declarações públicas. “O SPD está em luta interna e não seria bom interferir com bons conselhos a partir da linha lateral”, disse Peter Altmaier, do gabinete de Merkel. “As pessoas querem um Governo eficaz e é isso que queremos conseguir. Gostávamos que todos pensassem da mesma forma.”

No mesmo sentido pressionará certamente o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que tem apelado ao diálogo entre os vários partidos. Esta quinta-feira, o Presidente receberá Schulz e, segundo assegura o jornal económico Handelsblatt, terá uma conversa “franca” com o seu camarada de partido, onde apelará à negociação com Merkel. Ao início da tarde, já a Bloomberg noticiava que o partido estaria afinal disponível para dar apoio parlamentar à CDU, caso esta queira avançar com um Governo minoritário — um sinal de que o SPD pode ceder ainda mais.

A pressão dentro do partido está a acumular-se. Houve uma reunião esta terça-feira onde o líder ouviu das boas por se recusar a negociar. Se a pressão se acentuar, poderemos ver uma mudança de posição”, alerta Jan Techau. Daqui a duas semanas, o SPD reúne-se em convenção e a influência da ala mais à direita do partido pode acentuar-se e levar Schulz a recuar ou a sair, como relembra a Bloomberg. É que, enquanto Merkel tem as suas tropas alinhadas, com 78% dos apoiantes da CDU a defenderem-na (de acordo com uma sondagem da INSA para o tablóide Bild), apenas 43% dos eleitores do SPD gostam da ideia de ter Schulz como cabeça-de-lista.

Terceiro cenário: a experiência inédita do Governo minoritário

Um acordo com o SPD seria o cenário ideal para Merkel: implica fazer cedências a apenas um partido, e logo a um com quem está habituada a negociar. Depois de afastar Schröder e chegar a acordo com a estrutura dos sociais-democratas, em 2005, voltou a entrar numa parceria de sucesso com o SPD em 2013, desta vez com Sigmar Gabriel no comando. Se o namoro com Schulz não resultar, restam a Merkel apenas duas opções: liderar um Governo minoritário ou ir a eleições.

Entre as duas, Merkel foi bastante clara sobre qual delas prefere: “O caminho de uma governação minoritária num país estável que tem tantas tarefas a seu cargo é um cenário que tem de ser pensado com cuidado”, disse à cadeia de televisão ARD esta semana. “Não quero dizer nunca, mas estou cética. Creio que novas eleições seria melhor.”

A Alemanha pós-guerra nunca teve um Governo minoritário; mas também nunca teve negociações para formar um Executivo a saírem goradas. Georg Diez tem esperança de que Merkel reconsidere a sua posição e possa evitar nova ida a eleições: “Não há nenhum argumento lógico contra um Governo minoritário, há apenas esta perceção de que não é uma coisa ‘alemã’. Mas estamos numa posição muito diferente, a situação política mudou drasticamente”, diz, sempre com a subida dos extremistas da AfD, que entraram no Parlamento de rompante, em mente. “Este é um modelo que animaria o debate e tornaria as coisas mais compreensíveis para a maioria dos alemães, porque o Governo teria de explicar as suas decisões. É um modelo que mostra que a democracia está a funcionar e enfraquece o argumento do AfD.”

“Não há nenhum argumento lógico contra um Governo minoritário, há apenas esta perceção de que não é uma coisa ‘alemã’."
Georg Diez, colunista da Der Spiegel

Merkel não parece, para já, estar convencida de tais argumentos. Ela define-se, no entanto, como uma política que analisa milimetricamente cada cenário e que só se move no último instante, de forma decidida. O episódio que ocorreu na piscina de Templin, quando tinha nove anos, tornou-se uma história de antologia: Merkel passou uma aula de natação inteira empoleirada numa das pranchas, a olhar para todos os ângulos possíveis, saltando apenas para a água quando os 45 minutos estavam mesmo a terminar. “Sempre gostei de saber o que ia enfrentar, mesmo que isso signifique que se perde um pouco a espontaneidade”, resumiu a própria uma vez.

Jan Techau não crê que Merkel queira um Governo minoritário — “ela tem mais que fazer, com as negociações na Europa” –, mas não exclui a possibilidade da estratega Merkel embarcar numa aventura dessas para ganhar tempo até novas eleições em que poderia sair reforçada. No entanto, diz, “isso seria uma espécie de esquema e acho que ela não gosta muito disso”.

Angela Merkel e Helmut Kohl, em 1991 (MICHAEL JUNG/AFP/Getty Images)

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A frieza e o cálculo político não são, apesar de tudo, coisas estranhas para uma mulher que não teve problemas em queimar o seu mentor político, Helmut Kohl, quando a oportunidade se colocou. Foi através de um artigo de opinião, depois de ser conhecido o escândalo de financiamento do partido que envolveu o antigo chanceler, que Merkel pediu à CDU que aprendesse “a envolver-se em batalhas futuras com os seus opositores políticos sem o seu velho cavalo de guerra, como o próprio Kohl gosta de se apelidar”. Cinco meses depois, era eleita líder dos conservadores. “Merkel é uma pragmática, adapta-se às situações”, resume o colunista da Der Spiegel, Georg Diez.

Quarto cenário: nova ida às urnas

Merkel exclui um cenário de Governo minoritário, para já, mas a decisão não é exclusivamente sua. Para haver eleições, não só o seu Executivo tem de ser duplamente chumbado no Bundestag, como o Presidente Steinmeier tem de optar por convocar então eleições em vez de nomear um Governo minoritário. Daí à ida às urnas são mais 60 dias.

A maior parte dos partidos, contudo, parece estar desejosa de eleições. “Merkel falhou. Um sucesso da AfD!”, apressou-se a tweetar na segunda-feira a líder do partido eurocético e anti-imigração, que não hesitará em tentar capitalizar o colapso das negociações.

“A AfD é a grande questão, em caso de novas eleições”, resume Techau. “Conseguirão eles usar esta oportunidade para falar num sistema podre e conseguir retirar alguma credibilidade daí? Por enquanto, parece que Merkel está a sair disto como um bastião de estabilidade, o que joga contra a AfD.”

Beatrix von Storch, líder do Alternativa para a Alemanha (SEAN GALLUP / GETTY IMAGES)

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A maioria dos alemães também prefere um cenário de eleições antecipadas em vez de um Executivo minoritário, de acordo com as sondagens. No entanto, os mesmos estudos de opinião concluem que, a ficar tudo como está, pouco mudaria com uma ida às urnas. “Ficaríamos numa situação semelhante àquela em que estamos agora, a precisar ou de uma grande coligação [CDU/SPD] ou de uma coligação tríplice [CDU/Verdes/FDP]. Ou seja, ninguém ganharia muito, mas também ninguém perderia muito”, explica o ex-analista da Carnegie. Para além de tempo, é claro.

Angela Merkel também pode perder muito. Não há dúvidas de que a negociação falhada a enfraqueceu. O perfil de negociadora nata e baluarte da estabilidade foi abalado ao ser agora atirada para o desafio político interno mais difícil da sua carreira. Conseguirá Merkel convencer o SPD? Irá atirar-se para eleições e arriscar uma subida da extrema-direita? Ou contrariará os seus instintos e aceitará formar um Governo sem maioria parlamentar?

“Merkel tem de se reinventar. Pode estar enfraquecida, mas tudo depende do que fizer agora. Está num ponto da sua carreira em que tem de fazer algo que vai contra o seu temperamento, algo mais imprevisível”, atira Diez, que defende a solução minoritária com unhas e dentes. “Ela não é a pessoa mais comunicativa do mundo e teria de explicar bem os seus motivos e ser muito transparente. Mas, se o conseguir, será inspirador.

Dentro das próprias fileiras da CDU, o cerco a Merkel aperta-se mais do que nunca. Ainda no domingo passado, o Handelsblatt escrevia sobre as movimentações internas, garantindo que “a liderança não está em causa”, mas sublinhando que “figuras séniores do partido têm pedido uma maior reflexão sobre a direção futura do partido e uma ‘reforma do pessoal’”.

Angela Merkel num congresso da CDU, em 1991. Por trás dela pode ler-se a palavra "governar" em alemão (OLIVER BERG/AFP/Getty Images)

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“Este é um verdadeiro teste para ela”, resume Jan Techau. “Ela quer aparecer como alguém que tem tudo sob controlo, alguém que é uma negociadora honesta e que está aberta a ouvir todos. Por enquanto, tem funcionado e se conseguir continuar a jogar esta cartada, talvez se safe. Mas é, sem dúvida, o teste político interno mais duro que já enfrentou nos últimos 12 anos.”

O académico Eric Langenbacher faz uma aposta: “Não é fácil livrarem-se de uma líder assim. Merkel sobreviverá a isto”, promete. “E, contudo, imagine que o SPD diz ‘aceitamos fazer a coligação, mas só se ela sair’…”, avança como hipótese, para ilustrar a volatilidade da situação. “Nunca na sua vida ela esteve numa posição tão precária. Mas Merkel é uma sobrevivente.”

“Ela quer aparecer como alguém que tem tudo sob controlo, alguém que é uma negociadora honesta e que está aberta a ouvir todos. Por enquanto tem funcionado e se conseguir continuar a jogar esta cartada, talvez se safe. Mas é, sem dúvida, o teste político interno mais duro que já enfrentou nos últimos 12 anos.”
Jan Techau

Para além da imprevisibilidade das eleições, há ainda a possibilidade de o SPD fazer uma exigência como essa. Membros do partido já levantaram até essa possibilidade em conversas com jornalistas, como o antigo deputado Rainer Arnold, que apontou baterias à ex-chanceler, culpando-a pelo colapso das negociações: “É por isso que o próximo passo deve ser a saída da senhora Merkel”, disse. E, antes disso, já o ex-líder parlamentar dos sociais-democratas, Thomas Opperman, tinha admitido que uma negociação sem Merkel escalada para o lugar de chanceler seria “uma situação nova”.

Um tipo de ultimato que não seria estranho à própria chanceler. Algo de semelhante aconteceu nas negociações de 2005, depois daquele debate onde, de sorriso melífluo, Merkel deu uma machadada final na carreira do seu oponente. Ao longo da sua carreira, a única mulher a liderar os destinos da Alemanha sobreviveu e capitalizou em todos os momentos de desafio que enfrentou, desde a altura em que matou o pai político, até às reuniões em que decidiu o futuro da Europa. Se Merkel falhar desta vez, uma única certeza restará: a de que Gerhard Schröder irá sorrir com a ironia do momento.

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