895kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Paulo Guerra Pires com a família de Karolina Vasyanovytch (ao centro, de vermelho), em Musiiky
i

Paulo Guerra Pires com a família de Karolina Vasyanovytch (ao centro, de vermelho), em Musiiky

Bruno Colaço

Paulo Guerra Pires com a família de Karolina Vasyanovytch (ao centro, de vermelho), em Musiiky

Bruno Colaço

Os filhos dos filhos de Chernobyl que Portugal adotou (mas só durante o verão)

Vivem a 50 km da antiga central nuclear e têm problemas de saúde por causa disso. Durante 5 semanas por ano, no verão, fogem da radioatividade e mudam-se para as casas dos "pais" portugueses.

Há 33 anos, quando o maior acidente nuclear alguma vez registado aconteceu, Tanya tinha 8 anos e Vasiliy, o irmão mais velho, 10. Como todas as outras crianças de Musiiky, uma pequena aldeia junto a Ivankiv, hoje a cidade habitada mais próxima de Chernobyl, foram enfiados à pressa e sem grandes explicações num autocarro com destino ao Mar Negro. Era normal, todos os anos iam para o acampamento; em vez de ser no final das aulas, em 1986 ia ser antes, logo nos últimos dias de abril.

Como de costume, os pais ficaram para trás, a trabalhar, e as crianças seguiram viagem rumo a Odessa, na Crimeia. Ficaram por lá durante três meses, à guarda de monitores, sem dramas e com mergulhos, mais ou menos alheios à existência do reator destruído a apenas 50 quilómetros de casa e ao próprio estatuto de refugiados nucleares.

Quando regressaram, a cidade de Pripyat já era fantasma mas em Musiiky a vida continuava, como de costume. Ainda assim, nunca mais seria a mesma, conta agora ao Observador Anya Kot, 20 anos, a mais velha das duas filhas de Tanya — hoje, aos 41, professora de Geografia, ainda a morar em Musiiky.

Anya Kot tinha 9 anos quando passou férias em Portugal pela primeira vez. Ganhou uma nova família em Peniche

Para escapar à radiação libertada pela explosão de um dos quatro reatores nucleares de Chernobyl, Tanya foi enviada para a Crimeia. Em 2008, 22 anos depois do desastre e um após enviuvar (o pai de Anya morreu num acidente de viação, tinha ela 8 anos e a irmã, Anastasiya, apenas 1), também ela meteu a filha, então com 9 anos, num autocarro pelo mesmo motivo — a radioatividade da central desativada desde dezembro de 2000 continua (e continuará) a contar vítimas durante pelo menos mais algumas décadas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O destino é que foi diferente: primeiro aeroporto de Kiev, depois Lisboa, a seguir Peniche, para a casa de Maria e Hernâni Leitão, a família de acolhimento que a recebeu.

“Na Ucrânia é outra vida, há problemas de guerra, problemas de política, problemas de radiação. Aqui uma pessoa com 70 anos já viveu mais do que é normal. Estou a estudar Turismo, mas não há turismo na Ucrânia. Trabalho num banco e vejo que há pessoas que ganham 100 euros por mês e nem o gás conseguem pagar. Não quero ficar aqui e viver menos, quero juntar dinheiro para ir para Portugal."
Anya Kot, 20 anos

Hoje, onze anos e outras tantas viagens para Portugal depois, Anya ostenta com orgulho a cidade piscatória da zona Oeste no perfil de Facebook: é natural de Peniche e vive em Peniche. Ou então não, mas está a trabalhar para isso: “Na Ucrânia é outra vida, há problemas de guerra, problemas de política, problemas de radiação. Aqui uma pessoa com 70 anos já viveu mais do que é normal. Estou a estudar Turismo, mas não há turismo na Ucrânia. Trabalho num banco e vejo que há pessoas que ganham 100 euros por mês e nem o gás conseguem pagar. Não quero ficar aqui e viver menos, quero juntar dinheiro para ir para Portugal. Vou ter uma vida mais feliz, com certeza”.

É num português quase irrepreensível que Anya Kot fala com o Observador, via Messenger, a partir da casa onde vive com o namorado em Brovary, nos subúrbios de Kiev. Durante um ano, chegou a ter aulas uma vez por semana, com uma amiga de família, mas de resto tudo o que sabe aprendeu em Portugal, a um ritmo de cinco semanas de férias por ano, entre os 9 e os 16 anos, a idade limite para integrar o programa Verão Azul da Liberty Seguros.

De pioneira do programa de apoio às crianças mais desfavorecidas da zona de Chernobyl — fez parte do primeiro grupo de nove a viajar para o País — passou a monitora. “Este ano só vou uma semana por causa do trabalho. Chego no dia 14 de julho, volto a 21”.

De Ivankiv para Portugal

Terá sido em 2006 ou 2007, depois de um almoço com amigos espanhóis no entretanto falido Gemelli, que o CEO da Liberty resolveu seguir-lhes o exemplo e fazer alguma coisa pelas crianças vítimas da radioatividade na Ucrânia. “Não consegui dormir nessa noite, a minha cabeça tinha-se transformado num verdadeiro turbilhão de sentimentos desencontrados e conflituantes com o que me tinha sido contado ao almoço. Acordei rebentado e com umas olheiras gigantes de choro e falta de sono, mas com uma firme e inabalável decisão”, recordou José António Sousa em 2017 num livro sobre o programa de intervenção social da seguradora.

“A conversa com os meus amigos espanhóis foi a pedra basilar para a Liberty Seguros começar a contribuir para trazer a Portugal, no verão de cada ano, um grupo de crianças de uma cidade chamada Ivankiv, próxima de Chernobyl, permitindo-lhes assim passar um verão saudável, alimentando-se apropriadamente, vivendo no seio de famílias portuguesas que acabam por lhes dar educação moral, cívica e higiénica”, continuou a explicar o gestor, no mesmo texto.

O programa Verão Azul admite crianças entre os 6 e os 16 anos

No início, as famílias de acolhimento eram apenas as dos funcionários da empresa; com o passar dos anos e a divulgação do projeto, qualquer residente em solo nacional passou a poder candidatar-se para receber uma (ou mais) crianças de Chernobyl em casa.

Mostrar Esconder
  • 1000 euros por criança é o valor médio gasto pela Liberty Seguros em viagens e seguros
  • Em 2019 serão 29 as crianças a viajar para Portugal
  • Os gastos com a estadia, alimentação e atividades de cada uma das crianças ficam a cargo das respetivas famílias de acolhimento
  • 36 foi o número máximo de crianças trazidas para Portugal num só ano
  • Podem candidatar-se crianças entre os 6 e os 16 anos. “Mas em Portugal não é habitual quererem receber crianças com menos de 8 ou 9 anos”, diz Paulo Guerra Pires

Como Anya foi das primeiras crianças a viajar de Ivankiv para Portugal, Paulo Guerra Pires foi também dos primeiros mas a fazer o percurso inverso. Gestor de sinistros da Liberty, faz parte do grupo restrito de funcionários encarregues de eleger, com a ajuda do Centro Social e Psicológico Doviria, criado na cidade menos de 10 anos depois do desastre, as crianças que seguem para as cinco semanas de férias em Portugal. “Todos podem candidatar-se, quando lá vou visito todas as casas, conheço os pais, e falo com os miúdos, para ver se têm o mínimo interesse em vir. Queremos que não venham apenas para comer e melhorar a saúde, mas também para aproveitarem qualquer coisa.”

Ao todo, já esteve na região mais de uma dezena de vezes, a última delas em março deste ano. “Ivankiv fica na zona de exclusão de Chernobyl e é uma vila pequena, de 10 mil habitantes, com algumas aldeias miseráveis à volta, onde há quem chegue a passar fome. As pessoas são pobres e se há famílias estruturadas também há muitas que não o são, vi casas com um cheiro horroroso, bebés pelo chão, pais alcoólicos… Tirando uma fábrica de portas, não há indústria nem trabalho, tem tudo a ver com o desastre. Algumas pessoas vendem cartuchinhos com cogumelos ou batatas à beira das estradas, mas trabalho realmente não há. Não podem ter produção de leite porque, se se souber que é de Chernobyl, ninguém quer comprar, e o mesmo acontece com os produtos agrícolas. Aquele povo ficou um pouco abandonado ali”, começa por contextualizar Paulo Guerra Pires que, com a agora ex-mulher e com os filhos, à data com 12 e 14 anos, também foi dos primeiros a acolher em casa uma criança ao abrigo do programa. “Queria, além de ajudar, mostrar-lhes que a vida é difícil”, justifica.

"Quando há um surto de gripe, as escolas fecham, porque as crianças não têm defesas e ficam todas doentes. Também há muitas alergias e a incidência de cancro da tiróide é muito alta. E em termos hospitalares aquilo é uma desgraça, não há nada, nem sequer medicamentos.”
Paulo Guerra Pires

Depois, continua a descrever um estilo de vida pobre e rural, a que só o advento das novas tecnologias e da internet veio, nos últimos anos, dar alguma contemporaneidade: “Eu e a minha família recebemos a Alina, durante seis anos, e a Karolina, por outros três. A Karolina, por exemplo, tem 10 irmãos e irmãs, que foi ela que ajudou a criar. É das mais velhas, tem 19 anos, e a mais nova tem uns 3 ou 4. A casa é pequena, têm um quarto para os pais, outro para os meninos e outro para as meninas, e cada um tem tarefas definidas: um trata dos coelhos, outro dos porcos, outro vai buscar água… São uma família pobre mas estruturada, têm eletricidade, um poço, o pai tem um empregozeco, salgam carne para o inverno, fazem compotas para aproveitar a fruta… A vida gira muito à volta disto, não há cinemas, uma vez por outra fazem um teatro, mas de resto não se passa nada. A grande revolução para estas pessoas foi a internet. Agora têm noção do que se passa no exterior mas há 11 anos, quando lá fui pela primeira vez, nem isso, só havia televisão”.

Das primeiras vezes que viajou para a zona de Ivankiv, conta o gestor de seguros, ainda teve medo das radiações e por várias vezes perguntou às pessoas por que motivo não tinham fugido dali depois do acidente nuclear. “Respondiam-me sempre a mesma coisa: «Tenho aqui a minha casa, que eu próprio construí, tenho amigos e família, o que vou fazer para outro lado qualquer da Ucrânia?!». Com a passagem do tempo, o perigo deixou de ser tão direto, pelo menos para quem, como eu, vai lá durante dois ou três dias e depois se vem embora. Agora, quando há um surto de gripe, as escolas fecham, porque as crianças não têm defesas e ficam todas doentes. Também há muitas alergias e a incidência de cancro da tiróide é muito alta. E em termos hospitalares aquilo é uma desgraça, não há nada, nem sequer medicamentos.”

Os pais das crianças no momento da despedida, em Ivankiv, a 50 quilómetros de Chernobyl

Anya Kot recorda-se bem de, pelo menos nos primeiros anos em que viajou para Portugal, passar o início das férias de médico em médico, a fazer check-ups gerais. “Tinha alguns problemas de coração e de nariz — adenóides acho que se diz assim –, custava-me a respirar. Como não comia bem, tinha muitas dores de barriga. E também tinha problemas com os olhos, compraram-me uns óculos. É muito triste, muitas das pessoas que ficaram nesta terra morreram por causa da radiação, outras têm cancro e problemas de pele. O ar é tapado, faz muito mal. Comemos comida que está na terra com radiação, bebemos água com radiação, tomamos banho com radiação. Lembro-me, quando era pequena, de que quando chovia o chão ficava com umas coisinhas amarelas…”

A irmã de Anya, Nastya, costuma ficar com uma família de Vila do Conde. Há uns anos, visitaram o Buçaco juntas

Um dos objetivos do programa Verão Azul é esse mesmo: interromper, através do ar, do sol, do mar e da alimentação, o ciclo de radioatividade a que estas crianças, filhas dos filhos de Chernobyl, estão sujeitas. Apesar de ser apenas durante algumas semanas, garante Paulo Guerra Pires, faz toda a diferença: “Os estudos dizem que o sol e a praia são bastante benéficos para eles. Um mês em Portugal permite-lhes baixar muito os níveis de radiação e recuperar um pouco. Ao mesmo tempo, aproveitam para comer melhor, viver melhor e ver um pouco o mundo, queremos abrir perspetivas de vida também. A maior parte destas crianças vive a 90 quilómetros de Kiev e nunca lá foi”.

O regresso a Chernobyl

Os casos de Alina, que hoje tem 22 anos e está a fazer um mestrado em Kiev, na área do Direito Internacional; de Anya, de 20, que trabalha e estuda com o objetivo de se mudar para Portugal; e de Karolina, de 19, que está a tirar enfermagem, estão bem longe de ser a regra na zona de Ivankiv. Mas é exatamente por isso que têm meios e capacidade para conversar com o Observador sobre como é nascer e viver num dos sítios mais tétricos do mundo.

Via sms, com a ajuda de um tradutor online, Karolina Vasyanovytch explica que também os pais, ele condutor de tratores, ela doméstica, foram levados para a Crimeia três dias depois do acidente nuclear de 26 de abril de 1986. Uma vez regressados a Musiiky, não voltaram a sair.

A roda-gigante é o símbolo mais reconhecível da cidade-fantasma de Prypiat

Getty Images

Nos últimos 23 anos, tiveram onze filhos: Petya, de 23, Maksim, de 22, Karolina, de 19, Yuri, de 18, Cristina, de 17, Veronica, de 16, Darya, de 14, Roman, de 13, Nastya, de 11, Sofia, de 10, e Mariana, de 4. Só Sofia já não vive na aldeia: “As pessoas já estão habituadas a isto e já não têm medo, mas há muitos problemas de saúde, doenças cardíacas, cancros de tiróide… A minha irmã Sofia teve problemas nas pernas, tinha muitas dores, fomos ao hospital e os médicos disseram-nos que não percebiam o que se passava, que estava tudo bem. Por causa disso, passou a morar em Espanha. Está lá já há um ano”, conta Karolina, que entre os 12 e os 17 anos passou os verões em Portugal, primeiro com Luís e Margarida Leite, em Espinho, mais tarde com Paulo Guerra Pires e Paula Mourão, em Paço de Arcos. “Passaram a ser da minha família e sinto muito a falta deles. Gosto muito de Portugal, das pessoas, da arquitetura, da comida e das estradas — são muito mais bonitas e largas do que na Ucrânia”, diz, num português traduzido automaticamente e nem sempre muito percetível.

Ao telefone, via Messenger, Anya Kot é mais eloquente. Recorda a birra que fez da primeira vez que a “mãe Maria” lhe pôs um prato de polvo cozido à frente — “Chorei tanto, tanto quando vi aquilo na mesa, não queria comer, nunca tinha visto polvo antes. Não gostei nada, queria vomitar! Agora adoro polvo, é tão bom!” –, e garante que a alimentação portuguesa não só sabe bem como faz bem à saúde — “Nos primeiros anos em que vim para Portugal e comi peixe de mar, outras batatas e outras frutas fiquei melhor”.

“Havia muitas árvores, tudo era verde. Entrámos na casa da minha tia e estava tudo igual: havia água na garrafa, colheres em cima da mesa, a cama estava aberta e os jogos das crianças espalhados pelo chão. Pripyat era uma grande cidade, tinha tudo."
Anya Kot

Apesar de não ter visto ainda a série da HBO que voltou a colocar Chernobyl na ordem do dia, a estudante de Turismo não é alheia à moda mais ou menos recente que incluiu a cidade abandonada de Pripyat e a velha central nuclear nos roteiros turísticos e até já obrigou o argumentista da série a pedir contenção nas selfies e afins. “Agora em Pripyat há um hotel e há sempre muita gente a chegar em autocarros. Para mim não é normal, isto não é uma zona para fazer excursões e passeios.”

Apesar disso, ela própria já visitou Chernobyl. Tornou-se uma espécie de tradição para as pessoas que vivem junto à zona de exclusão: em jeito de comemoração da derrota do regime nazi na URSS durante a Segunda Guerra Mundial, a 9 de maio, Dia da Vitória, há romaria ao local. “Nesse dia Chernobyl está sempre aberto para nós, ucranianos. Já lá fui umas três vezes, a primeira vez quando tinha 12 anos, com a minha mãe, o meu padrasto e a minha mana, Nastya. Lembro-me de que havia muita polícia, abriram as portas do nosso carro, saímos e fomos revistados. Depois deram-nos um papel que tínhamos de devolver à saída.”

Nessa visita, recorda Anya, a primeira coisa que fizeram foi procurar a casa de uma tia, que em abril de 1986 deixou Pripyat apenas com a roupa que tinha vestida e os documentos de identificação para nunca mais voltar — hoje vive com a família na zona de Donetsk, a mais de 850 quilómetros de distância. “Havia muitas árvores, tudo era verde. Entrámos na casa da minha tia e estava tudo igual: havia água na garrafa, colheres em cima da mesa, a cama estava aberta e os jogos das crianças espalhados pelo chão. Pripyat era uma grande cidade, tinha tudo — até coisas que não existiam em Kiev. Tinha hotéis, restaurantes, um grande rio, parques, escolas, universidade. Se não tivesse acontecido o que aconteceu, se calhar hoje era a capital da Ucrânia.”

Anya em Musiiky, com a mãe, Tanya, e a irmã, Anastasyia

Numa altura em que turistas posam com máscaras de gás e compram canecas, ímanes e até preservativos que brilham no escuro, acredita Anya Kot, é necessária uma chamada à realidade: ali morreram pessoas. “Foi impressionante, os meus tios não trabalhavam em Chernobyl, mas todas as pessoas que trabalhavam e que morreram na altura fizeram tudo por nós, para que pudéssemos agora viver nesta zona. Todos os anos, no dia de Chernobyl, passam filmes e notícias na televisão. É um dia muito difícil, é uma história muito triste e emocional.”

Paulo Guerra Pires, que desde o divórcio deixou de acolher crianças mas continua empenhado no programa que durante cinco semanas por ano resgata crianças à radioatividade de Chernobyl, bate na mesma tecla: “Com a passagem do tempo, percebemos que alguns miúdos morreram. Lembro-me de perguntar à minha miúda e de ela me dizer que um amigo nunca mais tinha aparecido, que nunca mais tinha ido à escola. Nunca se sabe bem o que aconteceu, não fazem propaganda sobre o assunto, é um pouco tabu, mas Chernobyl continua a provocar vítimas”.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.