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O vice-presidente da ANTRAL, José Monteiro, recorda aquele dia como uma honra. Tinham-no incumbido de fazer um discurso sobre o “presidente” para a cerimónia dos 50 anos do seu casamento, na zona da Serra D’Arga, em Viana do Castelo, — terra natal da mulher, que dá também o nome à primeira de várias empresas de Florêncio Almeida. Ele redigiu um texto com os mesmos elogios que ainda hoje tece sobre ele, mesmo depois de constituído arguido num processo em que se investiga o crime de branqueamento de capitais. No final, recorda José Monteiro, o antigo banqueiro João Rendeiro foi ter com ele a felicitá-lo pelas suas palavras.
José Monteiro, numa conversa ao telefone a partir do Porto, lembra que Rendeiro e a mulher, Maria de Jesus, eram dois dos convidados da cerimónia. “Aqui o doutor é que é o patrão do filho do senhor Florêncio”, informaram-no “duas senhoras” que ali estavam. “Não minha senhora, o filho do Florêncio, o Plácido, é da minha família”, terá respondido o antigo banqueiro, que agora está em fuga e é procurado pela justiça portuguesa para cumprir uma pena de cadeia de cinco anos e oito meses e ficar em prisão preventiva no âmbito do processo em que foi condenado a uma outra pena de dez anos.
“Ele mostrou que tinha o Plácido noutra conta”, analisa agora José Monteiro, que tem acompanhado a família ao longo dos últimos 20 anos, desde que está ao lado de Florêncio de Almeida (pai), como seu vice-presidente na Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL). Monteiro vai mesmo mais longe na descrição que faz da relação entre Plácido e os Rendeiro. “O motorista conhecia melhor o Rendeiro que a mulher. Ele era motorista 24 horas por dia, era o confidente dele”, diz, lembrando que quando os pais do antigo banqueiro ainda eram vivos e estavam institucionalizados, era Plácido quem tratava de tudo sempre que Rendeiro se ausentava do país.
A ligação dos Rendeiro aos Florêncio, no entanto, só veio a público quando a 8 de outubro deste ano a RTP noticiou que João Rendeiro tinha vendido dois prédios em Campo de Ourique, Lisboa, e dois terrenos rústicos na Murtosa, ao presidente da ANTRAL, em 2015 — mas o inquérito-crime, esse já estava aberto desde o dia 6 de outubro. Os dois prédios foram vendidos por cerca de 500 mil euros (ver infografia), mas a ligação patrimonial entre as duas famílias não se ficava por aqui. Depois desta compra, Florêncio doou um dos prédios ao filho, motorista de Rendeiro, que o vendeu e comprou logo de seguida um apartamento no condomínio de luxo Quinta Patiño, onde por seu turno vivem os Rendeiro. Menos de três meses depois, Florêncio filho e a mulher vendiam o direito de usufruto dessa casa a Maria de Jesus Rendeiro. Por esta altura já o Tribunal da Relação de Lisboa tinha confirmado a pena de cinco anos e oito meses de cadeia aplicada a João Rendeiro.
Para José Monteiro, a ligação de amizade entre os Rendeiro e os Florêncio pode até ser uma explicação para as transações imobiliárias que existiram entre as duas famílias — as palavras de Monteiro sobre Florêncio Almeida são, aliás, quase sempre de muita estima e contrastam com o ódio que o presidente da ANTRAL reúne junto de várias pessoas que com ele se cruzaram. Para o Ministério Público, a circulação de bens entre eles pode configurar um crime de branqueamento e uma tentativa de Rendeiro tentar salvar o património que seria arrestado nos processos crime de que é alvo para ressarcir o próprio BPP e os clientes lesados. Aliás, no processo em que estão a ser investigados estes negócios, a Polícia Judiciária procura também perceber o destino de várias obras de arte desaparecidas entre as 124 que tinham sido arrestadas e de que Maria de Jesus tinha ficado como fiel depositária.
Florêncio tem 77 anos e “uma dinâmica que parece que está ligado às pilhas Duracel”
Um processo que, de acordo com o vice-presidente, não melindra a sua posição na ANTRAL. “Se analisar o Florêncio enquanto dirigente ele tem qualidades que eu admiro. É um homem que vai deixar história dentro da ANTRAL porque ele projetou a associação para níveis impensáveis em 2002. É um homem muito solidário. Não pode ver ninguém em dificuldades que ele ajuda, é sensível à dor e à doença. É um homem muito trabalhador. Tem 77 anos e tem uma dinâmica que parece que está ligado às pilhas Duracel. Ele não pede aos funcionários, ele vai fazer. E é um homem franco, porque faz as coisas e discute-as. Não tem problemas de discutir tudo”, diz. Já quanto à sua vida privada “ele é que sabe”. “Eu aguardo na expectativa”, diz, explicando que o próprio presidente fez uma reunião na ANTRAL para dar explicações à direção logo que o seu nome veio para a praça pública envolvido nos negócios de Rendeiro.
A cerimónia dos 50 anos de casado de Florêncio não foi o único momento em que José Monteiro esteve frente a frente com João Rendeiro. Muitos anos antes, em 2003, ele e Florêncio tinham chegado há um ano à presidência da ANTRAL e foram ao BPP para serem recebidos pessoalmente pelo então presidente do banco para negociarem um crédito para comprar a sede da ANTRAL, nas Olaias, em Lisboa — Rendeiro, porém, recusou. “Entendeu que não reuníamos as condições”, recorda ao Observador José Monteiro. Acabaram por avançar com um empréstimo noutro banco.
Nessa altura já o filho de Florêncio Almeida, que tem o mesmo nome do pai, era motorista do BPP. E, depois da intervenção do Banco de Portugal em relação ao BPP, manteve-se a conduzir o antigo banqueiro e a sua mulher. Tornaram-se tão próximos que, atesta José Monteiro, era o filho do Florêncio quem ia ao lar onde estavam os pais de Rendeiro sempre que ele estava no estrangeiro e que “tratava de tudo”. Também durante os julgamentos do antigo banqueiro foi Florêncio filho quem o acompanhou ao tribunal e chegou mesmo a estar em algumas sessões, como contou um advogado do processo ao Observador.
Deixou mãe de nove irmãos em Viseu e veio trabalhar para Lisboa aos 13 anos
A sede da ANTRAL é um dos imóveis do vasto património que Florêncio Almeida construiu para a associação mais representativa do setor dos táxis. E o património também tem aumentado na sua vida privada, ou não fosse ele ter entrado na ANTRAL com a exploração de um táxi e hoje anunciar mais de duas dezenas (número que dificilmente pode ser confirmado ao certo), a par de várias empresas — entre elas uma clínica. Com sede nas Olaias, as instalações que agora albergam a associação não ficam muito longe do bairro para onde Florêncio veio viver quando tinha apenas 13 anos, fugido da vida familiar que tinha em Viseu, como contou há seis anos à Visão, numa altura em que os taxistas travaram uma batalha contra a Uber.
O agora “presidente”, como lhe chamam todos os taxistas, foi acolhido por um primo que desconhecia a forma como tinha abandonado a sua casa na aldeia de Nelas, em Viseu, onde a mãe já viúva criava a custo dez filhos. E em poucos dias estava a trabalhar numa taberna em Chelas e depois numa mercearia. Os donos ainda prometeram passar-lhe o negócio quando regressasse da guerra colonial, para onde foi entretanto chamado para cumprir o serviço militar, mas no regresso desentendeu-se com eles e desistiu do plano.
Em 1968 Florêncio casava com Dolores, natural da Serra D’Arga, em Viana do Castelo, com quem teve dois filhos, e teria a exploração do seu primeiro táxi nove anos depois. Estava assim criada a sua primeira e principal empresa, que gere os táxis e que, mais tarde (2016), alargou o seu objeto, passando a transporte de aluguer em veículos automóveis ligeiros de passageiros, com ou sem taxímetro e com ou sem condutor, apoio a empresas na área dos transportes, serviço personalizado, transporte de crianças, animação turística designadamente na organização e gestão de eventos de interesse turístico ou cultural. A Auto Táxis Serra D’Arga — cuja sede é no prédio onde habita Florêncio, os filhos e família — é dos quatro: pai, mãe e filhos. A filha é a gerente.
O património de Florêncio filho não se fica por aqui, nem pela casa da Quinta Patiño, tem ainda um outro imóvel que foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária no Alentejo — trata-se da Horta da Passarinha, em Alcáçovas. O Observador sabe que esta propriedade é utilizada para turismo rural.
Deu nome a várias empresas, mas diz que foi só para ajudar
E a Auto Táxis Serra D’Arga não é a única empresa que aparece com o nome de Florêncio pai. Uma busca pelo seu nome devolve-nos resultados em mais de uma dezena de empresas. Mas, na verdade, algumas já não serão dele. Em muitas o nome aparece porque a dada altura, como explica o seu vice-presidente, para se ser empresário dos táxis era preciso uma capacidade técnica obtida através da experiência profissional ou por um exame no IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes). “Ele deu essa capacidade a muita gente [dando o nome para que essas empresas pudessem funcionar]. Mas houve uma altura em que teve que pagar as dívidas de algumas sociedades. Isso até a mim me fez pensar, porque eu fazia o mesmo. Ele foi obrigado a liquidar dezenas de milhares de euros. Quando isso aconteceu pedi a demissão em todas aquelas em que tinha feito o mesmo”, lembra ao Observador José Monteiro.
À Visão, Florêncio Almeida disse na altura: “Apareciam aqui as viúvas e eu aceitava”, diz, insistindo que o fazia porque faz “o bem a toda a gente” e não para conseguir licenças ou carros a preços mais baixos. O que não nega também é a solidariedade masculina. Como quando colocou na sua empresa o táxi de um associado que estava em processo de divórcio e não queria dividir o valor da licença com a futura ex-mulher.
O também amigo de Florêncio diz que ele tem sim “umas sete empresas: animação turística, uma agência de viagens, chegou a ter uma clínica de fisioterapia … e depois aparece também nas empresas da ANTRAL”, como a ANTRAL Camp, a fundação da ANTRAL ou a sua empresa de formação, cargos que ocupa por inerência, contrariando as notícias que dão conta de que ele detem dezenas de empresas.
“O Florêncio já era um homem com bens, ele sempre foi um homem de trabalho, ele teve uma confeitaria de muito sucesso. Chegou a emprestar dinheiro dele à ANTRAL”, defende o vice-presidente, convicto de que o ordenado da Antral e os rendimentos dos táxis foram suficientes para construir o império que tem hoje. “É um homem muito atirado para o negócio, se vir uma oportunidade de negócio, está lá”, diz. Mas até o número de táxis que explora não é unânime, os seus próximos dizem que serão 20. Outros falam em meia centena.
O atirador do aeroporto que chegou a presidente da ANTRAL e foi agredido por um membro da direção
Quem se lembra dele antes chegar à ANTRAL descreve Florêncio Almeida como “atirador do aeroporto”. “Sabe o que isso é?”, questiona um antigo elemento da direção da ANTRAL, que pediu ao Observador o anonimato. “É daqueles taxistas que estão sempre no aeroporto à espera de turistas para poderem cobrar mais”, acusa. Era o número 35 da cooperativa Teletáxis, dissolvida em 2020 e cujas instalações na Avenida coronel Eduardo Galhardo foram de seguida compradas pela ANTRAL, segundo apurou o Observador.
Florêncio Almeida, que chegou a ter um acidente de carro e pagou os prejuízos com uma ação solidária montada entre os restantes associados, foi subindo aos poucos. Entrou para a direção da ANTRAL em finais de 1996 e quem lidou de perto com ele lembra-se como dizia com orgulho que o filho (agora com 50 anos) tinha ido trabalhar como motorista do BPP. Em 2002, Florêncio Almeida acabaria a ganhar as eleições e a ser eleito presidente, cargo onde se mantém até hoje. Quando começou, o seu ordenado na associação rondava os 1.800 euros. Ainda assim o seu caminho empresarial prosperou.
Mas o seu percurso nunca foi consensual. Em 2009, estava o industrial Francisco Pereira na direção da ANTRAL quando começaram a chegar queixas por escrito contra o presidente à associação. Uma delas vinha da Cooperativa de Rádio Táxis, em Sacavém. Segundo o documento a que o Observador teve acesso, o responsável informava os corpos sociais da ANTRAL que recentemente tinha aberto um hotel Holiday Inn Expresso, no concelho de Loures, que estava a trazer muitos serviços numa altura de crise. Com várias queixas dos turistas contra os serviços de táxis no aeroporto, os responsáveis do hotel entraram em contacto com Florêncio Almeida. “Que em vez de zelar pelos interesses da classe não o fez, mas sim como oportunista prontificou-se de imediato a pôr à disposição do Hotel uma carrinha de nove lugares de que é proprietário e com a agravante que a licença da mesma é de Portalegre”, lia-se na carta assinada pelo diretor.
As licenças e os processos em tribunal
Aliás, a maior parte das queixas contra Florêncio são sobre licenças. A concorrência acusava-o de ir comprar licenças mais baratas a concelhos fora de Lisboa, pondo os carros a trabalhar na capital em verdadeira concorrência desleal.
Numa carta assinada pelo então diretor da ANTRAL, Francisco Pereira, com data de 29 de dezembro de 2009, o responsável dirigia-se a todos os sócios e colegas dando conta das razões do “conflito” já público entre ele e o presidente da Associação, Florêncio Almeida. O responsável, que ocupou o cargo entre 2005 e 2009, acusava-o de continuar a trabalhar em “Lisboa e arredores com viaturas adquiridas no Minho. Cadaval, Portalegre, entre outras zonas do Alentejo, chegando ao ponto de andar com estas viaturas a efetuar contratos com unidades hoteleiras”, dando como exemplo o caso que a Rádio Táxis tinha denunciado.
Na mesma carta, que Francisco Pereira fez chegar a dezenas de sócios, eram denunciadas outras situações “escandalosas”. A relação entre Francisco Pereira e Florêncio Almeida azedou de tal forma que chegou a haver ameaças. “Um dia dou-te um tiro”, terá dito Florêncio a Francisco Pereira, perante o olhar incrédulo de quem testemunhou o episódio. Francisco Pereira chegou a comunicar à Polícia Judiciária a ameaça. Florêncio, diz quem o conhece, pelo menos à época andava sempre armado. Era normal vê-lo com uma arma escondida debaixo das calças junto ao tornozelo. Mais tarde, Francisco seria chamado à Polícia Judiciária para falar na histórias das licenças. Mas se chegou a haver um processo, em nada resultou.
No final do conflito entre os dois responsáveis, foi Francisco Pereira quem perdeu a calma. Num dia, na ANTRAL, voltou a dizer ao “presidente” que ele tinha que dar o exemplo. A resposta não agradou e Francisco Pereira acabou a agredi-lo. Florêncio retaliou, mas com um processo em tribunal contra o diretor da associação por difamação. Durante o julgamento houve mesmo uma testemunha que revelou outra alegada prática do ainda presidente, também denunciada por outros, como mostram uma carta a que o Observador teve acesso: ele ficar com licenças de outros motoristas por questões económicas e depois não voltar a devolvê-las. Florêncio queria uma indemnização de 100 mil euros, mas Francisco Pereira foi obrigado a pagar-lhe 5 mil euros por ter disseminado a carta. Pagou ainda 2 mil euros de custas. Ainda assim, mantém entre quem o conhece tudo o que escreveu e disse em tribunal.
Ao Expresso, Florêncio Almeida reconheceu à data que “algumas coisas” eram “verdade, como o caso das licenças compradas em zonas fora de Lisboa, podendo trabalhar com elas em qualquer parte do país, desde que seja para serviços de contrato com empresas, hotéis, seguradoras”. “Ando a trabalhar a contrato e diga-se que os táxis de Lisboa transportam pessoas por todos os concelhos de Lisboa, que vão, por exemplo, fazer fisioterapia. Tenho inclusive um táxi no Bombarral que traz pessoas para Lisboa a fim de fazerem tratamento”.
O presidente da ANTRAL fez ainda acusações várias a Francisco Pereira, nomeadamente o facto de ter “uma licença clandestina” num carro e trabalhar indevidamente com a sua empresa “Animação Turística” — transportando pessoas para fazerem hemodiálise dentro de Lisboa, quando, concluiu, “só pode levar pessoas para eventos organizados por essa mesma empresa, festas, receções”.
Meses depois da carta assinada por Francisco Pereira, a 24 de maio de 2010, numa reunião de câmara em Arronches, a então presidente da câmara (agora em Portalegre) Fermelinda Carvalho propunha a cassação de uma licença de táxi correspondente a um Opel Zafira que tinha sido atribuída à firma Auto Táxis Serra D’Arga, Lda, com sede em Lisboa, por não cumprir a sua obrigação de prestar serviço à população local. “Considera-se que há abandono do exercício da atividade sempre que os táxis não estejam à disposição do público durante 30 dias consecutivos ou 60 interpolados dentro do período de um ano”. A prática continuava.
Mas houve mais conflitos que envolveram Florêncio e que acabaram resolvidos em tribunal. Um deles envolveu o engenheiro responsável pela Geotáxis, um sistema implementado em 2004 na sequência de um acordo entre a ANTRAL e o Estado depois de vários taxistas terem sido vítimas de crimes. O sistema central de distribuição de serviço, que usava a geolocalização do táxi, foi desenvolvido pelo engenheiro Frutuoso, que acabou por se incompatibilizar com o presidente da Antral. Um dia, os funcionários da empresa chegaram ao edifício da ANTRAL para trabalhar e tinham-lhes barrado a entrada. Também aqui Florêncio terá feito ameaças com uma arma, com a PSP a ser chamada ao local. Não houve, depois, formalização da queixa. Não passou de uma ameaça e a empresa acabou a mudar de instalações.
Segundo uma fonte próxima deste processo, que na verdade foram vários processos judiciais que ainda hoje se arrastam nos tribunais, Florêncio Almeida não queria que as suas empresas pagassem pela instalação do serviço nos seus táxis. “A ANTRAL acabou por deixar de pagar. Não cumpriu o contrato. Recebeu as contrapartidas do Estado e não honrou os compromissos”, explicou a mesma fonte ao Observador, pedindo anonimato. Essa foi mesmo a linha da defesa do engenheiro em tribunal — que acabara a pôr processos na Justiça contra a sociedade de Florêncio, a Serra D’Arga, e seis outras empresas, assim como contra a ANTRAL. Dos 400 mil euros que supostamente ficaram a dever à Geotáxis, o engenheiro Frutuoso ainda só recuperou 30 mil. E em 2021 permanecem processos por resolver. Florêncio, por exemplo, nunca terá comparecido em tribunal, fazendo sempre representar-se pelos seus advogados.
Para o vice-presidente da ANTRAL todo este passado foi construído por essas pessoas que “nunca perceberam a visão do presidente”. “Como dirigente não tenho nada em desfavor, aprecio-o como dirigente por essas características. Relativamente à vida particular eles é que sabem até onde é que foram. A Justiça que faça o seu trabalho”, disse, garantindo que a ANTRAL em nada está relacionada com Rendeiro e que nem será preciso fazer uma auditoria às contas da associação.
O Observador tentou uma entrevista com Florêncio Almeida ainda antes de ele ser constituído arguido, mas o presidente da ANTRAL recusou. Já depois desse momento foi feita uma nova insistência, através do seu advogado Carlos Nande Filipe, mas a resposta foi igualmente negativa.