894kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Os 24 oradores que não vai querer perder na Web Summit

São mais de mil, mas selecionámos as 24 pessoas que vai querer ver e ouvir na Web Summit. Há empresários, políticos, anjos, robôs, astronautas, músicos e o líder digital da campanha de Donald Trump.

    Índice

    Índice

Autores: Ana Pimentel, Manuel Pestana Machado, Rita Neves Costa, Marta Leite Ferreira e Carolina Branco

Al Gore, o homem que nasceu duas vezes para ganhar o Nobel da Paz

Getty Images for Paramount Pictu

Albert Arnold Gore nasceu duas vezes, afirma o próprio. A primeira em março de 1948, filho de um senador e da primeira primeira mulher a licenciar-se na Escola de Direito da Universidade de Vanderbilt. E a segunda em abril de 1989, quando o filho de seis anos foi atropelado por um carro que o projetou ao longo de 9 metros na estrada: “As nossas vidas foram consumidas pela luta por restabelecer o corpo e a alma dele. Foi um momento tão traumático que o vejo como um momento de renascimento pessoal.” Foi este renascimento que o afastou da hipótese de se candidatar às presidenciais americanas em 1992, mas que o aproximou de outra missão: o ambientalismo. Primeiro, escreveu o livro “Earth in Balance”. Depois, realizou o documentário “Uma Verdade Inconveniente”, no qual desvenda a morte lenta da Terra provocada pelas alterações climáticas.

Al Gore é um homem de causas, do ambientalismo à política. No segundo dia de caloiro montou uma campanha na Universidade de Harvard que fez dele presidente do conselho de estudantes de primeiro ano. Não era brilhante na escola: desprezava as aulas de matemática, preferia as tardes ociosas a jogar bilhar e a ver televisão. Graças a ela, no entanto, conseguiu a nota máxima com a tese de curso “O Impacto da Televisão na Conduta da Presidência entre 1947 e 1969”. Logo a seguir, alistou-se no Exército porque, tal como o pai, que se candidatava em 1970 à presidência dos Estados Unidos, achava que era a melhor maneira de lutar contra a guerra do Vietname.

Al Gore só regressou à política em 1976, cinco anos depois de ter regressado do Vietname. Deixou a escola de direito, candidatou-se à Câmara de Representantes por Tennessee e venceu. No Senado, assinou a Lei de Computadores de Alta Performance e Comunicação de 1991, uma espécie de “autoestrada” da comunicação em rede — o projeto técnico que deu origem à Internet como a conhecemos. Foi vice-presidente dos EUA entre 1993 e 2001. Em 2000, enfrentou George W. Bush na corrida pela presidência e venceu o voto popular. Mas cinco semanas depois de uma complexa discussão sobre o processo eleitoral no país, foi George W. Bush quem foi eleito presidente. Tudo por causa do estado da Flórida, onde houve problemas com a contagem dos votos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O que levou Al Gore a concorrer à Casa Branca ao lado de Bill Clinton em 1992 — mas com uma linguagem mais ponderada e menos agressiva — foram as preocupações com o aquecimento global. No filme “Uma Verdade Inconveniente”, diz: “Eu sou Al Gore, costumava ser o próximo presidente dos Estados Unidos. Não acho isso particularmente engraçado”. Depois, parte a discussão para o assunto que o move desde os 17 anos: “Estão a ver aquele ponto azul e pálido? Somos nós. Tudo o que alguma vez aconteceu na história humana, aconteceu naquele píxel. Todos os triunfos e todas as tragédias, todas as guerras e todas as fomes, todos os grandes avanços. É a nossa única casa. É isso que está em jogo, a nossa habilidade para viver no planeta Terra, de ter um futuro como civilização”. Graças ao documentário, Al Gore ganhou o Nobel da Paz em 2007 e um Óscar de Melhor Documentário no mesmo ano. Na Web Summit vai falar sobre o papel da inovação no combate às alterações climáticas.

Data: 9 de novembro de 2017, 16h30
Local: Centre Stage

Brad Parscale, o estratega da campanha digital de Donald Trump

Getty Images

Foi o diretor digital da campanha presidencial de Donald Trump em 2016, o olho que supervisionou todos os passos dados pelo presidente dos EUA nas redes sociais e nas campanhas de angariação de fundos. Brad Parscale também foi o mentor da estratégia utilizada por Trump nos meios de comunicação tradicionais, como a rádio e a televisão, para convencer o eleitorado norte-americano a votar nele.

Empreendedor, fundou juntamente com Hill Giles e Giles-Parscale (uma agência digital com sede em San Antonio, no Texas) em 2011, que em 2017 vendeu à CloudCommerce por 9 milhões de dólares. Foi através desta empresa que fez vários trabalhos para a campanha de Donald Trump. Além desta empresa, Brad cofundou a TechBloc, uma organização focada em construir e expandir tecnologia.

Brad começou a colaborar com o grupo de empresas do presidente norte-americano, a Trump Organization, em 2011. Foi aliás uma das primeiras pessoas que Donald Trump convocou para trabalhar consigo quando anunciou que seria candidato à Casa Branca, em 2015. Já este ano, juntamente com Nick Ayers, lançou a organização não governamental que promove a agenda do presidente dos EUA e da Casa Branca, a America First Polices.

À CBS News, Brad contou que estava a comer uma omelete quando recebeu uma proposta da Trump Organization para desenhar um projeto para os sites dos negócios de imobiliário de Donald Trump. Em 2015, chegou outro email — desta vez para desenvolver todo o site que serviria de apoio à campanha do atual presidente dos EUA. Para configurar e programar a presença digital do ainda candidato à Casa Branca, Brad Parscale recebeu 1.500 dólares. Quando hoje faz contas, diz que até à vitória de Donald Trump recebeu 94 milhões de dólares. Na Web Summit vai fazer um balanço de um ano de mandato do presidente norte-americano sobre os bastidores da camapanha de Donald Trump: Making Marketing great again?

Data: 8 de novembro, às 12h15 e 9 de novembro às 12h20
Local: Centre Stage e PandaConf

Brian Krzanich, a motherboard da Intel

Getty Images

Krzanich lidera a Intel, a maior empresa de chips para computadores do mundo, desde maio de 2013. Antes, desde janeiro de 2012, foi chefe de operações da empresa, tendo liderado todas as operações de estratégia na China. É o responsável pela diversificação dos produtos da Intel além de processadores (inteligência artificial, redes móveis 5G, drones, entre outros) nos últimos dois anos.

Nascido em 1960 na Califórnia, o executivo está na Intel há 35 anos. Em 1982, começou a trabalhar como engenheiro informático numa fábrica de chips da empresa no Novo México. Em 1996, chegou a supervisor e, em 2007, ficou responsável pela supervisão de todas as fábricas e lojas da empresa.

Conhecido na indústria como “BK”, é licenciado em Química pela Universidade de San Jose. Pai de duas filhas, disse em 2015: “Quero um mundo em que elas tenham igualdade de oportunidades”. Krzanich tem criado vários programas na Intel desde que se tornou presidente executivo para promover a diversidade de géneros na empresa. Na Web Summit, vai falar sobre inteligência artificial: como é que os dados estão a contribuir para o avanço da tecnologia?

Data: 7 de novembro ás 16h30
Local: Centre Stage

Mark Hurd, o oráculo mestre por detrás da Oracle

Getty Images

Hurd está desde 2010 na direção da Oracle, uma das maiores empresas de tecnologia informática do mundo. Antes de comandar a gigante tecnológica, foi presidente executivo de outra gigante tecnológica, a Hewlett-Packard (HP).

Mark Hurd nasceu em Nova Iorque, mas mudou-se para Miami na adolescência, onde concluiu o secundário. Mais tarde, licenciou-se em Gestão pela Universidade Baylor, no Texas. Poucos anos depois, em 1985, começou a trabalhar na NCR, empresa de eletrónica conhecida por fazer caixas automáticas. Em 2002, tornou-se presidente executivo dessa empresa. Em 2005 sai da NCR e é contratado pela HP como presidente executivo. Demitiu-se desse cargo em 2010 na sequência de um escândalo de assédio sexual que foi resolvido por acordo no mesmo ano.

Hurd é conhecido pela tenacidade nos negócios e cortes nos custos. Enquanto esteve na HP, a marca tornou-se líder na venda de computadores, o que lhe valeu o prémio de uma das 25 pessoas mais poderosas do mundo dos negócios pela revista Fortune em 2008. Na Oracle, tem elevado o valor da empresa com o investimento na expansão do mercado de serviços na Cloud (na nuvem). Na Web Summit, vai falar o período de mudança que vivemos e sobre como utilizar a cloud para crescer.

Data: 7 de novembro às 11h10 e às 14h00
Local: SaaS Monster e Centre Stage

Brad Smith, o advogado que chegou a presidente da Microsoft

Microsoft Blogs

Brad Smith é o jurista da Microsoft: todos os assuntos legais da gigante norte-americana passam por Smith. Há 25 anos a trabalhar na Microsoft, lidera agora mais de 1300 consultores jurídicos em 55 países. Desde 2015 que é uma das principais caras da empresa acumulando os títulos de presidente e diretor de assuntos jurídicos.

Nasceu no Wisconsin, nos EUA, em 1959. Formou-se em 1981, com distinção, na Universidade de Princeton. Em 1985, pela Escola de Direito da Universidade de Columbia, concluiu os estudos em Direito. Após o curso, trabalhou como conselheiro de juiz no tribunal federal americano, uma honra normalmente dada aos melhores alunos. De 1986 até 1993 foi advogado associado e sócio na sociedade de advogados Covington & Burling LLP.

Em 1993, tornou-se conselheiro jurídico na Microsoft Europa, tendo, em 2002, passado a responsável pela assessoria jurídica a nível global. Smith é conhecido por ter tido um papel crucial nas batalhas jurídicas que a Microsoft nas últimas duas décadas teve em matérias como propriedade intelectual, direito da concorrência ou cibersegurança. Em 2007, foi descrito pela revista Fortune como “a cara credível e amável de uma Microsoft não monopolista”. Na Web Summit, vai falar sobre os desafios da cibersegurança e sobre como as empresas globais precisam de ganhar confiança local para terem sucesso num mundo ditado pelos serviços em cloud.

Data: 8 de novembro às 11h10 e às 15h10
Local: SaaS Monster e Centre Stage

Sean Rad, o iraniano que fundou o Tinder

HUGO AMARAL/OBSERVADOR

Filho de pais iranianos, que emigraram para os EUA na década de 1970, Sean Rad teve (desde cedo) a tecnologia mesmo à porta de “casa”. Os progenitores tiveram um negócio de equipamentos eletrónicos já em solo norte-americano, o que permitiu dar conforto e desafogo financeiro à família e apostar no futuro do filho – Sean estudou num liceu privado de Los Angeles e ingressou depois no ensino superior.

Tal como muitos empreendedores da área da tecnologia, Sean Rad decidiu desistir da universidade e apostar no negócio próprio. Antes do Tinder, aplicação de relacionamentos da qual é fundador e atual CEO, teve outras empresas como Orgoo – servidor de email que não teve muito sucesso – e Ad.ly, empresa de marketing para celebridades vendida a um fundo de investimento privado. Setembro de 2012 foi mesmo uma datas mais importantes para este empreendedor: o lançamento do Tinder.

“Portugal é um dos mercados mais importantes para o Tinder”

Atualmente, a aplicação reúne milhares de utilizadores em todo o mundo, presente em 196 países, que procuram o amor ou uma noite de copos com novos amigos – um dos objetivos da opção Tinder Social e da qual Sean Rad falou com o Observador em 2016, mas que terá sido desativada entretanto. Apostar no amor entre pessoas solteiras foi o grande sucesso desta startup, que está inserida na empresa Match Group, juntamente com outros sites de encontros.

Porém, nem tudo é perfeito. A aplicação tem sido muito conotada com as relações de sexo casual e descomprometido, colocando em causa a seriedade do negócio. Além disso, Sean Rad foi em novembro de 2015 acusado de assédio sexual por uma antiga funcionária e cofundadora do Tinder, Whitney Wolfe, ex-namorada do também cofundador e melhor amigo de Rad, Justin Mateen, igualmente acusado e julgado.

O processo judicial levou a que Sean, hoje com 31 anos, saísse do cargo de presidente executivo do Tinder, regressando 11 meses depois à mesma função. Em dezembro de 2016, saiu da liderança e tornou-se presidente não executivo da aplicação. Na Web Summit, vai falar sobre o ano dourado do Tinder.

Data: 8 de novembro às 16h35
Local: Centre Stage

Stewart Butterfield, o homem que queria fazer um videojogo mas acabou por ter duas startups de sucesso

David Paul Morris | Bloomberg | Getty Images

Atualmente, é conhecido por ter criado e por liderar a Slack, uma startup que desenvolveu uma ferramenta de comunicação e organização para empresas. Apesar de ter sido lançada em 2013, no ano seguinte a Slack já estava avaliado em mil milhões de dólares. Em 2015, a prestigiada publicação digital TechCrunch considerou-a uma das 10 melhores startups.

Considerado um dos maiores inovadores do mundo pelo MIT – Massachusetts Institute of Technology em 2005, e pelo jornal Wall Street Journal em 2015, Stewart nem sempre esteve ligado à tecnologia. Nascido em 1973, em Lund, no Canadá, só com três anos é que começou a viver numa casa com água corrente. É licenciado em Filosofia pela Universidade de St. Michaels, no Canadá, e tem um mestrado em Filosofia pela Universidade de Cambridge, em Inglaterra. Aprendeu sozinho a programar quando ainda era criança.

Criador de várias startups, Butterfield antes da Slack já era conhecido por ter criado, em 2002, a Flickr, uma plataforma de partilha de fotografias, que foi comprada em 2005 pela Yahoo. Stewart manteve-se no projeto como diretor até 2008. Ao sair da Yahoo, tentou criar uma videojogo multiplayer online que acabou por não ser lançado. O Slack era uma ferramenta que a equipa do jogo tinha construído para facilitar a comunicação. Na Web Summit, vai falar sobre a inteligência artificial no mundo do trabalho e sobre como melhorar a ligação humana no mundo do trabalho.

Data: 7 de novembro às 13h30 e 8 de novembro às 14h00
Local: SaaS Monster e Centre Stage

Gillian Tans, a mulher de 46 anos que lidera o Booking.com

https://twitter.com/PafferInfo/status/904610142548672516

O mundo da hotelaria e das viagens está presente há vários anos no percurso profissional e académico de Gillian Tans. A atual CEO de 46 anos do Booking.com, um site de reserva de alojamento , licenciou-se em Gestão Hoteleira nos Países Baixos, tendo depois começado a trabalhar na área. Passou por vários grupos hoteleiros de âmbito internacional como o Golden Tulip Worldwide e acumulou várias funções, ao longo dos anos, como diretora de vendas, de marketing e gestora de produto.

Ainda jovem, foi incentivada a sair da zona do conforto, tendo viajado sozinha para outros países, França e Alemanha, com o apoio dos pais e quase “obrigada” pela mãe. Ainda em Julho deste ano, confessou ao jornal The Independent que nessa altura “nem tudo foi bom”, já que se viu por sua conta e risco em lugares desconhecidos.

No entanto, talvez tenha sido o desafio e a vontade de arriscar que a levou a mudar de emprego, sem ter na altura grandes perspetivas de estabilidade financeira e profissional. Em 2002, saiu do conforto dos hotéis e empregou-se numa startup, a então Booking.com, com sede em Amesterdão. Será escusado dizer que as coisas correram bem: a empresa Priceline comprou o website em 2005 e Gillian foi crescendo também dentro da Booking.com. Em 2016, foi a CEO mais bem paga no negócio das viagens online – conseguiu o inédito de ganhar mais que o seu próprio patrão da altura, Jeffery Boyd, então líder da Priceline.

De um pequeno cubículo, a startup expandiu para Barcelona, tendo hoje 184 escritórios espalhados um pouco por todo o mundo, com mais de 13 mil funcionários. Vendas, informática, conteúdo e atendimento ao cliente foram algumas das funções que acumulou ao longo de 14 anos na Booking.com. Hoje, Gillian é a presidente-executiva da empresa e a postura terra-a-terra tem-na caracterizado internamente: senta-se no chão do escritório a trabalhar, faz atividades de perguntas e respostas com os funcionários e fala diretamente com os clientes. Na Web Summit, vai falar sobre a solidão dos líderes e como pode a inteligência artificial ser o futuro das viagens.

Data: 7 de novembro às 12h25 / 8 de novembro às 11h
Local: Centre Stage / PandaConf

Amit Singh, o homem que nos quer a confundir o real com o virtual

http://www.businessinsider.com/interview-google-amit-singh-2015-2

Singh é o responsável pelo investimento da Google em realidade virtual desde 2016. Chegou à empresa em 2010, onde foi responsável pelas plataformas para negócios (cloud e segurança). Antes tinha estado na Oracle (uma das maiores empresas de tecnologia informática do mundo), onde chegou a vice-presidente de vendas.

Nascido na Índia, mudou-se em 1989 para os EUA para fazer um mestrado em gestão industrial, no Instituto Politécnico de Rensselaer, no estado de Nova Iorque. Terminado o mestrado em 1991, começou a trabalhar na Oracle logo a seguir, onde ficou até 2010.

No departamento de realidade virtual da Google foi responsável pelo lançamento do Daydream (óculos de realidade virtual que funcionam com smartphones) e do projeto de realidade aumentada, o Google Tango. No último ano, foi responsável pelas novas ferramentas de realidade aumentada da Google, uma das novas apostas da empresas para o sistema Android. Na Web Summit, vai falar sobre como pode a realidade virtual e a aumentada mudar a forma como trabalhamos e aprendemos.

Data: 7 de novembro, às 10h00
Local: Centre Stage

Stan Chudnovsky, o líder dos 1,3 mil milhões de utilizadores do Messenger

Getty Images for TechCrunch

Stan Chudnovsky é responsável pela aplicação de conversas do Facebook, o Messenger, desde 2014. Antes de assumir a liderança do chat de Mark Zuckerberg, Stan foi responsável pela estratégia global de crescimento do PayPal. Empreendedor, cofundou várias startups, incluindo a IronPearl, que foi comprada em 2013 pelo PayPal (os valores da operação não foram divulgados). Foi também um dos nomes por detrás do lançamento de empresas como a Jiff, a NFX, a Ooga Labs ou a Wonderhill e esteve envolvido no desenvolvimento de uma das primeiras redes sociais, a Tickle Inc.

Em setembro, a rede social liderada por Mark Zuckerberg anunciou que ultrapassou 1,3 mil milhões de utilizadores ativos mensalmente, atingido o mesmo número de utilizadores da irmã WhatsApp (que também pertence ao Facebook). São as duas aplicações de chat mais utilizadas no planeta. No palco da Web Summit, Stan vai falar sobre como evoluem as conversas na era digital.

Em julho, o Facebook comprou uma startup de inteligência artificial, a Ozlo, para ajudar o Messenger a desenvolver uma assistente virtual mais sofisticada. A Ozlo tem vindo a especializar-se em softwares de inteligência artificial que entendem conversas em texto e que prometem responder a questões com algo mais elaborado do que um “sim” ou um “não”. A este sistema, a startup de Palo Alto chama “afirmações probabilísticas da verdade”. A equipa de 30 pessoas da Ozlo juntou-se aos escritórios do Messenger, em Seattle.

Data: 7 de novembro às 14h55
Local: Centre Stage

Joseph Lubin, um dos rostos da “bolha” das moedas digitais

O empreendedor canadiano é um dos cofundadores da Ethereum, uma das plataformas de tecnologia blockchain mais conhecidas, a par com a Bitcoin. O protocolo utilizado pela Ethereum é capaz de executar contratos entre pessoas e organizações através de uma máquina virtual descentralizada, a Ethereum Virtual Machine, e estas transações têm por base moedas digitais com o mesmo nome. As criptomoedas não estão sob a regulação de nenhum banco central.

Joseph Lubin foi responsável pelas operações da Ethereum e um dos rostos por detrás do lançamento da Fundação Ethereum, uma organização não governamental com sede em Toronto, cuja missão é promover e apoiar a plataforma, dando aos programadores as ferramentas necessárias para criarem a próxima geração de aplicações descentralizadas. Em 2015, Joseph lançou a ConsenSys, em Brooklyn, Nova Iorque. A empresa de produção de software tem como objetivo desenvolver serviços descentralizados e aplicações que possam ser trabalhadas dentro da tecnologia blockchain da Ethereum. Já captou seis milhões de dólares em investimento semente e emprega 68 pessoas.

Recentemente, Joseph reforçou a equipa e contratou vários colaboradores da IBM bem como a antiga presidente executiva do depósito central de valores mobiliários da África do Sul, Monica Singer. Sobre a euforia que se tem vivido nos últimos tempos à volta do potencial da tecnologia blockchain, das moedas digitais e dos ICO (ofertas iniciais de moedas) Joseph diz que “é óbvio que estamos a viver uma bolha”, mas que estas bolhas “trazem a atenção das pessoas, valor ao ecossistema, e que esse valor é reconhecido pelos programadores de software, que criam valor fundamental e projetos que vão fazer crescer a nova arquitetura”. Na Web Summit, vai falar sobre a bolha das criptomoedas, sobre os ICO (serão um hype ou uma revolução) e sobre o impacto que a blockchain pode ter na indústria da música.

Data: 7 de novembro às 12h05 e às 15h35 / 9 de novembro às 14h15
Local: MoneyConf e Centre Stage / MusicNotes

José Neves, o português que já emprega 2.000 pessoas no mundo

Nic Serpell-Rand

Como fundir a moda e a tecnologia? O português José Neves parece ter descoberto a fórmula perfeita quando fundou em 2008 a Farfetch, plataforma online de comércio de marcas de luxo, que se tornou em 2015 na única startup portuguesa avaliada em mil milhões de dólares, o chamado “unicórnio”. Formado em Economia pela Universidade do Porto, ainda na década de 90, o empresário sempre cultivou a vontade de expandir conhecimentos, fosse na programação ou no design de moda, ou nos diversos países para os quais viajou.

José Neves diz que erra muito. Mas a Farfetch vale mil milhões

Ainda antes de partir para Londres e criar lá a sua marca de calçado, Swear, em 1995, José Neves já tinha iniciado a sua veia de empreendedor, aos 19 anos, em Portugal, com a criação de uma empresa de software, a Grey Matter. Sempre foi patrão de si próprio e por isso acredita que não tem a mesma facilidade para conhecer as preocupações dos seus colaboradores. Para sucumbir essa “falha”, contacta muitas vezes os recursos humanos da Farfetch.

Com escritórios em Portugal (Guimarães, Leça do Balio e Lisboa), Reino Unido, Japão, China, Estados Unidos e Rússia, a Farfetch nasceu no momento em que José Neves, na Paris Fashion Week, onde estava com a sua marca de calçado, se apercebeu que as marcas de luxo mais pequenas e independentes não tinham lugar no comércio online, ao contrário das marcas mais consolidadas e de maior dimensão. A partir daí, a ideia nunca mais saiu da sua cabeça.

Maior retalhista chinês investe 356 milhões na Farfetch

A Farfetch iniciou-se na instabilidade dos negócios das startups: passou por seis rondas de financiamento até chegar à categoria de unicórnio. José Neves aceitou na altura a proposta de Yuri Milner, o fundador da capital de risco DST Global. Este verão entrou mais um investidor na Farfetch, o grupo chinês JD.com, com uma oferta de 397 milhões de dólares. A empresa vende hoje para 190 países, de um catálogo de cerca de 750 designers e boutiques de moda de luxo. Na Web Summit, vai falar sobre a liderança dos líderes e sobre a customização da indústria da moda.

Data: 7 de novembro às 12h25 e às 14h05
Local: Centre Stage e PandaConf

Sophia the Robot, o primeiro robô cidadão

Esteve na edição passada da Web Summit e logo aí mostrou que era um robô diferente de todos os outros. Este ano, subiu de lugar e vai integrar o painel de oradores de uma das maiores conferências mundiais de tecnologia. Sophia é um robô com figura feminina, capaz de interagir e manter diálogo com humanos e ainda com a capacidade de fazer 62 expressões faciais. Fala mandarim e inglês e já viajou um pouco por todo o mundo.

Os robôs vão ajudar-nos a mudar o mundo. E vão roubar-nos os empregos

Na semana passada, tornou-se no primeiro robô a ter cidadania, uma distinção atribuída pelo governo da Arábia Saudita durante o Future Investment Initiative (evento que junta investidores deste país com inventores). Apesar do caráter inédito do reconhecimento, várias vozes nas redes sociais criticaram a atribuição de cidadania a Sophia, já que os direitos humanos, sobretudo os direitos das mulheres, ainda não foram totalmente alcançados no país. Além disso, muitas pessoas que vivem atualmente no paí não têm cidadania, seja porque são emigrantes estrangeiros, não praticam a religião muçulmana ou porque são crianças com um pai ou uma mãe que não nasceu no país.

Sophia é considerada um dos robôs mais desenvolvidos do mundo. Foi criado(a) por David Hanson, fundador da Hanson Robotics e tem recolhido interesse internacional devido à grande proximidade e parecenças com o ser humano. Já fez capa na revista de moda Elle, jogou ao “papel-pedra-tesoura” com o apresentador norte-americano Jimmy Fallon e até já deu entrevistas. Numa das conferências em que esteve presente, no festival SXSM no estado norte-americano do Texas, deixou um certo desconforto quando afirmou que ia “destruir humanos”.

Após esse lapso (ou talvez não), Sophia tem sido questionada sobre a potencial prevalência dos robôs sobre os humanos. Em forma de piada ou com mais seriedade, vai intercalando as respostas: se numas vezes diz querer dominar o mundo, noutras refere que quer aproveitar as características humanas como a compaixão e a empatia para, mais tarde, poder ajudar crianças e idosos nas suas tarefas e atividades. A realidade é que Sophia tem relançado a conversa sobre a ética relativa à inteligência artificial, a mesma que no futuro poderá ter impacto na vida de milhões de pessoas, seja nos empregos ou nas relações interpessoais. Na Web Summit, vai tentar responder à pergunta: a inteligência artificial vai salvar-nos ou destruir-nos?

Data: 7 de novembro às 11h45
Local: Centre Stage

Diane Tryneski, a estratega por detrás da HBO

Foi no jornalismo que começou a dar os primeiros passos, especificamente na licenciatura que tirou na Universidade de Rutgers em Nova Jérsia, nos EUA. O futuro seria no mundo dos media, mas sem o mediatismo de um pivô de televisão ou de um repórter. O trabalho de Diane fez-se nos bastidores. A atual responsável pela estratégia de tecnologia no canal de televisão HBO já passou por outras cadeias de televisão, operando e assistindo a importantes mudanças em cada uma delas.

Começou como estagiária na emissora de televisão WNET e nos anos que se seguiram viu acontecer a transição do analógico para o digital. Passou do tempo em que os satélites ainda faziam a distribuição dos conteúdos televisivos e as teleconferências demoravam várias semanas a acontecer – ao contrário do atual serviço Skype — para o imediatismo que vivemos hoje. Diane Tryneski esteve sempre muito ligada à tecnologia televisiva.

Passou larga parte da carreira na ABC, sempre na área da tecnologia, e depois mais tarde no Discovery Channel, no qual criou conteúdos próprios, mais propriamente novas plataformas de distribuição. Em 2008, rumou até à HBO onde permanece até hoje. Na Web Summit, vai falar sobre a evolução da televisão.

Data: 9 de novembro às 14h35
Local: Content Makers

Andrew Jones, o criador dos efeitos visuais de Avatar

Getty Images

Poucos terão ficado indiferentes ao filme de 2009, “Avatar”, realizado por James Cameron e que marcou o regresso do realizador após o êxito de “Titanic” em 1997. Devido ao enredo de ficção científica, que captou o interesse de milhões de espetadores no mundo todo, os efeitos visuais do filme não passaram despercebidos a quem o viu. Um dos obreiros foi Andrew Jones, artista de efeitos visuais, cujo trabalho em “Avatar” lhe valeu o prémio de “Melhores Efeitos Visuais” na 82.ª cerimónia dos Óscares, em 2010.

É através da realidade virtual, que Andrew combina a performance real dos atores com os processos virtuais dos efeitos visuais. O artista fez também parte da equipa de efeitos visuais do remake de 2016 “O Livro da Selva”, que ganhou o Óscar nesta categoria na última edição da cerimónia, em fevereiro de 2017.

Além da componente visual, Andrew Jones já realizou os seus próprios filmes como “The Animatrix”, “Parallel”, e “theBluVR”. Na Web Summit, vai falar sobre como se contam histórias na era digital e sobre como pode a tecnologia ajudar-nos a contar histórias.

Data: 9 de novembro às 12h35 e às 14h20
Local: Content Makers e Centre Stage

Suzy Menkes, a editora da Vogue que é uma autoridade na moda

Getty Images

Jornalista, crítica e editora internacional da Vogue desde 2014, Suzy Menkes é um dos nomes mais respeitados na indústria da moda. Com mais de 350 mil seguidores no Instagram, a editora de 73 anos vê os seus artigos serem publicados em 19 edições online da Vogue no mundo todo, traduzidos para 15 idiomas.

Em setembro, Suzy Menkes disse ao Observador, em Milão, que estava cada vez mais atenta à indústria criativa na área da moda, não apenas em Portugal, mas em todos os países de língua portuguesa. “A Condé Nast vai realizar uma conferência em Lisboa, por isso é muito importante ver o que os designers portugueses estão a fazer”, disse a editora. A Condé Nast International Luxury Conference acontece a 18 e 19 de abril, no Pátio da Galé. Presença assídua nos semanas de moda, Suzy Menkes costuma mostrar os bastidores dos principais desfiles no Instagram.

Pedro Pedro mostrou as suas “true colors” em Milão. Suzy Menkes aplaudiu

Antes de entrar para a Vogue, em 2014, Susy Menkes passou pelo Daily Express, pelo The Times e pelo The Independent, em 1987. Entre 1988 e 2014, alimentou as peças sobre moda do International Herald Tribune. Nesse mesmo ano, Jonathan Newhouse, presidente não executivo da Condé Nast International, elegeu-a para ser a voz online das várias publicações da Vogue e a responsável pela organização da Condé Nast International Luxury Conference. Considerada uma “autoridade” no universo das influências, Suzy Menkes vai estar na Web Summit para discutir o futuro do jornalismo de moda.

Data: 9 de novembro às 15h30
Local: Modum Stage

Wyclef Jean, o rapper que quer salvar a música com tecnologia

Getty Images for WeWork

É o verdadeiro sonho americano. Wyclef Jean, rapper do Haiti que fundou os Fugees — grupo de hip-hop norte-americano que marcou a década de 1990 –, vai estar na Web Summit pouco tempo depois de lançar o seu sexto disco a solo, o “Carnival III: Fall and Rise of a Refugee. “Com o meu novo álbum, estamos a tentar perceber como podemos utilizar a tecnologia para cortar o ruído que há na indústria”, disse à Fortune.

Vencedor de três Grammy, Wyclef Jean tem sido uma voz ativa pela integração da inovação tecnológica numa das indústrias mais afetadas pela revolução digital. A propósito do último disco, Jean fez uma colaboração com a app de música Shazam, que recorre à realidade aumentada para possibilitar que o rapper esteja mais perto dos fãs. “É uma forma de fazer com que a música faça parte de um novo futuro”, disse.

À Forbes, Wyclef disse que “não era novo nas andanças da tecnologia”, contando que o ‘The Score’ (último álbum dos The Fugees) foi produzido na sua cave. Hoje parece uma coisa normal, mas na altura não era”, conta. “Aprendi que tudo o que ouves é barulho. É o cérebro que realmente traduz o som para música. Então percebi que se conseguisse manipular as ondas sinusoidais apenas através da tecnologia, conseguia obter um som que a mente ia interpretar como se fosse a guitarra Fender que não podia comprar na Sam Ash. E estas são as primeiras notas que podes ouvir em ‘Killing me Softly’”, afirmou o rapper que sempre quis perceber como é que a tecnologia pode engrandecer a música.

Wyclef Jean chegou aos EUA quando tinha apenas 9 anos. Em 2010, tentou concorrer às eleições presidenciais do Haiti, mas a Comissão Eleitoral haitiana determinou que não era elegível para ocupar cargos políticos, porque não cumpriu o requisito de residência: precisava de ter vivido no Haiti pelo menos há cinco anos. Vai estar na Web Summit para dar uma masterclass de produção e e para participar na discussão: pode a tecnologia salvar a indústria da música?

Data: 8 de novembro às 14h45 / 9 de novembro às 13h35 e às 16h05
Local: Q+A / MusicNotes e Centre Stage

Caitlyn Jenner, a transexual que quer ser a voz da comunidade LGBT

Getty Images

Quando o programa “I Am Cait” estreou, os espectadores rapidamente perceberam que este não era mais um reality show ao estilo de “Keeping Up With the Kardashians” — no qual Jenner participou –, que acompanha o quotidiano da família Kardashian. Logo no primeiro episódio, Caitlyn Jenner deixou claro que queria ser a voz da comunidade trangénero.

O anúncio foi feito em abril de 2015, em entrevista a Diane Sawyer no canal americano ABC, onde revelou que era transexual e que se encontrava nas etapas finais para a sua mudança de sexo: “Não estou preso no corpo de ninguém. O meu cérebro é muito mais feminino do que masculino”. As suspeitas de que Bruce estava a fazer tratamento para submeter-se a uma mudança de sexo e transformar-se em mulher começaram a surgir depois de se divorciar de Kris Kardashian, com a qual teve duas filhas, Kendall e Kylie Jenner. A confirmação veio dois meses depois, na capa da revista Vanity Fair. Nas fotografias, a transformação já era oficial: surgiu mais produzida, de vestido de gala, e fez anunciar que não seria mais Bruce, mas Caitlyn Jenner. “Chamem-me Caitlyn”, podia ler-se na capa.

Como Caitlyn Jenner quebrou a Internet

Bruce Jenner tornou-se famoso nos Estados Unidos em 1976, quando conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Montreal de 1976 no decatlo. A partir do final dos anos 1970, ingressou no mundo da publicidade e participou como ator em alguns filmes e séries.

Bruce casou-se pela primeira vez em 1972 com Chrystie Crownover, com a qual teve dois filhos, Burt e Cassandra. Em 1981, divorciaram-se e, na mesma semana, casou-se com a atriz Linda Thompson. Desta união, nasceram os filhos Brandon e Sam Brody. A separação veio cinco anos depois e, em 1991, começou uma relação com Kris Kardashian, que acabava de divorciar-se de Robert Kardashian, advogado famoso por ter defendido o desportista O.J. Simpson em tribunal. Vai estar na Web Summit para falar sobre a deterioração dos Jogos Olímpicos enquanto marca e sobre o que define o género.

Data: 9 de novembro às 10h45, às 14h00 e às 14h35
Local: Future Societies / Centre Stage / Q+A

Sara Sampaio, único anjo português da Victoria’s Secret

Pascal Le Segretain/Getty Images

Tem 1,71 m de altura, 81 centímetros de busto, 60 de cintura e 87 de anca. Tem 26 anos. Calça o 37 e meio. Tem cerca de 5,9 milhões de seguidores no Instagram e mais do que 2,6 milhões de gostos na página do Facebook. Estes são alguns dos números que definem Sara Pinto Sampaio, a primeira portuguesa a tornar-se top model — um estatuto da indústria da moda que poucas modelos conseguem atingir –, o único anjo português da Victoria’s Secret e a primeira modelo portuguesa a ser fotografada para a revista Sports Illustrated Swimsuit Issue.

As capas de revistas, editoriais e desfiles de moda já são mais difíceis de contabilizar. O concurso “Cabelos Pantene 2007” foi a rampa de lançamento para Sara Sampaio, natural (e com orgulho) do Porto. Desde então, já foi capa da revista Vogue e da Harper’s Bazaar de vários países, da Elle France, Maxim USA ou GQ Mexico. Além da marca de lingerie Victoria’s Secret, Sara Sampaio já desfilou para marcas de luxo como Moschino, Marc Jacobs, Elie Saab, Balmain, Alberta Ferretti ou Tommy Hilfiger.

Representada pela agência portuguesa Central Models, Sara Sampaio é reconhecida mundialmente ou não fosse essa uma das condições para ser top model. Por isso, a modelo também sabe bem o que custa a fama — algo que ainda lhe é “um pouco estranho”. Sara Sampaio, aliás, admitiu sofrer de ataques de pânico. Mais recentemente, denunciou que vai processar a revista masculina Lui, por ter sofrido várias pressões durante a sessão fotográfica e por ter publicado, sem o seu consentimento, fotografias em que aparece nua. Na Web Summit vai falar sobre o dia-a-dia moderno de uma modelo e sobre a ascenção das celebridades ativistas.

Data: 9 de novembro às 11h00 e às 15h00
Local: no Modum e no Centre Stage

Mike Massimino, o autor do primeiro tweet publicado no espaço

Getty Images

A 11 de maio de 2009, sete astronautas rumaram até ao telescópio espacial Hubble para uma missão de 11 dias para repararem aquela que é, até hoje, o olho mais poderoso que os cientistas puseram em órbita. Um deles era Michael J. Massimino. Embora tivesse viajado apenas uma vez para o espaço, Mike Massimino já era o primeiro Buzz LightYear do século XXI: com o Twitter ainda em tenra idade, o astronauta conquistava milhares de seguidores naquela rede social. Às 21h33 de 12 de maio, hora de Portugal Continental, Massimino tornou-se na primeira pessoa a publicar um tweet a partir do espaço.

O tweet dizia “Em órbita: o lançamento foi incrível!! Sinto-me ótimo, a trabalhar no duro e a disfrutar desta magnífica vista. A aventura de uma vida começou!”. E tinha começado mesmo: Massimino iria tornar-se num dos maiores divulgadores de ciência na área da exploração espacial. O astronauta já apareceu seis vezes na série “A Teoria do Big Bang”. A par do cargo de conselheiro espacial sénior no Intrepid Sea, Air & Space Museum, o astronauta — que saiu da NASA em 2014 para se tornar professor da Universidade de Columbia –, também dá palestras sobre trabalho em equipa, inovação e liderança.

Pelo meio, publicou o livro “Spaceman: An Astronaut’s Unlikely Journey to Unlock the Secrets of the Universe”, um best-seller destacado pelo The New York Times onde conta as maiores peripécias (e a gestão que fez delas) nos 23 dias, 19 horas e 48 minutos que passou no espaço desde que entrou na NASA. Sobre como se sentiu ao ver a Terra pela primeira vez a partir do espaço, Mike Massimino escreveu: “Os meus pensamentos a olhar para baixo foram: Uau! Como Deus, nosso Senhor, deve amar-nos para nos dar uma casa como esta“.

Mike Massimino vai estar na Web Summit para falar sobre gestão de risco. E de medo, algo que o astronauta sempre admitiu ter e enfrentar: “Logo a seguir ao lançamento, percebi que todos os anos de treino que recebemos para o caso de o lançamento correr mal, como mexer nos paraquedas ou como fazer uma aterragem de emergência eram completamente inúteis”. Mas para Mike Massimino, “ser a pessoa certa não é ser perfeito. É ser capaz de gerir o que quer que a vida te dá. Se fores capaz de lidar com as indignidades da vida, vais longe”. Na Web Summit, vai falar sobre o verdadeiro significado de risco,

Data: 7 de novembro às 12h00 / 8 de novembro às 12h00 e 9 de novembro às 12h10
Local: Startup University / Content Makers / Future Societies

Margrethe Vestager, o David que enfrentou os Golias empresariais

AFP/Getty Images

Lembra-se quando, em agosto de 2016, a Comissão Europeia exigiu à Apple que pagasse 13 mil milhões de euros em impostos atrasados? A marca da maçã só pagava 0,005% dos impostos por causa de benefícios fiscais cedidos ilegalmente pela Irlanda. Por detrás da decisão estava Margrethe Vestager, uma mulher a quem os monopólios nunca agradaram. Desde que assumiu o cargo de comissária europeia para a Competição, Margrethe Vestager já mobilizou um batalhão de 900 investigadores para estudarem a Amazon, o McDonald’s, a Google, a Starbucks, a Gazprom e a Fiat por desconfianças de taxação ilegal de impostos no Luxemburgo. E ainda tem dois anos e meio de mandato pela frente.

Comissão Europeia exige à Apple 13 mil milhões em impostos atrasados

Considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, Margrethe Vestager até é chamada de “superstar” pelo embaixador norte-americano na União Europeia, Anthony Gardner. “Os políticos devem dar a todas as pessoas oportunidades e permitir-lhes fazer escolhas livres”, disse ela ao The Guardian. Uma posição que vincou numa entrevista à Bloomberg: “Se ganhares no mercado, isso é ótimo e nós vamos parabenizar-te. Mas se fizeres batota enquanto sobes, isso começa a ser um problema nosso”. Quando questionada sobre se ia continuar a bater o pé agora que Trump está na presidência, Margrethe Vestager respondeu que “se alguém quiser fazer negócio na Europa terá de o desenvolver segundo as nossas regras”.

Multou a Google em 2,4 mil milhões e em novembro pisa o palco da Web Summit

Na Dinamarca, de onde é natural, há uma palavra que expressa a importância que alguém dá à honra. É aerekaer. Para a eurocrata, a aerekaer é a coisa mais importante da caminhada política. Quando, em 2008, a embaixada da Dinamarca no Paquistão foi alvo de um ataque terrorista, uma jornalista perguntou-lhe se concordava que o país estava na mira dos fundamentalistas islâmicos tal como os EUA. Ela, que liderava um pequeno partido liberal dinamarquês, disse que “se isso for verdade, então há que repensar a nossa política de imigração”. A frase fez manchetes minutos depois. É que Vestager não gosta de meias palavras: “Para fazer um bom acordo, é preciso ter um ponto de partida muito forte para que as pessoas saibam com o que estão a lidar”. Foi essa filosofia que a lançou na carreira política com apenas 20 anos.

São também esses pilares que fazem dela uma das pessoas mais respeitadas nos corredores de Bruxelas. Não só respeitada, mas também adorada, disseram os colegas de trabalho numa entrevista à Bloomberg. Porque Vestager também é feita de proximidade à equipa de 900 pessoas com que lida diariamente no escritório em Berlaymont, forrado com fotografias das filhas e de desenhos da artista Kristina Gordon. Pela janela, tem uma vista para o horizonte belga. Para a semana, a vista vai mudar: a comissária vai estar em Lisboa para falar sobre justiça dos mercados — e sobre como a Europa a mantém. Na Web Summit, vai falar sobre como deve ser o caminho para a inovação e sobre justiça.

Data: 6 de novembro às 19h40 e 7 de novembro às 11h30
Local: Centre Stage

António Guterres, o único português no cargo de secretário-geral da ONU

AFP/Getty Images

Tem 68 anos e é licenciado em engenharia eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico, em Lisboa. É o atual secretário-geral das Nações Unidas — cargo que ocupa desde 1 de janeiro de 2017 mas que está longe de definir António Guterres. Candidatou-se em 2016, o ano em que foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e recebeu o prémio Direitos Humanos 2016, atribuído pela Assembleia da República. Viria a ser votado por unanimidade em 6 de outubro de 2016, pelo Conselho de Segurança, que o recomendou à Assembleia Geral. O trabalho que tem feito enquanto secretário-geral da ONU foi até elogiado pelo presidente norte-americano Donald Trump, que o considerou “realmente espetacular”.

No dia em que António Guterres fez o juramento da Carta das Nações Unidas, a embaixadora dos EUA na ONU disse que o português era “o homem para o trabalho em tempos tão desafiantes”. De facto, desde que tomou posse, Guterres viu-se em mãos com problemas de escala mundial. Na sua primeira visita ao Parlamento Europeu, em maio deste ano, o já secretário-geral das Nações Unidas apontou a “paz e segurança” como o foco da ação da ONU. “Enfrentamos um número de desafios sem precedentes”, disse, exemplificando: nova ameaça do terrorismo no mundo, tráfico de pessoas, mudanças climáticas. Guterres apontou os direitos humanos como arma do combate político. À saída, em declarações ao jornalistas, Guterres admitiu que teve “dificuldade na liderança das Nações Unidas”.

Os seis trabalhos de Hércules que esperam por Guterres na ONU

Antes disso, durante 10 anos — entre 15 de junho de 2005 e 31 de dezembro de 2015 –, foi Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. O ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) sofreu uma reforma nas suas mãos: corte de pessoal e custos administrativos e expansão da capacidade de resposta de emergência. O apoio internacional aos refugiados da guerra civil da Síria foram a sua principal preocupação, tendo nomeado a atriz norte-americana Angelina Jolie enviada especial do ACNUR.

O ex-primeiro-ministro António Guterres foi nomeado conselheiro de Estado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa — cargo que ocupou menos de sete meses e ao qual renunciou após a sua eleição como Secretário-Geral da ONU, em 24 de novembro de 2016. Na Web Summit, vai falar sobre os desafios que o mundo enfrenta atualmente.

Data: 6 de novembro, às 19h25
Local: Centre Stage

François Hollande, o presidente que declarou guerra ao terrorismo

Getty Images

Enquanto foi Presidente francês, François Hollande içou duas bandeiras: a branca, ao retirar as tropas do Mali e da República Central Africana; e a LGBT, ao legalizar o casamento e a adopção por parte de casais homossexuais. Filho de um médico de direita e de uma mãe amante de causas sociais, foi o primeiro Presidente europeu a enfrentar a sombra do Estado Islâmico. Por três vezes: primeiro, no massacre na redação do jornal satírico Charlie Hebdo; depois, nos atentados nem Paris; e a seguir em Nice. No discurso do Presidente na Assembleia Nacional, reunida com o Senado, Hollande disse: “A França está em guerra. Os atos cometidos sexta-feira à noite em Paris, perto do Stade de France, são atos de guerra. Mataram pelo menos 129 pessoas”. E a Europa anunciava assim que não se rebaixaria perante o terrorismo.

Porque é que França se tornou no alvo preferido do Estado Islâmico?

Os dias seguintes não foram fáceis para o Presidente francês. Foi nas mãos de Hollande que a taxa de desemprego francesa ficou abaixo dos 10% no país, altura em que a sua popularidade já tinha baixado de 53% para 20%. Chegou até a estar na casa dos 12%. Mas nem só de estatísticas “dolorosas” se fez a vivência política de Hollande: era ele quem havia de alterar o rumo partidário do país. Foi voluntário da campanha de Mitterrand, associou-se ao Partido Socialista e tornou-se conselheiro juvenil de economia. A seguir, passou quase uma década na liderança do partido.

Tornou-se no primeiro Presidente socialista em França desde os tempos de Mitterrand. A 1 de dezembro de 2016 tornou-se no primeiro Presidente da história moderna francesa a rejeitar recandidatar-se.

Seis meses depois de ter saído da presidência de França, dando lugar a Emmanuel Macron, François Hollande participa na Web Summit para explicar como pode a tecnologia alterar a vivência da política na União Europeia. Na Web Summit, vai falar sobre como pode a tecnologia aliar-se a questões sociais.

Data: 7 de novembro às 10h55 e às 12h50
Local: Forum North e Centre Stage, respetivamente

Carlos Moedas, o português que lidera a inovação na Europa

OLIVIER HOSLET/EPA

Carlos Moedas, antigo secretário de Estado adjunto do então primeiro-ministro Pedro Passos Coelho entre 2011 e 2014, tornou-se num dos rostos mais ativos no diálogo e trabalho entre Portugal e a troika. Foi num momento de austeridade que Carlos Moedas, atual comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, começou a contactar com algumas das mais importantes autoridades da Europa.

Ainda antes de ser escolhido por Jean-Claude Juncker para esta pasta na Comissão Europeia, o português natural de Beja estudou e trabalhou fora do país. Durante a licenciatura em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, em Lisboa, Carlos Moedas decidiu terminar o ano de finalista a fazer Erasmus na École Nationale des Ponts et Chaussées em Paris. Mais tarde, foi para os Estados Unidos tirar um MBA na Universidade de Harvard. Já com alguma experiência profissional enquanto gestor de projetos de engenharia, o atual comissário europeu integrou um estágio na Goldman Sachs, em Londres, onde ficou a trabalhar.

Carlos Moedas: O comissário “low profile”

Foi incentivado pelo social-democrata António Borges – com quem trabalhou no banco de investimento britânico – a entrar no PSD. Assim o fez, regressou a Portugal e criou também negócio próprio, a empresa de investimentos Crimson Investment Management, com alguns sócios. Foi eleito deputado pela Assembleia Municipal de Beja, cargo que deixou depois de ser escolhido por Passos Coelho para seu secretário de Estado adjunto.

Fala quatro línguas — português, inglês, francês e espanhol – e tornou-se num dos elementos mais jovens na Comissão Europeia de Juncker — hoje tem 47 anos. A seu cargo tem atualmente o programa de financiamento comunitário Horizonte 2020, dedicado a apoiar projetos de investigação e inovação – três empresas portuguesas foram selecionadas. Na Web Summit, vai falar sobre o papel da Europa enquanto capital da inovação.

Exame de Moedas: o aluno de Erasmus que chegou a comissário

Data: 7 de novembro às 10h20 e às 15h20 / 8 de novembro às 10h45
Local: Centre Stage e Planet:Tech / Future Societies

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.