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Tiago Carrasco

Tiago Carrasco

O silencioso terramoto político que está a acontecer na Holanda

Em Groningen, a exploração de gás natural está a provocar tremores de terra que já danificaram 100 mil casas. Deixados ao abandono pelo governo, muitos eleitores da região vão votar em Wilders.

Há sete anos, a professora Annemarie Heite e o seu marido, Albert, compraram uma quinta tradicional do século XIX na vasta planície verdejante a norte de Groningen, onde planeavam viver o resto da vida e criar as suas duas filhas. No preciso local onde esse sonho foi edificado, não há hoje mais nada do que umas fundações de ferro e areia revoltada. A quinta foi demolida. Ao lado, um aglomerado de pré-fabricados, onde a família vive temporariamente enquanto aguarda pela construção de uma casa nova. “Quando vives num país como a Holanda, não estás à espera de ficar desamparado quando alguma coisa corre mal”, diz Annemarie. “Mas o governo abandonou completamente esta região e os seus habitantes. Acabaram-se os planos, os passatempos e a estabilidade. A vida deixou de nos pertencer”.

Debaixo do tapete relvado, Groningen – uma zona agrícola distante das cosmopolitas Amesterdão e Haia – alberga uma das reservas de gás natural mais lucrativas do mundo. Em 1963, a companhia petrolífera holandesa Nederlandse Aardolie Maatschappij (NAM) – detida pela Shell e pela Exxon Mobil – tomou conta da exploração da reserva de 2,8 triliões de metros cúbicos de gás. O governo, consciente do potencial da mina, adquiriu posteriormente 40% das acções da NAM. Nos últimos 50 anos, a Holanda tornou-se o maior produtor europeu de gás e Groningen a jóia da sua coroa. Atualmente, rende cerca de um milhão de euros por hora a Haia (3 mil milhões anuais) e o aquecimento de 13 milhões de casas na Europa Ocidental está dependente dos recursos do subsolo do norte da Holanda. Muitos dos edifícios e serviços públicos criados no país foram financiados com esta receita.

A exploração controlada durou quatro décadas. Contudo, pressionados pela crise financeira de 2008, os tutelares da exploração decidiram abrir as torneiras, O nível de sustentabilidade – situado nos 12 mil milhões de m3 anuais – foi ignorado e em 2013 a NAM estava a extrair quatro vezes mais. Quando adquiriu a propriedade, Annemarie não só desconhecia estes factos, como também não sabia que a maciça exploração de gás podia causar terramotos. “Quando regressámos de férias, no verão de 2012, tinha havido um terramoto de 3.6 [na escala de Richter] e reparámos que tínhamos oito rachas nas paredes”, diz Annemarie. “No decorrer desse ano, a situação piorou até uma das paredes começar a ceder. Contactámos a NAM que, inicialmente, só se comprometeu a assumir os custos das reparações cosméticas”.

Annemarie Heite e Albert Hubls junto das fundações da casa com que sempre sonharam @Tiago Carrasco

Groningen não assenta sobre qualquer falha tectónica e jamais houvera registos sísmicos antes da chegada da Shell e da Exxon Mobil. No entanto, desde 1992 a província assinalou a ocorrência de mais de mil pequenos terramotos, com intensidades entre os 0.1 e os 3.6. Os estudos chegaram rapidamente a uma conclusão: os abalos eram causados por dedo humano. Se um tremor de terra de 3.6 não causa muito transtorno, vários pequenos terramotos vão lentamente desgastando a superfície terrestre e as casas. “Quando se extrai gás, altera-se a pressão nos reservatórios, o que causa a compactação da camada de arenito. Isso provoca terramotos”, explica Manuel Sintubin, professor de geodinâmica de Leuven, na Bélgica. Como o fenómeno acontece a apenas 3km de profundidade e a maioria das casas de Groningen são feitas de pedra argilosa, os abanões terrestres têm mais impacto do que a sua intensidade pode sugerir: o departamento jurídico da NAM já recebeu 100 mil queixas por estragos em casas.

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A vida de Annemarie tornou-se um pesadelo. Primeiro, foi o celeiro, um edifício histórico, que começou a ceder. Depois, as estruturas da própria casa, com uma grande fissura no quarto das crianças. “Ninguém pode viver seguro perante a ameaça de derrocada no quarto das próprias filhas”, diz a professora de comunicação. Desesperada, recorreu à imprensa, agregou vítimas e tornou-se a cara da luta dos habitantes de Groningen contra as companhias energéticas e o governo holandês. Ao mesmo tempo, as negociações com a NAM decorriam lentamente, com uma teimosa resistência da empresa em responsabilizar-se por todos os estragos. Depois de muitos avanços e recuos, chegaram a acordo para demolição da quinta e construção de uma casa à prova de terramoto. “Mas rejeitaram a reconstrução fiel do edifício, que lhes competia, para pouparem nas despesas”, diz Herbert Hubls, marido de Annemarie.

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A menos de duas semanas das eleições, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte foi confrontado num programa de debate político por furiosos habitantes de Groningen, poucos dias após a emissão televisiva do documentário que mostrou a degradação da quinta e da tranquilidade da família de Annemarie. A conversa azedou e o chefe de governo perdeu a calma. Não conseguiu explicar a falta de reparação para com as vítimas de um desastre ecológico que, provou o Dutch Safety Board, era do conhecimento do governo e da NAM desde o primeiro dia de extração. O relatório acusa os responsáveis de ignorar a segurança dos cidadãos na tomada de decisões, mantendo os gasodutos a funcionar a máxima intensidade, incrementando os lucros e desprezando os estudos científicos. À medida que o tempo vai passando, mais fendas se abrem e mais fazendas vão ao chão: a folha de indemnizações da NAM já vai num valor estimado em 20 mil milhões de euros, um rombo para o governo holandês e para o setor energético europeu.

À medida que o tempo vai passando, mais fendas se abrem e mais fazendas vão ao chão: a folha de indemnizações da NAM já vai num valor estimado de 20 mil milhões de euros, um rombo para o governo holandês e para o setor energético europeu.

Votados ao abandono durante mais de cinco décadas – em que vários partidos, desde os socialistas aos neoliberais, estiveram no poder —, os habitantes da região já não sabem em quem votar. O PVV (Partido da Liberdade) de Geert Wilders quis aproveitar-se do desespero, um dos seus terrenos férteis para a angariação de votos, e visitar o local. Annemarie Heite recusou: “Não podemos confiar em alguém que não tem prevista qualquer medida sobre o assunto no seu programa eleitoral”, diz a porta-voz das vítimas. “Porém, sei que a médio prazo o abandono a que somos sujeitos vai resultar num crescimento do PVV, tal como aconteceu nas vilas mineiras do sul, a quem durante 20 anos foram recusadas compensações e que são hoje localidades em que o PVV vence com larga vantagem”.

O VVD de Mark Rutte, que no passado trabalhou para a Shell, vai ser fortemente penalizado na região de Groningen. As sondagens indicam que o PVV vai crescer muito, interferindo com o habitual domínio do PvdA (Partido Trabalhista) e do VVD. As vítimas dos terramotos vão, essencialmente, votar nos partidos em que têm elementos incorporados: os ecologistas do Groenlinks, os socialistas do SP e os democratas-cristãos do CDA. “E há votos em Wilders, não porque as pessoas acreditem nele, mas porque querem protestar contra o sistema”, diz Annemarie.

“Sei que a médio prazo o abandono a que somos sujeitos vai resultar num crescimento do PVV, tal como aconteceu nas vilas mineiras do sul, a quem durante 20 anos foram recusadas compensações e que são hoje localidades em que o PVV vence com larga vantagem”
Annemarie Heite, habitante de Groningen

Hiltje Zwarberg, ex-militar de 59 anos, atualmente a trabalhar no porto em Delfzijl, é um dos milhares de holandeses a viver fora das grandes cidades que perdeu confiança no sistema. Vive com a família numa casa temporária há dois anos e moveu dois processos judiciais – um contra a NAM e o outro contra o Estado holandês. Tudo começou em 2013, quando nas paredes do seu lar – um casarão rural de 150 anos que nunca tinha acusado desgaste – começaram a desenhar-se enormes fissuras. “Começámos a falar com os vizinhos e apercebemo-nos de que todos tinham o mesmo problema”, diz Zwarberg, que solicitou prontamente uma vistoria à NAM. Os engenheiros ligados à petrolífera rejeitaram inicialmente que os estragos tivessem sido provocados pelo terramoto, mas numa segunda visita deram o braço a torcer e avaliaram a reparação das fendas em 3.400 euros.

Mas a terra não parou de tremer e as paredes continuaram a rachar. Uma empresa independente disse-lhe então que a casa estava em risco de derrocada. No dia 19 de Dezembro de 2014, Hiltje e a família receberam ordem de despejo sem aviso prévio. “Tinha o frigorífico cheio com comida para as celebrações de Natal”, diz o antigo militar. “Mas disseram-nos que, por motivos de segurança, não podíamos permanecer em casa nem mais uma noite”. A família passou uns dias no hotel de uma familiar e chegou depois a acordo com a NAM para ficar numa casa arrendada e com todas as despesas cobertas pela empresa energética, até a fazenda ser reparada e equipada com estruturas anti-sísmicas. “Apesar de estar privado da minha casa, não era mau de todo”, pensou Zwarberg. Mas tudo piorou quando o queixoso apresentou à empresa o orçamento do construtor: 183 mil euros. “Foram buscar a primeira avaliação que tinham feito aos estragos e disseram-me que pagariam apenas os 3.400 euros respeitantes às rachas diagnosticadas na primeira visita. Os restantes 177 mil euros, disseram-me, tinham de ficar por minha conta porque resultavam da antiguidade da fazenda e não dos terramotos”.

Há casas amparadas por estacas devido aos efeitos dos terramotos provocados pela extração de gás @Tiago Carrasco

O queixoso entrou em litígio com as poderosas empresas, que ameaçaram deixar de lhe pagar as despesas da casa de substituição caso ele avançasse para tribunal. Recuaram. “Felizmente, encontrei um advogado que me representa gratuitamente, senão não tinha meios para avançar para a justiça e tinha ficado sem nada. Há muita gente nessa situação. Telefonam-me, aflitas, a chorar porque nem conseguem lutar pelos seus direitos e têm de aceitar as magras compensações da NAM”, diz Zwarberg, confiante na vitória judicial. “Se perder, fico sem nada. Perco a casa, que ainda estava a pagar ao banco, deixo de poder financiar esta renda e de cobrir as dívidas ao tribunal”.

Os impactos do inusitado fenómeno sísmico não são apenas materiais. Nos campos, as vacas correm descontroladas que nem cavalos selvagens e abortam vitelos como nunca antes se viu. Avistam-se casas sustidas de ambos os lados por barrotes de madeiras e escolas de substituição montadas com contentores. Lá dentro, os estudantes participam em simulacros de terramoto para saberem como reagir a um abalo mais intenso. “É o tipo de situação que julgávamos não poder existir num país rico como a Holanda”, diz Ate Kuipers, de 64 anos, homem rijo e empresário de sucesso no ramo agrícola e imobiliário.

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Kuipers comprou em 2007 a quinta Eldersveld, situada na região de Middag, zona de conventos medievais protegida pela UNESCO. De pouco lhe valeu a classificação patrimonial; pouco depois da compra, a estrada de acesso ao rancho começou a estalar e a água a entrar nos campos por fissuras na superfície. Hoje, placas metálicas alisam o alcatrão fraturado pelos sismos. As paredes do estábulo abanam com um leve empurrão. “Nem queria acreditar quando os técnicos da NAM vieram aqui dizer-me que o problema não tinha nada a ver com os terramotos, mas com a idade do edifício, que é de 1978. Tive de manter a calma para não me tornar agressivo”, explica. O proprietário conseguiu depois obter dois pareceres de empresas de engenharia que atribuem as causas da destruição aos terramotos e prepara-se para pedir em tribunal uma compensação de 2,5 milhões de euros pela total reconstrução dos edifícios. “Eu sou um homem de negócios e sei a que tenho direito. A maioria das pessoas aceita propostas muito baixas apenas para remediar as fendas, mas não vão resolver o problema. Se não reduzirem a exploração, daqui a um ou dois anos os muros vão voltar a rachar”.

Ate Kuipers avançou para os tribunais depois de o seu negócio ter sido afetado pelos sismos constantes @Tiago Carrasco

O vizinho de Annemarie e de Albert não teve tempo para ser compensado; doente cardíaco, morreu depois de dois anos de stress resultantes do desabamento do seu celeiro. A sua mulher vive hoje sozinha numa casa de substituição. “Em Amesterdão, as obras do metro param assim que tocam em alguma casa renascentista, causando a perda de milhões de euros diários. Aqui, onde vivem 10% dos eleitores do país, apenas 1% dos 300 mil milhões de euros já angariados com o negócio do gás foi investido na resolução do problema”, diz Albert Hubls.

À medida que se viaja para sudoeste de Groningen, somam-se árvores à imensa planície relvada. As granjas latifundiárias dão lugar a pacatas aldeias alinhadas ao longo dos canais. São os confins da Holanda, junto à fronteira com a Alemanha, uma zona historicamente mais pobre que o resto do país, onde os partidos e os sindicatos comunistas sempre tiveram muito poder e influência. Isso acabou. A subida do desemprego e a queda do nível de vida faz com que o PVV surja à cabeça das intenções de voto. Se os tremores de terra abalam a confiança, o abandono agita as urnas.

A subida do desemprego e a queda do nível de vida faz com que o PVV surja à cabeça das intenções de voto. Se os tremores de terra abalam a confiança, o abandono agita as urnas.

Entre 1700 e 1920, milhares de desocupados e prisioneiros de outras paragens da Holanda rumaram a esta região pantanosa para lavrarem os campos e trabalharem na turfa. Algumas das indústrias que surgiram depois, no século XX, acabaram por falir e a juventude trocou os vilarejos pelas oportunidades de Haia e Amesterdão. Por lá ficaram os velhos, distantes do multiculturalismo urbano e dos ideais liberais que se tornaram uma imagem de marca do país. É terra de “Henks” e de “Ingrids”, os tradicionais nomes holandeses que Wilders usou para descrever o seu eleitorado – holandeses brancos, rurais ou da classe média trabalhadora e com níveis de escolaridade abaixo da média.

Ter Apel é uma das dezenas de aldeias enfileiradas nas “costas do cão”, como os locais apelidam o ténue declive na planície que coloca o lugarejo 35 metros acima do nível do mar – uma altitude vertiginosa na planura holandesa. Seria mais uma entre muitas, não fora a vizinhança do AZC, o maior centro de refugiados do país, com capacidade para 2000 moradores em simultâneo. Todos os requerentes de asilo que cheguem à Holanda começam pelo AZC e têm lá a sua última morada europeia antes de serem deportados. Em 2016, recebeu cerca de 50 mil estrangeiros. A vida na aldeia, que tem 9 mil habitantes, nunca mais foi a mesma. Centenas de refugiados chegam a pé e de bicicleta, cruzando-se com os olhares desconfiados de idosos agarrados a andarilhos mecânicos. Os estrangeiros são mais escuros, mais barulhentos, mais pobres – características pouco apreciadas pelos “Henks” e pelas “Ingrids”. Um sinal de trânsito simboliza os diferentes caminhos dos vizinhos: refugiados para a esquerda, centro da localidade para a direita.

Ter Apel, onde existe o maior centro de refugiados do país @Tiago Carrasco

Num relatório divulgado pelo município de Sellingen, a que Ter Apel pertence, ficaram conhecidos os números relativos à criminalidade: desde 2014, o número de queixas por roubos a casas cresceu de 45 para 56 e a lojas de 66 para 268. A maioria dos crimes aconteceram nas imediações do centro de asilo: “Eles entram nos supermercados e escondem comida debaixo do casaco, abrem as compotas e enfiam lá um dedo, são porcos”, diz uma funcionária de um supermercado, que não quis dizer o nome nem as suas cores políticas. Em 2012, o PVV foi o terceiro partido mais votado no município, atrás do PvdA e do VVD, com 1134 votos. As sondagens dão-lhes a liderança para o sufrágio de quarta-feira.

O aumento da criminalidade, somada a uma taxa de desemprego superior à média nacional (6,8 contra 5,3%), deve garantir um quarto dos votos de Ter Apel a Geert Wilders. Mas ninguém o assume. A procura por “Henks” e “Ingrids” nas ruas da aldeia é desesperante: as pessoas desviam o olhar, dizem que não vão votar ou que ninguém tem nada a ver com isso. Um homem de meia-idade, montado numa bicicleta, diz que odeia jornalistas: “Não têm problemas em Portugal?”, rosna. Não há nenhum café aberto e poucas são as pessoas que param na rua para falar umas com as outras. Uma família árabe caminha lentamente e cabisbaixa, contagiada pela pasmaceira. “Este é o tipo de sítio em que nem queres ser encontrado morto”, diz um rapaz.

Este pescador assume que vai votar em Wilders @Tiago Carrasco

Já de saída, um pescador aceita falar de política. Usa um casaco castanho e branco, galochas e um gorro verde dobrado nas bordas, que combina com o brilho dos seus olhos claros. Antes de começar, enrola um cigarro, sem filtro. Ele e um amigo, ambos de linha fisgada num braço do canal por onde passeiam carpas, vão votar PVV. “Eu não concordo com tudo o que ele diz, às vezes é demasiado radical, mas tenho esperança de que possa transformar a Holanda no país que era antes”, diz. “Tipos como os turcos que partiram a praça de Roterdão não nos fazem falta nenhuma. Se querem agitar a bandeira turca, vão para a Turquia e votem no Erdogan. Aqui não”.

O pescador, de 61 anos, viveu 30 anos do outro lado da fronteira, como camionista. Antes de se retirar por invalidez, perdeu o trabalho para um polaco. “Como era mais barato, despediram-me e ficaram com ele por metade do salário. Por isso é que sou a favor da saída da União Europeia. Não quero competir com mão-de-obra barata”, diz. A partir de então, ficou em Ter Apel com uma reforma de 1500 euros dos quais, diz, 1400 são gastos em despesas. Devido ao parco orçamento, a mulher foi obrigada a arranjar um part-time. “Antes, dava para irmos comer fora e ir de férias. Já não dá para nada”. A sua irmã mais nova, desempregada, tem de recorrer ao banco alimentar. “E os refugiados têm direitos a subsídios e casas do Estado. Não é justo”.

Apesar de saber que Wilders muito dificilmente se tornará primeiro-ministro, o pescador de carpas tem esperança que o líder populista exerça pressão no Parlamento para expulsar muçulmanos do país. “Eu sei que há muçulmanos bons mas não podemos ter tanta gente que vive debaixo da lei da religião. Por mim, bania as religiões, ajudava a acabar com as guerras nos países deles e mandava-os de volta”.

O pescador despede-se. Perguntamos-lhe o nome. Chama-se Brakels… HENK Brakels.

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