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Um vinho único numa região que não lhe fica atrás

Clima ameno, bastante pluviosidade, paisagens fantásticas cortadas por alguns rios, abundância de água e a influência do oceano Atlântico. Uma região privilegiada qua não deixa ninguém indiferente.

A região dos Vinhos Verdes é considerada a maior região vitivinícola do país em área geográfica total e aquela que, atualmente, mais vinhos DOC (Denominação de Origem Controlada) exporta um pouco por todo o mundo. Com uma enorme tradição na produção de vinhos – que lá se produzem desde os tempos dos romanos -, a mesma tem acompanhado a evolução da viticultura, aplicando os conhecimentos técnicos hoje disponíveis a todos os produtores.

Assim, hoje encontramos já diferentes perfis de Vinhos Verdes, desde os frescos, leves e frescos, até aos mais complexos, estruturados e até com potencial de guarda.

Muitas das vinhas desta região são plantadas em cordão (ou bardo), permitindo uma maior homogeneidade da maturação das uvas, no entanto na sua paisagem ainda se podem encontrar as tradicionais vinhas em ramada.

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Não é apenas o teor alcoólico do vinho que importa. Existe um conjunto de valores dos componentes da uva que tem de ser controlado, ou seja, em termos simples, a verificação do amadurecimento da uva já não se faz apenas provando-a. Segue-se a vindima, talvez a parte mais trabalhosa de todo o processo, uma vez que é necessário colher as uvas num tempo bastante curto, sendo, por vezes, necessário recorrer a mão-de-obra extraordinária.

De seguida, há todo um trabalho de enologia na escolha dos processos mais adequados, tendo em vista a produção do melhor vinho possível. Embora ainda se encontrem adegas que façam a pisa a pé e em antigos lagares graníticos, sobretudo para potenciar atividades relacionadas com o enoturismo, a maioria dos vinhos é, hoje em dia, pisada em lagares modernos de aço inox e com temperatura controlada.

Após esta fase é hora de os vinhos repousarem nas cubas de inox, por maior ou menor período de tempo até serem engarrafados. Contudo, assiste-se já a uma maior utilização de cascos de madeira ou “ovos de cimento”, sobretudo para trazer para o vinho um corpo de maior volume e complexidade. E há mesmo experiências bem-sucedidas de fermentações feitas em talhas de cerâmica, provando que os Vinhos Verdes estão cada vez mais diversos e com maior potencial de valor acrescentado.

Os Vinhos Verdes de perfil mais jovem, leve e fresco, assentes num blend de castas tradicionais – maioritariamente Loureiro, Arinto e Trajadura – constituem ainda o grande volume de produção da Região. Contudo, e porque a diversidade faz parte do ADN dos Vinhos Verdes, encontramos cada vez mais vinhos produzidos a partir de uma só casta, potenciando assim a sua expressão em cada um dos terroirs das nove sub-regiões que constituem a Região dos Vinhos Verdes.

Alvarinho, Loureiro, Avesso, Arinto, Azal e Trajadura, nos brancos, e Vinhão, Alvarelhão, Padeiro e Espadeiro, nos tintos e nos rosés continuam a ser as principais castas da Região. Cada uma delas acaba por revelar a sua capacidade para se adaptar às condições naturais de cada terroir, sendo algumas delas rainhas na sub-região em que se encontram, como é o caso da Alvarinho em Monção&Melgaço, a Loureiro no Lima ou a Avesso em Baião.

Existem vinhos distintos para os diferentes tipos de apreciadores. Os vinhos com um ligeiro pétillant continuam a manter uma fiel clientela. Vinhos com este perfil mais jovem e com menor graduação alcoólica, são muitas vezes procurados para harmonizar com pratos leves, à base de peixes e mariscos. Contudo, ao alargarmos o espetro do consumo de Vinhos Verdes, podemos facilmente encontrar excelentes vinhos que combinam  com pratos de bacalhau, polvo, carne e até enchidos. As condições naturais da Região são propícias para produzir vinhos de acidez equilibrada, perfeita para cortar muitas vezes a gordura de pratos mais densos.

Sabendo da evolução que tem acontecido na Região nas últimas décadas, é hoje possível encontrarmos mais vinhos que beneficiam de estágio. A estrutura e a complexidade adquiridas com o tempo torna estes vinhos mais ricos e capazes de deleitar o palato de qualquer provador. Quem nunca quis provar um Alvarinho, um Loureiro ou Avesso com 5, 7, 10 ou até 12 anos de idade?!

Num outro segmento encontramos ainda os espumantes de Vinhos Verdes. Embora a produção ainda seja de pouca expressão, a qualidade sente-se no primeiro gole. Aproveitando, novamente, as condições naturais ideais para vinhos de acidez mais alta, estes espumantes apresentam-se cada vez mais equilibrados e perfeitos para harmonizações ímpares com a nossa gastronomia, sendo possível encontrar muitos deles em algumas cartas dos melhores restaurantes nacionais. Mesmo ao nível da exportação já é possível sentir uma maior procura pelos mercados externos, em particular o Japão, aproveitando para harmonizar na perfeição com a sua gastronomia.

São vários os pontos de paragem que deve fazer quando passar pela Região dos Vinhos Verdes. Se quiser experienciar a pisa a pé, então um dos locais a visitar é a Quinta de Santa Cristina. Pode encontrar esta atividade ao longo do período de vindimas dos verdes tintos. Por outro lado, se o que pretende é fazer um roteiro totalmente dedicado aos vinhos e à descoberta, a Quinta da Aveleda é uma ótima escolha para fazer uma visita guiada e conhecer vários locais emblemáticos, destacando o património vitícola e botânico.

Saiba mais em Saberes e Sabores na Rota dos Vinhos Verdes

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