— Atenção, cidadão de casaco laranja suspeito de praticar roubos.

A informação chega via rádio ao comissário da PSP, que não tira os olhos dos dois homens feridos estendidos na calçada da Travessa da Queimada, no Bairro Alto, em Lisboa. Há um homem vestido de laranja nestas ruas que anda a fazer assaltos e é preciso que o forte dispositivo policial ali montado esteja atento. São 1h29 e, de repente, parece que tudo está a acontecer. Os dois homens deitados no chão terão sido agredidos a escassos metros da polícia, que avisava o proprietário de um bar que não podia receber mais clientes, ao som de protestos de clientes descontentes com a regra. “It’s bulshit, why?”, interroga um homem de cabelo louro, na esperança frustrada de que a PSP recue.

Dos dois homens feridos no chão, ambos estrangeiros, só um consegue ir balbuciando, em castelhano, o que aconteceu na noite desta sexta-feira para sábado. Estavam dentro de um bar e quando foram pagar só aceitavam dinheiro. Insistiram com o pagamento em cartão e acabaram agredidos, alegadamente pelo porteiro. O que fala é dentista e descreve o que sente como a dor de um maxilar partido. O outro, ao lado, tem escoriações na cara e nada diz. É levado a braços para o passeio para permitir a passagem de uma ambulância dos bombeiros que segue para outra ocorrência.

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