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Mike Ghost

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Stereossauro: "Auto-tune na voz da Amália? Seria como pintar um diamante a spray"

Juntou Capicua a Camané, Ana Moura a DJ Ride, guitarra portuguesa e Amália a hip-hop e eletrónica. O disco 'Bairro da Ponte' é o resultado. "Gostava que ouvissem de espírito aberto", declara.

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Se houvesse uma Seleção Nacional da música portuguesa, a convocatória do DJ e produtor musical português Stereossauro para o seu próximo álbum Bairro da Ponte — que será revelado esta sexta-feira, dia 1 de fevereiro — era digna de representar o país num Mundial de música. No terceiro tema do disco ouve-se Slow J dizer “Éder agarra na bola e acaba com a história do quase, já cheira mal”. É uma referência àquele golo inesperado do ponta-de-lança português do meio da rua, como se diz na gíria, ao golo que tornou Portugal campeão europeu de futebol. Também neste disco não faltam candidatos a goleadores de uma grande final de um campeonato de talentos musicais, sob batuta do ideólogo que aqui não está no banco mas atrás dos pratos e no estúdio.

A música portuguesa é hoje tão rica quanto diversa. Houvesse mesmo uma Seleção Nacional e quisesse Stereossauro ser o seu selecionador neste álbum, não lhe seria fácil definir apenas 23 convocados. O critério não foi frio, “há sempre pessoas com quem sentes mais sinergias e uma empatia mais criativa” e essa ligação pessoal é importante. O que é impossível ignorar é que em Bairro da Ponte está uma parte muito significativa da nata da música portuguesa atual.

Para dar voz a um disco conceptual em que quis cruzar modernidade com tradição e fado com hip-hop e música eletrónica —como tem feito ao longo da carreira — o DJ e produtor convocou uma verdadeira galeria de talentos. Se “é muito claro que o conceito central do disco é a interação da nossa tradição do fado com a modernidade”, como diz e bem Stereossauro, essa tradição e essa modernidade têm nomes. Têm nomes próprios e apelidos, gente que a dignificou e dignifica. Qual mestre de cerimónias, o DJ e produtor convidou a dedo. Não é um processo de importância reduzida, porque “a cultura é feita por pessoas” e Stereossauro chamou vozes não só capazes de perceber, mas de engrandecer o que pensa e quer.

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"O que pensei foi: o pessoal dos EUA está a samplar a soul e o funk para fazer o seu hip-hop, se calhar vou virar-me para a música e tradição portuguesas porque nenhum dos americanos tocou nisto".

Ao hip-hop, foi buscar Ace (rapper dos Mind da Gap), NBC, Nerve, Capicua, Papillon, Sr. Preto (isto é, Chullage) e o já citado Slow J. À música de ascendência vincadamente africana foi buscar Dino D’Santiago e Plutonio (que também poderia entrar no campeonato hip-hop). Ao fado foi buscar Carlos do Carmo, Camané, Ana Moura, Gisela João e sobretudo Amália Rodrigues, a cujas fitas originais de gravações teve acesso e que se permitiu manipular, criando diálogos imaginários de Amália consigo e com alguns dos convidados. Da canção portuguesa e do pop-rock, Stereossauro levou emprestado Paulo de Carvalho, Rui Reininho e The Legendary Tigerman.

Da eletrónica trouxe o jovem prodígio Holly, o amigo Razat (que morreu perto de um mês e meio depois do convívio em estúdio) e o seu colaborador de há muitos anos DJ Ride. Para o ajudar na vertente musical, convocou um parceiro decisivo: o guitarrista Ricardo Gordo. Juntou tudo e fez um disco que consegue soar coerente, o que com uma multiplicidade tão grande de convidados é por si um feito. Um feito tão grande ou maior do que juntar esta gente toda num disco, que é em si um belo desafio.

A capa do disco ‘Bairro da Ponte’, de Stereossauro, tenta ilustrar a relação entre tradição (via fado) e modernidade (via música urbana, hip-hop e eletrónica) estabelecida nas canções do álbum

A ideia de fazer Bairro da Ponte é antiga, começou a germinar há uns oito anos, como contou Stereossauro ao Observador. Não se pense que esteve a trabalhar a fundo todo esse tempo, foi antes deixando as ideias cimentarem e crescerem, com calma, metendo “as mãos na massa” há “uns dois anos”.

Se lhe perguntassem que disco seria este há um par de anos, é provável que Stereossauro ou não soubesse responder com exatidão ou falasse de um disco diferente. Bairro da Ponte foi ganhando forma gradualmente, como ele explica: “Nunca tinha pensado de uma maneira muito objetiva em algo como: gostava de ter um disco com este grupo de 15 vocalistas. Mas à medida que se vai começando a trabalhar e a usar samples [excertos de gravações de outros, que se manipulam e transformam para originarem novos temas] vai-se começando a pensar que era bom trabalhar com este artista, que aquela pessoa era boa para criar comigo algo novo”.

Os samples são assim espécie de fio condutor dos temas, indicam o caminho final e em parte os convidados. A primeira decisão para o disco passava assim pela resposta a uma pergunta: de que universo musical se parte? Que tradição é que se vai querer misturar com a música mais fresca do presente? Essa resposta Stereossauro já a conhece há uns anos, em parte graças ao impacto de uma remistura de Carlos Paredes.

Stereossauro pela lente de Mike Ghost

Mike Ghost

Como “Verdes Anos” indicou o caminho

Nascido nas Caldas da Rainha, Tiago Norte era “consumidor de música e melómano” bem antes de ser Stereossauro. Os “discos que tinha lá para casa” quando cresceu já tinham “muita música portuguesa”. Contudo, foi quando começou a samplar, isto é, a treinar-se nesse método de produção musical do hip-hop que consiste em criar música nova a partir da reutilização e transformação de música antiga, que Stereossauro começou a pensar sobre que música antiga queria utilizar interligando-a com as técnicas de produção DJing modernas.

Essa perceção passou por uma reflexão sobre o que é o hip-hop e em que estéticas se inspirou este género musical. Para fazer um “hip-hop mais tradicional” — e “não há uma palavra certa para dizer isto”, refere — o ideal seria ter “breaks de bateria funky”, uma estética musical muito ligada à história da música afro-americana. “O que pensei foi: o pessoal dos EUA está a samplar a soul e o funk para fazer o seu hip-hop, se calhar vou virar-me para a música e tradição portuguesas porque nenhum dos americanos tocou nisto”.

[“Shook Ones”, um exemplo do ‘hip-hop tradicional’ de que fala Stereossauro:]

Stereossauro viu na apropriação da tradição musical portuguesa pelo hip-hop um “terreno livre, um campo aberto”. Foi nessa altura, refere, que começou “a investigar muito mais a música portuguesa”.

Da investigação do passado musical do país resultou uma versão de um tema do guitarrista Carlos Paredes que o notabilizou. No seguimento do que Sam the Kid já fizera (muito bem) na coletânea Movimentos Perpétuos — Música para Carlos Paredes, com o tema “Viva!”, Stereossauro pegou no universo musical de Paredes e num tema clássico seu, “Verdes Anos”, transformando-o numa canção inteiramente nova. Fê-lo com DJ Ride, com quem tem o duo de DJing e produção musical Beatbombers, já vencedor por duas vezes do campeonato mundial de scratch e turntablism IDA World DJ Championships.

O sucesso da versão de “Verdes Anos” levou Stereossauro a encontrar em definitivo a sua linguagem musical. “A remistura teve uma reação muito positiva do público e de toda a gente do meio. Isso despertou em mim a curiosidade de trabalhar o fado”, refere. Colocar a guitarra portuguesa ao serviço do hip-hop e da música eletrónica começou a parecer-lhe a opção lógica. Essa primeira remistura e a identidade que descobriu e reforçou nos anos seguintes acabaram por ter um efeito decisivo neste álbum. Esse passado permitiu-lhe desde logo uma aproximação à Valentim de Carvalho, que resultou num acesso inédito aos arquivos da editora e às fitas originais de gravações de Amália Rodrigues, a ausente mais omnipresente de Bairro da Ponte.

[o remix de “Verdes Anos” pelos Beatbombers:]

Paralelamente, a remistura levou Stereossauro e DJ Ride a atuar ao vivo na final do Festival Eurovisão da Canção de 2018, que decorreu em Lisboa. O “bruá” ouvido na plateia como reação ao tema, tocado enquanto acontecia o desfile de bandeiras e dos finalistas da Eurovisão, foi bem notório e indicativo do potencial da versão de Carlos Paredes.

“Verdes Anos” foi uma remistura que Stereossauro fez “em casa”. Publicada no Youtube como vídeo, “nem sequer estava editada”. Quando a versão começou a ser “solicitada para ser usada em anúncios e na televisão”, bem antes da atuação na Eurovisão, a editora Valentim de Carvalho contactou-o: queria “licenciar o tema”, torná-lo oficial e passível de ser usado com os devidos direitos de autor. Stereossauro aproveitou a deixa: “Disse-lhes: olham, já que vamos fazer isto, que tal eu fazer o resto?” Stereossauro ri-se ao terminar a frase: o resto era aceder às gravações originais de Amália Rodrigues.

“Auto-tune na voz da Amália? Era como pintar um diamante a spray”

Quando entrou nos estúdios da Valentim da Carvalho para uma pesquisa nos arquivos, Stereossauro foi acompanhado por um técnico e “guardião, por assim dizer, das fitas da Amália”, Fernando Rascão. “Ele conhece aquilo tudo de trás para a frente. Mostrava-lhe um tema e ele dizia-me: tens estes nesta velocidade e com esta carga emotiva, aqueles mais felizes, os outros menos, há estes em que ela cantou músicas do compositor X, aqueles em que cantou o compositor Y”.

"Ter acesso privilegiado a um diamante... seria como pintá-lo a spray por cima. Também não o fiz por respeito mas sobretudo porque não era preciso. Tendo ali uma voz tão boa e a possibilidade de acesso a tanta música, o melhor era não facilitar."

Seria fácil um tipo perder-se no encantamento de se ver à frente das fitas de gravações de Amália Rodrigues. Stereossauro diz que aí “a experiência” que tem “foi uma mais-valia”, fê-lo entrar nos arquivos já sabendo “que com este tipo de música ou aquele tipo de fado consigo fazer isto ou aquilo”, que a transformação de fados de Amália (como de quaisquer outros) dependem em parte “da velocidade” dos temas e das ideias que se tiver para eles.

Sem a prática de alguns anos de remisturas e sampling, ser-lhe-ia mais difícil saber exatamente o que seria capaz de fazer com o que ouviu e com o que teve luz verde para utilizar, saber quais seriam mais apropriados para o tipo de música moderna que queria ter em Bairro da Ponte. “Mesmo assim posso dizer que tive muito mais olhos do que barriga e trouxe uma montanha de multipistas [pistas com todos os sons de cada tema isolados] para casa para ouvir. Tive de escalar essa montanha várias vezes”, confessa.

Amália Rodrigues, aqui fotografada por Augusto Cabrita em Itália, é a ausência omnipresente no álbum: Stereossauro misturou gravações da fadista com música original

AUGUSTO CABRITA

Quando chegou a casa com as gravações, a primeira coisa que Stereossauro experimentou foi: “Só por brincadeira deixa ver como é que a Amália soa com auto-tune”. Rapidamente percebeu que esse processador que permite manipular a voz não tinha lugar no disco: “Ter acesso privilegiado a um diamante… seria como pintá-lo a spray por cima. Também não o fiz por respeito mas sobretudo porque não era preciso. Tendo ali uma voz tão boa e a possibilidade de acesso a tanta música, o melhor era não facilitar. Fui à procura de palavras específicas cantadas no tom que queria, por exemplo, em vez de estar a distorcer a voz mecanicamente para ficar tudo como eu queria”.

“Quem é o meu pai? Então, é o Carlos do Carmo”

Para Bairro da Ponte, Stereossauro convidou gente de diferentes gerações: de jovens do hip-hop e da música eletrónica a cantores com mais anos de carreira. Essa abrangência de estilos musicais e idades não foi pensada com o intuito de atingir públicos diferentes, garante o cantor: “A idade é um pormenor. Quando convido o Slow J ou o Camané, por exemplo, não estou a pensar que com um vou atingir um público e com o outro vou chegar a outro tipo de pessoas. Convido-os porque sei que aquelas pessoas têm aquela voz, cantam daquela maneira e vou conseguir criar algo bom com elas. Faço a parte instrumental e penso: isto ficava bem com aquela pessoa, aquilo ajeitava-se mais para a outra pessoa.”

[“Flor de Maracujá” é um dos singles do álbum e junta excertos de gravações de Amália Rodrigues, produção instrumental de Stereossauro, letra escrita por Capicua e interpretação vocal de Camané:]

A colaboração com Carlos do Carmo, numa nova versão de “Cacilheiro” — tema originalmente cantado por Paulo de Carvalho, que Carlos do Carmo canta habitualmente e que foi a única canção que não foi escrita de raiz para o disco, mas levou uma boa volta — que tem uma guitarra tocada por The Legendary Tigerman (Paulo Furtado), merece um destaque especial. “Foi incrível porque ele é que ouviu o trabalho que estava a fazer e abordou-me. Não tinha o contacto dele, ele é que veio ter comigo porque queria participar”.

Perguntamos-lhe se sente que a participação de Carlos do Carmo no disco serve também de validação e credibilização de um projeto musical que utiliza e manipula gravações de Amália Rodrigues. Não terá essa colaboração servido quase como bênção, dado Carlos do Carmo conhecer o fado que Amália cantou, a geração em que a fadista esteve inserida, a tradição a que Stereossauro quer dar novos tons? Ele confirma: “Completamente. É, como se costuma dizer no hip-hop, um OG [old gangster], um verdadeiro, o topo da montanha”.

"Quando telefono ao "Becas" a perguntar se o Camané tinha gostado, ele disse-me: gostou sim senhor, quer usar. O meu pai também gostou muito e quer entrar no disco. Eu respondi-lhe: o teu pai? Como assim, o teu pai? Não sei do que estás a falar. Quem é o teu pai? Só aí é que ele me disse: então, o meu pai é o Carlos do Carmo..."
Stereossauro

O contacto com o fadista foi curioso. Quando Stereossauro tinha já confirmada a participação de Camané em Bairro da Ponte, enviou dois ou três temas ao fadista através de “Becas”, pessoa encarregue de lhe os mostrar. Tiago não sabia que “Becas” era “Becas” do Carmo, filho de Carlos do Carmo. “Um dos temas que enviei, que depois não foi utilizado, tinha samples de um tema do Carlos do Carmo. Ele ouviu e reconheceu logo os samples do pai. Mostrou ao pai, ele gostou muito e disse-lhe que queria entrar no disco. Quando telefono ao “Becas” a perguntar se o Camané tinha gostado dos instrumentais, ele disse-me: gostou sim senhor, quer usar, o meu pai também gostou muito e quer entrar no disco. Eu respondi-lhe: o teu pai? Como assim, o teu pai? Não sei do que estás a falar. Quem é o teu pai? Só aí é que ele me disse: então, o meu pai é o Carlos do Carmo. Imagine a surpresa…”

Refeito da surpresa, Stereossauro aceitou a sugestão de “Becas”: tentar fazer uma nova versão de “Cacilheiro”. Fê-la com The Legendary Tigerman e tentou inovar, colocando “umas partes do refrão como se fossem prog-rock, com distorção, e o resto da música a soar à América Latina”. O primeiro prognóstico foi reservado: “Pensei: o homem vai odiar isto, vai detestar. Mas pronto, cá vai, é um tiro no escuro mas vou enviar. A resposta dele foi que tinha gostado muito e que queria ir para estúdio gravar. Não estava à espera, estava à espera de um não”. Stereossauro foi para estúdio com Carlos do Carmo e esteve lá “umas boas horas”, calado só a “ouvi-lo falar”, porque o veterano “é um poço de histórias e experiências”. Acabou por descobrir uma coisa: o tema que começou por ser cantado por Paulo de Carvalho “esteve para ser uma bossa nova, mas foi adaptado para fado”. Com as percussões tropicais e o som inspirado na América Latina que induziu, Stereossauro acabou por “ir de encontro àquilo que o tema suposta ia ser, mas sem fazer ideia nenhuma disso. Foi mesmo por instinto”.

[Uma lista de músicos que participaram no próximo álbum de Stereossauro. Faltam NBC, Ricardo Gordo, Dino D’Santiago, Razat, Holly e Chullage:]

13 fotos

“Gostava que ouvissem de espírito aberto”

A experiência com Carlos Carmo foi um dos momentos mais marcantes de gravação do álbum, confidencia o DJ e produtor musical das Caldas da Rainha que “passa muitas horas na A8”, fazendo viagens de ida a Lisboa e regresso “várias vezes por semana”. No entanto, “todas as experiências foram muito boas” e todas as parcerias estabelecidas com pessoas com algum grau de proximidade, reitera: “Quase todas as pessoas que estão no disco ou já tinha trabalhado em discos desses artistas, ou tocado ao vivo com participações, ou já nos tínhamos pelo menos cruzado em palcos. São tudo pessoas em que senti alguma empatia criativa, nesses contactos.”

Outra das experiências que Stereossauro recordará com saudade é o momento da gravação de “Novo Sal”, tema que fez com Paulo de Carvalho e o DJ, produtor musical e “amigo muito próximo” Razat, que morreu perto de um mês e meio depois do trabalho em estúdio. “O que queria era que ele estivesse vivo. Este tema tinha de estar no disco, fiz o tema com ele, estivemos juntos em estúdio com o Paulo de Carvalho. É das primeiras vezes que estou a falar disso, foi daquelas coisas que nunca… pensei sempre que ele fosse conseguir, que ele fosse vencer. Vou homenageá-lo sempre que puder, mas o tema já estava feito e foi feito para o disco”, aponta.

Caberá aos ouvintes avaliar o resultado do cruzamento de gerações em Bairro da Ponte, da mistura entre modernidade e tradição, fado com eletrónica e hip-hop. Stereossauro prefere não fazer uma avaliação qualitativa do disco até por ser parcial, mas não deixa de dizer o que é que não gostava que as pessoas dissessem do álbum: “Gostava que o ouvissem de espírito aberto sem pensar que estou a estragar o fado, ou que estou a estragar o hip-hop, ou a estragar outra coisa qualquer. Oiçam sem ligar a etiquetas e rótulos, gostem ou não gostem”. Dia 28 de fevereiro, o álbum é apresentado pela primeira vez ao vivo na discoteca Lux Frágil, em Santa Apolónia, Lisboa.

[“Puristas”, Beatbombers com Slow J:]

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