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Purrmi
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A Purrmi tem atualmente três receitas naturais para os gatos: frango, peru e sardinha e frango com salmão

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A Purrmi tem atualmente três receitas naturais para os gatos: frango, peru e sardinha e frango com salmão

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Purrmi, a startup portuguesa que quer pôr os gatos a "ronronar" por comida 100% natural

A Purrmi quer que os gatos 'esqueçam' as rações processadas para serem mais saudáveis. As comidas 100% naturais que a startup produz já chegaram a Espanha e no futuro deverão estar no retalho.

Sempre tiveram animais de estimação e a vontade de criar um negócio juntos, mas o timing parecia nunca ser o certo. Quando os “astros se alinharam”, os irmãos João e Francisco Campaniço decidiram fundar uma empresa para confecionar comida 100% natural para gatos. Mesmo não tendo, nesse momento, um. O objetivo passava por ajudar a combater a obesidade e a doença renal crónica dos felinos.

A ideia surgiu, contam os cofundadores, porque o gato de um amigo de João estava a “morrer com doença renal crónica”. Foi o mote para começarem a investigação para perceber se existiam no mercado alternativas mais naturais às rações e qual poderia ser o seu impacto nos animais. “Encontrámos um doutoramento feito por Lisa Pearson, uma veterinária conhecida internacionalmente, que explicava que a alimentação dos gatos vai ter de mudar nos próximos tempos [para que sejam mais saudáveis]”, lembra João, que ocupa o cargo de CEO.

A partir daí, a ideia de produzir rações naturais avançou e a empresa, que começou com o propósito de desenvolver uma “ideia que fosse ajudar a longo prazo os gatos”, arrancou. Começou com a designação de Dux Natura, em homenagem a Dux, o felino que, entretanto, adotaram. A alusão a uma figura da praxe académica — não propositada — começou a ser mencionada no feedback dos clientes, levando os irmãos a mudarem o nome da startup. “Não era algo a que queríamos estar associados”, diz Francisco, que além de cofundador é chief technology officer.

Purrmi foi o novo nome escolhido. Uma junção de purr, que é “o ronronar”, e mi, “que é mim”: “Ronrona por mim”. “O domínio estava disponível, soava bem e decidimos registar”, recordam os irmãos, que no passado mês de março conseguiram fechar a sua primeira ronda de investimento. Os 200 mil euros captados ‘alimentaram’ a entrada no mercado espanhol e a comida já foi vendida para gatos que estão em cidades como Valência, Sevilha, Barcelona e Madrid.

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João e Francisco, cofundadores Purrmi

Francisco e João Campaniço, dois dos cofundadores da Purrmi

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Um produto final que “já mudou seis vezes” e a chegada ao retalho num futuro próximo

Depois de terem a ideia, os irmãos começaram a testar sabores para chegarem às conjugações que acreditavam que melhor se adequavam ao palato dos gatos. Foram meses de testes, em conjunto com o Hospital do Gato, liderado pela médica Maria João Fonseca, para finalizarem as primeiras receitas. No início, apostaram em comida crua, mas rapidamente perceberam que era “muito difícil dá-la aos gatos, especialmente aos habituados a comida seca”.

Decidiram mudar de estratégia para um congelado “semi-cozinhado lentamente”, mas também perceberam que era uma solução que não estava livre de problemas. “A logística de enviar congelado, tanto para nós como para o cliente, que tem de guardar muita comida num espaço pequeno, é quase impossível”, explica Francisco Campaniço. Com a ajuda do feedback dos clientes, o produto final “já mudou seis vezes”.

Atualmente, apresentam a comida, feita à base de carne e sem hidratos de carbono ou conservantes (o que a torna “um bocadinho mais cara” do que as rações disponíveis nos supermercados), em frascos. “Não há nenhum produto como o nosso no mercado, em que usamos quase que as latinhas para os bebés, só que para os gatos”, afirmam os irmãos. A venda aos clientes, que começaram a angariar há cerca de dois anos, é feita através do site oficial da Purrmi, com promessas de entregas em 24 horas.

"Há pessoas que ainda não se sentem confortáveis em dar 100% da nossa alimentação."
Francisco Campaniço

Estão disponíveis, neste momento, três receitas: uma de frango, outra de peru e sardinha e uma de frango com salmão. Francisco e João admitem que já têm “duas ou três” novas combinações pensadas para lançar no futuro, mas não apontam nenhuma data. Um pacote experimental, que conta com três frascos dos diferentes sabores, custa 12,99 euros. Segue-se, depois, uma subscrição mensal, cujo valor depende do número de gatos ou das características dos animais, como o peso. “Para um gato de quatro quilos, [a assinatura] fica à volta dos 40 euros por mês.”

Os cofundadores da Purrmi, que está incubada na Startup Lisboa, avançam ao Observador que num futuro próximo vão começar a fazer parcerias com retalhistas em Portugal com o objetivo de preencher uma “lacuna” que acreditam ter. Querem chegar às pessoas que pretendem apenas comprar um ou dois frascos, de vez em quando, mas que não desejam uma subscrição mensal. “Há pessoas que ainda não se sentem confortáveis em dar 100% da nossa alimentação. Queremos participar nesse mercado, de quem quer dar um miminho, mas não submeter um pacote completo por mês”, dizem os irmãos.

Uma nova ronda de financiamento no horizonte e o objetivo de reforçar a equipa (com uma cofundadora)

Após o fecho do primeiro investimento, em março, João e Francisco Campaniço começaram a preparar o levantamento de uma nova ronda, que pretendem fechar até ao final do ano. Um dos principais objetivos é alargar a equipa para que seja possível aumentar a capacidade de produção, totalmente assegurada pela Purrmi.

“Provando que o produto está a funcionar e que o impacto é positivo, queremos tentar escalar o máximo possível e tentar chegar a mais mercados, com força, reforçando a equipa”, afirma João, cujo raciocínio é rapidamente completado pelo irmão. “E queremos sobretudo aumentar a nossa capacidade produtiva (…). Era importante conseguirmos criar uma produção escalável e isso só vem através de capital”, diz Francisco.

Questionados sobre se, quando conseguirem escalar, pretendem manter uma produção própria, os cofundadores mostram-se abertos às diversas opções: “Gostaríamos muito de ter sempre a nossa própria produção. Contudo, se tudo se alinhar para uma empresa com os mesmos valores que nós temos em termos de produção, então também estaremos dispostos a fazer uma parceria.”

Purrmi

A Purrmi tem cerca de 40 mil pessoas inscritas no seu site e quatro mil compradores ativos

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Atualmente, a Purrmi consegue produzir cerca de uma tonelada de ração natural por mês, sendo que até ao final do ano ambiciona chegar até às seis. Quanto à equipa, conta com oito pessoas. O objetivo é chegar às 10 até dezembro, incluindo Cristina Barroso, médica veterinária que é uma das cofundadores e que ainda não está dedicada a tempo inteiro à startup.

Entre as novidades para o futuro, a empresa, que tem cerca de 40 mil pessoas inscritas no seu site e quatro mil compradores ativos, destaca uma funcionalidade que está “quase a entrar em fase de testes”. Até ao momento, o algoritmo da página oficial da Purrmi utiliza “a idade relativa e o peso do gato para tentar adequar o pacote” de ração. Os dados de cada animal têm de ser introduzidos pelos donos.

João e Francisco Campaniço querem que seja possível, através da tecnologia, utilizar vídeos e fotografias dos animais “para perceber automaticamente do que é que vão necessitar”. A ideia passa por conseguirem “saber a raça e perceber o peso”, mas também se os felinos têm “algum problema evidente no aspeto físico”, sem que tenham de ser os donos a dar essas informações.

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