788kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Sandra Andrade e Josiele Rodrigues Fontes terão sido assassinadas pelo mesmo homem, no Algarve
i

Sandra Andrade e Josiele Rodrigues Fontes terão sido assassinadas pelo mesmo homem, no Algarve

Sandra Andrade e Josiele Rodrigues Fontes terão sido assassinadas pelo mesmo homem, no Algarve

Suspeito por homicídio de duas mulheres no Algarve detido em Lisboa. Já tinha sido condenado por matar outra mulher, mas Relação anulou

Condenado a 12 anos por homicídio em 2018, foi libertado após Relação anular sentença. Agora voltou a ser detido, suspeito de matar outras duas mulheres. Polícia diz que tem traços de serial killer.

Sandra Andrade foi a primeira. A motorista de Uber, de 49 anos, desapareceu no final de junho do ano passado, depois de ter saído para fazer um serviço. Quando o carro que conduzia, um Opel Astra, apareceu, em Olhão, a cerca de 30 quilómetros de Quarteira, onde morava, não foram encontrados quaisquer vestígios da mulher.

Isso só aconteceria em agosto, quando um homem, incomodado com o odor que se fazia sentir na zona de campo que estava a trabalhar, em Almancil, no concelho algarvio de Loulé, chamou a polícia, que fez uma descoberta macabra e encontrou o corpo de Sandra, esquartejado, dentro de uma mala.

Até Josiele Rodrigues Fontes também ser dada como desaparecida passaram quatro meses. Em dezembro, a brasileira, de 25 anos e a viver em Lisboa há cerca de um ano, terá tido de se deslocar, em trabalho, ao Algarve. Os amigos e a família estranharam quando se passaram vários dias sem que conseguissem estabelecer contacto com ela.

Quando foi feita a queixa às autoridades, rapidamente se apurou que a última vez que Josiele tinha sido vista foi no dia 5, justamente em Vilamoura, Quarteira. O corpo só viria a ser encontrado no fim de janeiro, queimada, numa zona de mato, em Ourique, no Alentejo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Encontrar o responsável pelo homicídio da motorista de TVDE Sandra Andrade e da brasileira Josiele Fontes, que as autoridades rapidamente perceberam que podia ser a mesma pessoa, foi uma verdadeira caça ao rato. Logo no início do ano, ainda em janeiro, a PSP e a Polícia Judiciária (PJ) fizeram uma operação conjunta para deter o homem, de nacionalidade portuguesa e 26 anos, por suspeitas de ligação aos homicídios e de tráfico de droga.

Nesse dia, a PSP, que investigava o tráfico de droga, e a PJ de Faro, que tinha em mãos o inquérito dos homicídios, avançaram em força no sul do país — foi inclusivamente solicitada a “intervenção da Unidade Especial de Polícia e do Grupo de Operações Especiais da PSP”, explicou ao Observador fonte próxima da investigação.

Dois irmãos do suspeito, também visados no inquérito da droga, foram detidos, mas o homem já não se encontrava no local. Mais tarde, conta a mesma fonte, veio a perceber-se que já não estaria sequer no sul do país.

Nessa altura, sabe o Observador, a Polícia Judiciária alargou o perímetro das buscas, tendo acabado por conseguir deter o homem esta quarta-feira, dia 1 de fevereiro, nos subúrbios de Lisboa — foi uma operação de localização que precisou de vários dias.

Esta quinta-feira, o suspeito foi levado ao Tribunal de Faro, tendo o juiz de instrução criminal decidido não aplicar qualquer medida de coação privativa de liberdade.

Mas ainda faltava responder pelo processo de tráfico de droga. Logo de seguida, explica fonte ligada ao processo, antes de as autoridades lhe perderem de novo o rasto, foram cumpridos pela PSP os mandados de detenção do Ministério Público no âmbito do inquérito por tráfico de droga. E dessa vez o tribunal decidiu aplicar a medida de coação mais gravosa: prisão preventiva.

Características de serial killer e uma pena de 12 anos e um mês revogada

Ao Observador, uma fonte da Judiciária explica que o suspeito tem características típicas de serial killer. E confirma que não é sequer a primeira vez que este homem está envolvido num crime desta natureza.

Em agosto de 2018, Tatiana Mestre, de 29 anos, foi encontrada morta, com as mãos amarradas com atacadores, uma camisola a tapar a cara e o corpo parcialmente queimado, dentro de um carro em Quarteira.

Escreveu na altura o Correio da Manhã, José Mascarenhas, também conhecido como “Kenny”, então com 22 anos e morada em Almancil, foi detido três meses depois, acusado do crime e condenado pelo coletivo de juízes do Tribunal de Faro a 12 anos e um mês de prisão.

Josiele Rodrigues de Fontes tinha 25 anos, foi encontrada morta em janeiro deste ano

Durante a autópsia, pode ler-se nas notícias da época, foram encontrados vestígios biológicos do suspeito no corpo da vítima, tendo-se confirmado que ambos tinham mantido relações sexuais antes da morte — como não havia sinais de violência, a conclusão do tribunal foi de que o sexo teria sido consensual e que “o móbil do crime estaria ligado a tráfico de droga”.

A sentença foi proferida a meio de dezembro de 2019. Cinco meses mais tarde, e após 20 meses na cadeia, José Mascarenhas foi libertado pelo Tribunal da Relação de Évora, que arrasou a decisão original e acusou os juízes do tribunal de Faro de terem dado demasiada importância às provas de ADN que apontavam para o suspeito.

“Podem ser várias as circunstâncias e razões para o ADN de um indivíduo estar no local” argumentou a Relação, mais uma vez citada pelo Correio da Manhã. “O perfil de ADN não pode ser mais do que uma ferramenta probatória ao serviço da investigação e da punição. É prova (…) que deve ser complementada”, acrescentaram ainda os juízes desembargadores, apontando erros e chamando a atenção para o facto de em Faro não ter sido dada “qualquer importância aos cabelos que a vítima agarrava com a mão direita”.

Segundo o acórdão, uma vez que os cabelos não eram nem da vítima nem do arguido, deviam ter sido considerados outros suspeitos. De acordo com o CM, a Relação de Évora acusou ainda os juízes de se terem deixado “impressionar” pelos vestígios de ADN do suspeito encontrados noutras provas, desde as unhas da vítima aos atacadores e cabos usados para a manietar, passando pela camisola com que foi asfixiada até à morte, as cuecas que usava e a sua própria vagina.

Uma vez em liberdade, o homem chegou ainda a pedir uma indemnização ao Estado português, pelos 20 meses que passou na prisão —  115.579 euros foi o valor para que apontou, os tribunais disseram-lhe que não.

O corpo de Sandra Andrade foi encontrado esquartejado, numa mala

Os principais eixos que têm ligado estes dois casos — e que voltam a remeter para o homicídio por que o suspeito foi condenado na primeira instância em 2018 — são a violência exercida, a tentativa de destruição dos corpos e os indícios de que terá mantido relações sexuais com todas as vítimas.

Questionada pelo Observador sobre se a motivação para os crimes poderá ou não ter sido a rejeição do suspeito por parte destas mulheres, como entretanto foi avançado por alguma imprensa, fonte próxima da investigação explica que, pelo menos para já, não há quaisquer conclusões nesse sentido. E recorda que a investigação ainda está em curso e, por isso, sujeita a segredo de Justiça.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora