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JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Um dia depois do crime, tensão aumenta no bairro da Penha de França. Vizinhos deixam ameaças de retaliação

Depois de incendiados dois carros no bairro onde morreram esta quarta-feira três pessoas, moradores falam em novas retaliações e PSP garante reforço policial durante a noite.

A maior parte das velas acesas na noite passada à porta da barbearia “Granda Pente” já estão apagadas. Esta quinta-feira, um dia depois de três moradores serem mortos a tiro no bairro da Penha de França, em Lisboa, estão ali as flores e as cartas que os vizinhos escreveram em memória de Carlos Pina, Bruno Neto e Fernanda Júlia. Pela rua Henrique Barrilaro Ruas, o clima é de tensão. Os moradores que estão no café, a poucos passos da barbearia, trocam olhares entre si, alguns em silêncio. Quem ali vive conta que estará a ser preparada mais uma retaliação para a noite desta quinta-feira. E o alvo é o mesmo: Fernando Silva, o principal suspeito do crime, também ele morador do bairro. Ao Observador, fonte da PSP, garante que haverá reforço policial durante toda a noite.

O triplo homicídio aconteceu por volta da hora de almoço — a PSP recebeu o primeiro alerta às 13h25. Horas mais tarde, já durante a noite, dois carros foram incendiados e acabaram totalmente consumidos pelas chamas. Ao Observador, fonte da PSP admite que a destruição dos carros possa estar relacionada com as mortes de Carlos Pina, dono da barbearia que está agora fechada, de Bruno Neto, taxista, e de Fernanda Júlia, que era também taxista.

Lisboa. Discussão por um corte de cabelo ou tráfico de droga? A história que acabou com três mortos numa barbearia

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A hipótese de que os dois acontecimentos estejam relacionados ganha força porque os dois carros que arderam pertencem ao principal suspeito e à sua família. Neste momento, as autoridades suspeitam de que, além do homem que terá cometido os três homicídios, estão também em fuga outros dois homens da mesma família — um deles, o pai do principal suspeito.

Depois de carros incendiados, fala-se em incendiar caravana e prédio

Na rua, não passava muita gente durante a tarde desta quinta-feira. E quem passava, parava alguns segundos no local onde foram mortos os três moradores, dois em frente à barbearia e um (o próprio dono do espaço) no interior. Mais abaixo, ainda na mesma rua, dois agentes da PSP mantinham-se à porta do prédio onde viviam os suspeitos — que já foram identificados pela Polícia Judiciária, mas ainda não foram localizados — e a restante família. De acordo com as informações recolhidas pelo Observador, Fernando Silva chegou a viver no prédio da barbearia, mas estaria agora no primeiro andar do prédio guardado pelos elementos da PSP. O resto da família viveria no terceiro andar.

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CLÁUDIO IVAN FERNANDES/OBSERVADOR

Mesmo à frente desse prédio, permanecem ainda os dois carros que arderam na noite passada, e que ainda não foram recolhidos. Alguns metros mais à frente continua estacionada a caravana do pai do principal suspeito, que estará também em fuga. A caravana será, aliás, um dos alvos de retaliação pela morte dos três moradores, segundo as conversas que se multiplicam entre os vizinhos do bairro.

Mas as intenções de vingança não ficarão apenas pela caravana. De acordo com a informação que circula entre os moradores, há quem queira incendiar o prédio onde até esta quarta-feira vivia o principal suspeito e a família. Apesar de viverem ali outras pessoas sem relação com a família ou com o caso, chegou a surgir a hipótese de abandonarem as suas próprias casas para que o alegado plano de vingança possa ser concretizado.

Ao Observador, depois de uma primeira noite agitada, a PSP admitia um reforço da presença no bairro: vai ser colocada ali uma equipa de intervenção rápida.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Motivações do crime ainda não foram confirmadas

Uma vez que se trata dos crimes de homicídio, a investigação está a cargo da Polícia Judiciária. Para já, há duas versões em cima da mesa: moradores e vizinhos falam em motivo fútil — o principal suspeito queria uma vaga para cortar o cabelo e, como não conseguiu, matou o dono da barbearia, muito conhecido e valorizado na zona; mas fonte relacionada com o processo não descarta a hipótese de um crime relacionado com tráfico de droga.

Ao Observador, um dos moradores relatou que estava na manhã desta quarta-feira numa das lojas que fica ao lado da barbearia e ouviu uma discussão entre o barbeiro e o principal suspeito, também conhecido de quem vive do bairro. “Ele disse que queria cortar o cabelo e o Pina disse que já não dava, que já não tinha espaço, porque as marcações já estavam todas feitas e não podia cortar-lhe o cabelo”, relatou o morador, que não quis ser identificado.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Esta discussão terá acontecido por volta das 10h30 e, menos de três horas depois, o suspeito terá voltado à barbearia para insistir numa marcação de última hora. Queria cortar o cabelo, mas Pina continuava a não ter agenda para o atender. “Ele voltou depois à uma da tarde com a mesma conversa e assassinou-o”. A seguir, assassinou Bruno Neto e Fernanda Júlia. O casal estaria perto da barbearia, junto da loja de lavagem de automóveis. Bruno Neto ainda terá entrado na barbearia e Fernanda Júlia terá sido baleada na rua.

Os vizinhos relatam ainda que, depois de ter baleado três pessoas, o suspeito agora em fuga terá tentado apontar a arma a um dos trabalhadores da loja de lavagem de carros, situada mesmo ao lado da barbearia. “Só não aconteceu, porque a arma encravou”, relatou o morador. “E logo a seguir disse para essa pessoa ir embora.”

O suspeito terá fugido daquele local e terá sido junto à caravana do pai que entrou dentro de um jipe verde e fugiu — com ele fugiram outros dois suspeitos, também procurados pelas autoridades.

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