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28 de dezembro de 2010. É um dia que Ricardo Salgado nunca esquecerá. Por ter pensado que tinha conseguido vender por 483 milhões de dólares (cerca de 368 milhões de euros no câmbio da época) a conhecida empresa Escom — famosa pela sua intermediação na venda de dois submarinos a Portugal e pela exploração de diamantes e promoção imobiliária em Angola. Uma verdadeira operação de sonho quando a empresa se debatia em 2010 com uma situação líquida negativa de 64,5 milhões de euros — e com tendência para agravar-se.
Mais do que feliz, Ricardo Salgado tinha um enorme sentimento de alívio. Era um grande dia para “O Grupo”, como Salgado gostava de referir-se ao Grupo Espírito Santo (GES). Livrava-se de um pesadelo financeiro mas, acima de tudo, de uma empresa que causava danos reputacionais por estar a ser investigada pela Justiça portuguesa desde 2004 devido a um alegado envolvimento no pagamento de comissões ilícitas no âmbito da venda de dois submarinos a Portugal.
Era esse o sentimento de Ricardo Salgado quando foi surpreendido com uma chamada telefónica que lhe dava conta do estado de saúde da sua mãe. Chamou o motorista e foi para Cascais mas não chegou a tempo de despedir-se de Maria da Conceição Espírito Santo Salgado. É por isso um dia que não sairá da sua memória.
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