Goste-se ou não, o Microsoft Windows mudou o mundo com as “janelas” (windows, em inglês) que vemos através dos ecrãs dos nossos computadores. Desde 1985 que este sistema operativo é utilizado por milhões de pessoas. Numa semana em que a Microsoft bateu um recorde de capitalização em bolsa, tendo alcançado uma valorização de dois biliões de dólares (“trillion”, em inglês, cerca de 1,674 biliões de euros), e em antecipação da próxima versão do Windows que é anunciado na quinta-feira, o “11”, lembramos todas as versões dos sistemas operativos que a antecedem.
Dois biliões de dólares. Microsoft bate recorde de capitalização antes de anunciar o novo Windows
Windows 1.0 — Agosto de 1985
O primeiro sistema operativo com o nome Windows. O desenvolvimento esteve a cargo do fundador e antigo líder da Microsoft, Bill Gates. Quando o software foi lançado ainda dependia completamente do seu antecessor, o MS-DOS, que serviu de base para a implementação do novo conceito de várias janelas de programas abertas num ecrã. Para ensinar os utilizadores a mexer com estas janelas, que obriga a usar-se um rato — uma novidade, na altura –, a Microsoft lançou juntamente com o sistema um jogo, o Reversi, para ensinar os consumidores a habituarem-se aos controlos. Este truque de usar jogos para ensinar inconscientemente o utilizador foi usado algumas vezes no futuro para ensinar discretamente novas funcionalidades de outras versões.
Quanto às janelas serem uma ideia nova que apareceu com este sistema operativo, isso é um tema que cria discussões. A Apple já utilizava o conceito antes do 1.0, e, por isso, diz-se que a Microsoft copiou a Apple. Contudo, também há os que vão mais atrás e referem que a Apple copiou a ideia à Xerox PARC, que apresentou o conceito em 1976. Mesmo assim, este é verdadeiramente o “primeiro Windows”.
Windows 2.0. Lançamento: dezembro de 1987
Dois anos depois do primeiro Windows, apareceu o Windows 2.0. Este sistema operativo foi o que introduziu funcionalidades como “minimizar janelas”. Além disso, permitiu que se pudesse passar a sobrepor uma janela por cima de outra. Como lembra o The Guardian (que, em 2014, também fez uma destas listas antes de sair o Windows 10), foi com este sistema operativo que surgiu o “Painel de Controlo”, que agrega as funcionalidades e configurações do sistema. Foi também com o Windows 2.0 que o mundo passou a conhecer o Microsoft Word e o Excel.
Windows 3.0. Lançamento: maio 1990
Chega-se a 1990 e o Windows, com a versão 3.0, começa a ficar cada vez mais parecido com aquele que ainda hoje é utilizado. Mais cores, a possibilidade de instalar programas antigos do MS-DOS e o facto de este sistema operativo estar pré-instalado em alguns computadores que eram vendidos neste ano começaram a pôr este sistema operativo nas bocas do mundo.
Além disto tudo, e, se calhar, o pormenor mais importante para quem utilizou os Windows mais antigos: foi com esta versão que o jogo Solitário passou a fazer parte integral destes sistemas operativos. Mais uma vez, o objetivo foi ensinar os utilizadores a mexerem no sistema, aprendendo a arrastar e deixar itens. Mal sabia a Microsoft a quantidade de horas que iam ser perdidas graças a isto.
Windows 3.1. Lançamento: abril de 1992
Porque é que o Windows 3.1 tem um destaque especial se o que ganha é apenas um “.1”? Porque não é, de todo, apenas isso. Esta versão do Microsoft Windows foi a primeira a ser lançada em CD-ROM, permitiu que se utilizasse o rato para controlar programas do MS-DOS e, entre outras novidades, como a adição das fontes de letras TrueType, introduziu nos computadores que tinham este software uma opção nativa de trabalho digital em rede — algo que pode ser visto como um avô do Microsoft Teams. E sim, este software também trouxe mais um jogo que roubou muitas horas de trabalho à humanidade: o Minesweeper (as “minas”, como é por vezes dito na gíria em português).
Windows 95. Lançamento: agosto de 1995
1995, Windows 95. O nome não podia ser mais simples. Esta versão do sistema operativo da Microsoft pôs o Internet Explorer, o antigo navegador de internet da empresa que concorreu agressivamente com o Netscape Navigator, nos computadores. Mais importante ainda, foi este software que introduziu no canto inferior esquerdo o botão “Iniciar” e apresentou a interface gráfica que ia ser a norma durante as décadas seguintes.
Windows 98. Lançamento: junho de 1998
O sucesso do Windows 95 levou a empresa a afiná-lo sem perder os seus pontos fortes, como o menu Iniciar. Com isto em mente, três anos depois é lançado o Windows 98. Numa altura em que a Microsoft já era, inquestionavelmente, a líder dos sistemas operativos, o Windows 98 sedimentou essa posição. Foi com este software que a empresa lançou o Internet Explorer 4, o Outlook Express ou o Windows Media Player. Além disso, foi com este sistema operativo que foi melhorado o suporte para entradas USB, ajudando a que esta tecnologia passasse a ser bastante utilizada (ainda hoje em dia o é).
Windows 2000. Lançamento: fevereiro de 2000
Esta é versão para empresas do mal-amado Windows ME (já lá vamos). O Windows 2000 serviu de base para o Windows XP e foi o primeiro sistema operativo da Microsoft a ter o modo “hibernação” . Numa altura em que o normal era os computadores demorarem vários minutos a ligar, foi uma funcionalidade que deu de volta à humanidade algum do tempo que o Solitário roubou.
Windows ME. Lançamento: setembro de 2000
Quanto ao Windows Millenium Edition não costuma haver muitos elogios. Depois do Windows 98, que, apesar de ter falhas, cativou a maioria dos utilizadores, sendo conhecido pelas vantagens, o Windows “ME” ficou mais conhecido pelas falhas. Esta versão apresentava vários erros durante o funcionamento e era complicada de instalar. Estas falhas foram especialmente graves tendo em conta que foi um sistema operativo que tinha como objetivo cativar os consumidores domésticos. Mesmo com críticas, foi com este sistema operativo que apareceram programas como o Windows Movie Maker.
Windows XP. Lançamento: outubro de 2001
Se o Windows ME foi mal-amado, o Windows XP foi bem-amado, e não foi só pelo relaxante prado verde que se tornou famoso nos fundos de ambiente de trabalho de milhões de computadores. É por mais razões. O XP, simplesmente, funcionava. Pelo menos em comparação com ME. A interface gráfica do software era apelativa, fácil de usar e permitia instalar inúmeros programas. Este é o sistema operativos da Microsoft que teve o maior número de anos de suporte: 14 anos (isto aconteceu também graças ao Vista, mas já lá vamos).
Não obstante, o XP tinha erros. Afinal, não deixa de ser um programa informático. O principal era a vulnerabilidade que este software tinha a vírus informáticos. Isto porque a firewall estava desativada por defeito. Vírus de parte, hoje em dia o XPP ainda é referido como a melhor versão no seu tempo de todos os sistema operativos da Microsoft.
Windows Vista. Lançamento: janeiro de 2007
A Microsoft acertou com o Windows XP onde falhou com o ME. Contudo, seis anos depois, volta a receber críticas porque falha com o Windows Vista. Havia muita expectativa em relação a esta versão do sistema operativo — ia suceder ao XP, o que é que podia falhar? Muita coisa. Quando foi lançado, tinha vários erros informáticos (bugs) e tornou os computadores — principalmente os mais antigos — lentos. Visualmente era bastante apelativo. Porém, e apesar ter sido um dos impulsionadores do renascimento do mercado de videojogos para computadores devido a ter integrado o DirectX 10, foi lançado para um mercado que estava habituado ao XP. Uma sistema operativo que permitia utilizar programas novos sem abdicar dos antigos. Uma coisa que, com o Vista, podia ser bastante complicada.
Windows 7. Lançamento: julho de 2009
O Windows 7, ou “o que o Vista devia ter sido”. A discussão sobre se a Microsoft voltou a acertar com o Windows 7 preenche fóruns inteiros na internet. Independentemente de lados, o Windows 7 era mais rápido do que o Vista, o que ajudou a que rapidamente substituísse o seu antecessor e levasse quem ainda usava a XP a atualizar o sistema. Além de um visual apelativo, as novidades que esta versão do sistema operativo trouxe estão principalmente relacionadas com a estabilidade do sistema e com autonomia da bateria.
Windows 8. Lançamento: agosto de 2012
O Windows 8 é um sistema operativo especial. A aposta ousada da Microsoft era que, a seguir a 2012, os ecrãs tatéis fossem substituir os ratos. Isso não aconteceu. Com o 8 apareceu a Windows Store, a loja oficial de aplicações da Microsoft, o suporte para USB 3.0 e, para todos os efeitos, era um sistema operativo rápido. Porém, para quem utiliza um rato e um teclado para mexer no computador, o interface gráfico foi, literalmente, um toque ao lado.
Windows 8.1. Lançamento: abril de 2014
O que é que se faz quando se erra? Corrige-se o erro. Neste caso, a correção da Microsoft para o Windows 8 foi o Windows 8.1. Na prática, manteve todas as funcionalidades que a marca apresentou com o 8, mas trouxe de volta o menu iniciar como predefinição. Foi com este sistema operativo que os computadores híbridos — que também funcionam como tablet — viram um aumento de vendas. Resumidamente, esta foi a versão que mostrou que a maioria dos utilizadores utiliza um teclado e um rato para controlar um computador e não ia abdicar disso tão rapidamente.
Windows 10. Lançamento: julho de 2015
Era para ser “a última versão do Windows”, como contava o The Verge em 2015. Agora, sabemos que não será. O Windows 10 tem sido o sistema operativo da Microsoft que tem dominado o mercado dos computadores domésticos nos últimos anos. Depois de apostas falhadas com o Windows 7, que serviu para corrigir o Vista, e o Windows 8.1, que serviu para corrigir o 8, a Microsoft precisou de pôr novamente os utilizadores a utilizarem um sistema operativo sem olharem para trás. Tanto foi essa a ambição da empresa que, quando o Windows 10 foi lançado, quem tinha o dos sistemas operativos 7 ou 8, pôde atualizar gratuitamente o software para esta nova versão. Assim, e resumindo bastante a história, o Windows 10 passou a ser a norma no mercado.
Pensado para computadores mas não esquecendo os tablets, o Windows 10 rapidamente dominou o mercado. Se não se olhar para as constantes atualizações, pode dizer-se que este é um sistema operativo que faz lembrar as melhores partes dos melhores Windows. E o mercado é prova disso: atualmente, estima-se que o 10 é utilizado em 78.89% dos computadores com Windows. É um número grande, tendo em conta que pelo menos uma de todas estas versões do sistema operativo está presente em 73.54% dos computadores em todo o mundo, segundo o GlobalStats.
Windows 11 — sem data de lançamento
A história do Windows vai continuar com o Windows 11, prevê-se. Será mal recebido, como um Windows ME ou Vista? Ou será bem recebido, como um XP ou 10? Ainda não se sabe. O primeiro vislumbre será mostrado na quinta-feira, às 16h00 de Lisboa, pela voz de Satya Nadella, o presidente executivo da Microsoft. Para já, há só rumores, mas as primeiras imagens podem já ter sido divulgadas online. O que é certo é que há uma grande expectativa em relação a este novo sistema operativo: seja com trabalhos no Excel, textos no Word ou até com coisas mais divertidas como videojogos, vai mudar a forma como milhões de pessoas em todo o mundo usam diariamente os computadores.