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Coligações? Na Europa, há 14 governos com três ou mais partidos

Casamentos há muitos: uns são celebrados a dois, outros precisam de um terceiro parceiro que segure a união. Na UE, só um país tem um governo de minoria. A negociação passou a ser a regra.

As coligações são a regra na Europa. Apenas quatro dos 28 países da União Europeia são governados por um Executivo formado por apenas um partido. O mais comum são alianças de dois ou mais partidos, que em alguns casos se fazem e desfazem a um ritmo rápido, como na Suécia, ou que chegam a demorar 500 dias para serem negociadas, como na Bélgica.

O Presidente da República, Cavaco Silva, tem feito vários apelos para que os atores políticos ponham os olhos nos seus parceiros europeus como exemplo de compromisso. Em novembro, por exemplo, numa entrevista ao Expresso, Cavaco Silva voltou a mostrar-se “preocupado” com o facto do “diálogo em Portugal entre as forças políticas” ser hoje “muito mais difícil” do que durante os seus mandatos como primeiro-ministro. E deu o exemplo do que se passa lá fora:

“Quando tivermos uma verdadeira cultura de compromisso em Portugal (…) temos de nos habituar aos longos períodos negociais entre os partidos para chegarem a entendimentos. A negociação para um novo Governo da Alemanha demorou 86 dias, na Finlândia 66 dias, na Holanda 54 (…)”.

Mas os recados de Cavaco Silva não se ficaram por aqui. Num encontro com embaixadores portugueses, Cavaco Silva disse que era preciso uma “mudança de atitude de alguns dirigentes políticos portugueses no sentido do diálogo e do compromisso”. Mais tarde viria acrescentar que Portugal precisava de “um Governo que tenha apoio maioritário na Assembleia da República, de forma a cumprir as regras comunitárias”.

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De facto, na União Europeia, os partidos raramente se sentam à mesa sozinhos. Casos como o eslovaco, o espanhol ou, mais recentemente, o britânico, por exemplo, são a exceção à regra que impera na União Europeia: a larga maioria dos governos é de coligação pré ou pós-eleitoral.

Ainda assim, se é verdade que o princípio do compromisso político é uma tradição enraizada na generalidade das democracias da União e que as maiorias absolutas de um só partido são coisa rara, também há casos complexos de sucessivos bloqueios governativos por incompatibilidade partidária. O de Itália, onde recentemente foi aprovada uma lei que, na prática, atribui a maioria ao partido que vence as eleições, mas também o da Bélgica, que chegou a estar mais de 500 dias sem Governo por falta de entendimentos entre os partidos.

E há também casos que parecem ter saído do roteiro da famosa série dinamarquesa Borgen. Basta olhar para Luxemburgo: pela primeira vez em 34 anos de história os democratas-cristãos do CSV ficaram do lado da oposição, mesmo depois de terem vencido as eleições. Confuso? É simples: três dos quatros partidos mais votados juntaram-se e decidiram formar Governo. Foi o fim da linha para o então primeiro-ministro Jean-Claude Juncker, no cargo desde 1995. Mas há mais exemplos de casamentos bem (e mal)-sucedidos.

A grande maioria dos Estados-membros da União Europeia tem governos de coligação. Mais: 14 dos 28 Governos são formados por três ou mais partidos. É o caso da Bélgica e de Luxemburgo, mas também da Bulgária, Letónia e Lituânia. 

Coligações de três ou mais partidos:

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  • Chanceler: Angela Merkel. Coligação Conservadores (CDU/CSU) – Sociais-Democratas (SPD)

A 22 de setembro de 2013, a coligação CDU/CSU liderada por Angela Merkel ficou a uma curta distância daquela que seria uma histórica maioria absoluta. Com 41,5% dos votos os conservadores foram obrigados a coligarem-se com os sociais-democratas do SPD (centro-esquerda), que, curiosamente, não foram além dos 25,7%, o segundo pior resultado do partido desde a II Guerra Mundial. Sigmar Gabriel do SPD tornou-se número 2 e ministro da economia do Governo alemão.

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  • Primeiro-ministro: Charles Michel. Coligação: Movimento Reformador (MR) – Nova Aliança Flamenga (N-VA) – Democratas-cristãos (CD&V) – Liberais (Open Vld)

Foi uma das mais graves crises políticas da história recente da Bélgica. Tudo começou quando nas eleições gerais de 2010, Bart de Wever, líder dos nacionalistas flamengos da N-VA – que já tinham provocado a queda do anterior Executivo depois de terem abandonado a coligação -, venceu com 28,3%. Wever foi então designado pelo rei Alberto para formar uma maioria governativa, mas não teve sucesso. Resultado? Durante mais de 500 dias, entre junho de 2010 e dezembro de 2011, esteve, literalmente, ingovernável. Quase um ano e meio depois, Elio Di Rupo, então líder do Partido Socialista valão, tornou-se primeiro-ministro da Bélgica, à frente de um governo de coligação de seis partidos.

Mas as eleições legislativas de 2014 vieram a provocar nova derrocada política: a Nova Aliança Flamenga voltou a ser a força política mais votada e Elio de Rupo apresentou a demissão. Desta vez, no entanto, a crise política não atingiu proporções dramáticas. Charles Michel, líder do Movimento Reformador (MR), partido liberal e francófono, tornou-se primeiro-ministro e governa agora em coligação com outros três partido: os nacionalistas da N-VA, os cristãos-democratas do CD&V e os liberais do Open VLD, todos partidos flamengos.

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  • Primeiro-ministro: Boiko Borisov. Coligação: Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB) – Bloco Reformista (coligação de vários partidos) – Alternativa para a Renovação Búlgara (ABV)

Depois de em 2013 se ter demitido do cargo de primeiro-ministro na sequência de dez dias de manifestações contra o preço da eletricidade, Boiko Borisov conseguiu vencer as eleições legislativas de 2014, embora sem maioria absoluta. Assim, o partido de centro-direita Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB) foi obrigado a juntar-se com Bloco Reformista (RB), uma coligação de movimentos de centro-direita, e com a Alternativa para a Renovação Búlgara (ABV), de centro-esquerda. Os nacionalistas do Patriotic Front também apoiam o Executivo no Parlamento.

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  • Primeiro-ministro: Zoran Milanović. Coligação: Aliança para a Mudança

Em dezembro de 2011, a coligação de centro-esquerda, liderada por Zoran Milanović, venceu as eleições legislativas croatas. Formada pelo Partido Social Democrata (SDP), pelo Partido Popular Liberal (HNS), pela regionalista Assembleia Democrática da Ístria (IDS) e pelo Partido dos Reformados (HSU), a Aliança para a Mudança conseguiu alcançar a maioria absoluta ao eleger 76 dos 151 lugares do Parlamento croata, derrotando a União Democrática Croata (HDZ) da primeira-ministra Jadranka Kosor, abalada pelas dificuldades económicas do país e pelos escândalos de corrupção que atingiram a liderança do partido e do Estado. E não se pode dizer que Zoran Milanović tenha desiludido no cargo: o antigo diplomata conseguiu que o país concluísse o processo de adesão à União Europeia.
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  • Primeiro-ministro: Miro Cerar. Coligação: Centristas (SMC) – Partido Democrata dos Pensionistas (DeSUS) – Partido Social-Democrata (DS)

Miro Cerar tornou-se no verão de 2014 primeiro-ministro da Eslovénia, obtendo um resultado surpreendente.: advogado de profissão, sem qualquer experiência política, era líder de um partido com apenas semanas de existência (SMC). Mas a detenção de Janez Jansa, antigo primeiro-ministro e ex-líder do Partido Democrata Esloveno (SDS), acabou por ter um impacto decisivo nas urnas. Sem maioria, Cerar foi obrigado a coligar-se com o Partido Democrata dos Pensionistas (DeSUS), do agora vice-primeiro-ministro Karl Erjavec, e com o Partido Social-Democrata (DS) de Dejan Židan, também ele vice-primeiro-ministro.

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  • Primeiro-ministro: Taavi Rõivas. Coligação: Partido Reformista – Partido Social-Democrata – União Pró‑Pátria e Res Publica

O líder do Partido Reformista conseguiu vencer as eleições legislativas da Estónia, derrotando Edgar Savisaar, dirigente do Partido do Centro e pró-Kremlin. Depois da anexação da Crimeia, este resultado foi importante para a estabilidade de um país onde um terço da população é etnicamente russa. Ainda assim, os 29% dos votos obrigaram Taavi Rõivas a reeditar a coligação com os sociais-democratas do SDE e a juntar-se aos conservadores moderados do União Pró‑Pátria e Res Publica (IRL).

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  • Presidente: François Holland. Primeiro-ministro: Manuel Valls. Coligação: PS – Partido Radical de Esquerda (PRG)

Nas últimas eleições legislativas (2012), o PS conseguiu alcançar uma expressiva maioria absoluta. Com François Hollande no Palácio do Eliseu, as notícias pareciam animadoras para os socialistas franceses. Mas as diferentes sensibilidades no interior do PS e o fosso que se tem vindo a alargar entre a ala social-democrata e o ala mais à esquerda do partido tem fragilizado coesão interna da bancada em diversas votações. Esse fator, aliado ao parco crescimento económico acabou por tornar ainda mais difícil o caminho da dupla Holland/Valls, que tem de lidar com o regresso de Sarkozy e com as demonstrações de força da Frente Nacional de Marie Le Pen. No Governo, o PS francês tem ainda o apoio do Partido Radical de Esquerda (PRG) e também do Walwari – através de Christiane Taubira que ocupa a pasta da Justiça.

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  • Primeiro-ministro: Juha Sipila. Coligação: Partido do Centro – Verdadeiros Finlandeses – Partido Conservador

Depois de semanas de duras negociações, o líder do Partido do Centro chegou a uma solução de Governo de coligação com outras duas forças partidárias: os eurocéticos Verdadeiros Finlandeses e os conservadores. O primeiro passo estava dado, mas era preciso definir a composição do Executivo. Depois de mais de um de mês de negociações, os eurocéticos de Timo Soini, o “urso da Finlândia” que quer expulsar a Grécia do euro, ficaram com a pasta dos Negócios Estrangeiros e dos Assuntos Europeus.

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  • Primeiro-ministro: Matteo Renzi. Coligação: Partido Democrático (PD) – Novo Centro-Direita (NCD) – União do Centro (UDC)

A crescente fragmentação partidária tem levado a sucessivas crises de estabilidade governativa em Itália. A última foi despoletada pelas eleições legislativas de 2013, onde nenhuma força política conseguiu a maioria no Senado, fundamental para formar Governo. O embate entre a coligação de centro-esquerda “Itália. Bem Comum” e partido Povo da Liberdade de Silvio Berlusconi estilhaçou ainda mais a frágil realidade política italiana. A solução encontrada, o Bloco Central italiano, provocou divergências internas na coligação de centro-esquerda e provocou a demissão de Pierluigi Bersani, líder do Partido Democrático (PD).

Depois de dois meses de impasse, Enrico Letta – número dois do partido e escolhido como primeiro-ministro – juntou-se ao número dois do Povo da Liberdade, Angelino Alfano e conseguiu formar um governo de coligação, reforçado com vários independentes e outros próximos do partido de Mário Monti.

Mas Letta duraria pouco no cargo. As dificuldades de crescimento da economia italiana e o permanente sentimento de incerteza em torno do Executivo de Letta traçaram-lhe o destino, depois de Matteo Renzi ter cavalgado a onda de contestação interna que estava a começar a crescer no PD. Depois da demissão de Letta, Renzi foi nomeado primeiro-ministro italiano e tenta agora alterar profundamente o sistema eleitoral italiano.

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  • Primeira-ministra: Laimdota Straujuma. Coligação: Unidade (V)– Aliança Nacional (NA) – União dos Verdes e dos Agricultores (coligação de dois partidos – LZP/LZS)

O partido de esquerda e pró-russo Harmonia, que representa a minoria russa do Estado do Báltico, venceu as últimas eleições legislativas, logo seguido pela coligação de centro-direita liderada pela primeira-ministra da Letónia, Lamdota Straujuma, tal como tinha acontecido em 2011. No entanto, o Harmonia não conseguiu formar governa e Straujuma, a primeira mulher a tornar-se chefe de Estado da Letónia e líder do partido de centro-direito Unidade, foi reconduzida no cargo num governo de coligação com a direita da Aliança Nacional e com a União dos Verdes e dos Agricultores, que, apesar do nome, se situam no centro do espetro político letão.

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  • Primeiro-ministro: Algirdas Butkevicius. Coligação: Partido Social-Democrata – Partido Trabalhista – Partido da Ordem e da Justiça

Nas eleições de 2012, o Governo conservador que tinha sido responsável por implementar duras políticas de austeridade acabou por perder as eleições. Algirdas Butkevicius, líder dos sociais-democratas e vencedor das eleições, decidiu formar coligação à esquerda com os trabalhistas e com o Partido da Ordem e da Justiça.

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  • Primeiro-ministro: Xavier Bettel. Coligação: Liberais (DP) – Partido Socialista (LSAP) – Verdes

Nas últimas eleições gerais luxemburguesas, os democratas-cristãos obtiveram mais de 33% dos votos. Até aqui nada de novo: o CSV é historicamente o principal partido do país, basta ver que depois da Segunda Guerra Mundial e até 2013 o partido apenas por uma vez tinha perdido as eleições. Mas um escândalo que envolveu os serviços secretos do Grão-ducado e perda de apoio do partido socialista LSAP, parceiro de coligação, precipitaram a queda do Governo do então primeiro-ministro Jean-Claude Juncker.

E se nas urnas Juncker e o CSV venceram mais uma vez, o mesmo não se poderá que o tenham feito no jogo das coligações. Depois das eleições, os liberais do Partido Democrata, os socialistas do LSAP e os Verdes uniram forças e avançaram para o governo. Xavier Bettel assumiu o cargo de primeiro-ministro e o socialista Etienne Schneider tornou-se número dois e ministro da Economia. Foi a primeira vez em 34 anos que os democratas-cristãos ficaram fora do governo. E foi também o fim de Juncker como primeiro-ministro, cargo que ocupava desde 1995.

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  • Primeiro-ministro: Bohuslav Sobotka. Coligação: Partido Social-Democrata – ANO 2011 (Populistas) – Democratas-Cristãos

Depois de um dos maiores escândalos de corrupção e de abuso de poder da história recente da República Checa, o então primeiro-ministro Petr Necas anunciou a demissão e convocou eleições antecipadas. Eleições, essas, vencidas pelos sociais-democratas de Bohuslav Sobotka que, ainda assim, ficou aquém das expetativas. “Não foi o desfecho que esperávamos, mas estamos preparados para levar a cabo esta difícil tarefa de tentar formar um executivo razoável e estável”, reconheceu na altura Sobotka, longe de pensar que demoraria quase três meses a conseguir formar um governo de coligação com os democratas-cristãos e os populistas checos.

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  • Primeiro-ministro: Victor Ponta. Coligação: União Social Liberal (aliança entre PSD, PNL, PC e UNPR) 

No final de 2012, a coligação de centro-esquerda da União Social Liberal (USL), uma aliança liderada por Vitor Ponta, formada por várias forças e partidos políticos, venceu confortavelmente as eleições legislativas com quase 60% dos votos.

Coligações de dois partidos:

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  • Chanceler: Werner Faymann. Coligação: Sociais-Democratas (SPÖ) – Partido do Povo (ÖVP)

Também em setembro de 2013, o chanceler Werner Faymann, à frente dos sociais-democratas austríacos, conseguiu ser reconduzido no cargo e reeditar a coligação com os conservadores do Partido do Povo (ÖVP). Ainda assim, os dois partidos tiveram o pior resultado das respetivas histórias, com 27% e 23% dos votos. Reinhold Mitterlehner tornou-se vice-chanceler austríaco.

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  • Presidente: Nikos Anastasiades. Aliança Democrática (DISY) – Liberais (EVROKO)*

Eleito a 17 de fevereiro de 2013 Presidente do Chipre – país com um sistema presidencialista com eleições a duas voltas -, Nikos Anastasiades, líder dos conservadores do DISY, foi obrigado a coligar-se com os centristas do DIKO e os liberais do EVROKO. A mãos com um processo político delicado – Anastasiades está a tentar levar a bom porto o projeto de reunificação da ilha -, o Presidente cipriota viu o seu parceiro de coligação abandonar o governo por discordar do modo como o DISY está a gerir o processo, o que lhe custou o apoio da maioria no Parlamento cipriota. Os conservadores, agora liderados por Nikolas Papadopoulos, defendem que Anastasiades está a fazer muitas concessões aos cipriotas-turcos. Ainda assim, e talvez apenas neste dossier, Anastasiades deverá gozar do apoio do partido comunista AKEL, o outro principal partido cipriota, que também apoia a reunificação do Chipre.

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  • Primeira-ministra: Helle Thorning-Schmidt. Coligação: Partido Social-Democrata – Esquerda Radical

Em setembro de 2011, Helle Thorning-Schmidt tornou-se a primeira mulher a ser chefe de Governo na Dinamarca. Mas a margem curta com que venceu as eleições – apenas 0,5 pontos percentuais – obrigou a líder dos sociais-democratas a coligar-se com os liberais e os socialistas. Mas a venda de 18% da Dong Energy à Goldman Sachs abriu brechas na coligação e levou à demissão dos seis ministros do Partido Popular Socialista (SF). Depois da rutura, o Governo dinamarquês foi reformulado, mas não caiu, graças ao apoio parlamentar dos socialistas. A 27 de maio, a primeira-ministra anunciou a convocação de eleições antecipadas no país.

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  • Primeiro-ministro: Alexis Tsipras. Coligação: Syriza – Gregos Independentes

No início deste ano, a coligação de esquerda radical teve um resultado histórico, ficando a um deputado de conseguir a maioria absoluta. Um dia depois, Alexis Tsipras voltou-se surpreendentemente para os nacionalistas dos Gregos Independentes para fechar o Governo. A mensagem era clara: o novo Executivo queria colocar um ponto final ao programa de assistência financeira e renegociar a dívida pública com os credores. Panos Kammenos, ex-deputado do partido Nova Democracia e fundador dos Gregos Independentes tornou-se, assim, ministro da Defesa.

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  • Primeiro-ministro: Viktor Orbán. Coligação: Fidesz – KDNP 

Viktor Orbán lidera a Hungria desde 2010 como primeiro-ministro, cargo que já tinha exercido entre 1998 e 2002. Nas eleições parlamentares de 2010, os conservadores do Fidesz alcançaram um resultado esmagador e conseguiram a maioria de dois terços no Parlamento húngaro. Mas o Fidesz tem vindo a perder força: cinco anos depois, Orbán deixou escapar a maioria qualificada, depois da derrota do seu candidato nas eleições parciais na cidade de Veszprem. Continua a dominar o Parlamento, mas não como antes. Contam com o apoio dos democratas-cristãos do KNDP.

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  • Primeiro-ministro: Enda Kenny. Coligação: Fine Gael – Partido Trabalhista

Em 2011, Enda Kenny sucedeu a Brian Cowen como primeiro-ministro irlandês. O partido de centro-direita Fianna Fáil, há 14 anos no poder, acabou por ser duramente castigado nas urnas depois de ser o responsável pelo pedido de intervenção da troika. Os centristas do Fine Gael conseguiriam 36,1% dos votos e tiveram de coligar-se com os trabalhistas – Eamon Gilmore tornava-se assim ministro dos Negócios Estrangeiros e número 2 do Executivo. A parceria entre Kenny e Gilmore acabaria por não durar até ao fim do mandato, depois do líder dos trabalhistas se ter demitido na sequência dos maus resultados nas eleições locais e europeias. Joan Burton substituiu-o na liderança do partido e no Executivo.

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  • Primeiro-ministro: Mark Rutte. Coligação: Partido do Povo pela Liberdade e Democracia – Partido dos Trabalhistas

Numa Holanda marcada por uma crescente onda de euroceticismo, a noite de 13 de setembro de 2012 acabou por trazer más notícias para os partidos eurocéticos: o partido liberal de direita de Mark Rutte venceu as eleições legislativas e garantiu 41 dos 150 deputados. Os trabalhistas do PvDA conseguiram 37 e os dois partidos formaram o atual governo de coligação.

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  • Primeira-ministra: Ewa Kopacz. Coligação: Plataforma Cívica – Partido Popular Polaco

Depois de Donald Tusk ter resignado ao cargo de primeiro-ministro para assumir a presidência do Conselho Europeu, Ewa Kopackz, ex-ministra da Saúde, tornou-se primeira-ministra da Polónia, num governo de coligação entre a Plataforma Cívica, força de centro-direita que lidera, e o Partido Popular Polaco do vice-primeiro-ministro Janusz Piechociński. No entanto, a mais recente derrota de Bronisław Komorowski nas eleições presidenciais frente ao candidato do Partido Lei e Justiça, Andrzej Duda poderá marcar uma mudança de ciclo político. Ewa Kopackz terá agora o desafio de recuperar a confiança dos polacos até às próximas eleições legislativas.

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  • Primeiro-ministro: Pedro Passos Coelho. Coligação: PSD – CDS-PP

23 de março de 2011. Horas depois de o Parlamento português ter chumbado o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC IV), José Sócrates dava uma conferência de imprensa onde criticava a oposição. “O que se passou hoje na Assembleia da República não tem a ver comigo ou com o Governo, mas com o país – e hoje o país perdeu, não ganhou”. Seguiram-se meses de campanha, até que o PSD de Pedro Passos Coelho vence as eleições antecipadas a 6 de junho desse ano. A falta de maioria absoluta obrigou à coligação com o CDS-PP de Paulo Portas, casamento reeditado agora para as próximas legislativas.

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  • Primeiro-ministro: Stefan Lofven. Coligação: Sociais-Democratas – Verdes.

Apenas três meses depois de ter vencido as eleições, Stefan Lofven convocou eleições antecipadas depois de ter visto a sua proposta de Orçamento chumbada no Parlamento sueco. O Executivo de Lofven governava em minoria, mesmo depois de se ter coligado com os Verdes suecos. Nessas eleições, a coligação verde-vermelha (sociais-democratas e verdes) tinha conseguido 158 assentos contra os 142 da Aliança de centro-direita. Ainda assim, o Governo não conseguiu obter a aprovação do Orçamento no Parlamento depois de o partido de extrema-direita Democratas Suecos ter alinhado com a oposição. As eleições antecipadas, marcadas para 22 de março de 2015, acabariam por ser canceladas graças ao acordo entre as duas principais forças parlamentares, deixando os Democratas Suecos isolados.

Os Governos de maioria absoluta compostos por um único partido são caso raro na União. Ainda assim, o clube ganhou um novo membro recentemente: David Cameron, no Reino Unido, superou todas as expectativas e conseguiu a maioria, fazendo cair liberais-democratas de Nick Clegg, anteriores parceiros de coligação.

Governos de maioria absoluta de um só partido:

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  • Primeiro-ministro: Robert Fico. Sem coligação.

Foi a primeira maioria absoluta desde a cisão da Checoslováquia em 1993. Robert Fico, antigo primeiro-ministro e líder do partido de esquerda Smer-SD, arrecadou 44,4% de votos e conseguiu fazer eleger 83 deputados num Parlamento de 150 lugares.

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  • Primeiro-ministro: Mariano Rajoy. Sem coligação

A 20 de novembro de 2011, o Partido Popular (PP) acabou por confirmar todas as sondagens e vencer as eleições legislativas com mais de 44% dos votos. Mariano Rajoy sucedia assim como primeiro-ministro a José Luis Zapatero, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), o grande castigado nessas eleições. Apesar da vitória esmagadora em 2011, as eleições de 2015 poderão provocar um terramoto político em Espanha, com a ascensão de forças como o Podemos e do Cidadãos.

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  • Primeiro-ministro: Joseph Muscat. Sem Coligação

Pela primeira vez em 15 anos, o Partido Trabalhista maltês conseguiu vencer as eleições – e de forma expressiva, com uma maioria confortável. Joseph Muscat, antigo jornalista, tornou-se, assim, primeiro-ministro de Malta.

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  • Primeiro-ministro: David Cameron. Sem coligação

Contrariando todas as sondagens – que apontavam para uma luta entre conservadores e trabalhistas até ao último voto – David Cameron teve uma vitória esmagadora nas últimas eleições britânicas a 7 de maio de 2015 e não foi obrigado a reeditar a coligação com os liberal-democratas de Nick Clegg, um dos mais castigados nas urnas.

* Artigo corrigido e atualizado às 20h00

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