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Le Bleu é o novo restaurante do chef Kiko Martins e abriu em Campo de Ourique
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Le Bleu é o novo restaurante do chef Kiko Martins e abriu em Campo de Ourique

Le Bleu é o novo restaurante do chef Kiko Martins e abriu em Campo de Ourique

Um libanês democrático, uma taberna de meia porta aberta e um novo omakase: 8 restaurantes que abriram em Lisboa durante as férias

Durante o verão, a capital encheu-se de novos sabores e mesas para descobrir após as férias. Há libanês, japonês, chinês, francês e português, com uma taberna a mostrar modernidade. Reunimos oito.

Barouk

LX Factory, R. Rodrigues de Faria 103 edifício H 0.10B, 1300-501 Lisboa. Todos os dias das 12h00 às 00h00. Sexta-feira e sábado até às 1h00.

O garfo libanês é o pão. Quem o diz é Luís Roquette, citando uma certa expressão que se encaixa na gastronomia do Líbano. É dessa que se fala — e come — aqui. O Barouk, irmão mais novo do Mex Factory e, consequentemente, vizinho do lado, abriu portas no LX Factory a 12 de agosto para ser um restaurante onde a autêntica comida libanesa surge equilibrada com um ambiente democrático e descontraído. A ideia já andava no bolso há ano e meio mas foi quando o Chickinho dos frangos se chegou para o lado que o novo libanês de Lisboa se pôde instalar. Com uma carta desenhada pelo chef libanês Joseph Youssef, o húmus, diz o fundador, é 100% autêntico, o pão pita é feito por cá e as especiarias típicas invadem o paladar.

Com o objetivo de ser abrangente a várias pessoas e de trazer o público português até esta casa, o Barouk apresenta um menu de partilha onde, lá está, o pão pita é o garfo que, cortado à tesourada, vai explorando cada uma das opções. O húmus (8 euros) não falta, coberto de grão, pickle de pepino, cebola e azeitonas, e partilha o pódio com a cremosa baba ganoush (7 euros), servida com tahini e romã, trazendo a frescura a esta entrada de beringela assada, e com a falafel (8 euros), redonda e com molho de sésamo e limão. Para ir picando, há também o pão pita insuflado (4,50 euros), que com ar de almofada chega à mesa acompanhado por três molhos: molho de iogurte de alho e ervas, o ligeiramente picante muhammara com pimento vermelho e o azeite virgem extra com melaço de romã.

O baba ganoush e a falafel do Barouk

Quanto aos quentes, as rakakat (6 euros) fazem sucesso em forma de rolo de queijo frito com mel e sementes de sésamo e aconchegam a barriga para os principais. Há pizzas libanesas (8,50 a 9,50 euros), a Mana, a Barouk e a Kofta, e há pitas (12 a 15 euros), que, pesadas e recheadas, completam a carta com as opções veggie, de frango, de novilho e de borrego. E para beber? A carta invoca as cidades do Líbano e trá-las até aos cocktails. Desenhados por Diogo Lobo, cada um tem um twist clássico, sempre com uma especiaria do Líbano a dar sabor.

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E porque o pita é perto de omnipresente, também nos doces lá aparece. Os pita churros (5 euros), fritos com açúcar e canela e acompanhados por calda de chocolate e gelado de avelã, chamam a atenção numa carta com mais duas sugestões autênticas: o tiramisu libanês “mafroukeh” (6 euros), com licor de laranjeira, creme de pistáchio e pistáchio crocante, e a tradicional Baklava (6 euros), uma cama de noz, pistachio, amêndoa, sementes de sésamo vestida de massa filo e mel, com o gelado de nata lá ao lado.

Bisque Bistro

Largo Conde-Barão 20, 1200-118 Lisboa. De segunda a quinta-feira das 18h00 às 23h00; sexta-feira das 18h00 às 23h30 e sábado e domingo das 10h00 às 15h00 e das 18h00 às 23h30.

É inspirado na tradição francesa mas quem por lá anda são dois russos que, por sorte, se cruzaram em Lisboa. Ambos inseridos no mundo da restauração, Pavel Kiselev e Vladimir Perelman decidiram trabalhar juntos e, ao fim de um ano em busca do espaço perfeito, partiram para a definição de um conceito que, desde 15 de junho, tem trazido turistas, nómadas digitais e portugueses até à mesa. Com o nome da célebre sopa e molho francês à base de marisco emprestado, Bisque Bistro é o novo restaurante do Largo Conde Barão, no Cais do Sodré, e alia as técnicas da cozinha francesa aos produtos portugueses — com foco no peixe e no marisco, assim como nos legumes, ervas e queijos com selo nacional —, tudo com o aval de Perelman que, baseado em Moscovo, vai acompanhando os pratos via WhatsApp. São esses que decoram as mesas do Bisque: com a direção criativa nas mãos da Centá, este restaurante mistura o vintage, o bistrô parisiense e um certo tom teatral, com as cortinas barrocas, as rosas vermelhas e os candelabros a encherem o espaço.

Quanto ao menu, escusado será dizer que o famoso molho bisque está por quase todo o lado, em pratos como o topinambour com molho bisque e queijo comté ( 8.5 euros) ou bisque com lagosta, brioche e molho rouille (25 euros). Há ainda crudo de dourada com molho ruibarbo (11 euros), anchovas da cantábria com pão crocante (8.5 euros), carabineiros com azeite e flor de sal (24 euros) ou polvo com azeitonas de tajas, tomate e cebola (13 euros) pelas entradas e robalo com broccolini, salsa de tomate e molho poulet, bourguignon de vaca com batatas e cenoura assada (17.5 euros), tarte de bacalhau com molho de natas de xerez (14 euros) ou polvo com batata assada, molho de pimento estufado e sementes de cânhamo (21 euros) nos principais.

Bisque de lagosta com brioche e molho rouille

Nas sobremesas não há bisque mas as opções não deixam de despertar curiosidade: cheesecake de chocolate com cardamomo e cogumelos mastigados (9 euros), choux com creme de baunilha e framboesa (7.5 euros) ou morangos com chantilly e sabayon de Calvados (7 euros). Com o toque Centá presente, ao fim de semana, das 10h00 às 15h00, o Bisque tem disponível um menu de brunch com panquecas de courgette com salmão e guacamole, brioche com caviar preto (esturjão) ou rillette de cavala, e pão torrado.

Hemisfério

R. Des. Faria 31, 2780-231 Oeiras. Domingo e terça-feira das 10h00 às 19h00, quarta e quinta-feira das 10h00 às 00h00 e sexta-feira e sábado das 10h00 às 2h00.

O verde do Jardim Municipal de Oeiras toma conta deste espaço como um convidado que se deixou entrar e acabou por cá ficar. Suficientemente grandes para dar sombra a algumas mesas, as árvores partilham a função com os guarda-sóis que, também verdes, quase parecem camuflados na zona exterior deste novo restaurante da linha. Metade brunch, metade bar é no meio que se encontram, num Hemisfério dividido em dois conceitos para agradar a mais público. Os proprietários, António Ricciardi e André Simões, sentiram que faltava em Oeiras um local onde pudessem aliar o pequeno-almoço ao almoço — sem grandes filas associadas — e onde também, ao final do dia, conseguissem beber um copo.

O Hemisfério nasceu assim a 7 de junho, no local onde antes esteve um Govinda, vegetariano. Agora, é num ambiente acolhedor, com tons neutros e materiais naturais, que o menu é servido. Para brunch há os típicos ovos benedict (9 euros), a granola bowl (5,5 euros) ou as panquecas (7,50 euros), para partilhar há o mil-folhas de batata trufada (6 euros) e a burrata (9 euros) com tomates, pêssegos, uvas salteadas e frutos secos, e para comer mais ao final do dia, quando o Hemisfério virar bar, há pulled mushroom sando (9 euros), rosbife (14 euros) ou bowl de salmão (14 euros).

Já na carta das bebidas, os sumos naturais e smoothies acompanham bem quem vier pelo brunch, no entanto, os cocktails têm também conquistado o lugar nesta casa. De autor, o equador (8,50 euros), com tequila, maracujá, rooibos e malagueta, o pipoca (8,50 euros), com vodka, lima, pipoca syrup e prosecco, e o miskow mule (9 euros), com vodka, ginger beer e ginjinha, são os mais procurados por quem cá passa.

Os ovos benedict, com creme de abacate e ovo escalfado

YŌSO Omakase

Rampa das Necessidades 6, 1350-188 Lisboa. De terça-feira a sábado das 12h30 às 15h00 e das 20h00 às 23h30.

Omakase significa ficar nas mãos do chef enquanto que Kaiseki é um menu de degustação tradicional do Japão que tem como base as estações do ano e os produtos sazonais. É assim que podemos descrever o Yōso Omakase, o novo restaurante japonês de Alcântara que aborda estes dois conceitos da gastronomia japonesa dentro de um pequeno espaço com um balcão com capacidade para receber nove pessoas. À frente do projeto está Habner Gomes, o chef brasileiro que saiu do Mattë, entretanto fechado, e que continua agora a ter como objetivo a Estrela, que não chegou com o anterior.

“Omakase significa confiança. E faço questão de tranquilizar o cliente, pois ele não vai precisar de escolher nada pois dar-lhe-ei o meu melhor. No menu Omakase não há descrições de pratos ou ingredientes, apenas técnicas e tenho muito respeito pelo conceito”, pode ler-se numa publicação da página de Instagram do restaurante, onde o chef revela ainda que a sua “visão sempre foi elevar a gastronomia japonesa em Portugal”. Desta forma, essa tem um papel fundamental no Yōso, que aposta no peixe nacional.

A acompanhar o Omakase está também o Kaiseki-Ryori, que se baseia no minimalismo e, lá está, nos produtos sazonais. Aquele primeiro nota-se no espaço em si, que invoca a arquitetura do tradicional restaurante japonês, assim como na comida. Com apenas um menu (95 euros), o Yōso apresenta pratos minimalistas com o objetivo de fazer com que as técnicas — sakizuke, hassun, otsukuri, yakimono, suimono, niguirizushi, makimono, agemono e yogashi— e o produto se destaque por si.

Para além do balcão com nove lugares, o Yōso conta ainda com três mesas

Água pela Barba

R. Coelho da Rocha 110 A B, 1350-013 Lisboa. De segunda-feira a sábado das 12h30 às 15h00 e das 19h00 às 2h30; domingo das 12h30 às 16h00.

Nasceu na Bica, em 2016, com objetivo de oferecer aos lisboetas o sabor do mar num ambiente descontraído onde o conceito de partilha imperasse. Oito anos passados, cumpriu-se e traz agora o sabor da água salgada para Campo de Ourique. O Água Pela Barba deu vida e nome a uma novo espaço neste familiar bairro de Lisboa no início do verão e com ele renasceram dois dos pratos mais icónicos dos seus quase 10 anos de história: o risoto de lingueirão (23 euros) e os rissóis de corvina (4,50 euros).

Mantendo a essência e identidade da marca, este novo Água Pela Barba pretende chegar a um público mais alargado, oferecendo mais lugares a quem quer mergulhar numa carta recheada nos produtos do mar. Num interior caracterizado por elementos náuticos, com cordas e os tons azuis a predominar, estão disponíveis 30 lugares, incluindo seis de barra. Lá fora, a esplanada recebe 15.

Quanto à carta, escusado será dizer qual é o maior protagonista. A cozinha é aberta para a sala, permitindo uma maior proximidade com quem cá vem, e é de lá que vão saindo as miudezas, compostas pelo ceviche misto (12,50 euros), o tártaro de polvo com tapioca (11 euros), os tacos de peixe cru (12 euros), a burrata com camarão (15 euros) e o tiradito de atum (15 euros). Já nas grandezas, está a malandra da quinoa (17 euros), com filetes de peixe branco, o polvo com creme de grão e limão (22 euros) e o arroz d’douro (22 euros). Pelos doces, há quem chame pelas canilhas (5 euros), uma massa crocante recheada com creme de pasteleiro, pelo tiramisú com vinho do Porto (5 euros) ou pela mousse de chocolate (5 euros).

Os tacos de peixe frito

Dafu

R. Acácio de Paiva 15C, Lisbon, Portugal 1700-003. De terça-feira a domingo das 12h00 às 15h00 e das 19h00 às 22h00.

Quem passa pela rua Acácio de Paiva, em Alvalade, quase não nota por ele. De janelas para a rua, o Dafu apresenta-se discreto e pequeno, com apenas um aspeto que pode despertar a curiosidade nos olhares mais atentos. À janela, do lado do balcão, está Sabina Tamang de avental e mãos na massa a fazer os dumplings — a especialidade desta casa, que serve em média 200 por dia. E é bem assim que nos sentimos quando lá estamos. Calmo e acolhedor, entrar neste restaurante chinês é como entrar na casa de alguém. Nas poucas mesas, os pratos descansam com os pauzinhos deitados ao lado, com um apoio de cerâmica em forma de dumpling a servir de almofada, para receberem os pratos tradicionais.

“Queremos estar próximos os nossos clientes, mostrar-lhes que o que temos para oferecer é artesanal”, confessa a funcionária em conversa com o Observador. Desta forma, o menu conta com oito dumplings diferentes, todos coloridos e feitos à mão: há de porco, de vaca e de ovo e cogumelos (5,90 a 9,90 euros). A acompanhar há também baos (1,80 euros), aconchegados num cesto de bambu, wontons (9,90 euros) e noodles (9,90 euros), de batata ou de trigo.

O Dafu também está disponível na UberEats

Taberna Meia Porta

Tv. Alcaide 22A, 1200-123 Lisboa. De terça-feira a sábado das 12h30 às 15h00 e das 19h00 às 22h30.

“Make tabernas great again”. É este o lema — reapropriado daquele que Donald Trump utiliza na sua campanha eleitoral — da nova taberna da Bica. De seu nome Meia Porta, uma vez que só abre, literalmente, uma das duas verdes portas já perras dos anos, o renovado espaço vem trazer a Lisboa a tradição das antigas tabernas com um toque de modernidade. Inspirados no coração de Portugal, o chef brasileiro Fred Frank e o gestor Rodrigo Braga quiseram assim misturar os autênticos sabores portugueses com toques contemporâneos, apresentando uma carta recheada de receitas antigas com um twist.

Para as provar, é preciso primeiro entrar e ser consumido por um ambiente acolhedor e bem português. Pelas paredes estão azulejos centenários restaurados, acompanhados por uma vasta coleção de vinhos de Portugal, Alemanha, França, Espanha e Itália que competem com a antiga máquina de imperial. São estes que acompanham o menu.

Com um conceito que gira em torno da partilha, a Taberna Meia Porta, perto do Miradouro de Santa Catarina, não promove a indecisão, propondo poucos pratos que, afirmam, representam a arte de bem jantar. Como uma típica taberna, para começar há o clássico couvert (4,50 euros) com manteiga, azeitonas e pão, que se segue pelos petiscos: croquetes de sapateira (9 euros), moela de frango (9 euros), pickles variados (5 euros) ou ostras vinagrete (11 euros). Quanto aos pratos maiores, a escolha continua a ser facilitada, com apenas quatro opções: espetada de atum (14 euros), camarão ao alho (14 euros), bacalhau com batata e tomate (15 euros) e barriga de porco e grão (14 euros).

E porque não há taberna portuguesa sem um doce, a carta das sobremesas vem também ela aliar o tradicional ao moderno, com a mousse de chocolate e ginja (6 euros), o bolo de amêndoa d’ovos (6 euros) e o arroz gelado e doce (6 euros).

Croquetes de sapateira

Le Bleu

R. Saraiva de Carvalho 131, 1350-302 Lisboa. Terça a quinta-feira das 19h00 às 23h00 e sexta-feira e sábado das 12h00 às 15h30 e das 19h00 às 23h00.

Aqui não entra carne. Se olhar para o menu não bastar, o espaço fala por si. Com o azul e o branco a dominar, o mais recente restaurante do chef Kiko apresenta-se como uma verdadeira homenagem ao oceano Atlântico. Irmão de O Talho, a Cevicheria, O Poke, O Boteco e o Las Dos Manos, Le Bleu chegou a Campo de Ourique a 17 de julho e com ele trouxe propostas que não entram em nenhum dos anteriores projetos.

Desta forma, e com a criatividade em alta, o chef Francisco Martins dá vida a uma carta focada no peixe e no marisco, com pratos que pelo nome podem parecer tradicionais mas assim que chegam à mesa provam o contrário. O bacalhau à Brás (8,40 euros) é o primeiro caso. Vem fazer um elogio ao clássico prato das tabernas portuguesas, onde brilha o bacalhau, a batata e a azeitona, mas, neste aqui, surge em forma de rolo e é para ser comido à mão, em duas dentadas.

Para além de snacks que se comem de uma só vez, como o sashími de lírio e tomate (12,70 euros), o nigiri de lírio e marshmallow (7,20 euros) ou o pastel de nata de enguia (4,80 euros), o menu deste fish bar conta também com pratos de conforto. Há prego no prato de barriga de atum (23,60 euros), polvo e enguia no carvão (26,30 euros) e wellington de pregado e camarão black tiger (68,20 euros). Por fim, nas sobremesas não há água salgada mas quatro opções doces: a mousse de crème fraîche e granizado de romã (7,40 euros), o cremoso de pistachio e goma de maracujá (8,90 euros), o carpaccio de fruta e gelado de iogurte (7,30 euros) e o mont-blanc de chocolate e cereja de avelã (9,40 euros).

O bacalhau à Brás e o cremoso de pistachio e goma de maracujá

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